O jogo pelas vítimas do Haiti trouxe ao relvado da Luz algumas velhas glórias do nosso clube. Vimos o Chalana, o Shéu, o Poborsky e muitas outras caras importantes da nossa história. Por que é que venho falar disto hoje? Já o outro dizia que há certas coisas para as quais todos os pretextos são bons - e eu sirvo-me desse desfile de craques para abrir uma pequena rubrica aqui no blogue. Tem o propositadamente pomposo título Olimpo Vermelho. A ideia é falar dos meus jogadores preferidos do Benfica - falar com a alegria própria das melhores fintas daqueles que, pela sua grandeza, tornam ainda mais pequenas as já por si rasteiras ocorrências do mundo do futebol português. Antes de avançar para o primeiro texto do Olimpo Vermelho tenho de dizer que as glórias de que venho falar não são tão velhas assim: os meus menos de vinte anos de idade não permitem ir muito longe. Se outros escribas tiverem vontade de partilhar a sua mitologia benfiquista pessoal, força nisso.
Tenho de começar pelo jogador que desde cedo se tornou o meu ídolo nas quatro linhas. Falar doutro seria trair os olhos puramente maravilhados da meninice - e já se sabe que não existe coisa mais criminosa do que essa. Venho falar daquele que, mais do que qualquer outro, possuía o raro dom da elegância; aquele que tratava a bola com mais fineza e que erguia a cabeça com uma classe diferente; aquele que conseguia o prodígio de transformar o mascar da pastilha num gesto poético e o igualmente espantoso acontecimento de me fazer escrever esta frase sem a apagar de imediato. Venho falar do Rui Costa. Ele é o número um pela virtude do amor à camisola, por aqueles passes que multiplicavam as possibilidades do jogo, por me ter ensinado formas puras do espanto. Guardo a camisola da Fiorentina que comprei quando fui a Florença muito miúdo e que tem o nome e o número dele nas costas: guardo-a como quem guarda a memória da minha grande e infantil esperança em vir a ser um nº10 como ele. É verdade que não me lembro de o ver jogar antes de ir para Itália mas é ainda mais que não me esqueço do seu regresso. O anúncio da chegada, a segunda época, o jogo da despedida, a altura do seu benfiquismo. Podemos não ter ganho nada - mas quase que juro que as nossas camisolas ficaram mais vermelhas desde então. E é esse é o maior elogio que quem joga no Benfica pode receber.
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