Venho juntar a minha voz ao coro que diz que é importante manter o Cardozo. Confesso que já me irritei muitas vezes com o seu futebol desajeitado e que costumava estar de acordo com o Quique quando este o sacrificava para jogar o Suazo. Mas a recta final deste goleador sem perfil de herói fala mais alto. Não que me renda à objectividade: rendo-me aos golos.
Há anos que o Benfica não tinha um matador - o Simão, sem jogar na posição em que isso se exige, era o único que competia pelo título de melhor marcador do campeonato. Agora que encontrámos um, que tem no seu pé esquerdo o remate mais fácil e potente da liga, não o podemos largar. Além disso, como se viu no jogo com o Belenenses, está melhor a jogar de costas para a baliza e a fazer tabelas e com um bom trabalho dos extremos pode ser um gigante perigoso no cabeceamento. E sem dúvida que para o ano os extremos devem ter um desempenho mais mágico, mais venenoso, jogando talvez um pouco mais adiantados no campo, recuando em contrapartida o Aimar para que se torne no dez que ele é e que o Benfica precisa.
Dizem que vem aí o Jorge Jesus: mas a salvação, caros benfiquistas, passa pelo paraguaio.
Parabéns ao nosso futsal, após mais uma vitória na Taça de Portugal. A secção foi criada há oito anos, e esta é a quarta Taça conquistada neste período (metade das disputadas, portanto). Durante estes mesmos oito anos, a modalidade conquistou também já quatro Campeonatos Nacionais, estando ainda na luta por um possível quinto título (que, caso o logremos conquistar, será o tricampeonato). Podemos portanto dizer, e com toda a propriedade, que o futsal do Benfica honra os pergaminhos do nosso clube.
Parabéns também em particular ao nosso treinador André Lima, que com esta vitória conquistou o seu primeiro título como treinador, naquele que é o seu ano de estreia nestas funções. Que possa atingir pelo menos o mesmo sucesso que teve como jogador é o meu desejo. Uma palavra também para o 'histórico' Zé Carlos que, apesar de ter passado uma boa parte da época um pouco na sombra do Bebé, foi ontem um gigante após a expulsão do titular.
Ainda nas modalidades, o nosso basquetebol iniciou também ontem da melhor forma a final do playoff, batendo a Ovarense no primeiro jogo. Tendo em conta a qualidade já demonstrada esta época, e mesmo com a adversidade das lesões em jogadores chave, é legítimo ambicionarmos ver o regresso do título à Luz, título esse que anda arredado desde os já longínquos tempos do Carlos Lisboa (como jogador, que como dirigente temo-lo lá agora).
A vista do ponto depende sempre do ponto de vista.
Assim, tal como o meu amigo Pedro Fonseca [link], considero que Quique Flores deveria ter sido mais solidário para com o Benfica ao longo da época. Da mesma forma, considero que deveria ter havido um maior apoio público ao treinador por parte de todas as estruturas do Benfica no último mês do campeonato e que Quique tem motivos para se mostrar desagradado com essa falta de apoio.
No entanto, não posso ignorar que antes do jogo em casa com o Trofense, Quique comunicou ao seu Director que desejava sair no final da época e inclusivamente pediu que o Benfica abdicasse da indemnização que ele (treinador) teria de pagar por quebra do contrato. Diga-se que ao treinador foi comunicado que o Benfica abdicava da dita indemnização.
Depois de este episódio, compreendo e partilho o desagrado do seu Director, quando, após o último jogo com o Belenenses, o mesmo Quique deu o dito por não dito e pediu, ele mesmo, uma indemnização para sair do Benfica.
O que é que mudara entretanto? Aparentemente foi a indignação pelo abandono a que se sentiu sujeito. Essencialmente foram os últimos resultados de Abel Resino no Atlético de Madrid. Só assim se explica que, depois de uma vitória por 3-1 ao Belenenses, o resultado que se ouvia discutir em castelhano, no balneário, fosse o 1-4 do Atlético de Madrid aos de Bilbau.
Felizmente, o campeonato espanhol acaba neste fim-de-semana.
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Já o disse [link e link] e repito-o: a avaliação de Quique não deveria ser feita em função dos resultados, pois estes foram inquinados essencialmente por arbitragens espúrias, mas sim em função das práticas diárias do treinador. Cada vez mais, concordo com a avaliação feita.
Na última jornada da II Liga, o Santa Clara não consegue a subida. Consegue-a o Leiria.
O Estrela da Amadora está em risco de falência. Se tal suceder, mantém-se o Belenenses.
O Vitória de Setúbal, que há dias não tinha dinheiro nem para comprar rifas, paga ontem de uma assentada quatro meses de salários em atraso e as dívidas ao fisco e segurança social. Aparentemente, ninguém perguntou de onde vem esta súbita riqueza.
Adivinha: O que têm em comum os três clubes, Belenenses, Leiria e Vitória? Pois é.
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Adenda - 12h32m
Como é natural, entretanto o Benfica já esclareceu a CMVM e já desmentiu esse produto intestinal que começa por um 'R', acaba num 'D' e tem 'ecord' pelo meio.
Querem continuar a ser embalados pelo Grupo Cofina? A escolha é vossa.
Ao comportamento desse pasquim já estamos habituados. Fica registada a forma como é gerida a CMVM hoje em dia.
1) Não gostaria que Quique Flores continuasse. Não posso defender algo diferente para ele do que defendi para o Fernando Santos. Se não atingiu os objectivos mínimos, deveria ter a hombridade de colocar o lugar à disposição. (Todavia, concedo que a forma como o affair Jesus nunca foi desmentido lhe possa ter caído muito mal. Se ele colocaria o lugar à disposição, caso nós tivéssemos tratado desse assunto de outra forma, é algo que nunca saberemos.)
A reacção [link] foi tardia e, escaldados com as recentes informações sobre Ramires, é natural que estejamos cépticos. Atendendo ao actual contexto, esta solução já surge ferida. Assim, a confirmar-se o cenário actual, fico surpreendido e com a convicção de que se caiu numa lose-lose situation. E não havia necessidade.
Agora, arregacemos as mangas e tratemos do futuro!
Benfiquistas,
A culpa da crise do Benfica deve-se ao facto de todos os anos mudamos de treinador.
Parece uma frase feita, mas eu vou justificá-la.
Ora, a mudança de treinador geralmente tem como consequências imediatas:
1º Novas filosofias de treino;
2º Novos esquemas tácticos e de jogo;
3º Novos planos de treinos físicos para os jogadores;
4º Novas apostas em jogadores ou alterando o posicionamento dos mesmos em função das ideias do novo treinador;
5º Entrada e saída de muitos jogadores.
Estas consequências imediatas dão origem a que:
1º Em vez de as rotinas do treinador anterior começarem a dar frutos, surgem novas rotinas que levam o seu tempo a estabilizar e a dar resultados;
2º O próprio físico dos jogadores se tenha de adaptar às novas filosofias de treino físico
3º O jogador que estava a começar a evoluir, deixe de ser opção e estagne a sua evolução ou o jogador que começava adaptar-se a uma determinada posição tenha de começar adaptar-se a uma nova posição.
A mudança de treinador todos os anos é também prejudicial por outras razões. A saber:
1º Passa a mensagem aos jogadores de que estes não precisam de se preocupar muito em esforçarem-se até ao limite, pois no ano a seguir aquele treinador já lá não estará, mas eles continuarão lá. Assim, torna-se difícil que o treinador se imponha. Se o treinador continuasse, obrigava os jogadores a provar que para o ano este podia continuar a contar com eles, e que aqueles mereciam continuar no plantel. Mudando o treinador todos os anos, instala-se a anarquia.
Imaginem vocês se tivessem conhecimento de que todos os anos o vosso superior hierárquico mudava...
2º Passa a mensagem de que certos Santos, Lobos, Manhosos, Azevinhos, Pintos de Aviário, entre outros, podem continuar a criticar e mal-dizer tudo o que é feito no futebol do Benfica, porque sabem que alguém lhes dá ouvidos.
Além disso, é mais um gasto estúpido com indemnizações e uma mancha numa instituição como o Benfica, que devia honrar os seus compromissos e cumprir os seus contratos.
Isto tem de acabar para bem do nosso clube. E tem de ser já! Quique tem de continuar o seu projecto de dois anos.
Por um lado, quase todos queremos o Reyes e quase todos achamos que se justifica pagar meia dúzia de milhões de euros para que o futebolista mais exclamativo e entusiasmante do plantel fique no Benfica.
Por outro lado, torcemos o nariz quando percebemos o salário astronómico que o espanhol recebe e que teria de ser o Benfica a suportar integralmente no futuro. Sabendo o que faz uma enorme discrepância salarial num balneário e sabendo o rombo que tal salário faz no orçamento… dizemos-lhe “buen viaje”. E se a sua viagem terminar onde terminou a de Rodriguez? Teremos a capacidade de avaliar esta hipotética decisão do Benfica com a mesma racionalidade?
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Por um lado, tenho a pretensão de dizer que ninguém mais do que eu aprecia Luisão (pode haver quem aprecie de forma idêntica, mas dificilmente encontrarei quem por ele tenha maior admiração) e, obviamente, desejo que ele fique no plantel. Mas li aquela despedida dos adeptos como uma despedida do… Benfica. Por um lado, compreendo que com 28 anos está na altura de fazer um excelente contrato e que, precisando o Benfica de fazer dinheiro, este seja um dos principais candidatos a sair. Mas, ainda assim, é o Luisão, caramba! Por outro lado, o mais certo é que eu esteja a fazer uma leitura enviesada daquela despedida sentida…
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E o Quim? Acham que pode sair? Aqueles que dizem não se importar com a sua possível saída manterão essa mesma indiferença independentemente do seu futuro clube?
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