No tal clube diferente, a lógica daquela gente é a seguinte:
Quando, como aconteceu na Reboleira, um árbitro segue a indicação errada de um bandeirinha… está errado, pois o chefe de equipa é o árbitro e este é que é o principal responsável pelas decisões e não é obrigado a seguir cegamente as indicações dos bandeirinhas e patati patatá, choradinho para aqui, queixinhas para além e luto para todos.
Quando, como aconteceu ontem na Luz, um árbitro decide, pois ele é o chefe de equipa e este é que é o principal responsável pelas decisões tomadas, não seguir a indicação errada de um bandeirinha… está errado, pois se o árbitro não segue cegamente a indicação dos bandeirinhas está a desautorizá-los e a mostrar que não precisa deles para nada e patati patatá, choradinho para aqui, queixinhas para além e luto para todos.
* Paulo Bento dixit.
Somos, de facto, um clube muito grande. O senhor em epígrafe veio hoje declarar ao site da Liga que "houve um houve um claro erro de arbitragem" e que "esconder-me atrás de erros não faz parte da minha forma de viver esta actividade." Curioso... Alguém se lembra de o ouvir fazer semelhante declaração depois do penalty do Jardel na antiga Luz?
Ou de ouvir os árbitros dos nossos jogos frente ao Leixões e V. Guimarães falar dos penalties não assinalados ao Nuno Assis e Fábio Coentrão, respectivamente? Ou de o árbitro dos lagartos-V. Setúbal falar do penalty do Gladstone sobre o Matheus com o resultado em 0-0? Ou o do U. Leiria-clube regional falar do centro fora de campo que deu origem ao golo da tranquilidade?
Não! Estas originalidades só acontecem connosco... Alguém quer apostar que, por causa de um penalty na competição menos importante do calendário nacional, vamos ter que ouvir a lenga-lenga do "levados ao colo" até final da época?
Primeiro minuto de jogo: o Di María progride pelo centro e remata, obrigando o guarda-redes do Estrela a uma defesa difícil. Quatro minutos depois, um livre do Maxi Pereira passa muito perto da baliza adversária. E pronto. O Benfica na primeira parte não foi mais do que isto. Mau demais para ser verdade. É certo que foram várias as alterações em relação à equipa que tem jogado habitualmente (entradas de Butt, Nélson, Luisão, Zoro, Miguelito, Nuno Assis e Yu Dabao), mas isto não pode justificar uma produção tão fraca da nossa equipa. É que durante essa primeira parte mal conseguimos sequer entrar no meio-campo adversário. Pelo contrário, foi o Estrela quem controlou a partida, e quem construiu as oportunidades para marcar. Esteve perto disso, quando quase à boca da baliza o Butt conseguiu negar o golo ao Moses, mas acabou por conseguir o merecido prémio através de um livre directo do Maurício, num lance em que o Butt não fica isento de culpas. Acho que a capacidade do Maurício para tentar o golo daquela distância é conhecida (e aliás já o tinha tentado neste jogo). Antes do livre, vi o Nélson na barreira (formada apenas por três jogadores) chamar a atenção do Butt para que este desse alguma indicação sobre como a queria, e o Butt pouco ou nada lhe ligou. Depois pagou por essa sobranceria. A desvantagem ao intervalo era um resultado justo, sobretudo tendo em conta que fomos quase inofensivos no ataque.
Para a segunda parte surgiu o Freddy Adu no lugar do desapontante Maxi Pereira, indo jogar mais perto do até então desacompanhadíssimo Dabao. O Benfica pouco ou nada melhorou na qualidade do seu jogo, mas pelo menos passou a conseguir ter mais bola, e jogar dentro do meio-campo adversário (após pouco mais de cinco minutos da segunda parte já comentava com o tma que provavelmente já teríamos conseguido estar mais tempo dentro do meio-campo do Estrela do que em toda a primeira parte). De qualquer forma, não se vislumbrava qualquer possibilidade do Benfica conseguir marcar um golo. Só mesmo nos últimos quinze minutos, e após a saída do Nuno Assis para dar o seu lugar ao Andrés Díaz, é que o Benfica conseguiu carregar mais sobre a área adversária, também por consequência de um excessivo recuo do adversário. O problema é que com apenas um homem na área (Dabao), e ainda por cima com ele a ter que sair desta frequentemente para vir buscar a bola, apesar do esforço do Adu raramente apareciam jogadores nossos na zona de finalização, e o golo parecia uma miragem.
No último minuto de jogo, quando a eliminação era praticamente uma certeza, foi assinalado um penalti a nosso favor, quando uma bola rematada pelo Díaz embateu num defesa do Estrela dentro da área. Ainda não vi qualquer repetição do lance, por isso a minha opinião é formada apenas a partir daquilo que vi no estádio (e o lance foi mesmo à minha frente). E a minha opinião é que não houve qualquer motivo para que esse penalti fosse assinalado. Não vi absolutamente nada de ilegal no lance, e aliás quando o árbitro apitou pensei que ele estivesse a assinalar alguma falta à entrada da área, numa disputa de bola pelo ar. Os meus colegas de bancada, tma e S.L.B., também nada viram que justificasse o penalti. Acho por isso que o Benfica foi muito beneficiado por este erro de arbitragem, porque evitou uma eliminação quase certa (e cuja justiça dificilmente poderia ser contestada). Indiferente a isto, o Adu cumpriu a sua obrigação e marcou o penalti decisivo exemplarmente (achei curioso que me pareceu que nenhum dos jogadores estava com grande vontade de marcá-la, e o Adu pareceu acabar por ser quase empurrado pelos colegas para a marcação). No desempate que se seguiu, a sorte sorriu-nos (ou então foram os cânticos benfiquistas de 'Vais falhar!' que fizeram o jogador do Estrela chutar a bola para a bancada) e vencemos por 5-4, sendo que o único penalti falhado foi do Butt, que mais uma vez me pareceu demasiado sobranceiro.
Na mediocridade geral que foi este jogo acho que uma das poucas coisas positivas foi a entrada do Adu, que veio dar mais algum apoio ao avançado (é apenas uma opinião minha, mas eu não gosto de nos ver jogar apenas com um avançado, sobretudo com o Di Naría nas suas costas, já que me parece que ele rende muito mais na esquerda) e veio mexer com o nosso ataque, sempre interventivo e nunca se escondendo do jogo. Além disso mostrou poder ser uma boa opção para as bolas paradas. Não vejo razão para que ele não seja, pelo menos, uma opção no banco. O Rodríguez também não esteve particularmente mal, embora hoje me tenha parecido que abusou um pouco do individualismo. Pela negativa podia mencionar a maioria dos jogadores, mas ainda assim destaco a inenarrável primeira parte do Maxi Pereira, que a exemplo do jogo em Braga pouco ou nada fez, e a irritante inoperância ofensiva do Nuno Assis. É inacreditável que a primeira coisa que ele pense assim que recebe a bola seja olhar para trás. Não estou a exagerar se disser que mais de 90% dos passes que ele fez esta noite foram para trás ou para os lados. É que mesmo que ele tenha opções à frente, a tendência que ele tem para segurar a bola e rodopiar sobre si mesmo faz com que os contra-ataques morram nos seus pés, e que a bola siga inevitavelmente para trás.
Não estou particularmente satisfeito com o que se passou esta noite. Não gosto de ganhar assim, à custa de erros de árbitros. Além disso ja sei, já todos sabemos muito bem qual vai ser o aproveitamento feito deste lance. Este penalti erradamente assinalado a nosso favor na taça da carochinha vai-nos ser arremessado à cara e usado como arma contra nós até ao final da época. Inevitavelmente, pelas virgens arrependidas que choram lágrimas amargas e batem no peito de cada vez que alguma coisa lhes corre mal nestas cenas da arbitragem, e que depois se calam que nem ratos quando são elas as beneficiadas.
P.S.- E nestas coisas de penaltis inexistentes, como este foi assinalado pelo fiscal-de-linha, continuo a considerar que o Duarte Gomes está em dívida para connosco. É que eu nunca conseguirei esquecer o mergulho do Jardel para cima do Caneira na Luz ;)
Algures entre vulgaridade e a vergonha fica o registo de uma vitória menor numa competição menor, com uma exibição menor e um árbitro que, mais uma vez, provou a sua incompetência. Duarte Gomes (o mesmo palhaço que marcou um penalti contra o nosso Benfica quando o Jardel, a jogar no zbording, caiu na área com uma corrente de ar) teve uma actuação consentânea com a mediocridade geral.
O nosso Benfica ganhou, mas ganhou sem brilho. (link)
[post corrigido]
Falei com o Petit uma vez. Uma vez apenas. Estava o plantel do Benfica em final de época e em final da época Koeman. A conversa aconteceu num sábado, à hora de almoço, na “Catedral da Cerveja”. Foi uma conversa curta que começou com o agradecimento, pela minha parte, por todas as alegrias que o Benfica me havia dado nos últimos tempos. Imediatamente o Petit me corrigiu dizendo que esse agradecimento se justificava pela época anterior e não se justificava pela época que então findava (recordemos que o Benfica não fora campeão nessa época, mas fizera tivera uma boa participação na Champions arrumando o Manchester United e o Liverpool, tendo sido eliminado pelo Barça). Perante tão pouco usual resposta, retorqui dizendo que, apesar de não termos sido campeões, as alegrias na Champions acabavam por servir, de alguma forma, como atenuante. O Petit insistiu dizendo que não havia motivos para parabenizar os futebolistas, pois não tinham conseguido ganhar a Champions. Nesse momento apercebi-me de que aquele futebolista, aquele futebolista do nosso Benfica, personificava aquilo que levara o Benfica à Glória e que, na última década, andava esquecido: exigir a vitória e não admitir, em circunstância alguma, algo inferior à vitória.
Efectivamente, o Petit considerava que não ter ganho a Champions era uma derrota. Depois surgiu o Shéu, a quem o Petit tratava por “senhor Shéu” e que, notoriamente, tinha como referência dentro do Clube.
Ali à minha frente estava, dado pelo Petit, o maior exemplo de viver o Benfica à Benfica que eu vira nos últimos anos: alguém que não se conforma com a mediocridade, alguém que, efectivamente, dá tudo em prol do Glorioso e que, além disso, respeita a História deste Clube. Por tudo isso, o Petit faz parte da História gloriosa do nosso Clube.
Hoje faz 31 anos e está, infelizmente, lesionado. Hoje faz 31 anos e está de parabéns… por tudo.
O Gilles Augustin Binya faz um corte de calcanhar no meio campo, segue com a bola e, alguns segundos (não poucos) e muitos metros depois (não poucos), aquele arremedo de árbitro, Paulo Costa, apita... considera que um desarme limpo foi faltoso e mostra um cartão amarelo ao Augustin.
No mesmo jogo, todo o estádio (ou lá o que aquilo é) viu um austríaco ranhoso enfiar um pontapé, sem bola, no Leo. Até o Jorge Coroado, essa sumidade daltónica, teve vergonha de negar uma evidência e reconheceu, lá para a estação de rádio que o tem como avençado, que aquilo fora uma agressão sem bola. Quem não viu? Paulo Costa e sus muchachos amestrados a café com leite e fruta da época. No final dessa agressão, o austríaco riu.
O nulo de ontem contra o Braga foi aquele que me deixou mais desapontado desde que o Camacho regressou ao clube. Não foi por uma questão de atitude, porque até me pareceu que o Benfica quis sempre vencer o jogo. Foi mesmo pela qualidade do nosso jogo, sobretudo na construção das jogadas de ataque, já que, e ao contrário dos outros jogos, raramente conseguimos criar oportunidades de golo.
Duas alterações em relação ao jogo de Milão, com a entrada do Binya para o lugar do Miguel Vítor, com o consequente recuo do Katsouranis para a posição de central, e do Nuno Gomes para o lugar do Cardozo (parece que o Camacho já se apercebeu que o paraguaio não estará nas melhores condições físicas, visto que a participação na Copa América não lhe permitiu ter férias). No meio campo, e apesar de jogarem os mesmos de Milão, o seu posicionamento foi diferente, com o regresso do Maxi Pereira à direita, recuo do Rui Costa, e colocação do Di María nas costas do avançado (trocando frequentemente com o Rodríguez). A primeira parte foi um espelho daquilo que o jogo seria durante praticamente todos os noventa minutos. Ambas as equipas a jogarem para ganhar, mas nenhuma delas a conseguir criar muitas oportunidades claras de golo. Foi o Braga quem começou melhor o jogo, mas após os dez minutos o Benfica até conseguiu ter aquela que viria a ser a sua melhor oportunidade durante todo o jogo, quando uma iniciativa do Di María na esquerda deixou o Rodríguez isolado. Infelizmente ele acabou por demorar demasiado, e optar por um remate de ângulo reduzido quando a melhor opção seria um passe atrasado para o Rui Costa, que estava isolado na área. Este lance marcou o início de um período de maior equilíbrio no jogo, com a bola a ser sobretudo disputada na zona do meio-campo. Isto queria dizer que apesar do jogo ser disputado a um bom ritmo, e com ambas as equipas interessadas na vitória, estranhamente estava a ser um jogo aborrecido devido à falta de oportunidades. Só mesmo no último minuto é que houve um sobressalto, com o Quim a fazer uma grande defesa a negar o golo ao Linz.
A segunda parte foi mais do mesmo. Aliás, foi ainda mais monótona. Os guarda-redes praticamente não tiveram trabalho, sendo a única excepção mais uma boa defesa do Quim após um remate de fora da área. As alterações feitas pelo Camacho pouco ou nenhum efeito surtiram na nossa produção ofensiva, e estranhamente quando o Rui Costa foi substituido pelo Romeu Ribeiro, a cinco minutos do fim, foi quando o Benfica conseguiu empurrar mais o Braga para o seu meio-campo, mas ainda e sempre sem conseguir causar grande perigo para a baliza adversária. O nulo final foi uma expressão justa para a falta de qualidade ofensiva mostrada por ambas as equipas, e sinceramente esta incapacidade para criarmos situações de golo deixa-me preocupado.
Quanto aos jogadores, foi uma boa estreia a titular do Binya. É um jogador a rever. Recuperou bastantes bolas, e posicionou-se sempre bem defensivamente. Parece no entanto um bocado 'verde', já que pareceu-me que entra muitas vezes aos lances de uma forma um bocado exuberante, que pode ser explorada por adversários experientes para sacarem faltas (o amarelo que viu, diga-se de passagem, foi ridículo). Acho que assistimos também ao melhor jogo que o Edcarlos fez até agora pelo Benfica. Foi bastante mais interventivo, apareceu muitas vezes no sítio certo a matar os lances, e até tentou o golo num pontapé de bicicleta que não passou longe do alvo. No entanto às vezes parece continuar a ter paragens cerebrais sem explicação, de que é exemplo um lance na primeira parte em que já no interior da nossa área ele abandona a marcação ao adversário e o deixa ir à linha de fundo centrar à vontade (depois viu-se o Katsouranis a repreendê-lo). Já que menciono o grego, diga-se que ele foi mais uma vez um dos melhores em campo, o que começa a ser uma constante de cada vez que ele joga a central. Bem também esteve mais uma vez o Quim, que apesar de não ter tido muito trabalho esteve sempre perfeito. Pela negativa esteve o Maxi Pereira. Falhou inúmeros passes, e esteve completamente desastroso nos centros. Foram diversas as vezes em que os companheiros (sobretudo o Rui Costa) o desmarcaram sobre o lado direito, e apesar de estar completamente à vontade, sem adversários a estorvá-lo, os seus centros acabavam sempre por sair compridos demais e sobrevoar toda a área sem que ninguém lhes pudesse chegar.
Se calhar um empate em Braga não deveria ser considerado mau de todo, mas para mim sempre que o Benfica não ganha o resultado é mau. Particularmente porque o FCP, que já leva seis pontos de vantagem, ganhou em Braga. Mas mais do que o mau resultado, o que me deixou mais preocupado foi mesmo a qualidade do nosso jogo ofensivo. O próximo jogo do campeonato é contra um adversário directo, e vai ser preciso melhorar muito, porque não podemos ficar a oito ou nove pontos do líder ao fim de apenas seis jornadas.
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