No passado fim-de-semana houve atitudes reprováveis no final do jogo com o Nacional da Madeira. Um dos intervenientes foi Jorge Jesus, treinador do nosso Benfica.
Imediatamente se levantaram vozes indignadas, sedentas de sangue, a dar voz à medíocre moralidadezinha hipócrita dos opinadores de bolso. Rui Santos foi o primeiro a exigir uma punição exemplar para Jorge Jesus [que Jorge Jesus não se esqueça de lhe dar mais uma entrevista exclusiva no final desta época…]. E depois vieram todos os outros, com ar mais ou menos indignado, mais ou menos compungido, mais ou menos convincente, mas todos, todos sem excepção, com o ferrete da hipocrisia estampado na máscara de justiceiro de bairro com que se apresentaram.
Os que calaram perante as escutas em que um presidente de um clube recebe um árbitro na antevéspera de um jogo, os que calaram perante as escutas em que se ouvem árbitros a pedir prostitutas a dirigentes de um determinado clube em troca de serviços prestados, os que mascaram o crime de corrupção em malabarismos de linguagem e que à prática da corrupção chamam “estilo de liderança” são os mesmos que exigem punições exemplares para um ‘crime de lesa futebol’ constituído por uns empurrões e duas bofetadas que nem ao destino chegaram.
O que aconteceu no final do dito jogo foi lamentável, mas foi menos lamentável do que as exibições públicas de moralismo bacoco, parolo e pequeno que se lhe seguiram. Quem calou e ajudou a branquear a corrupção não tem qualquer autoridade para levantar a voz, exigindo punições sumárias e exemplares para… um par de empurrões.
Além destas reacções, uma outra houve, por parte do treinador do Porto, que merece uma resposta clara e inequívoca por parte de Jorge Jesus. Que a resposta lhe seja dada dentro do campo, num jogo de futebol que não esteja condicionado pela oferta de “fruta para dormir”.
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Artigo de opinião publicado também na edição de 28/01/2011 do jornal "O Benfica".
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