Quem me conhece sabe que eu não sou adepto da Selecção Nacional. Não festejo quando ganha, mas também não fico propriamente contente quando perde. A Selecção é-me indiferente, desde que, como acontece na actualidade, nela não joguem jogadores portugueses ou estrangeiros que alinhem no Benfica.
Podia até ter acontecido gostar da Selecção de Portugal, mas parece-me difícil algum dia vir a apoiar o que quer que seja que me tenha sido imposto. Assim, não é porque me aconteceu nascer português que apoio a Selecção de Portugal, da mesma maneira que se tivesse nascido no Porto não seria necessariamente do Boavista. Esta coisa da "equipa de todos nós" sempre me fez confusão.
Ainda que possa parecer paradoxal, gostava de que os jogadores do Benfica fossem maioritariamente portugueses. A razão é simples - tratando-se de um clube de Portugal, que, por exemplo, participa nas taças europeias com esse estatuto, faz todo o sentido que nele joguem jogadores portugueses.
Voltando à Selecção de Portugal, desagrada-me, talvez influenciado por más-línguas que vêem coincidências em todos os sítios, ir percebendo os critérios (económicos, clubísticos...) que estão por detrás da selecção dos jogadores nas várias convocatórias.
Desagrada-me ainda que esta paixão assolapada por Portugal e pela Nação nos momentos em que joga a Selecção de Portugal (beijar a bandeira, pôr uma bandeira na varanda) seja conivente com a escolha de jogadores que não são portugueses, independentemente de terem um bilhete de identidade igual ao meu. É que, ainda que um dia por uma razão qualquer fique com outra nacionalidade, não me parece que deixe de ser português no sentido em que se é português para jogar na Selecção de Portugal. A nacionalidade entendida enquanto coisa mutável é uma questão burocrática que não joga com o ser-se seleccionado para representar o país.
Além de tudo isto, se se apoia a Selecção porque se gosta de Portugal, por que razão não gostamos todos assim de Portugal no momento em que não pagamos os impostos, no momento de matar gente na estrada, no momento de deitar fogo à floresta, no momento de sujar as praias, no momento de enganar o Estado com pedidos indevidos de subsídios?
Desagrada-me também o facto de frequentemente ficar defraudado com o desempenho de excelentes jogadores de futebol na Selecção de Portugal. Quando vejo jogos da Selecção parece-me que os jogadores não são os mesmos quando jogam nos respectivos clubes e na Selecção - ou jogam melhor, quase parecem que pretendem ser comprados, ou jogam pior, quase parecem ter consciência de que aquilo que lhes permite levar as azeitonas para casa é o dinheiro do clube e não o da Selecção (ainda que, soube de fonte insegura, haja alguns que levam uns figos a mais para casa).
Como seria de esperar, agrada-me que a esta mísera campanha da equipa de Portugal não estejam associados nomes de jogadores do Benfica. E agrada-me também que o Scolari se esteja a rir do Queirós neste momento ao recordar as bocas reles deste último quando a equipa do Scolari perdeu uns jogos - o Scolari, que aliás, pela forma aparentemente isenta como seleccionou jogadores mas sobretudo pela forma declaradamente competente como os pôs a jogar, me fez acompanhar jogos da Selecção, o Scolari, dizia eu, é que tinha razão quando dizia que para perder jogos nas fases finais era preciso lá chegar. Isto diz-te alguma coisa, Queirós?
Por fim - e agora podem acusar-me de clubite e de outras coisas semelhantes - não consigo apoiar uma equipa em que jogue gente do calibre do Bruno Alves. Às vezes, e foi o que aconteceu neste jogo com a Suécia, dou por mim a torcer pela equipa que joga contra a equipa dos Brunos Alves do campeonato português.
Como sei que entre os frequentadores da Tertúlia há muitos adeptos que juntam à paixão pelo Benfica a paixão pela selecção portuguesa, abre-se aqui um tópico para quem desejar falar sobre a campanha portuguesa de apuramento para o Mundial a disputar na África do Sul.
Eu posso lançar a primeira ideia. Assim, como treinador de bancada que sou, na minha opinião o que faltou ontem para vencer a Suécia foi ter jogado Pedro Emanuel na esquerda da defesa para dar profundidade a esse flanco.
De resto, folgo em ter constatado que uma vez mais demos uma abada nos suecos, sobretudo no por vezes menosprezado período pré-jogo, em que goleamos, nomeadamente no importantíssimo item "Auto-Elogios bacocos". Pena não ter tido correspondência prática naquele período menos importante, vulgar mesmo, que decorreu entre cada um dos apitos do árbitro.
Mas não se pode ter tudo, pelo menos agora estamos novamente a fazer algo pela educação dos portugueses, obrigados que estão a fazer contas de que já se tinham desabituado quando o treinador era o Scolari. Ou não fosse o novo responsável um Professor! Muito mais do que treinador, apetece dizer.
O jornalismo desportivo português está hoje de luto. Faleceu Alfredo Farinha, uma referência incontornável, e um dos últimos representantes de uma grande geração do jornalismo português e d'A Bola (a verdadeira, não o sucedâneo com que temos de nos contentar hoje em dia). Alfredo Farinha foi um dos nomes que ajudou a criar em mim o gosto em ler sobre futebol e, para além do que escreveu, ficaram também célebres as suas participações no programa Os Donos da Bola (onde o vi disparar ao Serrão uma das respostas mais brutais a que já assisti na televisão). Deixa saudades em todos aqueles que se habituaram a lê-lo, saudades essas que se agudizam quando somos confrontados com o séquito de autênticos avençados que hoje em dia gostam de se intitular 'jornalistas', e que muitas vezes parecem ter até sérias dificuldades no domínio das regras mais básicas da língua portuguesa.
Uma 'estória' sobre Alfredo Farinha: diz-se que, por vezes, em vésperas de jogos europeus importantes do Benfica, pedia para ser ele a fazer a crónica dos jogos da nossa equipa no fim-de-semana anterior. Depois, mesmo que o Benfica tivesse ganho de goleada, desancava a equipa e os jogadores de alto a baixo. Isto para que eles se sentissem espicaçados, e não ficassem demasiado ufanos ou confiantes. Era a sua forma de ajudar.
Deixou-nos um grande senhor do jornalismo e do desporto português. Que tenha o descanso eterno que merece.
Nos últimos dias tem sido notícia o facto do Pedro Silva (neocampeão mundial da recém criada modalidade do arremesso de medalha) liderar destacado a votação para melhor jogador da Taça da Liga, votação essa que tem lugar do site da Liga Portuguesa de Futebol Profissional. Conforme sabemos, o número de adeptos do sportém existentes é ridiculamente pequeno, pelo que o facto do birrento e mal-educado brasileiro continuar a liderar a votação só podia mesmo ser uma aberração.
Pois aparentemente, a explicação é a mais óbvia possível: batota. A falcatrua foi desmascarada no Fórum Ser Benfiquista, que numa operação undercover conseguiu encontrar a admissão da batota que está a ser perpetrada pela lagartagem: hacking ao site da liga, e utilização de scripts para, artificialmente, aumentar a votação no brasileiro brega.
A ser verdade esta situação, há alguns aspectos que saltam desde logo à vista. Em primeiro lugar, mais uma demonstração da hipocrisia que rege o dia a dia da lagartagem fanatizada: acusam tudo e todos de batota por dá cá aquela palha, mas depois não hesitam em recorrer à batota (através de meios criminalmente ilegais) para tentarem vencer uma coisa tão ridícula quanto a votação do melhor jogador da Taça da Liga. Depois, há ainda a salientar o factor de autêntica burrice. Serei só eu a ver o quão irónico é terem escolhido o Pedro Silva para receber o troféu? Depois das cenas que ele fez aquando da entrega da medalha, não será particularmente cruel obrigarem o homem a receber mais um troféu referente à mesma competição? Eu não me importo nada com o resultado da votação, desde que prometam transmitir em directo a cerimónia da entrega do troféu. A que distância conseguirá o Pedro Silva arremessá-lo? Em quantos dos dirigentes que lhe entregarão o troféu conseguirá ele dar peitadas? Até pode ser que, num momento de fúria incontrolada, ele desanque o pessoal utilizando o troféu como arma. Se estiver lá o Lucílio a assistir à cerimónia, não haverá problema. O diálogo entre ele e a polícia será algo do género:
- Então o que é que se passou aqui, Sr.Lucílio?
- Nada, Sr.Guarda. Não me apercebi de nada.
- Tem a certeza? Mas eu vejo sangue por todo o lado...
- Garanto-lhe que não se passou nada de especial.
- Mas o senhor tem os dentes todos partidos, e uma cicatriz na cara com um formato estranhamente semelhante ao do troféu de melhor jogador da Taça da Liga...
- Isso? Já estava assim quando acordei hoje de manhã. Deve ter sido um mau jeito a dormir.
- Então e o troféu que tem cravado no crânio?
- Isto? Olhe, tem piada... Na verdade até me apercebi que o Pedro Silva o agitava freneticamente na minha direcção, mas não dei grande relevância isso. Coisa sem importância. Tudo fino, Sr.Guarda.
Fora de qualquer ironia, juro pela saúde da minha filha (não tenho filha mas agora virou moda jurar-se pela saúde das filhas), acho um tremendo tiro no pé esta atitude do SCP de não querer que o Lucílio Baptista volte a apitar jogos seus.
O que se seguirá, pedir igual "sanção" para o Carlos Xistra?
Caros amigos benfiquistas, por vezes perguntamos como podemos ajudar o nosso glorioso clube. Podemos ajudá-lo de muitas formas diferentes.
A ajuda que agora vos peço é simples: votemos num futebolista do Benfica (o que está mais bem posicionado é o Aimar) para melhor futebolista da Carlsberg Cup. Com esse voto evitamos que a campanha de descredibilização que alguns estão a tentar montar tenha sucesso.
Vão, votem e perceberão o que vos estou a dizer.
A votação é simples, vão ao site da Liga Portuguesa de Futebol (www.lpfp.pt), inscrevem-se e votam no Melhor jogador Carlsberg Cup 2008-2009.
Perdem 5 minutos, ajudam o Benfica e ajudam a evitar mais uma manobra suja do futebol português.
Vivamos o benfiquismo, divulguemos esta mensagem em blogues, sites, fóruns, e-mails e ajudemos o nosso Benfica!
A minha proposta como mui honrado (pelo convite) e incipiente escriba desta cantinho à beira internet plantado é de que o Benfica dê a taçola - sei lá! - à agremiação do sporting lumiar.
Seguindo o jargão tão querido aos comentadores desportivos daqui dos nossos portugais, espero que não tomem esta entrada a pés juntos, logo no primeiro minuto, como algo a destempo. Será mais como uma demonstração de poderio físico superior, à la defesa central de número duas unidades da clubeta regional cujo nome me recuso, solene e determinadamente, a pronunciar - maculando, assim, este espaço que não o merece.
Não faria mal algum abdicar daquele premiozinho de consolação, estabelecendo desde logo a prerrogativa do direito à repetição de todos os jogos nesta época em que lances duvidosos, escandalosos, criminosos nos tenham toldado o acesso à vitória em jogos deste campeonato.
Isto, é claro, à luz da neo-estabelecida lei soares-jamesoniana, na qual se lia, após jogos - sei lá, não me doa a cabeça a pensar muito - como o do Rio Ave, exactamente na mesma competição, que os árbitros são como os jogadores: também erram; uma lei, em eterno e lesto devir, que agora lê que, se os senhores árbitros, que estão acostumados a roubar para o lado deles deixam inusitadamente de o fazer, eles não brincam mais.
E porque há sabedoria nas expressões populares: quem não chora, não mama. E se eles choram - e de que maneira! - é porque querem qualquer coisa. O chorão-treinador não está para meias-palavras, e disse logo o que queria. Até porque a metáfora nunca foi o seu forte.
De forma a que os senhores que preferem ser adeptos daquela agremiação percebam, sai uma analogia para lhes facilitar a compreensão da coisa: imaginem a taça da liga como um copo de whisky. Para mim, que gosto de whisky - sem gelo, Pedro, sff - é uma bela recompensa. Por mais que a desta taça em particular seja mais um VAT 69, menos um Cardhu.
Agora, imaginem que, mesmo que fosse um bom whisky, tinha uma mosca. Foi esse copo que nós engolimos. E o que eu proponho é que regurgitemos esse copo, e essa mosca.
Porque a taça era só um copo, mesmo: nós queremos é a garrafa inteira.
P.S.: Só para que não fique esta dúvida: para mim faz tanto sentido devolver a taça, como regurgitar um copo de whisky bebido há 3 ou 4 dias. O exercício era meramente académico, e não deve ser tomado à letra, mesmo que de letras seja feito. É que ao ridículo, às vezes só se consegue responder com... mais ridículo.
Os sportinguistas estão indignadíssimos com um penálti mal assinalado pelo sportinguista Lucílio Baptista. Concordo com eles, mas pecam por defeito! Eu estou revoltado com a incompetência que esse sportinguista tem demonstrado ao longo de TODA a sua carreira.
Vejamos a estatística: ao longo da carreira, assinalou 3 grandes penalidades a favor do FCPorto e 3 grandes penalidades contra o mesmo clube regional; assinalou (contando com a de sábado) 6 grandes penalidades a favor do Benfica e 6 grandes penalidades contra o Glorioso; assinalou 3 grandes penalidades contra o Sporting e 8 a favor!! Expulsou 8 futebolistas do Benfica e 6 dos adversários. Expulsou 4 jogadores do Sporting e 10 dos adversários. Este árbitro apitou 39 jogos do Benfica, ganhámos 18… menos de 50%. Não me esqueço das expulsões ridículas de Valdo, Poborsky, Simão ou Ricardo Rocha (este, então, foi de antologia). Lembro-me, e bem, da forma espúria como Lucílio expulsou duas vezes o Léo .
Portanto, eu vejo os sportinguistas a, finalmente, exigirem o que há muito tempo tenho pedido: que este senhor não apite nem mais um jogo! Mas peçam-no não em nome de uma grande penalidade mal assinalada, mas sim em nome de uma carreira de vergonhosa dualidade de critérios.
Tal como os sportinguistas esperam há 48 horas por um pedido de desculpas, também eu espero, há muitos anos, pelo mesmo acto de contrição. Nunca chegou! Os sportinguistas ainda o puderam ver, em directo, a reconhecer o erro. Eu, como benfiquista, o único que pude ver foi o sorriso desdenhoso e cínico de quem, quando confrontado com estes números, se preparava para, no futuro, aumentar a aberração estatística dos mesmos. Assim, o pior está para vir: daqui a duas épocas este Lucílio despedir-se-á do futebol e, mais do que todas as outras, temo a sua última época.
Continuando a falar de futuro, por esta vitória pagaremos um preço alto. Paulo Bento já afixou o preço: o segundo lugar, o tal que pode dar acesso à Champions. Aliás, no último campeonato foi um tal de Lucílio (não sei se conhecem?) que se encarregou de, com um penálti tão patético como o de sábado, marcado num jogo com o Marítimo (lembram-se?), dar colinho ao Sporting para poder ir à Champions e juntar uns tostões para pagar dívidas. Por acaso, mas só por acaso, estranhei, depois de esse jogo contra o Marítimo, não ter ouvido ninguém do Sporting a exigir desculpas ao Lucílio.
Por falar em pedidos de desculpas, um tal de Pedro Silva, depois de um escarro de comportamento, veio pedir desculpas. Penso que, a julgar pela bitola sportinguista referida por João Moutinho – capitão de equipa, campeão nacional do mergulho genuinamente dorido e, como tal, exemplo de desportivismo – “pedir desculpa às vezes não chega.” Acabo como comecei: a concordar com os sportinguistas. Efectivamente, e quando me lembro do comportamento desse tal Pedro Silva, um pedido de desculpas por vezes não chega.
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