VAMOS ACABAR COM AS IMBECILIDADES
Domingo, 20 de Agosto de 2017

Passeio

Creio que se começar este texto a dizer que a vitória por cinco golos sem resposta frente ao Belenenses foi um resultado que peca por escasso, isso será suficiente para dar uma imagem bastante concreta daquilo que foi a produção ofensiva do Benfica neste jogo. É que para além das cinco bolas que entraram, enviámos quatro bolas aos ferros e tivemos ainda mais uma mão cheia de oportunidades flagrantes que não concretizámos. Foi um passeio do Benfica frente ao Belenenses, que poderia ter acabado com um resultado histórico.

 

 

Já o escrevi anteriormente: o onze inicial do Benfica nesta fase inicial da época é bastante fácil de prever, sendo as únicas alterações provocadas por indisponibilidade de algum jogador. Desta vez foi o Fejsa, e também previsivelmente foi o Filipe Augusto quem ocupou a sua vaga. O treinador do nosso adversário tentou durante a semana fazer bluff e andou a dizer que não se apresentaria na Luz a jogar com o esquema táctico de três centrais que tinha utilizado nas jornadas iniciais. Mas acabou por não mudar nada; os três centrais mantiveram-se e qualquer eventual vantagem que pretendesse retirar do bluff esfumou-se rapidamente. É que com pouco mais de um minuto decorrido já festejávamos um golo do Jonas, que aproveitou um livre lateral do Pizzi (resultado de uma recuperação de bola do Salvio em zona adiantada) para fugir à marcação e cabecear sem oposição. E assim começámos logo a eliminar da equação deste jogo o factor antijogo que seria mais do que previsível numa equipa treinada pelo Domingos a jogar na Luz. O golo madrugador talvez fizesse antever uma cavalgada desenfreada do Benfica nos minutos seguintes, mas não foi isso que aconteceu. Esses minutos foram, aliás, o período em que o jogo esteve mais equilibrado, sem muitas ocasiões de golo de parte a parte - o Belenenses até teve aquela que terá sido a sua melhor situação em toda a partida, num remate forte à figura do Varela. Mas a partir dos vinte e cinco minutos o Benfica voltou a acelerar o ritmo e a fazer a bola chegar à frente de forma muito rápida, e a balança ficou definitivamente desequilibrada. O segundo e terceiro golos chegaram rapidamente, separados por cinco minutos, com o primeiro deles a surgir aos vinte e oito num grande remate de fora da área do Salvio, na sequência de um pontapé de canto que só não tinha acabado logo em golo porque o guarda-redes fez uma defesa quase impossível ao cabeceamento do Luisão, tendo depois o Belenenses sido incapaz de afastar a bola das imediações da área até que um toque do Filipe Augusto a deixou nos pés do argentino. O terceiro foi uma jogada do mais simples que podia haver: balão do Luisão para a zona do círculo central, toque de cabeça do Jonas para as costas da defesa e o Seferovic a correr quase meio campo isolado para finalizar com frieza. Ainda antes do intervalo, toda a gente de mãos na cabeça por ver aquele que seria um dos golos da época a fugir por tão pouco: o Jonas recupera a bola no círculo central, levanta a cabeça e remata dali mesmo em balão, fazendo a bola passar sobre o guarda-redes, bater na relva, e ir caprichosamente embater na trave da baliza. Num jogo com cinco golos, o facto deste ser provavelmente o lance de que quase todos falarão e se irão lembrar deste jogo diz muito sobre a qualidade e espectacularidade do mesmo.

 

 

Com o jogo resolvido ao intervalo, na segunda parte o Benfica tomou a decisão óbvia de baixar o ritmo do mesmo e privilegiar posses de bola mais prolongadas. O jogo em geral pareceu tornar-se um pouco mais monótono, mas mesmo sem forçar muito, sempre que o talento dos nossos jogadores aparecia as situações de golo eram uma consequência imediata. O Luisão acertou no poste, o Seferovic atirou ao lado depois de um grande passe do Filipe Augusto o deixar isolado, o cruzamento do Cervi saiu demasiado chegado à baliza e depois da bola sobrevoar o guarda-redes foi bater no poste, O Jardel cabeceou ao lado depois de um grande trabalho do Pizzi na direita, e assim por diante. Quando o jogo parecia estar mais monótono, de repente aparecia mais uma ocasião de golo. A meio desta segunda parte trocámos o Seferovic pelo Jiménez, e o mexicano veio animar um pouco mais as coisas no ataque, já que entrou com grande vontade de mostrar serviço. Por esta altura, mesmo com a vantagem confortável no marcador, o resultado já me parecia frustrantemente escasso para tanta ocasião, e o Jiménez continuou a aumentar a contabilidade dos golos por marcar. A cinco minutos do final trabalhou bem, fugiu à marcação mas acabou por rematar quase à figura do guarda-redes. Três minutos depois surgiu solto pela direita e rematou cruzado com estrondo ao poste. Aos noventa optou, e muito bem, pelo passe para o Jonas, que controlou a bola no peito e rematou de primeira de pé esquerdo, fazendo a bola entrar junto ao ângulo superior da baliza. Mais um golo fantástico daquele que é o melhor jogador da nossa liga desde que chegou ao Benfica. E ainda nos descontos deu para ampliar o resultado em novo lance com intervenção do Jiménez, que desmarcou o Pizzi pela direita para este fazer uma assistência que permitiu ao Jonas marcar um golo fácil, limitando-se a empurrar a bola já dentro da pequena área. Um resultado mais ajustado ao que se passou em jogo em mais uma noite fantástica na Luz. A parte negativa deste jogo foram as saídas do André Almeida e do Salvio por problemas físicos. Esperemos que sejam apenas situações pontuais e nada de mais grave.

 

 

O Jonas é o inevitável homem do jogo, com um hat trick e uma assistência. E ainda aquele lance que ficará na memória de todos. Já não há muitos mais elogios que lhe possamos fazer. E nesta fase pode-se dizer o mesmo do Pizzi, que continua em cada jogo a mostrar toda a sua qualidade e classe. De uma forma geral não tenho nada a apontar a qualquer um dos jogadores. Todos estiveram num nível bastante bom, e até mesmo o Filipe Augusto (de quem eu já afirmei diversas vezes não ser particular admirador) fez o seu melhor jogo pelo Benfica. Mas quero mencionar os nossos dois extremos, Salvio e Cervi, que na minha opinião foram também dos principais responsáveis pela excelente produção da equipa.

 

Foi mais um jogo na linha daquilo que a equipa tem vindo a produzir desde que a época teve início. Uma equipa com perfeito controlo dos ritmos e momentos do jogo, a exibir uma excelente condição física - dois golos nos instantes finais a mostrarem que conseguem manter o ritmo elevado durante os noventa minutos - e com uma união muito grande dentro do campo. Talvez estes quatro jogos tenham permitido acabar com muito do cepticismo em redor daquilo que podemos alcançar esta época. Temos uma base estável e um processo de jogo bem estabelecido, e desde que consigamos trabalhar sobre isso em vez de destruir o que temos o sucesso é uma consequência quase inevitável.

tags:
publicado por D'Arcy às 21:16
link do post | comentar
1 comentário:
De ÁGUIA GENIAL a 12 de Setembro de 2017
GANHAMOS BEM!
O RESULTADO PODIA TER SIDO MAIS DILATADO.
É CONTINUAR A GANHAR TODOS OS JOGOS.

FORÇA BENFICA!

Comentar post

escribas

pesquisar

links

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

arquivos

Março 2024

Fevereiro 2024

Janeiro 2024

Dezembro 2023

Novembro 2023

Outubro 2023

Setembro 2023

Agosto 2023

Maio 2023

Abril 2023

Março 2023

Fevereiro 2023

Janeiro 2023

Dezembro 2022

Novembro 2022

Outubro 2022

Setembro 2022

Agosto 2022

Maio 2022

Abril 2022

Março 2022

Fevereiro 2022

Janeiro 2022

Dezembro 2021

Novembro 2021

Outubro 2021

Setembro 2021

Agosto 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Outubro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Março 2020

Fevereiro 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Agosto 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Novembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

tags

todas as tags

posts recentes

Persistência

Cumprida

Chave

Reflexo

Desastrosa

Inócua

Rajada

Consistência

Revolução

Medíocre

origem

E-mail da Tertúlia

tertuliabenfiquista@gmail.com
blogs SAPO

subscrever feeds