Dedico a esmagadora vitória de hoje ao senhor que queria Carlos Azenha como treinador do Benfica.
Sem querer sequer colocar em causa o eventual valor do jogador (dada a qualidade que grassa no plantel da lagartagem, ele até se arrisca a brilhar), deve ser lixado andar uma data de tempo a desvalorizar contratações de jogadores do Benfica, com argumentos parvos de que jogadores com 24 ou 27 anos 'estão acabados', 'só vêm porque mais ninguém lhes pega', ou 'vêm para o Benfica gozar a reforma', e depois ter que engolir a contratação de um jogador desempregado com 32 anos.
Julgo que uma boa parte dos benfiquistas estará a par da 'novela' que se tem desenrolado em redor do nosso treinador de andebol, o Professor José António Silva, e que tem inclusivamente levado a que a nossa equipa faça os jogos de preparação orientada pelo técnico adjunto, Pedro Gama. Se calhar ao contrário de uma série de 'professores' que andam pelo desporto, o nosso treinador é mesmo professor, neste caso da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. É mesmo um dos quatro técnicos existentes em Portugal com doutoramento na área do andebol. Tendo em conta este seu estatuto, o Prof. José António Silva necessita de uma autorização da parte da sua faculdade para poder exercer as funções de treinador de uma equipa de andebol. Isto nunca foi impedimento para ele ou para qualquer outro na sua situação, tendo o nosso treinador já orientado equipas como o Madeira SAD ou o Águas Santas, sem quaisquer problemas. Quando pela primeira vez ouvi falar das actuais complicações, reparei no pormenor dele ser docente da Universidade do Porto, e no meu facciosismo assumi que deveria andar por lá algum bando de ressabiados com vontade de chatear o Benfica, mas que a coisa se resolveria.
Os problemas pelos vistos começaram o ano passado, altura em que, por coincidência, o Prof. José António Silva assumiu o comando do Benfica. Primeiro entrou um pedido de acumulação de funções, pedido esse que foi aprovado pelo conselho científico, mas que acabou por ser vetado pelo presidente do Conselho Directivo, que alegou razões logísticas para tal veto. Tentou então o Benfica estabelecer um protocolo de cooperação com a referida universidade, e também este foi vetado pela mesma pessoa, pois entendeu ele que tal protocolo 'não traria benefícios para a Faculdade de Desporto'. A solução final foi mesmo um pedido de licença sem vencimento. Só que este ano tal cenário não se pode repetir, e a Faculdade de Desporto, na pessoa do seu presidente do Conselho Directivo, continua a levantar todo o tipo de objecções e dificuldades, rejeitando qualquer plataforma de entendimento. Perante estes dados, e no meu facciosismo, só pude mesmo concluir que o tal presidente do Conselho Directivo é uma besta quadrada ressabiada.
E foi então que esta manhã se fez luz, assim que soube o nome do presidente do Conselho Directivo da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Nada mais, nada menos do que o senhor Jorge Olímpio Bento. Para quem não estiver a par, esta personagem dedicou-se durante anos a fio, nos seus artigos de opinião nas páginas d'A Bola, a vomitar um ódio desmesurado e imbecil ao Benfica, usando e abusando de um estilo literário que, julgo eu, ele decerto tomaria por uma refinadíssima ironia, mas que para quem tentasse ler aquilo não passava de uma prosa bufa e pomposa, na qual alternava o vomitar de ódio ao Benfica com fellatios platónicos ao seu ídolo incondicional (um certo Padrinho do bas-fonds portuense). Neste momento, após A Bola ter (numa medida elementar de saneamento que muito se saúda) expurgado esta criatura das suas páginas, deve então andar no auge do ressaibo. Suponho que se fosse outro clube qualquer a propor um protocolo de cooperação à sua faculdade (um clube sobre o qual pairem constantes suspeitas de corrupção, por exemplo), o Prof.Olímpio Bento imediatamente cairia sobre os joelhos e assumiria a posição. Por mim, fico com uma ideia muito clara da capacidade profissional da criatura. Suponho que para ele deva ser perfeitamente justificável chumbar um aluno pelo grave motivo deste ser sócio do Benfica.
Quando Pinto da Costa, aquela espécie de Bokassa de além-Douro, disse que não estava interessado em C. Rodriguez e depois acabou por contratar a dita meretriz uruguaia, os jornalistas do costume apelidaram a manobra de “golpe de mestre”. Sempre que o clube regional dos envelopes a árbitros contrata um futebolista sem que a imprensa saiba, isso é considerado uma “demonstração de grande competência e organização”.
O Benfica, surpreendendo tudo e todos, contratou hoje um jovem futebolista que foi considerado a revelação do brasileirão, Felipe Menezes. Rui Costa driblou a comunicação social, foi dizendo que o plantel estava fechado quanto a entradas e nem a corja de bufos internos do costume teve acesso à informação. Sem que a comunicação social soubesse e sem que os bufos pudessem contar ao amiguinhos, o futebolista foi contratado. Uma limpeza!
Como é que reagem os do costume? Da costumada maneira: com uma incrível dor de chifre e sem qualquer capacidade de reconhecer que os amiguinhos bufos não serviram nem para serem apelidados de “fontes internas do clube”.
A este propósito veja-se a patética azia com que esta cambada de tristes exemplos de jornalismo que contribuem para o Mais Futebol deram a notícia. Querem ser irónicos, mas aquilo cheira a vingança mesquinha e pequenina, tão pequena como a memória que aquela gente tem do código deontológico que os devia reger. [link]
Os adeptos perdoam tudo aos futebolistas. Começando no azar e acabando na aselhice tudo lhes é perdoado, desde que os adeptos vejam que quem tem a supina honra de vestir a camisola do Benfica personifica o exemplo de entrega, vontade, abnegação e sacrifício.
No jogo contra os ucranianos nada de isto foi visto. Quero acreditar, e tenho bons motivos para isso, que foi uma excepção. Ainda assim, saibam os nossos futebolistas que os adeptos não estão dispostos a perdoar o insucesso, se este se dever ao laxismo e à falta de empenho. Aquilo que ontem se viu não foi gestão de esforço, foi falta de ganas, de brio e de querer! Se se repetir, além de falta de profissionalismo, será também falta de respeito pelo símbolo que trazem junto ao coração.
E isso não terá perdão.
Fraco o jogo, e fraca a atitude da nossa equipa. É certo que a eliminatória já estava praticamente decidida à partida, mas eu nunca gosto de ver o Benfica perder, e muito menos perder contra uma equipa que sabemos ser inferior à nossa, e que parecia estar a jogar num terminal de camionetas, tamanha era a chinfrineira que saía dos altifalantes do estádio com o jogo a decorrer. As alterações no onze não explicam tudo, e sobretudo não servem de justificação para a atitude passiva que tivemos durante a maior parte do jogo (particularmente irritante quando estávamos a perder). Não estávamos a lutar pelo desfecho da eliminatória, mas deveríamos ter o brio suficiente para lutar pela vitória no jogo.
Foram sete as alterações no onze relativamente ao jogo de Guimarães. 'Sobreviveram' apenas o Luisão, David Luiz (desta vez a jogar novamente à esquerda), Javi Garcia e Ramires. O jogo iniciou-se na toada esperada, ou seja, calmíssima. Ao Benfica não interessava aumentar o ritmo, e o Vorskla também não sabia muito mais. Durante a primeira parte o Benfica teve o controlo completo do jogo. Sem nunca forçar, construímos ainda assim as maiores (ou melhor, as únicas) oportunidades para marcar. Em particular, pelo Keirrison (permitiu a defesa ao guarda-redes) e pelo César Peixoto (cabeceamento a passar perto do poste, e noutra ocasião, isolado, a falhar quando tentou levantar a bola sobre o guarda-redes). Do outro lado, o Moreira foi um mero espectador, já que não me lembro de ter que fazer uma única defesa, sendo apenas chamado para pontapear bolas atrasadas pelos colegas. O nulo ao intervalo até se aceitava, mas tudo indicava que, a alterar-se a situação, seria da parte do Benfica.
Para a segunda parte veio o Saviola no lugar do desinspirado Nuno Gomes, e tudo parecia que iria continuar na mesma, mas num contra-ataque o Vorskla chegou cedo ao golo, no primeiro remate que fez à nossa baliza. Culpas do Moreira no lance, que saiu ao cruzamento vindo da esquerda e não o conseguiu interceptar, deixando um golo fácil para o único avançado ucraniano. Este golo mexeu com o jogo, que passou a ser disputado a uma velocidade maior, embora a qualidade não tenha aumentado, antes pelo contrário, piorou, já que com as duas equipas a tentar fazer tudo mais depressa multiplicaram-se os passes errados e as perdas de bola. Logo na jogada seguinte, num lance de que só tivemos a repetição, o Saviola, isolado, rematou fraco para a defesa do guarda-redes. O mesmo Saviola, aos quinze minutos desta segunda parte, aproveitou um mau corte de um defesa adversário para, completamente só, dominar e rematar para o golo. E depois disto o jogo pareceu acalmar um pouco, e quase voltar ao cenário da primeira parte. Mas a quinze minutos do final, para aí na centésima tentativa de desmarcarem o extremo direito, este conseguiu mesmo o cruzamento e na área, após um ressalto no Luisão, surgiu o extremo esquerdo russo do Vorskla, perante alguma passividade do Luís Filipe, a rematar para o golo (dois remates, dois golos). A partir daqui os ucranianos empolgaram-se, e tentaram, da forma atabalhoada que lhes era possível, voltar a marcar. Já o Benfica, salvo algumas honrosas excepções, pareceu satisfeito em tentar voltar a controlar e adormecer o jogo, trocando a bola cá atrás e tentando poucas saídas para o ataque. O apito final chegou, vencemos a eliminatória, e perdemos o jogo para os felicíssimos ucranianos.
A equipa esteve num todo discreta, mas escolhendo alguém para destacar, então são o David Luiz e o Javi García. O primeiro teve o azar de levar com um dos melhores jogadores do Vorskla do seu lado, o extremo Kulakov, e ainda por cima o Vorskla praticamente só atacava por ali. Se é verdade que os dois cruzamentos para os golos saíram do seu lado, também é verdade que foram inúmeros os cortes e recuperações de bola que efectuou, para além de ser um dos poucos jogadores que sempre se mostrou mais decidido a tentar levar a bola para o ataque (e esteve perto de marcar numa jogada individual). O segundo lutou muito no meio campo, e foi também responsável por cortar inúmeros lances de ataque do Vorskla. Para ele este jogo de certeza que não serviu para descansar. Dos 'novos', Keirrison mais uma vez muito apagado, Luís Filipe do costume, e o César alternou uma primeira parte bastante aceitável (bonito passe de calcanhar a isolar o Keirrison, por exemplo) com uma segunda parte fraquíssima.
Lá estamos na fase de grupos, conforme se exigia, mas esta noite não vou conseguir evitar andar chateado por termos perdido um jogo contra esta equipa do Vorskla. Até porque os pontos fazem sempre falta para o nosso ranking europeu.
Ficamos a saber, portanto, que a SAD do FCP e o site oficial do clube servem de órgãos de relações públicas e de comunicação no que concerne a assuntos pessoais do presidente do clube do Guarda Abel. Mas afinal quem é que foi a julgamento no Tribunal de S. João Novo? Foi o clube? Foi a SAD? Foi alguma entidade empresarial do grupo? Ou foi o presidente a título pessoal?
Uma das manobras, julgo, profusamente utilizadas para defender o indefensável e tentar evitar castigos ao clube na altura do auge do Apito Dourado foi exactamente o argumento da separação entre as acusações ao presidente/dirigentes e o clube ou a SAD (sendo que depois se tentava separar ou juntar os processos consoante o seu desenlace e da forma mais conveniente, à chico-esperto). Agora, no âmbito de um processo de carácter eminentemente pessoal, percebe-se que afinal as coisas são – sempre o serão – indissociáveis. O FCP e os seus recursos são instrumentalizados pelo seu presidente e tudo o que este faz está inapelável e intimamente associado ao primeiro (poder-se-á especular, até, se terá sido o Bruto Alves o condutor do automóvel responsável pelo atropelamento, o que explicaria o estilo ‘viril’ da condução).
Hoje a sorte do jogo sorriu-nos, já que conseguimos a vitória mesmo ao cair do pano, num jogo que terá sido, na minha opinião, o mais fraco que vi a nossa equipa fazer esta época. Fica o mérito de nunca terem desistido, de terem lutado até ao fim, mas esperava maior capacidade da nossa equipa para se libertar do espartilho que foi armado pelo Vitória. Mas é também com vitórias em jogos destes que se pode chegar a campeão.
No onze inicial a única alteração em relação ao jogo contra o Vorskla foi a entrada do Ramires para o lugar do Coentrão. Apesar da boa exibição do Coentrão no último jogo, era uma alteração esperada, já que num jogo destes o Ramires poderia dar mais força ao meio campo e maior capacidade de recuperação de bolas. O Benfica pareceu entrar no jogo com vontade de pressionar e assumir o controlo, mas após alguns minutos o Vitória soube suster o nosso ímpeto e equilibrar a partdia. Bastaram estes primeiros minutos para nos apercebermos que isto seria um jogo complicado para nós. Isto porque jogadores como o Saviola ou o Aimar não pareciam estar nos seus dias, mostrando-se muito mais estáticos do que o habitual. O Benfica ainda introduziu a bola na baliza adversária pouco depois do primeiro quarto de hora, num cabeceamento do Cardozo a centro do Shaffer, mas o golo foi bem anulado por fora-de-jogo. As coisas definitivamente não funcionavam hoje, já que a meio campo eram demasiados os passes falhados, mesmo quando eram daqueles passes curtos aparentemente fáceis. Por isso não nos foi possível ver aquele futebol que vinha sendo habitual esta época. A grande excepção foi uma jogada entre o Di María e o Aimar, com este último a ficar isolado e a permitir a defesa ao guarda-redes. O nulo ao intervalo apenas confirmava as dificuldades que se previam.
A segunda parte foi ainda mais preocupante, porque o Benfica pareceu ainda mais preso de movimentos e controlado pelo Vitória. As trocas saídas do Saviola e do Aimar não ajudaram muito. Embora estivessem ambos a jogar abaixo do exigível, com as suas saídas perdemos ainda mais mobilidade, pese o esforço do Coentrão que, mais uma vez, entrou bem no jogo. Mas ao fim de um quarto de hora, caído do céu, surgiu um penálti a nosso favor. Foi tão evidente que nem sequer o Pedro Proença conseguiu não o apitar, só que o Cardozo, apesar de o ter marcado em força, voltou a marcar mal (rematou rasteiro para o meio da baliza), e as dificuldades acentuaram-se. A expulsão do Meireles (viu o segundo amarelo no lance do penálti) alterou o figurino do jogo. O Vitória acantonou-se no seu meio campo, procurando sair rapidamente para o contra-ataque, sobretudo através do Assis e do Targino. E o Benfica não soube tirar partido da superioridade numérica. Em vez de fazermos o óbvio, que era circular a bola em velocidade para criar espaços (o que, diga-se de passagem, face à qualidade de passe hoje evidenciada pela nossa equipa seria difícil), irritantemente optámos sobretudo pelos passes longos (em especial feitos pelos dois centrais), o que só beneficiava os dez jogadores do Vitória acantonados no seu meio campo. E só não sofremos um golo porque, após uma defesa incompleta do Quim e um ressalto feliz no Targino, a bola bateu no poste e, pouco depois, foi um corte do David Luiz a impedir o mesmo Targino de marcar. Quando já tudo apontava para um empate, o talismã Coentrão apontou um livre sobre a esquerda, e o Ramires surgiu completamente livre de marcação na área para de cabeça dar-nos a sofrida vitória.
Conforme disse anteriormente, este foi para mim o jogo menos conseguido que fizemos esta época. Muitos dos nossos jogadores mais importantes estiveram bastante abaixo do seu normal. Aimar e Saviola já foram mencionados, mas o Cardozo também esteve apagadíssimo. Com a agravante de ter falhado mais um penálti. O Keirrison não trouxe absolutamente nada de novo ao nosso jogo. O Di María não esteve particularmente inspirado, mas pelo menos louve-se o facto de nunca ter deixado de tentar, não se ter escondido e ter sempre procurado a bola. O Coentrão teve uma boa entrada, como vem sendo costume. David Luiz o melhor na defesa. O mais regular, e aquele que se exibiu a um nível mais aceitável (e mesmo que não tivesse marcado o golo, provavelmente diria o mesmo) foi o Ramires.
Jogando melhor ou pior, mais ou menos sofridamente, o mais importante foi conseguido, que foi a vitória num campo difícil. Foi preciso sorte, é certo, e tivemo-la sobretudo por termos conseguido marcar na altura em que o fizemos. Ela faltou-nos a semana passada, e conforme disse, não podemos ter sempre azar. Desta vez calhou-nos a nós.
Está prevista uma nova lei para os donos da bicharada que além de não tomar banho costuma morder quando sai à rua.
A nova legislação para donos e criadores de animais potencialmente perigosos vai ficar mais apertada. O Governo prepara-se para aprovar um decreto-lei que criminaliza o dolo e a negligência com penas de prisão até 10 anos. Criadores e proprietários de animais considerados perigosos vão ficar sujeitos a pena de prisão até dois anos se da negligência no dever de cuidado e vigilância dos animais resultarem danos físicos graves para terceiros.
No pindérico JN de hoje [link]
Para o Co Adriaanse, para o Costinha, para o Paulo Assunção e para o Adriano esta é uma lei que já vem tarde.
Saí esta noite da Luz com uma disposição nostálgica. Porque o que vi foi aquilo a que me habituei, aquilo com que cresci. Chegávamos às noites europeias e ao Benfica saía-lhe ao caminho uma equipa de Leste, daquelas de quem nunca tínhamos ouvido falar. Findos os noventa minutos, do jogo na Luz, já sabíamos que dificilmente voltaríamos a ouvir falar deles, e eles levavam na bagagem uma história para contar, da vez em que visitaram o Benfica e apanharam uma tareia. E no final ainda agradeciam a experiência.
Fábio Coentrão e Shaffer de início foram as alterações relativamente ao jogo com o Marítimo. Esperava uma entrada forte do Benfica no jogo, mas a verdade é que tal não aconteceu. O que pareceu foi que entrámos numa toada um pouco mais cautelosa do que o costume, quase que estudando o adversário. Isto durou até cerca de metade da primeira parte, e durante este período cheguei a pensar que o Benfica se tinha deixado embalar pelo ritmo pausado dos ucranianos, que trocavam bem a bola entre si, mas apenas no seu próprio meio campo, já que pareciam ser incapazes de criar qualquer perigo para a nossa baliza. Depois deste período inicial, e como que acordados por um remate disparatado do David Luiz (quando poderia ter amortecido a bola para o Coentrão), o Benfica terá percebido que pouco haveria a temer, e subindo as linhas entrou num período de domínio completo do jogo, que só terminaria aos noventa minutos. Esta pressão depressa foi recompensada, já que à meia hora de jogo o Di María, aproveitando um passe(?) longo do Fábio Coentrão, ganhou em velocidade aos defesas e, isolado, picou a bola com calma sobre o guarda-redes. Em vez de abrandar com o golo, pelo contrário, o Benfica pressionou ainda mais, e esteve por várias vezes perto do segundo, em particular pelo Saviola, que só não marcou mesmo por mérito do guarda-redes adversário. Face à forma como terminámos a primeira parte, sempre em cima do adversário, o resultado de 1-0 era curto e sabia a pouco.
A segunda parte foi a continuação do final da primeira. O Benfica sempre em cima do adversário, e nós a termos a oportunidade de rever muito daquilo que tanto gostámos de ver na pré-época, nomeadamente a pressão feita sobre o portador da bola praticamente à saída da área adversária, e o jogo colectivo com a bola em constante circulação de pé para pé. Uma falta sobre o Saviola na área passados apenas sete minutos deu ao Cardozo a oportunidade de se redimir do penálti falhado contra o Marítimo, e ele fê-lo marcando o penálti como bem sabe, colocado e em força para a esquerda do guarda-redes. E dois minutos depois, o jogo ficou praticamente sentenciado quando o Cardozo devolveu o obséquio ao Saviola, e após um excelente pormenor assistiu o argentino para um golo à boca da baliza. Com três golos de vantagem seria de esperar que o Benfica abrandasse um pouco, mas nada disso aconteceu. O domínio continuou, e era fácil prever que o resultado se pudesse avolumar ainda mais, o que veio a acontecer já com o Weldon em campo, quando à Mantorras, cerca de dois minutos após ter entrado, ele aproveitou um ressalto para marcar o quarto da noite. Só depois deste golo, e com a entrada do César Peixoto em campo, que colocou o Benfica a jogar num esquema táctico diferente, em que o Weldon era o único avançado, é que as coisas abrandaram um pouco, o que até permitiu ao Vorskla subir um bocadinho, ganhar alguns cantos, e até enviar a bola na direcção da nossa baliza pela primeira e única vez. Nada que colocasse em causa a superioridade incontestável demonstrada esta noite pelo Benfica.
Uma grande quota parte da superioridade do Benfica esta noite deve-se aos suspeitos do costume, ou seja, ao trio argentino. O mais exuberante deles todos foi o Di María, mas a mobilidade do Saviola e a capacidade de organização do Aimar (para além do trabalho que fez a meio campo) foram importantes. O Cardozo ainda esteve algo abaixo do que já o vimos produzir na pré-época, mas apareceu decisivamente em vários momentos. O pormenor na assistência para o terceiro golo foi excelente e antes disso, ainda na primeira parte, já tinha com um toque de cabeça deixado o Saviola isolado na cara do guarda-redes. O Javi Garcia continua a mostrar ser fundamental em campo, muito pelo trabalho quase invisível de compensações e dobras que faz. Na defesa, destaco o David Luiz, que por vezes parecia estar em toda a parte, sobrando-lhe ainda vontade para trazer a bola para a frente. Praticamente perfeito. E uma referência para a boa entrada do Ramires no jogo, parecendo mais solto e mais bem integrado na equipa. Por último, tenho que mencionar aquele que, a continuar neste tom, ameaça tornar-se numa nova coqueluche dos adeptos, o Fábio Coentrão. Voltou a fazer uma exibição muito positiva nos minutos em que esteve em campo, não parecendo afectado pela pancadaria a que foi sujeito pelos defesas ucranianos.
Por falar em pancadaria, uma observação sobre a arbitragem. O Vorskla veio à Luz com exactamente as mesmas intenções do Marítimo. Ainda vi no início do jogo alguns jogadores ucranianos a deixarem-se cair assim que sentiam a proximidade de um jogador do Benfica e, com o julgamento condicionado pelas arbitragens portuguesas, ficava à espera de ouvir o inevitável apito, ficando depois surpeendido quando tal não acontecia e via o árbitro mandar o jogador em questão levantar-se. A verdade é que após alguns episódios destes os jogadores deixaram de se atirar para o chão, e nunca assistimos ao antijogo vergonhoso com que fomos brindados no fim-de-semana passado. Porque só mesmo um árbitro português (e cá dentro, porque lá fora é outra história) é que permite este tipo de comportamento sistemático. Não sei quem era o árbitro esta noite. Mas coisas tornam-se muito mais fáceis quando um árbitro assinala as faltas que ele julga serem-no, independentemente da zona do terreno onde os lances ocorrem; quando ele manda seguir o jogo quando julga não haver qualquer falta, em vez de interromper o jogo de cada vez que um jogador se deixa cair; quando mostra cartões amarelos pelos motivos correctos, ou seja, faltas duras ou persistência no comportamento faltoso; e ainda quando ordena a entrada de assistência médica por dá cá aquela palha.
A eliminatória está agora praticamente decidida, não só pelo resultado confortável, mas também pela demonstração da enorme diferença de classe que existe entre as duas equipas. Foi muito bom ver o Benfica fazer num jogo oficial o mesmo que o vi fazer durante toda a pré-época.
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