Hoje, na minha visita diária a um dos meus blogues preferidos, o Ndrangheta, encontrei a informação de que o Katso e o Cardozo teriam sido, ou estão a ser, objecto de cobiça por parte do clube regional assumidamente corrupto. [link] e [link]
Não está em causa a boa fé da informação dos nossos consócios benfiquistas. Não está em causa o facto de a sua fonte lhes ter dado essa informação. O que está em causa, para mim, nem é a veracidade da informação que lhes foi dada. O que está em causa é se, a ser verdadeiro esse cenário, temos algo a temer.
Hoje de manhã, depois de ter lido os posts referidos, fomos (alguns membros da Tertúlia) verificar junto das nossas fontes qual o grau de preocupação que devemos ter perante esse suposto interesse. Cruzámos fontes, ouvimos fontes que até ao momento nunca nos falharam e, de acordo com as informações que recolhemos e nas quais confiamos, posso garantir que o Benfica não tem conhecimento desse suposto interesse. Mais, e para aquilo que realmente interessa, o Cardozo e o Katso não serão futebolistas do clube regional assumidamente corrupto nas próximas épocas.
Para alguns andrades que já espumavam com essa perspectiva, aconselho que se preocupem com o destino do Adriano na mesma medida em que este se deve preocupar com a saúde das suas rótulas.
A Liga lá se decidiu, e resolveu ditar o Vitória de Guimarães para nosso adversário nas meias finais da malfadada Taça da Liga. Se eu estivesse na posição da Carlsberg, patrocinadora da competição, pensaria duas vezes antes de manter o meu nome associado a tão prestigiada prova. São clubes a apresentar equipas secundárias, a ameaçar não comparecer a jogos, a apresentar recursos, a jogar sob protesto, enfim, nada que surpreenda quem já esteja minimamente habituado ao lodaçal que é o futebol português.
Também nada surpreendente é a justificação da Liga para não dar provimento aos recursos do Belenenses: refugiou-se num detalhe técnico (a pessoa a quem foram dirigidos os recursos), fugindo assim a ter que tomar uma decisão. Ainda assim, e porque convém manterem as costas quentes uns aos outros, lá foram avisando que, caso tivessem que decidir alguma coisa, "entendíamos que a expressão goal average significava a normal diferença entre golos marcados e sofridos. Portanto, seguiríamos a interpretação da Liga".
Não é que eu sinta qualquer tipo de simpatia pelos de Belém - afinal, um clube que exorta a sua massa adepta a aplaudir um sujeito condenado por corrupção não pode gerar simpatia em mim (embora, reconheça-se, se os próprios deputados da nação o recebem na Assembleia da República e organizam almoços em sua homenagem, o acto de lambe-botas do speaker dos pastéis até esmorece face a tamanho despropósito) - mas esta interpretação não deixa de ser curiosa. Quer ela dizer que, no futebol português, o que interessa não é a letra da lei, mas sim o espírito dela. O que, obviamente, depende da pessoa que a escreve e, naturalmente, significa que o que hoje tem escrito 'preto' pode ser amanhã interpretado como 'branco'. Percebe-se, portanto, a ténue linha que pode separar 'corrupção' de 'coacção', por exemplo, e consequentemente, 'palmadinha nos dedos' de 'descida de divisão'.
O nosso futebol é, de facto, único. Tão único é, que até já consegue redefinir a língua inglesa.
Clint Eastwood cultivou durante vários anos e vários filmes, primeiro como actor e depois como actor e realizador, uma personagem recorrente. Um cavaleiro solitário, um "homem sem nome", que chegava sem se saber de onde, fazia "o que tinha de ser feito", e partia como tinha chegado. Foi assim desde o primeiro filme com Sérgio Leone até "Pale Rider". Como um fantasma que regressa uma vez, e outra, e outra.
Imagino Mantorras assim. Eu sei que no dia a dia, no "mundo real", existe um ser humano chamado Pedro, que come, dorme, tem família, vive como nós vivemos. Mas algures nas brumas há um espírito que espera para ser acordado. E em momentos especiais, momentos de real necessidade, esse espírito acorda e toma conta de Pedro - que nessas alturas se transforma em Mantorras, o "Homem Queimado", que surge do nada quando ninguém o espera e salva o Benfica. Uma vez. E outra. E outra. E o seu aparecimento normalmente prenuncia momentos de grande alegria - como o título de 2005. Assim seja também este ano.
Há jogadores que ficarão na História do Benfica. Mantorras, esse, é do domínio da Lenda.
O velho ditado “albarda-se o burro à vontade do dono” tem adquirido todo um novo sentido nos últimos tempos. Atentemos na não notícia da decisão proferida pelo Tribunal Constitucional (TC) relativamente à admissibilidade das escutas telefónicas no Apito Final. É interessante observar a cortina de fumo lançada por alguns órgãos regionais de informação (por exemplo o JN) relativamente aos factos e à decisão do TC. Ou seja, tresleram a decisão do referido Tribunal e, certamente por um mero acaso e de forma inocente, apresentaram a notícia como uma “machadada no Apito Final”. Eu sei como lhes convinha (óh, se sei!), mas ainda não é desta que poderão festejar a vitória do dono… ainda que a albarda já lhes esteja nos lombos.
Também foi interessante ver como a Lusa apresentou uma versão dos factos e, depois de se aperceberem do erro, tentou emendar a mão. (sobre este assunto, aconselho a crónica do José M. Delgado, que podem ler neste post do Fórum Benfica,e este artigo do Rui Cartaxana).
O blogue Geração Benfica denuncia, neste post, a execrável parcialidade com que os comentadores da RTP comentaram o jogo do Glorioso contra o Rio Ave. Este tipo de comentários é uma constante nos jogos do Benfica: a apologia da mediocridade, a apologia de quem faz o joguinho do pontinho no cada vez mais futebolzinho português. No final, faz-se o comentário em função do resultado ou em função do que é a insondável vontade do comentadorzinho ou do dono. Nestes, a albarda é já uma segunda pele.
Por falar em albardas e donos, foi interessante observar a forma diligente como Filipe Soares Franco se assumiu como moço de recados do dono dos andrades. É um papel que lhe fica bem e que muitos sportinguistas aplaudem. Felizmente conheço alguns sportinguistas que têm vergonha deste papel de subserviência do seu presidente. Felizmente conheço alguns sportinguistas que se recusam a que o seu clube continue a servir de capacho para o dono dos andrades. Por mim, apesar de lamentar, tenho de louvar a coerência do homem. Só lamento que ele esteja a contribuir para boicotar um interessante jogo de futebol entre o FCP e a sua sucursal de Lisboa.
Continuando no tema, foi lindo ouvir o speaker dos Belenenses gritar a plenos pulmões, antes do começo do jogo com os andrades, loas e agradecimentos ao senhor Pinto da Costa pelas ajudas que tem dado aos de Belém. Em seguida, dentro do campo, os agradecimentos continuaram, e foi num agradável clima de paz e harmonia que vimos o árbitro contribuir para a fantochada feita por Fucile. O também fantoche Jesualdo encerrou em beleza as festividades, mostrando com quantos dentes lavados se constrói o discurso de um reles indivíduo servil.
Começo como acabei, com o esmero dos moços de recados. Lembram-se de um ex futebolista assim a atirar para o fraquinho chamado Pedro Henriques? Pois agora é comentador na Sporttv e já vai sabendo como se põe o lombo a jeito. Sobre este assunto, leiam este post do Ndrangheta.
[Uma nota final para Hermínio Loureiro que, perante o posicionamento dos ratos, pode começar a pensar numa de duas coisas: uma albarda ou um novo emprego. Ou muito me engano ou também já está a ajeitar o lombo…]
Debaixo de uma chuva que parece não querer parar, e num campo que tornou impossível jogar futebol com qualidade, o Benfica conquistou esta noite uma vitória difícil frente ao Rio Ave, mas inteiramente justa, sobretudo pelo muito que os nossos jogadores lutaram para a conseguir.
Sem Katsouranis, Miguel Vítor e Suazo, avançaram para os seus lugares Carlos Martins, Sídnei e Cardozo. Dado o estado quase impraticável do relvado, que certamente não favoreceria o seu jogo, o nosso treinador optou também por colocar o Nuno Gomes no lugar do Aimar, jogando assim num esquema mais próximo do 4-4-2. Logo de início adivinhava-se que não seria um jogo fácil. Não tanto pelo nome do Adversário, que neste momento ocupa o fundo da tabela, mas sim pelas condições do tempo, que tornaram o relvado da Luz quase numa piscina (nunca tinha visto o nosso relvado com tanta água). Por isso futebol bonito, trocas de bola, ou mesmo tentativas de correr com a bola controlada, nem pensar. Alguns dos nossos jogadores perceberam logo isso, outros demoraram mais tempo a percebê-lo, e alguns até pareceram nunca o terem compreendido até ao final do jogo. Apesar do natural ascendente no jogo, grande parte da primeira parte foi passada sem que conseguíssemos criar lances de grande perigo, o que ia servindo na perfeição os interesses do Rio Ave. Depositava alguma esperança num livre do Cardozo, mas quando isso aconteceu o Carlos Martins (parece ter herdado do Petit o cargo de querer marcar todos os livres, independentemente de haver situações em que se pediria outro marcador) encarregou-se de marcar e chutar por cima. Só nos minutos finais é que o Benfica conseguiu finalmente estar próximo de marcar. Primeiro foi o Cardozo que trabalhou bem, aproveitando um remate falhado do Carlos Martins, virando-se e rematando ao poste, para depois o Di María fazer uma recarga completamente disparatada. Depois foi o mesmo Cardozo a cruzar para o Nuno Gomes, mas este não conseguiu acertar na bola. Finalmente foi o Carlos Martins, num livre, a proporcionar uma grande defesa ao guarda-redes do Rio Ave. Não foi muito, mas foi o suficiente para, tivessemos tido um bocadinho mais de sorte, chegarmos ao intervalo em vantagem. Parece que o jogo com o Braga foi a excepção nesta maldição que temos esta época de chegar em branco ao intervalo.
A segunda parte trouxe um Benfica a conseguir empurrar mais o Rio Ave para junto da sua área. As oportunidades de golo eram poucas, e difíceis de criar, mas os nossos jogadores, louve-se-lhes a atitude, nunca baixaram os braços. Mais uma vez pelo Cardozo, estivemos perto de marcar. Primeiro num cabeceamento que acabou por ir ter com o guarda-redes, e depois mais um cabeceamento, com a bola a bater mais uma vez no poste. Considerando o jogo que víamos, com as dificuldades acrescidas do estado do terreno, e consequente escassez de oportunidades, as duas bolas no poste já me faziam temer o pior e pensar que esta não seria uma noite feliz. Quando o Quique, a vinte e três minutos do fim, lança o Mantorras para o jogo, deu-me uma certa sensação de déjà vu Trapattoniano. E da segunda vez que ele tocou na bola, marcou. Aproveitando uma bola ganha de cabeça pelo Cardozo, esperou que ela caísse para depois rematar cruzado para a baliza. É isto o Mantorras. Não tem explicação, tal como eexplicação não tem o facto de eu celebrar ainda mais o golo, primeiro porque foi golo do Benfica, e depois porque foi também golo do Mantorras (para além disso eu andava a dizer desde o início do jogo que iríamos ganhar com um golo dele). Estava convencido que este jogo seria decidido assim, com um golo só, mas isso não me impediu de ficar nervoso até ao final (não percebo porque razão fico mais nervoso quando o Benfica está a ganhar por um do que quando está empatado). Mas até final, só dois lances dignos de registo: um do Luisão, que se isolou pela esquerda após um ressalto e viu o seu remate defendido pelo guarda-redes, e o outro em que o mesmo Luisão cometeu a única falha em todo o encontro, deixando a bola passar entre as pernas e permitindo a primeira grande oportunidade de golo ao Rio Ave, que felizmente se saldou por um remate ao lado.
Falando dos melhores do Benfica, tenho que começar pelo Cardozo. Lutou muito, ganhou diversas bolas aos centrais adversários, pelo ar e pelo chão, e criou quase todas as situações de perigo do Benfica. Acertou duas vezes no poste, para pena minha, porque se alguém merecia o golo era ele. A defesa toda esteve bem, mas destaco mais um enorme jogo do Maxi Pereira. O patinho feio do ano passado está feito um senhor lateral, que faz todo o flanco direito (exactamente aquilo que ele sempre fez no Uruguai, antes de vir para o Benfica jogar a médio ala) com um ritmo quase inalterável do primeiro ao último minuto. Do outro lado, também o David Luiz esteve bem, apesar de ter demorado algum tempo até perceber que jogar a bola junto ao relvado não era uma opção. Esteve insuperável pelo ar, conseguindo ainda subir algumas vezes pelo seu lado. Depois, tenho sempre que falar no Mantorras. O Mantorras não tem explicação. Confesso que mais de uma vez já pensei que é um tanto ou quanto exagerada a festa que fazemos de cada vez que ele entra. Mas depois, na hora de aperto, ele entra e eu aplaudo também. Porque, de alguma forma, o Mantorras consegue trazer com ele uma esperança que por vezes parece estar completamente perdida. Ele entra e nós pensamos que é possível que as coisas mudem. A empatia que existe entre ele e os adeptos é muito difícil de explicar. Julgo que não haverá mais nenhum jogador no nosso plantel cuja felicidade nós desejemos tanto. A verdade é que ele, nos poucos minutos que vai jogando, consegue quase sempre aparecer no sítio certo para causar perigo. Ou então é a bola que parece querer ir ter com ele. Seja como for, hoje ele entrou e decidiu. Que ele possa voltar a ser pelo menos o talismã que foi na época do último título. Passando aos piores, até me custa mencionar alguém, porque pelo menos no aspecto da entrega ao jogo toda a equipa esteve bem. Mas o Yebda pareceu não ter capacidade para raciocinar que, estando o relvado alagado, passes curtos rasteiros ou sair a jogar não eram uma opção. Continuou a insistir nisto durante todo o jogo, e assim perdemos uma infinidade de bolas no meio campo. Depois há o Carlos Martins. Que é o Carlos Martins, e por aqui me fico.
Mesmo sendo um jogo contra o último classificado, foi uma vitória muito importante, especialmente pelas condições em que foi conquistada. Perder pontos antes da visita ao Porto poderia ser um rude golpe. Foi preciso um 'milagre' do Mantorras para que isso não acontecesse, mas a justiça do resultado é incontestável. E a atitude demonstrada, aliás, a exemplo do que tem acontecido nos últimos jogos, dá-me muita confiança. Nestas primeiras jornadas da segunda volta, muito poderá decidir-se.
Fotos da autoria de Álvaro Isidoro
bola nossa
-----
-----
Diário de um adepto benfiquista
Escolas Futebol “Geração Benfica"
bola dividida
-----
para além da bola
Churrascos e comentários são aqui
bola nostálgica
comunicação social
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.