E à quinta foi de vez. Depois de, pela quinta vez consecutiva, permitirmos aos visitantes que se adiantassem no marcador, hoje já não conseguimos a reviravolta no resultado, talvez por culpa das várias poupanças feitas - e poderíamos até ter perdido o jogo, já que apesar de termos atacado sempre mais, as melhores oportunidades acabaram por pertencer ao Portimonense.
Se era para poupar jogadores, então poupou-se mesmo: nada menos do que dez dos habituais titulares ausentes do onze, mantendo-se apenas o Aimar, a quem coube a honra de envergar pela primeira vez a braçadeira de capitão. A baliza foi entregue ao Moreira, defesa com Luís Filipe, Carole, Jardel e Roderick, meio campo com, para além do Aimar, Airton, Peixoto e Meneses, e o ataque entregue a Kardec e Jara. Apesar de tantas ausências, desde início que se assistiu a um jogo com o perfil habitual dos jogos na Luz, como Benfica a ter a iniciativa e o adversário a fechar-se o mais possível atrás, tentando sair depois no contra-ataque. O problema é que cedo se percebeu também a falta de capacidade da equipa que tínhamos em campo para encontrar soluções para chegar ao golo. O jogo parecia um autêntico solteiros contra casados, com passes fáceis falhados, jogadores a não conseguirem controlar uma bola, e a quase ausência de jogadas com princípio, meio e fim. O único sinal de perigo foi dado por uma cabeçada do Kardec, logo aos cinco minutos, mas pouco mais se viu depois disso. Quando o Portimonense resolveu vir até à frente, primeiro enviou uma bola à trave, num remate de fora da área sem hipóteses para o Moreira, e no minuto seguinte (aos vinte e sete), beneficiou de um penálti, cometido de forma muito infantil pelo Roderick, colocando a mão na bola num lance aparentemente sem qualquer perigo. Só nos últimos cinco minutos é que o Benfica conseguiu pressionar de forma mais consistente, criando algumas ocasiões de perigo - em particular uma situação em que o Airton, na pequena área e com tudo para marcar, conseguiu não acertar na bola.
A segunda parte trouxe o Salvio e o Gaitán nos lugares do péssimo Meneses e do Carole. Trouxe também mais ataque do Benfica, mas com o Portimonense a conseguir aguentar-se sem muitas aflições, e a mostrar-se sempre perigoso nas saídas para o contra-ataque, já que na maior parte do tempo a nossa equipa esteve literalmente partida ao meio, com os cinco jogadores mais avançados a não recuarem para defender. Se havia um canto ou um livre a nosso favor, em que os centrais e o Airton subiam, caso o Portimonense recuperasse abola, conseguia quase sempre fazer um contra-ataque em igualdade ou mesmo superioridade numérica. Num destes lances, colocaram um jogador isolado na cara do Moreira, e a bola, depois de picada sobre ele, acabou por acertar no poste. No minuto seguinte (setenta e sete), o Benfica chegou ao empate: canto na esquerda, cabeçada do Jardel para defesa apertada, tentativa de recarga do Roderick, e finalmente o inevitável Nuno Gomes, quase sobre a linha, a cabecear para o golo. A partir daqui a pressão do Benfica intensificou-se, obrigando o guarda-redes do Portimonense a bastante trabalho até final - negou o golo ao Nuno Gomes e ao Jara. No entanto, mais uma vez num contra-ataque, o Portimonense podia também ter marcado, valendo-nos a defesa do Moreira com o pé.
No jogo de hoje destacaria talvez o Moreira e o Jara. Gostaria que o Nuno Gomes tivesse jogado de início, ou pelo menos que tivesse entrado mais cedo. O Carole - havia a curiosidade de ver a sua estreia - não comprometeu. Mas a verdade é que a maior parte dos que jogaram hoje mostraram que não são titulares por alguma razão. Não quero estar a particularizar e a desancar alguns jogadores, porque também compreendo que há factores como a falta de ritmo, ou mesmo estar em campo toda uma equipa que praticamente nunca jogou junta, acusando por isso uma natural falta de entendimento. Mas não tenho dúvidas de que alguns dos jogadores que vimos esta noite em campo não estarão no plantel da próxima época.
Foi uma aposta arriscada do nosso treinador, e acabou por perdê-la. Mas compreendo-a: a liga já nos foi roubada, e os objectivos são agora outros. Temos um jogo importante na quinta-feira, e se havia ocasião para descansar jogadores, era esta. Agora é concentrarmo-nos naquilo que podemos ganhar.
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