Este post é só para dar as boas-vindas a um jogador que eu aprecio e que, apesar de ser do Congo, é português, mas ao menos este português fala um português que todos entendemos, há outros jogadores do Congo, também portugueses, mas.. se aquilo que falam é falar português... por amor de Deus!!
BEM-VINDO, MAKUKULA.
[Prefácio: este post já está pensado há algum tempo e foi escrito na sua quase totalidade na semana passada. Apesar da muito saborosa vitória frente ao V. Guimarães, até porque foi conseguida frente a 14, acho que permanece actual.]
É uma questão em que tenho vindo a pensar desde há uns tempos para cá. Será o Sport Lisboa e Benfica anacrónico? Serão os seus adeptos anacrónicos? Estaremos todos desfasados da realidade? Os tempos estão longe de estar fáceis e, se é verdade que as coisas já estiveram BEM piores (basta recuar uma meia-dúzia de anos), parece que se chegou agora a uma espiral de acontecimentos ou acções que, tendo o objectivo louvável de nos fazer regressar a tempos gloriosos, nos estão ao invés a conduzir a um abismo difícil de sair.
Estejamos conscientes do seguinte: ganhar quatro campeonatos em 20 anos não é normal no nosso clube, sendo que em 13 deles (para não dizer já 14) apenas vencemos um. Seis presidentes, quinze treinadores (alguns deles repetentes) e centenas de jogadores depois encontramo-nos no mesmo ponto de há 20 anos atrás. Ganhar títulos, o que nos estava na massa do sangue, passou a ser excepção em vez de ser regra. Alguma coisa certamente falhou ou tem falhado, mas caramba em 20 anos ainda não se percebeu o que é?! Parámos no tempo? Continuamos a viver do antigamente? Não nos conseguimos adaptar aos tempos do futebol moderno? Continuamos com o mesmo discurso “este ano é que é” a fazer lembrar os nossos vizinhos do outro lado da rua. E o que é certo é que apenas temos mais dois campeonatos ganhos do que eles neste período todo. Será culpa dos presidentes, dos treinadores, dos jogadores, dos adeptos? Provavelmente, cada um destes elementos diz (ou pensa) que a culpa é dos outros. É claro que durante estes 20 anos houve um “pormenor” chamado Apito Dourado, mas o problema não está só aí.
Daí o título deste post. O ser anacrónico está longe de constituir um defeito para mim, se colocarmos a ênfase ao contrário. Segundo o dicionário, anacrónico é o “que não está de acordo com a época.” Ora, a época é que não está de acordo com o (que sempre foi o) Benfica. Se ganhávamos antes e hoje não, a solução é muito simples: temos que trazer o antigamente até aos nossos dias. Temos que voltar às raízes e perceber o que nos fez ser grandes (e não falo do título recente de “maior clube do mundo”). Os tempos mudaram, mas o Benfica não soube mudar com eles. E porquê? Para mim, a razão é que não respeitou, não se inspirou e não tirou lições da sua história gloriosa. Não me querem convencer que entre 1904 e os anos 80 (quando começou o nosso declínio), o tempo e a história foram imutáveis, pois não? E nesse período nós soubemos mantermos à tona de água, algo que daí para cá claramente não sucedeu. O Benfica sempre foi o clube do povo, respeitador do adversário, cumpridor com as suas obrigações, grande nas vitórias, mas também nas derrotas. O clube em que se um jogador atira a camisola ao chão, não importa ser o mais valioso ou o capitão, é despedido com justa causa e nunca mais veste a gloriosa camisola. O clube que não perdoa a quem o trai e “cospe no prato em que comeu”. O clube cuja camisola tem que ter significado para quem a veste, não é apenas “mais uma”, é uma camisola com história, tradição que já foi envergada por muitos e famosos jogadores e que, portanto, tem peso. O clube cuja mística sempre foi passada aos novos jogadores, porque havia vários guardiões dela no balneário.
E o que tem sucedido nos últimos 20 anos? O oposto disto tudo. Só muito recentemente voltámos a ter um conjunto de jogadores que forma uma “espinha dorsal” com pelo menos quatro anos de clube (mesmo assim são só três: Luisão, Petit e Nuno Gomes). No entanto, a quantidade de jogadores que entra e sai (alguns deles cuja “qualidade” nos irá fazer dar voltas nos nossos túmulos) é vergonhosa. Qualquer um veste hoje a nossa camisola. Os contratos com treinadores deixaram de ser respeitados. Há quantos anos não temos um treinador com, pelo menos, duas épocas inteiras seguidas? Há treinadores que nos desrespeitam, fazem chantagem e batem com a porta, e nós vamos tentar buscá-los dois anos depois. Não nos fazemos respeitar nos órgãos próprios e a nossa voz não é ouvida quando somos prejudicados. Aliás, nos últimos tempos nem sequer temos essa “voz”. Não vou continuar, porque os exemplos são infindáveis.
Eu quero um Benfica que regresse à grandeza de antigamente e à forma como nessa altura se faziam as coisas. Que não utilize os jogadores e treinadores como junk-food, que serve para matar a fome, mas no fundo faz mal. Eu quero um Benfica que não dispense um João Pereira para ir buscar um Luís Filipe ano e meio depois. Eu quero um Benfica que se lembre que há não muito tempo teve um Harkness, um Escalona, um Pesaresi e um Cristiano antes de pensar em não renovar com um Léo. Eu quero um Benfica que perceba que os ordenados de um Butt e um Zoro eram mais úteis se servissem para aumentar um Simão. Eu quero um Benfica que não contrate jogadores e seis meses depois os mande embora. Eu quero um Benfica que planeie as coisas a tempo e horas e não ande ao saber das marés dos resultados, contestações, imprensa hostil, empresários, etc. Eu quero um Benfica que saiba que para se construir uma grande equipa é preciso tempo, que não nos prometa todos os anos que “este é que é” ao mesmo tempo que contrata uma dúzia de novos jogadores. Eu quero um Benfica sólido que esteja imune às turbulências naturais que os nossos adversários nos tentam provocar. E esse Benfica foi o Benfica que desde sempre existiu, foi o Benfica que os nossos antepassados construíram e que tem vindo a ser destruído de há 20 anos para cá.
Com quem ou quando não sei, mas é urgente que “este” Benfica volte o mais rapidamente possível. Sob pena de entrarmos num marasmo e numa espiral negativa impossível de sair.
Vamos despedir o Camacho!
Porquê? Porque o homem é um primário em termos tácticos. Obviamente que o homem é um primário em termos tácticos. Não diz 'basculação' defensiva, não diz compensação ofensiva, não dá confianças torpes à imprensa, não sabe falar de futebol como o Freitas Lobo e até o Vasconcelos (que não é um comentador primário) já exigiu a sua demissão. E se o Vasconcelos diz que o gajo é primário, eu até penso no assunto durante uns segundos. Em suma, o Camacho é um básico.
O Camacho não salta no banco como saltava. Não grita como gritava. Não ganha como ganhava. Aliás, tudo o que ele fez no Benfica: perder dois campeonatos contra o Porto de Mourinho e da fruta; ganhar uma Taça de Portugal ao Porto do Mourinho e da fruta; deixar a base de uma equipa que foi campeã com Trapattoni… Tudo isto foi feito por obra e graça do Veiga ou terá sido por obra e graça do Fernando Santos? Ou do Vasconcelos? Ou da Nau Catrineta? Foi certamente por mérito de um deles, mas do Camacho não. Porque o Camacho só sabe gritar com os jogadores, dizer banalidades aos jornalistas e coisas que não agradam aos directores do Benfica.
O Camacho seria bom treinador, um conhecedor profundo do futebol profundo, se esticasse o pescoço e ajeitasse a goela nas conferências de imprensa ou se fosse a jantaradas com jornalistas e comentadeiros de canais televisivos e radiofónicos. Mas não vai. O malandro insiste em escolher as companhias para jantar. Não sei bem os motivos, mas obviamente que o Camacho não serve para o Benfica. Toda a gente diz isso, portanto deve ser verdade.
O Benfica joga mal? Joga. O Benfica não evolui? Não. O Benfica tem um bom plantel? Há quem diga que tem… ok, tem. O Benfica tem um plantel escolhido pelo actual treinador? Não. O Benfica tem um plantel melhor do que o do ano passado? Não. O Benfica tem o Luís Filipe, tem o Zoro, tem o Edcarlos, tem o Butt, tem o Simão (desculpem, enganei-me neste último) e tem o argelino que o treinador não conhece. O Benfica não tem o Simão (agora acertei), não tem o Miccoli e não tem o Karagounis da época passada. Também não tem o Miguel, o Tiago, o R. Rocha ou o Giovanni que o Camacho cá deixara. Mas isso é de somenos. Qualquer clube em Portugal vive bem sem três ou quatro destes jogadores banais, quando os mesmos são substituídos por futebolistas maduros e prontos para assumirem responsabilidades num clube que quer ser campeão (o Adu, o Di Maria e o Cardozo).
Quando Camacho assumiu a equipa na segunda jornada de uma pré-época mal alinhavada e de uma época mal parida o que é que o comum dos adeptos pedia? Que fôssemos campeões com um plantel desequilibrado e feito à medida do tacticamente genial Fernando Santos? Era isso? Muito bem, para isso seria necessário o Mourinho e a fruta. Mas não! Veio o Camacho sem fruta e, mais uma vez, sem que por parte da Direcção assumam as promessas que lhe fizeram em Setembro. Assim, a culpa desta trapalhada toda é do… Camacho. Mas isto não é argumento. Mas isso não é importante. Qualquer gajo que não seja primário na elaboração táctica sabe que essa coisa das pré-temporadas e das planificações da época não são importantes. São em Agosto, e em Agosto importante é a temperatura da água do mar…
Deste modo, o gajo que é primário e é espanhol deve ser despedido já. Porque tudo o que for aquém do despedimento é branquear o seu primarismo e incompetência. É óbvio! Um excelente treinador seria campeão até a jogar com o Butt, o Luís Filipe, o Zoro, o Mantorras, o emplastro, o Saci Pereré e a Alexandra Solnado na equipa principal. Mas Camacho não é um excelente treinador. Um excelente treinador custa muito dinheirinho. Muito mais do que aquele que temos. Custa a massaroca que se paga por um Capello ou um Eriksson ou um Mourinho. Dentro do que é possível ter, Camacho é apenas uma boa solução. Há algumas soluções mais baratas: o Luís Campos, o Faquirá, o Cajuda, o Paulo Bento, o labrego de Mirandela, o gajo do Fátima, o brasileiro do Sertanense, o brasileiro da Selecção (será?) e todos os outros que têm feito um grande trabalho entre Moreira de Cónegos e Olhão. Todos esses, muito bons e baratinhos, devem ser melhores do que o Camacho que, diga-se, nem tem currículo. Entre o Mota do Paços de Ferreira com o seu eterno boné e o Camacho com o suor no sovaquito, obviamente que deve vir o génio que se sabe proteger do Sol.
Assim, depois de muito do que tenho lido, verifico que a solução para o Benfica é não branquear a incompetência do Camacho e, em justa medida, despachá-lo. Eu e mais alguns como eu, que somos primários e não gostamos de espanhóis, defendemos que o melhor é manter este espanhol como treinador do Benfica. Mas não se preocupem: eu não tenho razão alguma no que defendo, porque o Benfica está a perder jogos e essas coisas todas.
Ao que parece, a julgar pelas opinões circulantes de jornalistas, comentadores, bloguistas, adeptos e até responsáveis da equipa, o nosso plantel não presta! Precisamos é de reforços!
Esta semana, temos o Bynia e o Zoro na CAN. O Luisão foi chamado à selecção do Brasil, Maxi Pereira e Rodrigues à do Uruguai. Di Maria foi chamado pela primeira vez à selecção olímpica da Argentina (substituindo Leo Messi, e juntando-se a um impressionante lote de jogadores - Higuain, Mascherano, Riquelme...).
Pois é. O plantel é mesmo mau. O treinador e responsáveis, coitados, são excelentes e fazem o que podem, mas com um plantel destes, o que fazer? Encolher os ombros e olhar para o chão, a fingir que não é nada com eles...
Precisamos é de reforços! Sempre! Há anos que precisamos é de reforços! E depois os reforços chegam e precisamos ainda de mais reforços! Sempre!
Porque, claro, o plantel não presta...
Li uma noticia do clube do norte que dizia o seguinte:
A SAD «porconhenta» adquiriu os 9 por cento do passe de Ricardo Quaresma que pertenciam ao fundo First Portuguese Football Players Fund, bem como a totalidade dos passes de Paulo Machado, Ivanildo e Vieirinha, investindo para o efeito 1,7 milhões de euros.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Porcos– Futebol, SAD anuncia que a operação implica «a cessão do contrato de associação de interesses económicos que consubstanciou uma parceria estratégica de investimento em direitos desportivos e direitos de imagem de jogadores de futebol».
O documento explica que o acordo prevê «a recompra da percentagem dos passes detida pelo Fundo, dos jogadores Ricardo Quaresma (9%), Paulo Machado (16,7%), Ivanildo (16,7%) e Vieirinha (16,7%), pelo valor global de 1,7 milhões de euros».
E assim se lava dinheiro...fazendo-o circular, comprando e vendendo parte de passes de jogadores sempre entre as mesmas pessoas.
O Fisco vê alguma coisa?? Não, para quê?! E depois há Pepes a serem vendidos por 30 milhões... e é tudo normal, tudo normal, até que em Espanha se começaram a levantar questões...
Mas o pior e no que toca ao clube dos Porcos são todas as questões para as quais deveria haver respostas claras mas que não passam de meras perguntas de retórica.
p.s: Se o Bagão se candidatar, até tem o meu voto... mas para isso tenho de ver quem vai com ele para lá.
As eleições no Benfica já não estão longe. Muitos são os que se colocam a jeito, mas poucos são os que têm apoios e credibilidade para serem candidatos dignos desse nome.
Há um candidato que se vem alinhando com nomes que garantem viabilidade financeira e desportiva. Tudo se encaminha para que seja um candidato capaz de destronar o actual presidente. Espero que, desta vez, não haja medo de assumir uma candidatura.
A única parte aborrecida é ter de ver o António Castro confrontar-se com a lista que terá como trunfo o Manuel César. É que o António Castro até simpatiza com o Manuel César, mas o Manuel César insiste em fazer o jogo de quem tem a sentença lida.
De toda a informação que recolhi, só não tenho a certeza de quem será o homem forte para o futebol (não falo do treinador) que surgirá na lista do António Castro, mas tudo indica que seja o Manuel de Jesus.
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