VAMOS ACABAR COM AS IMBECILIDADES
Terça-feira, 2 de Fevereiro de 2010

O Olimpo Vermelho #1

 O jogo pelas vítimas do Haiti trouxe ao relvado da Luz algumas velhas glórias do nosso clube. Vimos o Chalana, o Shéu, o Poborsky e muitas outras caras importantes da nossa história. Por que é que venho falar disto hoje? Já o outro dizia que há certas coisas para as quais todos os pretextos são bons - e eu sirvo-me desse desfile de craques para abrir uma pequena rubrica aqui no blogue. Tem o propositadamente pomposo título Olimpo Vermelho. A ideia é falar dos meus jogadores preferidos do Benfica - falar com a alegria própria das melhores fintas daqueles que, pela sua grandeza, tornam ainda mais pequenas as já por si rasteiras ocorrências do mundo do futebol português. Antes de avançar para o primeiro texto do Olimpo Vermelho tenho de dizer que as glórias de que venho falar não são tão velhas assim: os meus menos de vinte anos de idade não permitem ir muito longe. Se outros escribas tiverem vontade de partilhar a sua mitologia benfiquista pessoal, força nisso.

  Tenho de começar pelo jogador que desde cedo se tornou o meu ídolo nas quatro linhas. Falar doutro seria trair os olhos puramente maravilhados da meninice - e já se sabe que não existe coisa mais criminosa do que essa. Venho falar daquele que, mais do que qualquer outro, possuía o raro dom da elegância; aquele que tratava a bola com mais fineza e que erguia a cabeça com uma classe diferente; aquele que conseguia o prodígio de transformar o mascar da pastilha num gesto poético e o igualmente espantoso acontecimento de me fazer escrever esta frase sem a apagar de imediato. Venho falar do Rui Costa. Ele é o número um pela virtude do amor à camisola, por aqueles passes que multiplicavam as possibilidades do jogo, por me ter ensinado formas puras do espanto. Guardo a camisola da Fiorentina que comprei quando fui a Florença muito miúdo e que tem o nome e o número dele nas costas: guardo-a como quem guarda a memória da minha grande e infantil esperança em vir a ser um nº10 como ele. É verdade que não me lembro de o ver jogar antes de ir para Itália mas é ainda mais que não me esqueço do seu regresso. O anúncio da chegada, a segunda época, o jogo da despedida, a altura do seu benfiquismo. Podemos não ter ganho nada - mas quase que juro que as nossas camisolas ficaram mais vermelhas desde então. E é esse é o maior elogio que quem joga no Benfica pode receber.

publicado por Simão às 22:21
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Terça-feira, 20 de Outubro de 2009

O Nosso Lugar

 Aí há uns anos proclamava-se a hegemonia do futebol calculista, frio e feio. A hora do espectáculo acabara. As Grécias deste mundo provavam-no, sendo o símbolo mais perfeito e trágico disso a vitória da equipa de Otto Rehhagel sobre a maravilhosa República Checa de Karel Bruckner no Euro-2004. Mas o mais espantoso é que a reacção ao sucesso das estratégias cinzentas não tomava na maioria dos espectadores a forma de lamento, de saudade, de uma fervorosa opção pelos contrários caminhos do futebol de ataque. Dos campos para as cabeças dos adeptos, a otto-rehhagelização marchava e o próprio futebol murchava. Os teóricos da chatice, que neste caso se confundiam com aqueles que o grande Nélson Rodrigues chamava de "idiotas da objectividade", sorriam, num gesto de ironia suprema, pela falta de razões para sorrir. 

 Foi com alegria, como devem supor, que vi os tais "realistas" levarem com a realidade de um Barcelona, puro espectáculo, conquistador da Europa. Com a equipa de Rijkaard e Ronaldinho e a de Guardiola e Messi, com um pequeno intervalo no meio, o futebol de ataque voltou à glória que lhe é própria. O sorriso dos outros é agora por eles engolido e os pontos de exclamação voltam a descer aos relvados. É ainda com mais alegria que noto que o Benfica do presente embarcou nesta cruzada - bola a rolar, virtuosos a trabalhar e golos lá para dentro. 6-0 em jogos que antes serviam para descansar e grandes exibições de jogadores que antes eram fantasmas de si mesmos. Ver os jogos já não é só paixão, é paixão retribuída. É precisamente essa atitude exclamativa de que falava o ano passado que nos põe num lugar que há muito nos fugia. O nosso lugar. 

publicado por Simão às 11:19
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Domingo, 31 de Maio de 2009

Cardozo

 Venho juntar a minha voz ao coro que diz que é importante manter o Cardozo. Confesso que já me irritei muitas vezes com o seu futebol desajeitado e que costumava estar de acordo com o Quique quando este o sacrificava para jogar o Suazo. Mas a recta final deste goleador sem perfil de herói fala mais alto.  Não que me renda à objectividade: rendo-me aos golos.

  Há anos que o Benfica não tinha um matador - o Simão, sem jogar na posição em que isso se exige, era o único que competia pelo título de melhor marcador do campeonato. Agora que encontrámos um, que tem no seu pé esquerdo o remate mais fácil e potente da liga, não o podemos largar. Além disso, como se viu no jogo com o Belenenses, está melhor a jogar de costas para a baliza e a fazer tabelas e com um bom trabalho dos extremos pode ser um gigante perigoso no cabeceamento. E sem dúvida que para o ano os extremos devem ter um desempenho mais mágico, mais venenoso, jogando talvez um pouco mais adiantados no campo, recuando em contrapartida o Aimar para que se torne no dez que ele é e que o Benfica precisa.

 Dizem que vem aí o Jorge Jesus: mas a salvação, caros benfiquistas, passa pelo paraguaio.

publicado por Simão às 23:59
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Sábado, 31 de Janeiro de 2009

elogio ao Mantorras

 Digam o que disserem os especialistas, os caras-de-pau, os representantes da falta de graça: o Mantorras dá outra alma a esta equipa e levanta o estádio todo e basta-lhe existir para que isso aconteça e eu fervo quando ele joga e o campo tem um novo sentido quando entra e é do Benfica a sério e nós somos com ele. E - não se esqueçam - marca golos. Viva o Mantorras.

publicado por Simão às 23:04
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Sábado, 27 de Dezembro de 2008

Para atacar o ano novo

O Benfica tem um bom treinador, óptimos jogadores, o Rui Costa como director desportivo e vai na frente do campeonato. Isto não se via há alguns anos. Para atacar este novo que vem aí, só é preciso explodir. Só é preciso encher o campo com mais intensidade, mais espectáculo, mais golos, mais pontos de exclamação! O Benfica está em primeiro sem ter feito grande coisa até esta altura e isso prova, embora de uma forma pouco afirmativa, a sua qualidade em relação às outras equipas.  O que se pede é que o Carlos Martins volte em cheio e ponha a bola a circular do meio-campo para a frente,  que o flanco direito provoque menos bocejos e mais arrepios  e que as estrelas da companhia joguem ao seu melhor nível: o Aimar, o Di María, o Suazo e o Reyes. Para atacar o novo ano, saibamos ser campeões - e seremos campeões.

publicado por Simão às 22:41
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Segunda-feira, 1 de Dezembro de 2008

Da glória

 Falta a este Benfica uma lata maior, um sangue mais vermelho, um ataque mais avassalador. Sejamos directos: temos a obrigação de encostar os setúbales deste campeonato às cordas desde o início do jogo até ao fim. Hoje, como noutros jogos, começámos moles, e os jogadores do meio campo para a frente não se mexiam o suficiente. Só na segunda parte é que entrámos bem - com velocidade e trocas de posições do pessoal mais avançado demos cabo da defesa do Vitória e marcámos dois golos. Não pode ser preciso estar a perder para ter coração para ir encher a baliza contrária de golos.  O problema parecia estar resolvido com a marcha triunfal do início da segunda parte - e não é que o Benfica abranda o jogo? A ganhar, decide tomar a atitude que o fez começar a perder. E sofre um golo patético.

 Moral da história: a glória não é dos chatos. Tudo para a frente!

publicado por Simão às 23:54
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