VAMOS ACABAR COM AS IMBECILIDADES
Terça-feira, 23 de Fevereiro de 2010

Passeio

Foi um autêntico passeio. A nossa superioridade sobre o Hertha ficou de tal forma expressa em campo que a goleada por 4-0 até pareceu ter sido obtida com uma enorme facilidade, e ainda pecou por escassa. Mas para que isso acontecesse, foi importante termos voltado esta noite a mostrar muitos dos aspectos positivos do nosso futebol esta época. Mesmo que, durante vários períodos do jogo, tenha havido necessidade de impormos um ritmo elevado (quando o fizemos, o Hertha foi destroçado.


Apesar do péssimo horário do jogo e do mau tempo, mais de trinta mil espectadores na Luz. No onze titular, o lugar do castigado Ramires foi ocupado pelo Rúben Amorim, e de resto foi a equipa do costume. Era o Hertha quem precisava de marcar para conseguir seguir em frente, mas quem visse o jogo não ficaria com essa ideia. A jogar em 4-2-3-1, os alemães acantonaram-se no seu meio campo e ficaram a ver o Benfica ser dono e senhor dos acontecimentos. Acho, aliás, que no final do jogo alguém deveria ter ido exigir aos jogadores alemães que pagassem o dinheiro das entradas, porque no fundo eles passaram uma boa parte do jogo assistir à exibição do Benfica em lugares privilegiados. Mas conforme disse, para que isto acontecesse houve também mérito do Benfica, que voltou a mostrar muitos dos aspectos positivos que têm caracterizado o nosso futebol esta época: pressão alta sobre o portador da bola, que resultou em diversas recuperações ainda dentro do meio campo adversário, transições rápidas, grande mobilidade dos jogadores (neste aspecto em particular, gostei muito dos laterais), boa circulação de bola e muito futebol pelos flancos.

O Benfica dominava desde o primeiro minuto, mas ao fim do primeiro quarto de hora caiu sobre a Luz um autêntico dilúvio, que incluiu granizo, e isto pareceu espevitar ainda mais a equipa, que acelerou ainda mais na procura do golo. E foi recompensado aos vinte e cinco minutos, numa boa jogada de equipa. A finalização é argentina, mas a bola passou por oito jogadores nossos antes de entrar na baliza. Na fase final, o Di María passou para o Saviola, que descobriu o amigo Aimar a entrar pelo centro, tendo este ainda evitado um defesa antes de rematar cruzado para o golo. Este golo não alterou em nada a atitude do Hertha, que continuou simplesmente a defender (até ao golo não tinha feito um único remate, - aliás, quase nem tinha conseguido passar do meio campo - e só depois da meia hora, no espaço de um minuto, fez os dois únicos remates da primeira parte. Quanto ao Benfica, manteve-se sempre na mó de cima, tendo compreensivelmente abrandado um pouco nos minutos finais da primeira parte. Ainda ssim, conseguiu criar mais oportunidades para marcar, as mais flagrantes pelo Saviola (remate à barra) e pelo Rúben Amorim.

O resultado ao intervalo era claramente escasso para tamanha superioridade demonstrada. E como voltámos a mostrar hoje novamente tantos dos aspectos que têm marcado positivamente o nosso futebol esta época, porque não mostrar mais um: as entradas demolidoras na segunda parte. Três minutos foi o tempo que tivemos que esperar para que o marcador voltasse a funcionar. Grande iniciativa individual do Di María, a passar pelo meio de quatro adversários e a fazer um centro perfeito para uma conclusão fácil de cabeça do Cardozo. Regra geral, quando temos esas entradas a matar na segunda parte e marcamos cedo, costuma sair goleada, e portanto fiquei à espera dos golos. Que surgiram com naturalidade. O terceiro pelo Javi García, ainda antes de findo o primeiro quarto de hora, a aproveitar uma sobra depois de um canto do Aimar. E três minutos depois, o quarto, novamente da autoria do Cardozo (pelo meio já o Saviola tinha estado perto de marcar). Mais uma (grande!) assistência do Di María, a encontrar o Cardozo solto na área, e este a dominar de peito e a marcar de pé esquerdo. Pouco depois o nosso treinador deve ter achado que já chegava, e decidiu retirar de campo o Aimar e o Saviola, seguindo-se pouco depois o Di María. Sem os argentinos em campo (em especial o Di María) o Hertha conseguiu finalmente descansar um pouco e até ter alguma posse de bola, mas nunca chegou sequer a ameaçar seriamente conseguir reduzir.

Foi um daqueles jogos agradáveis em que podia elogiar qualquer jogador da nossa equipa. Mas é inevitável destacar o Di María. Duas assistências, e imparável durante todo o jogo. Já o escrevi várias vezes: inspirado, ele consegue desequilibrar um jogo e desbaratar qualquer defesa, e hoje voltou a demonstrá-lo. A qualidade do nosso jogo hoje foi alta, e isso deveu-se muito ao trabalho de dois jogadores chave na nossa equipa: Javi García e Aimar. Se o Javi parecia nos últimos jogos dar alguns sinais de cansaço, isso não se viu hoje. Dominou a sua zona como de costume, e foi incansável nas dobras aos colegas e compensações (e o bom jogo dos nossos laterais também se deveu a isto). O Aimar foi 'El Mago'. Marcou um golo, jogou, fez jogar e até trabalhou defensivamente, pressionando e recuperando bolas. Cardozo marcou dois e teve muito trabalho à ponta-de-lança e, conforme já disse antes, muito bom jogo dos nossos laterais, em especial do Maxi na direita.

A Liga Europa pode não ser um objectivo para esta época, mas julgo que podemos ter ambições legítimas em chegar longe nesta prova. O Marselha (mais que provável próximo adversário) será um adversário teoricamente complicado, mas se passarmos, daí para a frente tudo será possível. Até porque ambição também não falta nos jogadores do nosso plantel.

publicado por D'Arcy às 22:53
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De Helena Ramos a 23 de Fevereiro de 2010
Pelo menos, não foram suficientemente sujos para anunciarem o castigo na véspera da nossa visita às Antas...

"O benfiquista Javi García viu confirmada hoje a suspensão de dois jogos que havia sido proposta aquando da instauração de um processo sumaríssimo.

A Comissão Disciplinar da Liga apreciou o recurso do Benfica e acabou por decidir-se pela manutenção do castigo ao jogador, pelo pontapé no defesa Valdomiro, agressão que passou despercebida ao árbitro Elmano Santos no jogo da 17.ª jornada, entre Benfica e V. Guimarães.

Javi García vai ficar de fora nos jogos com o Leixões (fora) e P. Ferreira (na Luz), jogos da 21.ª e 22.ª jornadas, respectivamente" (in A Bola)

Só lamento que só analisem lances que envolvem jogadores do Benfica e nunca sancionem de forma parcial.
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