Agora que a euforia provocada pela conquista do trigésimo segundo campeonato nacional vai dando lugar à satisfação tranquila de ter visto o clube, o meu clube, regressar ao sítio devido, começa-se lentamente a instalar a nostalgia por estar impedido de assistir a jogos do Benfica. É irónico, bem sei, mas se há 4 semanas estava desejoso de que o campeonato terminasse, para poder festejar, agora dava um dos dedos mindinhos para voltar a viver tudo de novo, sofrimento atroz antes de se confirmar que a festa iria de facto acontecer, incluído.
Olhando retrospectivamente (eu também não adopto o novo acordo ortográfico) para a época finda, foi de facto a todos os títulos notável. Havendo várias pessoas às quais devo o meu agradecimento, optarei por não destacar nenhuma delas individualmente dando como certo que elas têm recebido e vão continuar a receber suficientes provas do meu (do nosso!) apreço sempre que tal seja necessário. Uma das frases mais felizes que o desporto já pariu foi esta: "O futebol regressou a casa". Penso que terá sido aquando da candidatura da Inglaterra ao Euro '96 e pretendia recordar os adeptos que o desporto-rei nasceu em terras de sua majestade e que o facto de a competição mais importante ao nível de selecções disputada na Europa se ir realizar no país que tem como capital Londres implicava um certo rearranjo do cosmos e que a partir daí tudo passaria a ser um pouco melhor na vida de cada um de nós (esta já é uma leitura minha). Ora bem, se há frase que descreve na perfeição, ou muito perto disso, aquilo que eu penso acerca de tudo o que se passou nesta última época desportiva, e atenção que não falo somente do acto de ganhar falo sobretudo da forma como se ganhou, é essa. O Futebol regressou a casa. À Luz. Aos vermelhos. Às papoilas saltitantes.
Este nosso orgulho incomensurável de sermos Benfica se nunca esteve verdadeiramente em dúvida havia nos dado poucas provas irrefutáveis nos últimos anos do porquê de sentirmos o que sentimos. Se na maior parte dos clubes o facto de vencerem ou não é independente do amor ou da demonstração de afecto por parte dos seus adeptos, tenho para mim que o caso do Benfica é diferente. Está na génese deste clube vencer. Não de qualquer forma e diria mesmo que para se cumprir com a tradição histórica terá de haver uma certa dose de sofrimento envolvida mas vencer é uma condição essencial para o crescimento do clube.
Entretanto apercebo-me que podem haver pessoas que estão a ler o presente post e que entendem o título como a escolha irreflectida de um conjunto de palavras ou, pior ainda (!), como a tentativa de embelezar um sentimento através do, neste caso, odioso uso de uma hipérbole. Desconhecerão porventura que tudo o resto fica um pouco difuso e perde a sua natural relevância quando no outro hemisfério cerebral o Benfica entra em cena. Não há como fugir a este sentimento (e quem disse que eu queria?) e por isso abraço-o com todas as minhas forças.
Feito o esclarecimento gostava de aproveitar o post para algumas reflexões sobre o que deveriam ser as opções do trio que comanda os destinos futebolísticos do Benfica para a época 2010/11. E já que falo no trio gostava de vos dar a minha visão sobre a forma que eu entendo como a ideal para que seja continue a ser o clube o maior beneficiado da continuação deste trío aos seus comandos. Atenção, falo somente no que ao futebol diz respeito. Assim e aproveitando o assunto no qual sou mais versado (por pouco que seja), se Luis Filipe Vieira (LFV), Rui Costa (RC) e Jorge Jesus (JJ) fossem jogadores e se eu fosse o treinador colocá-los-ia sob a forma de um triângulo invertido no meio campo com LFV a médio mais defensivo e RC e JJ à sua frente. Se há coisa que eu garantidamente não faria seria inverter o triângulo que tâo bons resultados deu esta época.
Ora bem, estando o meio campo tratado e deixando as metáforas de parte gostava que fossem efectuadas o menor número possível de mexidas. Bem sei que será virtualmente impossível ao Benfica não vender nenhum dos seus jogadores mais cobiçados, refém que está do país no qual nasceu, e creio mesmo que uma das vendas ainda não concretizadas já foi substituída no plantel. Falo naturalmente de Di Maria (no primeiro caso) e Gaitan (no segundo). O próprio JJ já o admitiu. Se consigo ler bem os pensamentos do nosso treinador (e nada nos leva a crer que seja esse o caso) penso que neste momento ele estará sobretudo preocupado com as possíveis perdas de David Luiz e de Cardozo. Estive tentado a incluir no lote o Ramires mas realisticamente falando creio que JJ está preparado para o perder. A exposição a que ele estará previsivelmente colocado no próximo Mundial não deverão permitir veleidades ao clube de o manter no seu plantel. Sobretudo quando sabemos que a sua cláusula de rescisão (30 milhões de euros) está longe de ser proibitiva para clubes de outros campeonatos.
Creio portanto que as intermináveis noites perdidas por JJ a ver os jogos do campeonato brasileiro se têm centrado sobretudo na busca de um guarda-redes, de um médio para jogar sobre a direita e de um ponta de lança. Se, Di Maria à parte, nenhuma venda se concretizar, gostava que se contratasse apenas um guarda-redes. No outro dia tropecei num e-mail que enviei para um conjunto de amigos benfiquistas no cada vez mais distante dia 19 de Junho de 2007 e já nessa altura eu pedia a contratação de um guarda-redes de classe internacional. Será que esta luta está prestes a ser vencida? Não tem sido fácil! Como curiosidade atentem no plantel que entendia como ideal para a época 2007/08:
GR: Quim, Moreira, guarda-redes estrangeiro para ser o nº 1;
DD: Ratinho, Nelson;
DE: Leo, Miguelito;
DC: Luisão, Zoro, David Luiz;
MC: Petit, Manuel Fernandes, Katsouranis, William, Rui Costa;
ALA: Simão, Assis, Karagounis, Fábio Coentrão, Paulo Jorge;
AV: Cardozo, Lucarelli, Dabao, Mantorras
Termino com uma sugestão musical: releiam o post desta feita ouvindo uma música relacionada com o Benfica.
Escusam de agradecer.
Adenda: a pedido de muitas famílias (uma) segue aquele que seria para mim um excelente plantel para atacarmos a próxima época. Na sua construção tenho em consideração, como é óbvio, as nossas limitações orçamentais.
GR de craveira internacional (Moreira) (Julio Cesar)
Maxi (Amorim) Luisão (Sidnei) David Luiz (M. Vitor) Coentrão (Peixoto)
Javi (Airton)
Médio interior (Amorim) (Menezes) Gaitan (Urreta)
Aimar (C.Martins)
Saviola (Jara)
Ponta de lança fixo (Kardec)
Para completar o plantel e caso houvesse verba (nomeadamente através das vendas do Di Maria e do Ramires que já não aparecem neste plantel) tentava ir buscar um jogador de classe-extra, já experiente, capaz de emprestar (mais) um pouco de experiência a esta equipa. Isto caso as palavras de JJ não sejam ditas em vão, isto é, de que se pretende de facto atingir uma fase avançada da Liga dos Campeões.
De há algumas semanas para cá o nome Ronaldinho Gaucho não me sai da cabeça, se bem que neste caso este nome deva apenas servir de referência para se aquilatar o tipo de jogador que preconizo para esta hipotética cereja em cima do bolo.
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