VAMOS ACABAR COM AS IMBECILIDADES
Segunda-feira, 2 de Outubro de 2017

Zero

Honestamente, já nem me apetece escrever sobre os nossos jogos. Porque estou cansado de ver a mesma história a repetir-se vezes sem conta: boa entrada, golo madrugador, e depois o encosto à magra vantagem que, invariavelmente, somos incapazes de segurar. Estou cansado de ver jogadores em campo de braços caídos, como se jogassem a medo e sem a menor crença em si mesmos à primeira contrariedade que sofrem. Nem o facto de podermos neste jogo, com uma vitória, recuperar quatro pontos aos amantes furiosos que nos antecedem na tabela classificativa e que hoje naturalmente empataram pareceu servir-nos de motivação.

 

slb2.jpg

 

Depois do desastre na Suíça, não houve qualquer revolução na equipa. Jogámos precisamente com a mesma equipa que colapsou na segunda parte desse jogo. Nem o equipamento mudou e foi novamente aquele cinzento horrível que nem as cores do nosso emblema tem. Foi o Salvio no lugar do Zivkovic de início e de resto o mesmo onze. O início de jogo foi bom. Muito bom mesmo, já que na primeira ocasião criada, ainda antes de se completarem dois minutos de jogo, o Jonas marcou um golão e colocou-nos em vantagem. Em condições normais, isto é o melhor que se poderia desejar. Vindos de um mau resultado, a jogar no campo de uma das equipas em melhor forma neste início de época (que neste momento é mesmo um concorrente directo na classificação), com um relvado que mais se assemelhava a um rancho de toupeiras, entrar a ganhar seria o melhor tónico que uma equipa poderia ter. Mas se há algo que eu tenho aprendido este ano é que marcar um golo é do pior que nos pode acontecer, porque imediatamente assisto a um relaxar por parte da equipa e a uma tentativa de, independentemente de quanto tempo falta para jogar, começarmos logo a 'gerir' o resultado. É incompreensível esta aparente sobranceria, ou medo, ou lá o que é. O que é certo é que depois de nos apanharmos em vantagem começamos a jogar como uma equipa pequena (e se querem um exemplo flagrante disso, basta ver a forma como o Júlio César começa imediatamente a fazer as reposições de bola em jogo - é exactamente da mesma maneira que nos leva a, na Luz, começarmos a perder a paciência com os guarda-redes adversários logo nos instantes iniciais de um jogo). O futebol jogado era, como aliás se exigia, sobretudo directo, porque aquele relvado não dava para ter ambições em jogar qualquer coisa mais evoluída. Mas deixámos progressivamente de pressionar os jogadores do Marítimo, que foi subindo no terreno, e sobretudo ganhando uma superioridade evidente no centro do terreno (onde o Pizzi foi completamente engolido e esteve entretido a coleccionar asneiras atrás de asneiras). De positivo o facto de não termos permitido ao adversário criar uma verdadeira ocasião de golo - até porque ultimamente, como já escrevi, bastam uma ou duas ocasiões aos nossos adversários para marcar-nos um golo.

 

A segunda parte até pareceu um pouco melhor. Pelo menos na primeira fase da mesma recuperámos algum controlo territorial e não permitimos ao Marítimo jogar tanto no nosso meio campo. Mas acho que todos nós sabemos, ou pelo menos tememos, que sem um segundo golo para dar tranquilidade à equipa o desastre está ali mesmo ao virar da esquina. E quando escrevo que 'todos nós sabemos' estou a incluir os jogadores neste grupo, porque eles parecem ser os primeiros a ter essa ideia a povoar-lhes os pensamentos o tempo todo. A primeira ocasião do Marítimo chegou, num remate de fora da área, e escapámos devido a uma grande defesa do Júlio César. À segunda já não tivemos tanta sorte (já seria estarmos a contrariar a regra de uma ou duas oportunidades para sofrer um golo) e o empate chegou mesmo. Nem foi preciso nada de particularmente elaborado, apenas o futebol que é possível praticar num terreno destes, ou seja, jogo directo. Um cruzamento largo desde a esquerda (o jogador que faz o cruzamento é deixado completamente à vontade) para o lado contrário e junto ao poste surgiu um jogador do Marítimo para cabecear. O André Almeida aproveitou para ficar a assistir ao lance de cadeirinha, adoptando a tão famosa estratégia da 'marcação com os olhos', e o Júlio César praticou um pouco de ornitologia e mesmo sem binóculos aproveitou para observar o belo voo daquela espécie de ave chamada 'bola', que planou majestosamente ao longo da sua baliza, fez escala na cabeça do jogador do Marítimo e foi repousar suavemente nas redes. Depois disto, o costume. Ou seja, o desvario e a desconcentração da maior parte dos nossos intervenientes - quando consigo afirmar sem grandes dúvidas que o Salvio terá sido o jogador mais esclarecido, isso diz muito sobre os outros jogadores. 

 

A reacção do banco também foi pouco convincente. Tacticamente nunca se mudou grande coisa, porque as substituições foram sempre troca por troca. Primeiro fez entrar o Rafa. OK, nada de pessoal contra o Rafa, mas isto já começa a ser um reflexo condicionado em mim: quando entra o Rafa é basicamente 'lasciate ogne speranza, voi ch'intrate' (ou seja, atravessámos os portões do Inferno, a coisa está mesmo mal e estamos tramados). Nem percebi bem a estratégia de meter o Rafa num terreno naquelas condições. Se num terreno bom e propício para explorar a velocidade dele, ele já demonstra frequentemente dificuldades no controlo da bola, no rancho de toupeiras dos Barreiros seria extremo optimismo esperar algo de melhor. Depois trocámos o Pizzi pelo Krovinovic. Aceita-se numa lógica de refrescar fisicamente aquela posição, até porque o Pizzi estava a produzir zero até então, mas também não aumentámos propriamente a capacidade de criação de jogo. Finalmente, saiu o Jonas para entrar o Seferovic. Numa altura em que estamos a precisar de marcar, sai o nosso melhor marcador. Mas tudo bem, assumi que seria para apostar ainda mais no futebol directo e tirar o melhor partido da capacidade física do suíço num terreno pesadíssimo. Mas surpreendentemente, quase não fizemos isso. Pelo contrário, começámos a recorrer novamente ao futebol de passes curtos e lateralizações, e tentativas de entrar pelas alas - e nas poucas ocasiões em que criámos espaço para fazer cruzamentos, estes saíram invariavelmente mal, ou demasiado largos, ou imediatamente interceptados pelo defesa mais próximo da bola. E depois, claro, os esperados disparates defensivos a polvilhar a nossa actuação, que normalmente acabam por ditar golos sofridos e derrotas quando procuramos o golo da vitória. Desta vez tivemos a felicidade disso não ter acontecido, mas o Jardel ainda deu um contributo para esse desfecho, perdendo a bola para um jogador do Marítimo progredir isolado para a baliza, valendo-nos uma defesa do Júlio César. É verdade que também tivemos uma grande ocasião de golo nos instantes finais, num remate do Jiménez defendido com dificuldade pelo guarda-redes do Marítimo, para depois a possível recarga do Salvio ser cortada no limite por um defesa.

 

Conforme já disse antes, o jogador que mais merece um elogio no jogo de hoje é o Salvio. Foi a larga distância o jogador mais perigoso, mais incisivo e mais empenhado em que o resultado tivesse sido outro. As ocasiões de que dispôs foram quase sempre construídas por si próprio, criou outras em que tentou oferecer a bola aos colegas, e ainda construiu uma situação que me parece que em condições normais seria assinalado penálti - por menos o Benfica teve um penálti assinalado contra si no jogo com o CSKA. Quase que me fez pena quando o vi, numa ocasião em que tivemos um lançamento de linha lateral perto da área do Marítimo e ele se aprestava para o marcar, a ter que insistir e quase suplicar aos centrais para subirem até à área, uma vez que estes pareciam estar confortavelmente instalados lá atrás.

 

Num jogo em que poderíamos ter aproveitado para recuperar terreno para a liderança e, apoiados nessa injecção de confiança, relançar a época, o que vimos foi praticamente zero, e no final o que eu sinto foi que levámos mais um duro golpe nas nossas ambições. E nem digo isto tanto pelo resultado, porque maus resultados acontecem. Digo isto pela quase total ausência de reacção que mostrámos. O que vimos foi exactamente o mesmo: o mesmo futebol e a mesma atitude que nos levaram à situação actual. Nada mudou. E se uma derrota copiosa contra uma equipa da terceira linha europeia, que há onze jogos não vencia na Champions, e a possibilidade de recuperar quatro pontos para a frente da tabela classificativa não são razões suficientes para motivar uma reacção, então infelizmente só posso concluir que o problema que nos afecta é demasiado grave.

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publicado por D'Arcy às 01:43
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De E Pluribus Unum a 2 de Outubro de 2017
Caros Benfiquistas, nem sei o que hei-de dizer.
Direi no entanto que concordo em absoluto com o teor desta crónica do jogo.

De facto esta equipa é uma VERGONHA. São uns clones perfeitos do MOLENGÃO e "doentinho" - sempre "fodido" das costas quando não lhe apetece acompanhar a equipa em jogos fora -, que faz de conta que é Presidente do Benfica, e que se julga o seu SENHOR E DONO ABSOLUTO.

O Benfica hoje não existiu.
A equipa que defrontou neste domingo o marítimo no Funchal foi uma espécie de Alverca do Ribatejo e alinhou assim:
Guarda-redes - Júlio César ( evitou a derrota aos 81 minutos)
Defesa direito - Vieira 1
Defesa central - Vieira 2
Defesa central - Vieira 3
Defesa esquerdo - Grimaldo
Médio direito - Sálvio - (ao menos esforçou-se)
Médios centrais - Vieira 4 e Vieira 5
Médio esquerdo - Franco Cervi.
Avançados - meio Raúl Jimenez e meio Jonas

Treinador: UMA ABERRAÇÃO.
Diz a ABERRAÇÃO no final: " Desistir não faz parte do nosso ADN".
Isto não passa de um chavão, uma frase feita própria dos PERDEDORES.
Dir-me-ão alguns mais crentes e misericordiosos que a ABERRAÇÃO já ganhpu dois campeonatos, bla,bla,bla,bla...

Pois, pois, responderei eu, mas isso já é passado, e eu e os BENFIQUISTAS o que queremos é ganhar AGORA no presente campeonato, e nos futuros.
A refeição que me matou a fome no dia de ontem, hoje já não me serve de nada.
Hoje preciso de outra refeição, e de preferência tão boa ou melhor do que a de ontem. Só assim me sentirei tão bem como no dia anterior.

Com esta prosa metafórica procuro mostrar aos caros companheiros de BENFIQUISMO PURO, como eu vejo o nosso Glorioso Clube.

Uma pergunta ao sr. Rui Vitória, e por extensão ao "sr." Presidente:
Expliquem lá aos BENFIQUISTAS como é que dois clubes mais pequenos do que o nosso Benfica, um e outro quase falidos, sendo que o de riscas verticais até está INTERVENCIONADO pela UEFA e que até vendeu o seu mais promissor avançado para o Milan, conseguem ter as suas equipas mais bem estruturadas, mais fortes, mais dinâmicas, com mais garra, com mais querer, com mais vontade, etc,etc,etc,.. enfim, com mais tudo -, menos apoio do que os nossos incansáveis e inigualáveis adeptos -, do que a nossa equipa, que neste momento parecem umas FRAGILÉRRIMAS MULHERZINHAS que só comem bolos e yogourts estragados?!?!

Por exemplo, o Pizzi parece um infantil a fazer um centro ou a marcar um pontapé de canto pois mal pode o coitado com a bola.
E depois quer marcar tudo - e marca, marca porcamente mal, mas é sempre o mesmo a fazê-lo, parecendo que não há mais ninguém na equipa capaz de fazer melhor do que ele.

Enfim, é um SOFRIMENTO ATROZ para quem ama o Benfica, ter de ver esses TURISTAS - COM ALGUMAS RARÍSSIMAS EXCEPÇÕES - a se passearem e a recriarem com o nosso Inigualável MANTO SAGRADO VERMELHO, e nós adeptos e sócios a pagarmos para sofrer.

Diz o que faz de Presidente: "Precisamos do apoio dos sócios / adeptos. Acreditem, porra"!!!!!!
Mas, olha lá oh vieirita, pensas que a maioria dos sócios e adeptos do Benfica são tótos como tu para andarem a apoiar e acreditar em TURISTAS E MOSCAS MORTAS, mais destinados a jogarem num campeonato feminino!?!?!

Cai fora, Vieira. A ÚNICA COISA que acredito e ti é quando dizes - e já o fizeste várias vezes - que não percebes nada de futebol.

De facto não percebes mesmo nadinha, pois se percebesses alguma coisinha há muito que tinhas contratado um TREINADOR A SÉRIO, com conhecimentos, com raça, com força, com fibra, etc,etc,etc, e exigirias que esses TURISTAS A QUEM DÁS PALMADINHAS NAS COSTAS - COM RARAS EXCEPÇÕES - CORRESSEM E SALTASSEM E LUTASSEM DEZ VEZES MAIS PELO BENFICA DO QUE AQUILO QUE ESTÃO A FAZER NESTE MOMENTO.

Um Clube tão grande tão grande e "dirigido" por gentica pequenota que deixa cada um fazer o que quer e lhe apetece, e que não exige nada de nada a ninguém.
Qualquer equipa desta ligueca PORCOguesa corre e luta mais do que os TURISTAS da dupla vieirita/ruizito, com a suprema vantagem de ficarem em piores hotéis e ficarem bem mais BARATAS.

Acima de tudo e de todos só um, o meu Deus que é o MEU BENFICA.
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