No jogo do passado fim-de-semana, Nuno Gomes regressou à equipa, regressou aos golos e sentimos, todos os que o respeitam e admiram, que naquele regresso ansiado, breve e esporádico estava um benfiquismo feito de identificação. Identificação entre o futebolista e o clube, entre os adeptos e o futebolista, em suma, entre os adeptos na bancada e o adepto chamado Nuno que, dentro do campo, nos deu, no quarto golo do Benfica, o reencontro com o que o futebol tem de mais essencial: a emoção.
Quem, de entre os que actualmente servem o Benfica, receberá este testemunho? Quem, de entre os que actualmente servem o Benfica, saberá ser símbolo no futuro, tal como o Nuno o sabe ser?
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Eis alguns testemunhos do que esse golo simbolizou para muitos de nós, benfiquistas:
Jacinto Lucas Pires
JN
“Mas Nuno Gomes também merece uma palavra. Ao contrário da maioria das gentes benquistas, não sou, confesso, um incondicional do avançado português. Mas o golo que Nuno Gomes conseguiu desembrulhar contra a Naval – um golo todo feito de crença, num momento difícil para o clube e para ele próprio – vale muitíssimo. Golos assim dão o exemplo e fazem-nos acreditar que o amor à camisola não morreu, não há-de morrer nunca. Mais: o país inteiro precisa de exemplos destes, da economia à política, da cultura ao futebol, individualmente e colectivamente. Acreditar, acreditar. Corações vivos de olhos abertos. Palavras fortes e gestos claros. Vamos a isto?”
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Leonor Pinhão
A Bola
“O golo de Nuno Gomes, no domingo, foi também um acontecimento e dos bons. Os benfiquistas, que tinham entrado no estádio ainda vagamente acabrunhados por causa daquela coisa da jornada anterior, saíram sorridentes e comovidos com a pontaria e com a comoção do seu número 21.”
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João Gobern (não sobre o golo, mas sobre o anúncio da despedida de Nuno Gomes do Benfica, num texto datado de 20 de Outubro)
Record
“Chegou a ser um mal amado na equipa, mesmo pelos que reconheciam a sua importância nos equilíbrios no clube. O facto de ser um jogador fino – nada tem a ver com défices de entrega e de alma – levou-o a receber assobios. Hoje, é aceite como símbolo, algo que herda em via direta de alguns dos maiores de sempre no clube que representa. E não é preciso ser adivinho para vaticinar que o Benfica, mesmo em fase de poder e de saúde, vai sentir a falta de um homem – e de um jogador – como Nuno Gomes. Oxalá possa regressar, mais tarde, para continuar a ser porta-bandeira e porta-voz. Apesar da época meteórica que vivemos – no futebol e não só –, das famas e carreiras feitas e desfeitas num ápice, ainda há os que provam ser uma mais-valia continuada. No futebol jogado em Portugal, não conheço melhor exemplo.”
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Ricardo Palacin
Jornal O Benfica
“[Nuno Gomes] Contigo, a emoção não arreda pé do relvado. As pessoas vêm aos estádios para te ver, para gritar o teu nome, para se sentirem bem representadas em campo, para terem a certeza de que são correctamente defendidas durante hora e meia de jogo. É por causa de jogadores como tu que o «pontapé na bola» ainda é um desporto capaz de fazer esquecer os objectivos comerciais do tal negócio de milhões. Respeitamos-te, estamos contigo hoje e sempre, alinhes de início ou nem sequer jogues.”
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Programa Debate, na Benfica TV:
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