No passatempo de hoje ilustramos – em forma de condenação! – dois momentos lúdico-agressivos em estádios de futebol. Observe atentamente cada um deles e assinale as diferenças…
Carlos Xistra no V. Guimarães - Benfica
É bom saber que certas tradições não se perderam. Ou muito me engano, ou no próximo domingo teremos um grande espectáculo em Guimarães e não irá ser proporcionado por nenhuma das duas equipas de 11 jogadores. Uma pessoa pode dormir descansada quando sabe que as coisas estão em boas mãos. Este senhor dá mais que garantias que as crises dos outros ficarão certamente mais dissipadas se quem está à frente deles não se afastar muito na classificação. Ou seja, é um zelador da competitividade do campeonato. Só para relembrar os mais esquecidos, temos este exemplo, bem acompanhado por este e, claro está, a pièce de résistance.
P.S. – Não há mesmo vergonha na cara, pois não?!
Quando escrevi este post, foi com a intenção de lhe dar continuidade noutro(s) post(s), antes que o novo treinador fosse escolhido e o plantel para 2008/09 definido, com o objectivo de partilhar com quem (ainda) tiver pachorra para ler os meus posts (quais posts? ...) a minha reflexão sobre o presente (e o futuro) do Benfica. No entanto, tal acabou por não se proporcionar.
Ainda que, como é óbvio, o contexto agora seja outro, nem por isso deixa de haver questões sobre o presente do Benfica que me fazem reflectir constantemente. A verdade é que, apesar de acreditar na competência da equipa técnica e na qualidade global do plantel (ainda que nem sempre ter bons jogadores signifique ter uma boa equipa...) e de a equipa ter tido exibições muito positivas (ainda que longe de perfeitas...) contra o SCP e o Nápoles, é ainda evidente que há um longo caminho a percorrer...
Começo por fazer uma pequena retrospectiva deste início de época 2008/09:
- Pré-época condicionada pela participação de alguns jogadores nossos no Euro 2008, pelas negociações para contratar um novo treinador e jogadores que representassem uma melhoria do nosso plantel. Como se não bastasse, Quique Flores ainda teve de observar os jogadores todos à disposição (mesmo os "casos perdidos"...) para poder "fechar" o plantel;
- Lesões que têm impedido de contar com o plantel em pleno;
- Tirando, como já referi, os jogos com o SCP e o Nápoles, o Benfica tem manifestado, até agora, alguma dificuldade em realizar exibições convincentes e com a qualidade e regularidade expectáveis.
Relativamente à pré-época e às lesões, limito-me a aceitar os factos (esperando, obviamente, que o problema das lesões vá diminuindo com o tempo...).
Quanto à qualidade das exibições, constato que, de o SCP e o Nápoles serem, em teoria, adversários de maior dificuldade (se compararmos com Leixões, Penafiel, Naval, etc.), a verdade é que foram adversários que adoptaram uma postura algo passiva. Em contrapartida, adversários como os outros que referi têm apresentado, perante o Benfica, uma postura bastante mais dinâmica, procurando sempre pressionar o Benfica logo junto à sua defesa, no sentido de dificultar o Benfica a exercer a iniciativa de jogo que por natureza é sua (por ser a equipa com mais ambições em jogo). E o que observo é que o Benfica tem manifestado alguma dificuldade em desenvencilhar-se dessa pressão.
Outro aspecto: como o Anestércio Leonardo bem referiu neste post, é que o Benfica, vendo-se em vantagem, tem tendência para relaxar um pouco... Se por um lado, é natural que a intensidade ofensiva diminua, a intensidade defensiva (que não é o mesmo que jogar à defesa...) tem de aumentar, pois o mais natural é que o adversário queira recuperar da desvantagem. Incompreensivelmente, o Benfica tem incorrido na mesma situação sucessivamente e a excepção foram, para não variar, os jogos com o SCP e o Nápoles, em que o Benfica, depois de marcar, continuou a exercer pressão para manter o adversário afastado da nossa área (no caso do SCP, de salientar que o 2-0 surgiu logo a seguir ao 1-0, precisamente porque o Benfica não deixou de atacar após inaugurar o marcador).
Apesar de tudo, os nossos adversários mais directos também têm, felizmente, revelado bastantes fragilidades, o que permite ao Benfica estar à sua frente (ainda que a diferença pontual seja pouco significativa) - obviamente, a liderança do Leixões e do Nacional não deverá durar muito mais tempo, mas não deixa de ser curioso constatar que tal acontece depois de já terem decorrido 6 jornadas (1/5 do campeonato).
Por fim, apraz-me constatar que Quique Flores apenas coloca a jogar os jogadores que apresentam condições para tal e que promove a rotação do plantel, essencial para que a equipa não esteja tão dependente de alguns jogadores. Infelizmente, no jogo contra o Penafiel, em que Quique procurou dar oportunidades a jogadores menos utilizados, a correspondência esteve longe de ser a desejada...
Posto isto, pergunto-me a mim mesmo: E agora?...
Será o Benfica capaz de encontrar a "fórmula" para ultrapassar com menor dificuldade adversários teoricamente mais fracos (mas cada vez mais bem preparados física e tacticamente)?
Irá o Benfica encontrar um modelo de jogo que consiga fazer sobressair a qualidade técnica de alguns dos seus jogadores, sem prejuízo do 'colectivo' (quando a equipa não tem a bola, todos têm de contribuir para a recuperar, e quando a tem, todos têm de se movimentar no sentido de a manter)?
Será que, atendendo às insuficiências até agora reveladas pelos adversários e à margem de progressão que, a meu ver, o Benfica ainda tem, será legítimo "exigir" que o Benfica seja campeão já este ano?
Será Quique Flores capaz de gerir a rotatividade do plantel (garantindo, ao longo dos jogos, o equilíbrio entre a qualidade dos "onze" titulares e as expectativas dos jogadores) essencial para consigamos também uma boa prestação na UEFA? ...
Peço desculpa, mas vou ter escrever isto. Vai ter de ser.
Ao longo dos anos tenho acompanhado a carreira do jornalista João Querido Manha, não o conheço pessoalmente, mas não têm conta o número de horas que passei a ler as suas crónicas dos jogos ou as suas reflexões sobre algumas realidades do futebol. Tenho-o, também pela sua antiguidade (como o tempo passa!) e pela responsabilidade do cargo que ocupa, como um jornalista que já está naquela fase da carreira em que se deve assumir como exemplo para os jornalistas mais novos.
No entanto, desde há uns tempos – diria que coincide com a nomeação de Rui Costa como Director Desportivo – João Querido Manha tem demonstrado uma tal sanha no afã de criticar tudo o que lhe cheira a intervenção de Rui Costa que, inevitavelmente, tem caído no descrédito.
Há aspectos no Benfica que são criticáveis (como em todos os clubes), mas não são todos e quando as motivações de um jornalista ultrapassam o razoável começa a cegueira. Esta cegueira pode levar a caminhos tortuosos e nada recomendáveis. A prova disso é a crónica de João Querido Manha em que, escondendo a mão na defesa de Nuno Gomes, atira a pedra a Rui Costa. Quando isto acontece, deixamos o jornalismo e entramos na questão pessoal. Deixamos a frontalidade da opinião e entramos no campo da cobardia (e não é, de todo, esta a imagem que tenho de JQM).
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Vejamos a prosa em questão: Título: Nuno Gomes - Morte anunciada é um exagero - Correio da Manhã , 18 Outubro 2008. (link)
No 2º parágrafo, assume como uma certeza a ideia de que Nuno Gomes (o capitão de equipa) é ”perseguido” dentro do clube, chegando ao ponto de escrever que há, dentro do Benfica, quem deseje que Nuno Gomes “desampare a loja” (esta pérola de linguagem é exemplificativa de como se não deve escrever num jornal…); não contente, assume que no Benfica há um “preconceito contra a veterania”. Fundamentação: nenhuma!
No 3º parágrafo, defende a tese de que o sucesso de Nuno Gomes é um problema para Rui Costa. Fundamentação: nenhuma! Má-fé: bastante! Alvo: Rui costa.
No 4º parágrafo, a ideia-chave é esta: “Agora, fica entregue aos desígnios da sorte benfiquista, lutando para não ser uma cara velha num plantel que se alimenta, de forma viciada, das novidades do mercado.” Apresenta-nos um Nuno Gomes humilhado, ofendido, entregue à sua sorte e, aqui chegamos ao requinte, vítima de um Benfica que se alimenta no mercado (atenção, vem ai a punchline) de forma viciada! Fundamentação: zero. Objectivo: atacar Rui costa, de forma torpe, acusando-o de entrar em esquemas de mercado viciado.
No 6º parágrafo, a forma de ‘defender’ Nuno Gomes é, no mínimo, estranha: “No Benfica, para satisfazer a turba-multa, tornou-se obrigatório contratar estrangeiros.” Muito bem, se quiser entrar pelo mesmo caminho de honestidade intelectual, sempre poderia dizer que, quando o Correio da Manhã apresenta diariamente aqueles títulos sensacionalistas do mais puro jornalismo (algures entre o The Sun e o Jornal do Incrível), também é para satisfazer a “turba-multa”. E, já que estamos com a mão na massa, é turbamulta e não “turba-multa”. Objectivo: atacar Rui Costa! Objectivo falhado, pois o melhor que conseguiu foi ofender a turbamulta que compra o jornal.
No 7º parágrafo, a forma de 'defender' Nuno Gomes é dizer “A opção do Benfica para este ano, com a tomada de poder por Rui Costa […]” A tomada de poder!? Bem, quando chegamos a este tipo de discurso, é porque a questão começa a ser deontológica...
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Lamento que um jornalista como João Querido Manha enverede por este tipo de jornalismo.
Nuno Gomes não merecia este tipo de 'defesa' e, penso eu, os leitores do Correio da Manhã deveriam merecer um pouco mais de respeito por parte deste jornalista. Mereciam que, pelo menos, não os tomassem como lorpas. Em suma, quem escreve um artigo como aquele enferma de uma grande falha: parte do princípio de que os seus leitores não passam de turbamulta.
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer o convite que me foi formulado para juntar a minha voz a este magnífico blogue e só espero estar ao nível dos excelsos benfiquistas que por aqui escrevem. Não irá ser uma tarefa fácil, mas vou tentar estar à altura.
Reinaldo Teles internado no Porto
Queria comentar esta notícia, por me parecer ser da mais elementar justiça colocarmos clubismos à parte e lamentarmos este facto. Numa altura em que o ódio no futebol está cada vez mais espalhado, quando um ser humano sofre um problema de saúde devemos estar todos solidários. Ainda para mais, um ser humano como este que é um verdadeiro modelo a seguir, um baluarte de fair-play, desportivismo, lisura de processos, classe e dignidade. Um enorme exemplo para os nossos filhos e filhas. Um homem que jamais fomentou ódios, que nunca agrediu ou mandou agredir membros da direcção de clubes rivais, jornalistas ou juízes e que sempre respeitou os seus adversários. Um verdadeiro benemérito, empregador de centenas e centenas de jovens raparigas que sem ele certamente estariam na miséria e passariam fome.
Por todas estas razões, lamento muito o que se passou e daqui lhe desejo o que ele certamente desejaria se isto acontecesse a um qualquer Ricardo Bexiga: as mais rápidas melhoras.
Muito se tem falado do Benfica, se joga o Nuno Gomes e o Suazo, o Suazo e o Cardozo, o Cardozo e o Nuno Gomes, o Aimar e o Suazo, o Suazo e o Cardozo, etc etc etc.
A mim isso não me tem preocupado em nada, porque o problema do Benfica não tem sido o marcar golos.
Senão vejamos. Na UEFA temos em três jogos 5 golos marcados. No campeonato em 6 jogos já marcamos 11. Ainda não ficamos um jogo quer na UEFA quer no Campeonato sem marcar um golo. O único jogo que ainda não marcamos foi para a Taça. Ora bem, feitas as contas em 10 jogos temos 16 golos.
O pior é se fizermos as contas aos golos sofridos, é que os números assustam. Em 10 jogos sofremos golos em quase todos, menos contra o Napoles em casa, contra o Sporting e contra o Penafiel. Ou seja já sofremos 10 golos em 10 jogos.
Ao falar nisso não quero criticar a defesa, que apesar de tudo este ano me dá mais seguranças. Quero criticar a mentalidade dos jogadores do Benfica. Vi isso contra o Leixões, contra o Hertha de Berlim, e ontem contra a Naval.
O Benfica marca o golo e começa a defender o resultado. Se contra o Hertha ainda aceito isto, contra o Naval ontem, e contra o Leixões há uma semana foi inaceitável.
Por princípio sou contra a defesa de resultados. Uma equipa para ganhar o jogo tem de ter a bola em sua posse e tentar continuar atacar, e a marcar mais um golo que dê tranquilidade. Com uma diferença de dois golos, já acho bem que uma equipa tente gerir o resultado. Mas nunca a defender na sua linha de defesa.
Quando uma equipa quer defender, deve defender logo na linha de defesa do adversário, e não na linha da sua defesa.
E o Benfica tem defendido na retranca. Resultado, tanto com o Hertha como contra o Leixões, empatou um jogo que teria ganho facilmente, se continuasse a tentar atacar, ou a defender mais em cima. Contra o Naval, com alguma sorte, ainda tivemos força para marcar o 2º.
Penso que esta atitude tem de mudar e rapidamente, que como vimos, não tem dado resultado.
Alguém explique aos jogadores que a camisola que eles vestem é a do Benfica, e o Benfica joga em qualquer campo para ganhar, e sem medo dos adversários. Defender resultados de 1-0 com Leixões, Navais, não é coisa do Benfica, nem dos seus jogadores.
Vamos lá, porque marcar golos temos marcado, agora é só deixar de sofrer os golos estúpidos que temos sofrido.
Anastércio Leonardo
Esta cena do karma às vezes é tramada...
Gostava de poder dizer que tenho muita pena, mas a verdade é que não tenho. E ele já devia saber no que é que se ia meter. Afinal, não é a primeira vez que coisas destas acontecem por aqueles lados.
Quanto a nós, paciência, lá tivemos que ir buscar o Reyes. Esta cena do karma às vezes é linda.
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