As imagens falam por si. Quase não é preciso acrescentar mais nada. Estes senhores demonstraram mais uma vez que estão longe de ser incompetentes. No primeiro conjunto de imagens, a dualidade de critérios é gritante. No segundo, o larápio sabia muito bem o que tinha (ou não) de fazer.
Há trinta e tal anos, Manuel Freire cantava assim:
"Pequenos deuses caseiros que brincais aos temporais / Passam-se os dias, semanas, os meses e os anos / E vós jogais, jogais / O jogo dos tiranos.
Dormi em colchões de penas / Dançai dias inteiros / E comprai os que se vendem / Alteai vossas janelas / E trancai as vossas portas / Pequenos deuses caseiros / E reforçai, reforçai as sentinelas"
Gostaria de dedicar esta canção aos dirigentes da Liga e da Federação, ao presidente do fcp e demais dirigentes dessa associação, aos juízes de Gondormar e da Relação do Porto, ao possível futuro presidente da liga proposto pelo fcp, a muitos árbitros de futebol actuais e passados, a muitos jornalistas desportivos, e a todos os amigos e conhecidos que têm tão brilhantemente pugnado para a construção e manutenção do actual "estado de coisas" do futebol português e, porque não dizê-lo, do País!
A estranha disciplina da Liga voltou a actuar. Já sabemos que todas as semanas, mas todas mesmo, sem excepção, o Benfica é multado por esta ou aquela razão. Nem que seja porque os adeptos do Benfica apareceram no estádio. Se alguém se dedicar a fazer as contas, rapidamente concluirá que este ano tem sido o Benfica o maior contribuidor para pagar os ordenados àquela gente toda. Só esta semana, foram sete os castigos e mais €2.775 para os bolsos da Liga.
O caso mais recente foi o nosso Rui Costa, que foi mais uma vez multado e ficou suspenso por um mês (na prática, até ao final do campeonato). Isto devido a "expressões, desenhos, escritos ou gestos injuriosos, difamatórios ou grosseiros para com membros dos órgãos da Liga e da Federação", actos estes que terão sido cometidos aquando da última recepção ao Marítimo. Bem, eu nem sequer digo que o Rui Costa não tenha tido alguma destas atitudes, até porque, como Benfiquista que é, perante a arbitragem 'competentíssima' do seu homónimo, acredito que tenha sido difícil conter-se. Eu bem sei o que se ia ouvindo nas bancadas. Agora o que eu acho estranho é que outros, que têm tido atitudes que se encaixam como uma luva nesta descrição, e que são visíveis por toda a gente, continuem impunemente a fazê-lo semana após semana, perante a complacência não só da Liga como dos próprios árbitros visados, que se 'esquecem' de incluir a descrição desses actos nos seus relatórios, ou que os desvalorizam vá-se lá saber porquê. Parece-me que neste caso a 'competência' do árbitro do nosso último jogo é capaz de se ter também estendido ao relatório que escreveu.
Entretanto, e porque nestas coisas da competência convém manter uma certa constância, para o próximo fim-de-semana já sabemos que poderemos contar com a competência do infalível bombeiro de serviço, Jorge Sousa. Este é tão competente que raramente falha.
A nossa equipa de basquetebol terminou a fase regular da respectiva Liga só com vitórias (a cereja no topo deste bolo foi a vitória contra um clube regional no último - e muito sofrido - jogo). É certo que ainda falta o playoff, a fase realmente importante, mas estes atletas merecem neste momento todo o nosso reconhecimento pelo excelente trabalho que fizeram ao longo desta fase, ao qual não será alheia a mão do nosso responsável pelas modalidades. Com este quadro, creio que é legítimo esperar que estes senhores tragam o caneco no final do playoff. Força nisso!
Sempre achei o wrestling como um subproduto do desporto. Aliás, tenho muitas reservas em considerar a prática de violência gratuita e de desfechos pré-combinados como desporto.
Confirmei, ao minuto 58, que o futebol português é muito parecido com o wrestling. E, apesar haver quem chame desportista a um tal de Bruno Alves, não foi pela violência gratuita que confirmei a dita semelhança …
[link]
Um verdadeiro compêndio, foi aquilo que este jogo revelou ser. Um compêndio sobre como um projecto de árbitro, de forma extremamente competente e nada ardilosa, conseguiu equilibrar os pratos da balança de um jogo que, em futebol jogado, chegou a mostrar tamanho desequilíbrio que a única previsão possível para o resultado final era uma goleada, com um desnível comparável ao que vimos na primeira volta entre estas mesmas equipas.
No que diz respeito ao futebol, o Benfica apresentou pela terceira jornada consecutiva o mesmo onze, organizado num 4-4-2 clássico. Isto frente a um Marítimo que apareceu com um 4-3-3, apostando na velocidade de dois ex-jogadores do Benfica para os extremos (Manú e Paulo Jorge). Sem ter tido uma entrada brilhante no jogo, aos poucos o Benfica foi tomando conta do mesmo, e mostrando um futebol com mais alguns dos traços que lhe temos visto nos úiltimos tempos, em particular uma maior velocidade, capacidade de pressão sobre o adversário em terrenos mais adiantados, e bastante mobilidade/liberdade dos seus jogadores no terreno, sendo frequentes as trocas de posição. Quanto ao Marítimo, não me pareceu que se remetesse exclusivamente à defesa, resultando daí um jogo interessante de seguir, mesmo que nem sempre tenha sido bem jogado. Este 4-4-2 do Benfica, como disse, tem mostrado algumas características bastante interessantes, sendo a mais evidente a capacidade para criarmos oportunidades de golo e rematarmos frequentemente. Por outro lado, não é uma táctica isenta de riscos, já que com o meio campo entregue quase exclusivamente à dupla Carlos Martins/Rúben Amorim, parece-me que somos por vezes demasiado 'macios' nessa zona, sendo por vezes evidente o espaço exagerado que concedemos ao adversário para jogar nessa zona (na segunda parte, e face à muito menor disponibilidade do Di María para defender quando comparado com o Aimar, esse pormenor foi ainda mais visível).
Parecia portanto ser bastante provável que o Benfica, quebrando a infeliz tendência desta época nos jogos caseiros, fosse capaz de marcar durante a primeira parte. E isso acabou por acontecer à meia hora de jogo, de uma forma fortuita: houve um cruzamento do David Luíz na esquerda, o Nuno Gomes e um defesa do Marítimo fizeram-se à bola sem no entanto lhe tocar, e esta acabou por descrever um arco, entrando ao segundo poste. Apesar de obtida de forma feliz, a vantagem já se justificava naquele momento, porque nessa altura o jogo já só dava Benfica. Como se costuma dizer muitas vezes, o que custa é o primeiro, por isso foi com uma aparente facilidade que, no espaço de oito minutos, marcámos mais dois golos. O primeiro pelo Cardozo, na conclusão de uma boa jogada em que o Carlos Martins desmarcou o Maxi na direita, e este centrou tenso e rasteiro para a emenda do paraguaio. Foi também da autoria do Cardozo o terceiro golo da noite, desta vez emendando à boca da baliza um cabeceamento vindo do outro lado, após livre do Reyes. Com isto, o Cardozo soma agora seis golos nos últimos quatro jogos. Hoje foram para mim evidentes os benefícios que ele tirou da companhia do Nuno Gomes, cuja mobilidade contribuiu para abrir bastantes espaços para o paraguaio. Conforme disse, nesta altura já cheirava a goleada, mas com a contribuição preciosa do senhor Rui Costa e uma série de livres por ele assinalados, o Marítimo ainda conseguiu finalmente acercar-se da nossa baliza, e marcar sobre o intervalo. Neste particular, confesso que me irrita o facto de defendermos este tipo de lances com onze jogadores dentro da área, e ainda assim ser desta forma que acabamos por sofrer grande parte dos golos. Voltando ao jogo, fiquei logo com a sensação de que foi este golo que evitou o descalabro do Marítimo, porque se fôssemos para o intervalo com três golos sem resposta, o jogo acabaria inevitavelmente numa goleada.
O segundo tempo trouxe-nos uma alteração importante, pois o Benfica surgiu com o Di María no lugar do Aimar. Não sei qual foi o motivo para esta alteração, mas na minha opinião ela reflectiu-se negativamente no nosso jogo. Fez-nos falta a capacidade do Aimar para segurar a bola no meio campo adversário, esperando pela movimentação dos colegas para depois combinar de forma inteligente com eles. Com o Di María as coisas passam-se de uma forma muito mais linear, e além disso ele não esteve numa noite particularmente inspirada, procurando quase sempre resolver as coisas demasiado depressa, com resultados invariavelmente negativos (centrar bolas para a área sem sequer levantar a cabeça para ver o posicionamento dos colegas - ou ver sequer se estão de facto colegas na área - não faz sentido nenhum). O jogo continuava a ser disputado a um ritmo elevado e de uma forma aberta, embora a qualidade do mesmo tenha sido inferior à primeira parte. O Marítimo mostrava vontade de discutir o resultado, lá isso mostrava, mas capacidade para ameaçar a nossa baliza é que nem vê-la. Não sei quantos remates terão eles feito, mas tenho a certeza de que os dedos de uma mão chegam e sobram para contá-los. Não me recordo de ver o Quim fazer uma única defesa.
Mas não nos podemos esquecer do competentíssimo Rui Costa, da família dos competentíssimos Costas, e a quem eu auguro um futuro bastante promissor, prevendo para breve a sua promoção a internacional. Pois este senhor, não contente com o critério estupidamente parcial na amostragem de cartões, e com o facto de decidir 99% dos lances a favor do Marítimo, descortinou numa queda desajeitada de um insular uma oportunidade dourada para assinalar penálti, e não se fez rogado. Ocasião de ouro para o Marítimo rematar à nossa baliza (já que de outra forma parecia ser impossível), e assim, de súbito, verem-se com a possibilidade de disputar o resultado de um jogo que, de outra forma, nunca pareceu estar ao seu alcance. E tanto que não estava que, apesar de dispormos de apenas um golo de vantagem, a meia hora que faltava até ao final decorreu de forma tranquilíssima, não sentido a nossa baliza ameaçada nem por uma vez que fosse. Pelo contrário, pareceu-me sempre que o quarto golo do Benfica poderia surgir a qualquer altura, houvesse cabeça fria suficiente para aproveitarmos as brechas que se abriam na defesa adversária, e concluir de forma satisfatória alguma das diversas jogadas de ataque que essas brechas proporcionaram. O único factor de nervos acabou mesmo por ser a actuação do senhor Rui Costa, que não contente com o que tinha feito até então, continuou a alardear a sua extrema competência e a anunciar a sua candidatura às insígnias de internacional durante o tempo que faltava. Infelizmente para ele, a falta de capacidade do Marítimo para chegar ao empate terá porventura prejudicado essa mesma candidatura.
Apesar de algo desajeitado nos passes longos, gostei da actuação do Carlos Martins esta noite, enquanto esteve em campo. O Maxi esteve no nível elevado que tem mostrado esta época, e o Cardozo continua a mostrar que terá sido um desperdício tê-lo no banco ou a jogar desacompanhado na frente durante tanto tempo. Não gostei francamente daquilo que o Di María fez. Acho que ficámos a perder com a troca do Aimar.
Nos últimos três jogos para a Liga jogámos com este onze, e esta disposição táctica, e em cada um deles conseguimos uma produção ofensiva bastante interessante, sempre com mais de vinte remates por jogo. Em comparação com o autêntico aborrecimento que foi ver diversos jogos do Benfica esta época, isto tem sido uma agradável mudança. Não sei se ainda vamos a tempo de melhorar a nossa classificação, mas espero que pelo menos se mantenha este nível até ao final da época. Uma coisa parece certa: o Zé da Bancada, que insiste que o Benfica tem que jogar sempre com dois avançados, parece neste caso estar a ver ser-lhe dada toda a razão.
A Telma Monteiro não vestiu a indumentária da selecção nacional de Judo e anda a dar entrevistas e a aparecer por tudo quanto é sítio com o manto sagrado vestido. É claro que os responsáveis da FPJ já vieram fazer o devido reparo, o que eu percebo perfeitamente, até porque eles fizeram circular a informação de que os atletas deveriam fazer uso do equipamento da selecção, mas eu não posso senão regozijar-me com a atitude, pois a Telma deixa claro que o emblema com que se identifica é o do Glorioso e não o das "quinas". Parabéns à Telma que, além de ser uma mulher bonita e bem-falante, de ser benfiquista e (também por isso) campeã, trata com este nobre desprezo o chiqueiro das normas das equipas ditas de todos nós.
Escrevo estas linhas às 21 horas. Há mais ou menos uma hora juntaram-se, no Marriott, António Figueiredo e Bruno Carvalho. Será que os damasianos querem regressar?
Seja como for, parece-me uma parelha interessante… merecem-se.
A nossa Telma Monteiro é Campeã da Europa.
Parabéns Telma!
bola nossa
-----
-----
Diário de um adepto benfiquista
Escolas Futebol “Geração Benfica"
bola dividida
-----
para além da bola
Churrascos e comentários são aqui
bola nostálgica
comunicação social
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.