Sexta-feira, 18 de Abril de 2008
Não, hoje não vou escrever um daqueles meus posts optimistas.
Tal como vocês, também estou em estado de choque depois de quarta feira.
Tal como vocês, no fim do jogo com o scp também me apeteceu enfiar-me num buraco e ficar lá muito, muito tempo.
Tal como vocês, apeteceu-me ir pedir explicações aos jogadores, um a um.
Tal como vocês, pergunto-me como alguns jogadores, uns sem qualidade e outros sem forma, continuam a ser titulares da equipa
Tal como vocês, e sobretudo o Americano, pergunto onde anda Adu.
Tal como vocês, estou com medo que a jogar assim levemos uma goleada dos andrades.
Tal como vocês, pergunto-me se o presidente tem condições para continuar.
Tal como vocês, quero fazer manifs e reuniões e tudo o que for preciso para mudar o estado das coisas.
Tal como vocês, desejo uma morte lenta e dolorosa ao presidente do fcp e seus aliados, e se possível que aconteça brevemente
Tal como vocês, estou farto de discursos de novos ciclos, de futebol é mesmo assim, de demos tudo mas não conseguimos, de o árbitro é que não marcou penáltis
Tal e qual como vocês, como nós todos.
Ah, já me esquecia!,
e, imagino eu que tal como vocês, espero ganhar no domingo que vem e ainda chegar à Champions.
Na sequência deste post e das respostas que alguns de nós receberam do Provedor da Antena 1, depois das queixas que fizemos, deixo aqui as imagens que falam por si.
Oferece-se um prémio a quem vir aqui o famoso “voo de 5 metros” a que o Sr. Jorge Coroado fez alusão. Este penalty garantiu a vitória de Portugal sobre a U.R.S.S. e a respectiva qualificação para o Europeu de França em 1984.
Oferece-se um prémio ainda maior a quem conseguir ler nos lábios do Caniggia os famosos insultos que proferiu contra o Sr. Jorge Coroado, que o levaram a mostrar um vermelho logo depois do amarelo no Benfica – lagartos da época 1994/95. O Sr. Jorge Coroado sempre negou ter-se equivocado e disse que sabia muito bem que aquele era o primeiro amarelo do argentino. Portanto, no único segundo (cronometrem, sff) que medeia a mostragem dos dois cartões, ele diz ter sido insultado. Como se sabe, o Caniggia era ventríloquo nas horas vagas...
Quinta-feira, 17 de Abril de 2008
Senhores jogadores do Benfica, a coisa põe-se de uma forma muito simples: vós não sois dignos da camisola que envergam. Vós não mereceis os adeptos que têm. Cinco dias depois de uma derrota copiosa em casa, com uma equipa claramente inferior, o que é que esses adeptos fazem? Respondem ao apelo do amor que sentem pelo seu clube, acorrem em massa a um jogo decisivo, e enchem uma bancada inteira do estádio adversário. E qual é a vossa resposta? Cospem-lhes na cara, e enchem-nos de vergonha. Não, não é vergonha de sermos Benfiquistas. É vergonha por nos vermos, e ao nosso clube, tão indignamente representados em campo. Esta noite todos vocês, jogadores e equipa técnica, fizeram questão de entregar de mão beijada ao adversário um jogo que estava objectivamente ganho.
Foi uma primeira parte de supremacia quase completa do Benfica. Jogaram como uma equipa, marcaram dois golos, e mais poderiam ter marcado contra uma equipa que tremia como varas verdes sempre que era minimamente pressionada no seu meio-campo. Os dois golos de desvantagem ao intervalo eram até lisonjeiros para um adversário que nada conseguia fazer, e que parecia completamente desorientado com a presença de um Di María solto na frente de ataque. E na segunda parte, inexplicavelmente, resolveram controlar o resultado da pior maneira possível, ou seja, a deixarem o adversário jogar à vontade, com ausência de qualquer pressão, como se mais nada fosse necessário fazer. E se as primeiras indicações da segunda parte já não eram famosas, quando saiu o Di María - sim, era necessário que entrasse alguém para reforçar o nosso lado esquerdo, mas não era o Di María quem deveria ter saído, porque estavam em campo candidatos óbvios à saída. Mas esses são intocáveis, não se tiram do campo, só saem mesmo quando pedem para sair, não é?
Depois da saída do Di María foi um descalabro, e em alguns minutos o resultado estava invertido, parecendo a nossa equipa quase amorfa e sem capacidade para reagir. Mesmo assim, bastou voltar a pressionar a defesa adversária para que o erro voltasse a surgir, e um improvável (para a atitude que a equipa mostrava em campo) empate surgiu. Mas como um dos intocáveis, apesar das sucessivas asneiras que vinha fazendo em campo (para não falar das que tem feito em jogos anteriores) continuava em campo, depois de tantas ameaças lá conseguiu acabar por perder a bola em zona proibida, e com tanto azar que o remate adversário ressalta no Luisão e torna-se indefensável para o Quim. Depois, talvez consciente da(s) asneira(s) que tinha feito, o Sr.Petit lá se apercebeu que não deveria estar em campo e pediu para sair. Mesmo assim não entrou o jogador que, como era óbvio para qualquer um de nós naquela bancada desde o início da segunda parte, deveria ter entrado. Entrou o Cardozo e o Binya lá continuou a aquecer, sem chegar a entrar. Deu portanto para sofrermos ainda mais um golo, para conseguirmos o feito de conceder cinco golos em menos de meia hora e perder uma meia-final que estava ganha.
Como avaliar jogadores que tiveram uma prestação tão dicotómica de uma parte para a outra? Quase todos excelentes na primeira parte, disparatadamente maus na segunda? Aliás, na segunda parte talvez só mesmo o Rodríguez tenha destoado dos outros, por parecer ser o único a continuar a acreditar e a lutar. É melhor mandarem-no embora, para não envergonhar os outros. O Katsouranis fez um bom jogo na primeira parte, mas qualquer membro de uma defesa que sofre cinco golos não pode ser destacado. Grandes responsáveis pela derrota foram o Petit, o Rui Costa e o Chalana. O nosso meio campo deu um estoiro físico monumental, obviamente porque estes dois senhores já não podiam mais. Foi por aí que começámos a perder o jogo. Mas o Chalana teimou em mantê-los em campo. O Petit então é um caso perdido. Está muito, muito longe do seu melhor e, tal como disse no jogo passado, nas condições actuais não tem lugar a titular no Benfica. Infelizmente, só depois de enterrar completamente é que resolveu dar o braço a torcer e sair do campo.
Agora acabou-se. Um por um, esta equipa foi perdendo todo e qualquer objectivo para esta época. Por mim, e até ao final, se colocassem os juniores a jogar não me importaria nada. De certeza que falhariam bastante, mas suspeito que pelo menos mostrariam uma atitude em campo muito mais condigna com o clube que representam. Hoje perdi a última réstia de respeito que ainda tinha pelos nossos jogadores.
Uma vergonha!!
Como já aqui disse o futebol é a coisa mais simples de se jogar, basta querer. Podemos não ganhar sempre porque os outros foram melhores, mas não fazer nada para evitar isso é que não aceito.
Desde o 2 -0 que eu comecei a gritar para a televisão. "Pressão pressão, cai em cima do homem da bola!"
Metemos o 2º e em vez de fazer como mandam as regras e começarmos a fazer pressão mal o Sporting saía com a bola, não, ficámos cá atrás na linha da defesa, como faz um qualquer U Leiria a jogar com os andrades. Resultado: 5 golos!!
Depois é incrível como uma equipa consegue sofrer 5 golos em 22 minutos... Não dá... ficou tudo a dormir menos o Quim que mais uma vez foi grande.
Agora acho que devíamos fazer um baixo assinado para pedirmos à Liga que seja permitido levar para o banco garrafas de oxigénio para o Petit , o Rui Costa e o Nuno Gomes inalarem um bocadinho. É que eles arrastaram-se pelo campo!
Ao pequeno Chalana , grande homem, grande benfiquista, mas treinador limitado, só me resta dizer que quem dá o que pode a mais não é obrigado, por isso obrigado pelo esforço.
Não sei mais o que escrever, fiquei irritado, lixado, prejudicado com 'ph' e se não paro agora isto ainda acaba mal.
Agora não me venham falar de azares!!
p.s : Domingo, apesar de tudo, vou ao dragão, pode ser que os meus gritos se façam ouvir.
Quarta-feira, 16 de Abril de 2008
Escrevo estas parcas linhas acabado de chegar do Alvalixo.
Primeiro é a incredulidade, depois a revolta e finalmente a sensação de que 'ser benfiquista' é muito mais do que algum adversário possa algum dia ter a ousadia de sonhar. Não há palavra, metáfora ou imagem capaz de expressar o que se sente neste momento da época, o que sinto neste momento. Nenhuma palavra é capaz de expressar na plenitude a confusão de sentimentos que nos assolam num momento como este. Nenhuma!
Por mim, cá fico à espera que haja alguém que tenha a verticalidade de assumir as responsabilidades que tem sobre os pesadelos que temos vivido. Há, no Benfica, muita gente que não merece os adeptos que tem. Cá estaremos para ajustar contas no momento certo. Como já sei que o Presidente não vai assumir o que quer que seja, espero agora por uma tomada de decisão dos órgãos sociais do Benfica. Pode ser que na próxima segunda-feira, depois da reunião de direcção, haja algum sinal de esperança sobre a assumpção de responsabilidades.
Fico-me por aqui. As palavras não surgem e o discurso começa a ser mais incoerente do que a desorientação total que tem sido o nosso Benfica…
Terça-feira, 15 de Abril de 2008
Já por algumas vezes aqui critiquei a prestação de António-Pedro Vasconcelos no programa televisivo “Trio de Ataque”.
No entanto, neste momento é da mais elementar justiça que aqui louve a sua prestação em defesa do Benfica no programa da semana passada e também no desta semana. Nestas duas ocasiões António-Pedro foi claro nas palavras que empregou para denunciar a forma espúria como o dono dos andrades tem manipulado a verdade desportiva. Além disso, gostei de o ouvir desmontar aquela demagógica e intelectualmente tacanha lengalenga de que o nosso Benfica teria sido o clube do regime do ditador de Santa Comba (que a terra lhe seja pesada!). Para terminar, louvo aqui a sua sensatez na análise de umas possíveis eleições antecipadas no Benfica. Deste modo, registo que finalmente o vi reagir com a firmeza adequada às atoardas que, sistematicamente, surgiam de quem se senta à sua direita. Já não era sem tempo e espero que seja para continuar.
Foi um bom exemplo de como se pode fazer a defesa do Benfica sem cair no ridículo da gritaria e sem cair na demagogia oca tão fácil de fazer em tempos de crise. A prova de que está agora a fazer a defesa do Benfica é a reacção que as suas palavras provocaram no dono do clube regional, tendo levado o dono dos andrades a referir-se-lhe como “um tal de Sr. António”.
Espero que esta atitude passe a ser regra onde até agora tem sido excepção.
Feita aqui em múltiplos posts e comentários a catarse do infeliz acontecimento de 6ª feira, penso que é a altura de voltarmos ao essencial. E o essencial está quase sempre mais no futuro que no passado.
Amanhã, no estádio do scp, e domingo, no estádio do fcp, estou confiante que a nossa Equipa vai honrar as camisolas que veste e vai sair dos dois jogos com uma vitória. Às quais se seguirá outra no Jamor, e a conquista da Taça de Portugal.
Ser Benfiquista é pensar sempre na vitória seguinte, não na derrota que passou.
Todos unidos pelo Benfica.
Sábado, 12 de Abril de 2008
Como um ou outro dos meus colegas de blogue sabe, aquele dia tinha (para mim em termos pessoais e na minha vivência do Benfica) tudo para ser um dia especial. E acabou por ser um dia especial, mas com um sabor muito amargo.
Olhava para aqueles jogadores e para aquelas camisolas e não via nem uma equipa nem o meu Clube. Faltou àqueles futebolistas a capacidade de se transcenderem, a capacidade de sofrer, a capacidade de sentirem vergonha pela desproporção entre o ordenado que ganham e o futebol que produziram, a capacidade de sentirem vergonha pela desilusão que provocaram, pela impunidade com que vestiram a nossa camisola, uma camisola que para alguns apenas serve para dela se servirem. Isto foi o que lhes faltou. No colectivo a quem, amarguradamente, aponto o dedo peço desculpa aos poucos (muito poucos) que fugiram da mediocridade, mas hoje é dia de responsabilizar o todo.
Ontem estive entre novos colegas de bancada. Vi um sofrimento igual, vi um benfiquismo igual, vi uma revolta igual, vi em tudo o mesmo que sempre vi pelos vários poisos que já tive pelo nosso estádio. Vi que entre quem toma decisões e quem escrutina as decisões tomadas há noventa minutos de igual sofrimento, de igual esperança, de igual brilho no olhar e de igual impotência perante o que se vê em campo.
Ontem, um dos meus pontuais companheiros de bancada (um portuense que vem do Porto para ver o Benfica em todos os jogos que a nossa equipa disputa no nosso estádio) dizia-me que “quando os nossos adversários afirmam que para nós, benfiquista, uma derrota é como o fim do mundo, isto é um erro. Pois o fim do mundo é um conceito fácil de aceitar e de compreender, enquanto uma derrota do nosso Benfica não se compreende e é impossível de aceitar”. De isto também é feita a Mística.
Aquela equipa do Benfica está a dever-nos vitórias. Espero, no final do próximo fim-de-semana, poder dizer que já nos começaram a pagar a dívida. Tudo o que assim não for torna-se mais difícil de aceitar do que o fim do mundo.
Um jogo brilhante. Tacticamente perfeitos, uma defesa sólida com grande espírito de entreajuda entre os seus jogadores, uma terrível eficácia no aproveitamento dos erros adversários e um grande guarda-redes em noite inspirada. Como é óbvio, estou a referir-me à Briosa. Não posso falar muito sobre o meu Benfica porque, sinceramente, não sei por onde é que ele anda. Esta noite apareceu ali no relvado do Estádio da Luz um bando de rapazes equipados de vermelho que pretenderam passar pelo Benfica, mas a mim não me enganam, porque eu já vejo futebol e o Benfica há muitos anos e não reconheci ali Benfica nenhum. Aliás, alguns daqueles rapazes até pareciam estar a jogar à bola pela primeira vez na vida, e como tal foram convincentemente vencidos sem apelo nem agravo pela Académica.
E as crianças, senhores, pensem nas crianças! Num jogo em que os menores de dezoito anos entravam sem pagar, quantas das crianças presentes hoje no estádio vão ficar traumatizadas para o resto da vida com a caricatura do Benfica que viram ali hoje? Eu até acho que os nossos jogadores tentaram que as coisas corressem melhor, mas francamente, alguns deles jogaram mesmo muito, muito mal. Também o próprio treinador errou, na minha opinião. Não me pareceu uma boa solução iniciar o jogo com o Binya do lado direito. Desse erro ele ainda se apercebeu, mas depois voltou a errar ao retirar o camaronês do campo e ao manter o Petit, que como todos sabemos tem lugar cativo mesmo que se ande a arrastar pelo campo. Não ajudou nada termos começado o jogo a perder. Logo aos três minutos o Luisão faz um atraso para o Quim que sai com pouca força, e resulta numa assistência para o primeiro golo da Briosa. Mas também devo dizer que eu, na bancada, logo no princípio do lance, apercebi-me que o Luisão iria atrasar a bola. O jogador da Académica também, e por isso é que começou logo a correr para interceptar a bola. Acho que quase toda a gente no estádio se apercebeu disso. Com excepção do Quim, que estava no seu lugar do costume quando o atraso é feito, ou seja, quase dentro da baliza (a linha da pequena área parece ser-lhe uma barreira intransponível). Bem, se calhar ele até se apercebeu que o atraso ia acontecer. O problema é aquele varão que o atravessa lateralmente à altura da cintura e que o impede de sair da baliza, permitindo-lhe apenas a movimentação lateral sobre a linha de golo. Foi por isso que ele lá estava quando o Luisão fez o passe, e foi por isso que mesmo depois do passe ele continuou na pequena área (fez que saía, mas depressa voltou para trás).
A perder desde o início o Benfica mostrou vontade de reagir, mas para além da inspiração do regressado Luisão (não foi só o lance do primeiro golo da Académica, ele hoje esteve tão disparatado que houve alturas em que, confesso muito envergonhadamente, cheguei a sentir saudades do Edcarlos) esta noite contámos com uma dupla atacante inspiradíssima. Só à conta do Cardozo deve ter sido uma mão cheia de oportunidades de golo desperdiçadas. Mas o disparate não terminou por aí. A meio da primeira parte até o Léo, que é daqueles que raramente falha, resolveu inventar em zona proibida, perdeu a bola e fez falta, daí resultando um livre lateral a favor da Académica. Da marcação deste, e de uma forma bizarra, um defesa da Académica conseguiu marcar golo quase deitado de costas em cima do seu marcador directo (acho que era o Nuno Gomes, que não me admiraria nada que estivesse a cometer penálti naquele lance). Pelo meio, já o Pedro Roma tinha negado o golo a um cabeceamento do Luisão, e o Cardozo tinha falhado escandalosamente na pequena área após um cruzamento do Nélson. O Chalana entretanto lá retirou o Binya do campo, fez entrar o Di María, e pouco tempo depois de entrar em campo o argentino colocou a bola no poste com um grande remate. Mais um indício que era uma noite aziaga.
Após o intervalo, sem alterações, esperava-se um Benfica mais concentrado e a carregar desde o início, mas qual quê. Foi ainda pior. Ainda se criaram algumas boas oportunidades de golo, mas aquilo que a defesa da Académica não resolvia, resolvia-o o Pedro Roma. O Chalana resolveu recorrer ao talismã Mantorras, retirando o Nuno Gomes do campo. Mais um erro. Sem um jogador em campo para deitar as mãos à cabeça e bater palmas aos companheiros depois de não conseguir chegar a um passe deles (não sei se estou enganado, mas esta pareceu-me ser a função principal dele em campo) a equipa desorientou-se. Para além disso, o Mantorras foi juntar-se ao acampamento montado nas costas da defesa academista, onde o Cardozo parecia estar confortavelmente instalado, não fossem os irritantes apitos e acenar de bandeirolas que o incomodavam de cada vez que a bola seguia na sua direcção. A desorientação foi tal que em mais um contra-ataque da Académica o Petit resolveu chutar a bola contra o Katsouranis, sobrando o ressalto para um jogador da Académica que fez golo facilmente. A parte mais ridícula do lance é que foram três(!) jogadores do Benfica para cima do jogador adversário que levava a bola, sobrando esta para o outro adversário que naturalmente ficou completamente solto na área. Com três golos de desvantagem, entra um terceiro avançado (Makukula) e sai o Léo. Tendo em conta os buracos que isto abriu cá atrás, e ainda o facto de mais de metade da equipa já não se incomodar em recuar, esta medida pareceu-me ser um incentivo extra ao avolumar do resultado para a Académica. Devido à boa vontade sobretudo do Katsouranis tal não aconteceu, ficando o 3-0 no marcador e ficando muito bem.
Num naufrágio como o desta noite, o que é que se pode dizer sobre melhores ou piores? Salvaram-se talvez o Katsouranis, que foi dos mais lúcidos na defesa, sacrificando-se ainda a tapar o lado esquerdo depois da saída do Léo, e o Rodríguez, a quem as coisas não saíram muito bem, mas que correu, esforçou-se, rematou, centrou e lutou até não poder mais. Curiosamente, estou a falar de dois jogadores que nos arriscamos a não ver no Benfica na próxima época. Piores foram os outros todos, mas destaco o péssimo jogo do Luisão, não só pelo golo oferecido mas também por um chorrilho de jogadas disparatadas, e destaco também pela negativa o Cardozo, que hoje parecia ser incapaz de acertar com a baliza, chutando para todo o lado menos para onde devia. Não sei se saiu lesionado do campo ou não, mas de qualquer forma não gostei nada de o ver sair daquela maneira. Digo também que o Petit, na forma actual, não tem lugar no onze titular do Benfica. Está lento e complicativo, e com um raio de acção muito mais reduzido que o habitual, pelo que a sua acção recuperadora de bolas quase não se vê. Digo também que continua a causar-me estranheza que um jogador que sai do Benfica para ir jogar pela sua selecção olímpica, marca quatro golos em três jogos e é elogiado pela qualidade do que fez nesses três jogos, depois volte ao clube e desde então não tenha lugar sequer nos dezoito convocados.
De todas as equipas com quem o Benfica possa perder, a Académica é aquela que menos me incomoda. Os três pontos far-lhe-ão muita falta na luta pela manutenção, e são merecidos. Quanto ao Benfica, pergunto-me se estaremos assim tão interessados no segundo lugar, porque às vezes não parece. Uma equipa que persegue um objectivo não pode jogar tão desconcentrada como hoje.
Sexta-feira, 11 de Abril de 2008
O “apelo à serenidade” é um expediente que, como Ricardo Araújo Pereira muito bem observou numa das suas crónicas, encontrou, em Portugal, o seu maior especialista em Jorge Sampaio, sobretudo durante os seus dois mandatos como Presidente da República.
Mais recentemente, a propósito das declarações de LFV após o encontro de passado Domingo entre Boavista e Benfica, este tipo de apelo encontrou eco nesses dois néscios vultos do dirigismo (ou falta dele) desportivo português, que respondem pelos nomes de Gilberto Madaíl e Laurentino Dias. Poderia questionar o porquê desses apelos, reveladores da preocupação patenteada por ambos em razão (como diria Rui Santos...) das declarações de Vieira, sendo que essa preocupação em nada tem a ver com a resolução do problema em si (que é o da corrupção do futebol a que se assiste há mais de 2 décadas), mas com o facto de porem em causa o status quo do supracitado dirigismo (ou falta dele) desportivo português, que inclusivamente permite que figurinhas como as mencionadas nele ocupem cargos de relevo (sendo mesmo Madaíl um claro sintoma de uma patologia crónica e dificilmente curável através de métodos convencionais...).
Como cidadão de pleno direito que sou, sinto-me tentado a fazer uso do direito que também me assiste ao exercício deste tipo de apelo. Não para me dirigir a Vieira, que neste contexto tem todo o meu apoio (não invalidando, ainda assim, que continue a achar que o Benfica continua a carecer de uma estratégia de comunicação). O meu “apelo à serenidade” dirige-se, sim, ao plantel do Benfica, e em particular aos jogadores que hoje à noite terão a responsabilidade de defrontar a Académica, num jogo determinante para a defesa do 2º lugar. Espero que, apesar do sucedido no passado Domingo, os jogadores não percam o discernimento e que se foquem exclusivamente no jogo de logo, que nele concentrem todas as suas energias. E já agora, que não confundam "serenidade" com "passividade" (pois parece-me vão ter de "pedalar" muito para ganhar o jogo a uma Académica necessitada de pontos) nem tão pouco confundam "serenidade" com "ingenuidade" (pois embora a principal preocupação deva ser jogarem o que sabem, convem que tenham presente que há pormenores que podem decidir um jogo...).
Ainda para mais, hoje vou levar ao estádio 2 colegas estrangeiros. Gostaria que eles saissem do estádio com uma boa imagem do Benfica e com vontade de repetir esta experiência inesquecível que é assistir a um jogo do Glorioso!
Da minha parte, contem com todo o meu apoio. VIVA O BENFICA!!!
(PS: espero que as notícias que dão Jorge Ribeiro como jogador do Benfica na próxima época não passem de piadas de mau gosto - o mais desagradável é que, caso se verifique que não é uma piada, o mau gosto seria ainda maior)