Caros amigos arranjaram-me o making of dos filmes o Padrinho que incluí melhores imagens, depoimentos de colaboradores, de intervenientes no filme e por ai fora.
Parece uma piada – podia perfeitamente ser (sabes aquela do Al Capone, que se vira para o Eliot Ness e diz ‘epá, pareces um gangster, com esse chapéu) - mas não é. O recente comunicado - escrito com as patas - de uma associação criminosa reminiscente das mais cinematográficas organizações de malfeitores, cuja actividade se divide entre a gestão de um clube de futebol assumidamente corrupto, casas de alterne e uma rede de canídeos espalhados pela comunicação social, soa a uma infantil, patética e oca tentativa de atirar um ‘quem diz é quem é’.
Dizem que o ridículo não mata. Eu digo que sim. Já matou, há muito, uma agremiação quem em tempos chegou a ser um clube de futebol do Porto, mas que foi engolida pelas práticas criminosas de quem a controla até mais não ser do que uma fachada para um conjunto de corruptos, gangsters e prostitutas que se divertem a fazer comunicados acidentalmente humorísticos.
Na sequência daquela farsa de flash interview em que um tal de Hugo Cadete não cumpriu o respectivo regulamento, o Benfica, na voz do seu director de comunicação, João Gabriel, já se pronunciou sobre o sucedido. Um dos pontos mais salientes desta comunicação é a possibilidade de o Benfica deixar de comparecer às flash interviews.
Pessoalmente, não creio que essa seja uma boa medida. E mais: tanto o jogador do Benfica chamado para dita intervista como Jorge Jesus não deveriam nunca deixar o jornalista sem resposta. Claro que, independentemente da pergunta do jornalista, responderiam sempre com factos do jogo. Desta forma o Benfica respeitava o regulamento e deixava os Hugos Cadetes desta vida sozinhos a lamber o microfone.
PS: Não menos interessante é este comunicado...
Vitória importante num terreno difícil, e que não me parece poder ter qualquer contestação. O Benfica foi claramente a melhor equipa em campo, e aproveitou da melhor maneira o regresso do seu goleador para somar três pontos, que nos isolam no segundo lugar e aproximam ligeiramente do primeiro.
Com a ausência do Aimar, avançou naturalmente o Carlos Martins para a sua posição. Mais importante, foi o Rúben Amorim o escolhido para ocupar o lado direito do meio campo. Desde a saída do Ramires que defendo que é ele o jogador que no plantel tem as melhores características para o substituir. Na frente, o Cardozo ocupou o 'seu' lugar, regressando o Kardec para o banco. A entrada do Benfica no jogo foi a todo o gás. Não sei se esta época já tinha visto o Benfica dominar de forma tão clara e avassaladora como durante a primeira meia hora deste jogo. O Beira Mar foi completamente impedido de jogar, porque não conseguia ter a bola o tempo suficiente para fazer três ou quatro passes seguidos, fruto da pressão dos nossos jogadores e do facto deles se anteciparem quase sempre aos adversários. A má onda (ou azar) que tem acompanhado a equipa também se fez sentir: o Saviola quase marcava, mas o guarda-redes fez uma defesa por instinto que levou a bola a bater na trave e a ressaltar quase para cima da linha de golo. E houve um penálti claro por assinalar a nosso favor, por mão na bola de um jogador do Beira Mar. Finda esta primeira meia hora, o Benfica abrandou um pouco a pressão, o que permitiu ao Beira Mar respirar um pouco e até ensaiar alguns tímidos remates. Mas já sobre o final, a justiça no marcador foi dada através de um penálti convertido pelo Cardozo, a castigar uma falta que ele próprio sofreu na marcação de um canto.
Na segunda parte, e apesar de não termos tido nem metade do caudal ofensivo da primeira, acabámos por marcar dois golos e resolver a questão. O Beira Mar até entrou bastante decidido, tendo o seu melhor período no jogo e criando duas boas ocasiões de golo, levando mesmo a bola ao poste da nossa baliza - mas a verdade é que o Benfica não esteve encolhido durante este período, e até podia ter resolvido as coisas mais cedo, pois logo na reentrada viu o Cardozo falhar o segundo de uma forma incrível, após cruzamento do Rúben Amorim (que estava, no entanto, em fora-de-jogo no início da jogada). Mas o mesmo Cardozo, com um golo fantástico - remate cruzado da direita, a levar a bola a entrar junto ao poste mais distante - acabou por arrumar mesmo a questão quando se completava o primeiro quarto de hora. Sete minutos depois, foi altura do Saviola regressar aos golos (finalmente!), e podemos agradecer este golo mais uma vez ao Cardozo, que fez a 'sua' finta (eu acho que é a única finta que o Cardozo sabe fazer, mas a verdade é que quando a tenta, a faz quase sempre bem) para se libertar de um defesa e ganhar a linha de fundo, e depois centrou rasteiro e atrasado para a finalização fácil do Saviola. Depois deste golo o Benfica limitou-se a gerir o resultado, e o Beira Mar foi à procura do golo de honra, que conseguiu a cinco minutos do final, aproveitando um corte incompleto do Luisão.
O homem do jogo é obviamente o Cardozo, com dois golos e uma assistência. Bem ou mal amado por alguns, é um jogador fundamental nesta equipa, e agora que regressou é que se calhar reparamos na falta que fez este tempo todo. Gostei também muito do jogo que o Rúben Amorim fez, e mantenho a convicção de que será ele a opção mais correcta para ocupar aquela posição na nossa equipa. Além disso, sendo ele benfiquista como é, dá-me sempre um prazer especial ver a forma como sente a camisola, e festeja cada golo como se fosse mais um adepto na bancada. Jogo muito bom também do Luisão, e o Maxi parece estar lentamente a subir de forma. Mesmo no jogo de má memória de Israel, já tinha ficado com essa ideia.
Talvez os nossos jogadores se sintam neste momento revoltados pelo exagero dos ataques de que têm sido alvo na comunicação social, sempre sedenta de sangue quando se fala do Benfica, e que aproveita qualquer mau momento para tentar deitar ainda mais abaixo. O que eu sei é que gostei mesmo muito de ver a resposta da equipa às críticas que sofreram após a derrota em Israel, e a forma como eles festejaram os golos. Vi união e entreajuda dentro do campo, vi vontade de dar um pontapé no mau momento, e isso dá-me confiança para o futuro próximo.
... ele dá o terceiro e nós cantamos outra vez!!!
Muito bom também o regresso do Rúben Amorim e... o apoio dos nossos adeptos, nomeadamente as claques, num momento em que esse apoio é tão importante.
PS: vergonhosa a forma como a flash interview foi conduzida pelo moço de recados da TVI com microfone na mão.
Triste e dormente vai um país em que um filho de uma puta sifilítica que trabalha para uma estação de televisão pejada de filhos da puta faz, no final de um jogo transmitido por esse bordel cheio de ratazanas que é a TVI, uma flash interview ao treinador do maior e mais digno clube português em termos ofensivos e acaba a noite com os dentes todos e com a capacidade de se locomover por meios próprios. É só isto.
Adenda
Nem de propósito, uma das prostitutas de maior saída no bordel, aquela ovelha do Luís Sobral, já veio escancarar as pernas outra vez no MaisFutebol, outro dos prostíbulos do Grupo, e defender a outra puta (que dá pelo nome artístico de Hugo Cadete). Pelo menos é gente com sentido corporativo.
Sim, ainda acredito no 1º lugar. Mas é forçoso que a equipa também acredite.
É necessário que Jorge Jesus (JJ) analise quem está no Benfica de alma e coração e que aja em conformidade retirando aqueles que eventualmente não estejam do 11. Ah (!), não quero crer no que ficou subentendido numa das últimas declarações de Luis Filipe Vieira de que o próprio treinador estava entre esses "profissionais".
A sensação com que tenho ficado em muitos jogos esta época é precisamente esta: a solidariedade na equipa já viu melhores dias. E se a compararmos com a época passada a diferença é abissal e explica em grande parte, muito mais do que as ausências de Di Maria ou Ramires, os diferentes resultados alcançados. Há uma expressão americana (ou será inglesa?) que traduz o que quero dizer: "go the extra mile". Traduzido um pouco toscamente quer dizer ir para além das suas próprias capacidades para ajudar alguém.
Não posso propriamente apontar o dedo a nenhum jogador porque, lá está, todos me parecem estar a dar 100%. Mas não é suficiente! Não neste nosso futebol e, SOBRETUDO, não neste clube. Não tenho quaisquer dúvidas de que o ano passado deram mais.
Devo igualmente dizer que pese também eu não estar a morrer de amores neste momento por JJ, precisamente por não lhe reconhecer o mesmo nível de sagacidade que era seu apanágio na época passada, estou longe, muito longe, de lhe colocar a etiqueta de "o maior, ou o único, responsável pela péssima época que estamos a realizar até agora". Continuo a achar que é parte da solução e não do problema.
Na quarta-feira por exemplo concordei com a equipa apresentada e, salvo a substituição que tirou Salvio do jogo para dar lugar a Carlos Martins, concordei também com as restantes substituições operadas. É simplesmente inacreditável, o azar ou a falta de sorte não explicam tudo (!), que em cerca de 20 cantos não tenhamos aproveitado um para meter a bola dentro da baliza adversária e que em 3 ou 4 lances de bola parada contra tenhamos conseguido a proeza de sofrer 2 golos.
Referindo-me mais especificamente ao clássico de ontem, fiquei ainda mais convencido que todas as loas tecidas ao clube que lidera o campeonato são exageradas. É possível pará-los, sim! E teria sido possível ao Benfica fazê-lo no jogo do dragão caso JJ tivesse feito jus ao epíteto, que neste momento tem servido para uma série de primeiras páginas escritas em tom jocoso, de "rei da táctica". Como me parece óbvio tem de se povoar o meio campo com 3 jogadores e não permitir a Hulk ou Varela enfrentar os defesas com a bola dominada. Hulk a receber a bola de costas para a baliza é pouco mais que inofensivo. Agora se lhe derem 3 ou 4 metros para a receber, para se virar e para embalar...
E esse foi apenas mais um jogo em que a dupla Martins/Aimar demonstrou a sua incompatibilidade. São ambos muito bons e incluem-se nos poucos que esta época têm estado bem mas "coincidentemente" tal tem acontecido quando um joga sem a presença do outro. E este ano até tinhamos (temos?) jogos suficientes para os rodar.
Se eu não estou completamente lunático e sozinho nesta fé de achar que o campeonato ainda é viável de ser ganho (que caramba ainda nem chegamos a Dezembro!) é FUNDAMENTAL que a equipa reaja já hoje e que em Dezembro se vá contratar no mínimo dos mínimos um jogador de meio campo que feche no meio mas que, quando em posse da bola, seja capaz de encostar à linha. Tenho dado por mim igualmente a pensar que, como clube desportivo que é, será mais benéfico vender um ou outro jogador que não esteja com a cabeça no Benfica mesmo que isso implique a venda por valores mais baixos do que teria acontecido no verão por exemplo. Num balneário é imprescindível que todos estejam a remar para o mesmo lado e que se deixe de pensar nos jogadores como umas máquinas de jogar futebol, analisando-os como se estivessemos a jogar a um qualquer jogo de computador (este tem 'x' de técnica, aquel'outro tem 'y' de capacidade de drible). Não duvidem que a mensagem passada aos restantes jogadores seria uma mensagem de esperança e de força e que o círculo se voltaria a fechar com todos lá dentro e ninguém do lado de fora.
Para finalizar o post gostava de citar algumas palavras que li num comentário inserido no post "Atroz" com as quais concordo e que me parece merecerem a chamada à "primeira página" para deixarem a semi-obscuridade dos comentários. Portanto e com a devida vénia ao "ibenfiquista" seguem algumas das palavras por ele escritas no comentário de 25/11 às 13h14:
"(...) O problema é mais profundo, tem razões psicológicas e passa não só pela forma como a época foi (mal) planeada, passa pela atitude (errada) de todos os responsáveis do Benfica, adeptos incluídos, que pensaram que por termos ganho um campeonato, o 2º já estava no papo. Isto foi dito pelo treinador e pelos adeptos. Ao longo do ano. Lembra-me um bocado a história da formiga e da cigarra. Fazendo nós de cigarra e os nossos adversários de formiga.
Porque a ansiedade mata. Mata a melhor das intenções das melhores equipas. Os andrades já há muito tempo que aprenderam que a ansiedade quando se apodera de uma equipa a paralisa e a faz perder pontos e jogos. Por isso encarregam-se de marcar cedo nos jogos, e de começar a ganhar cedo no campeonato. Vejam os últimos anos e vejam como eles fazem. Este ano foi igual. Por isso encarregam-se de ter os árbitros a ajudar logo no início. Uma vez que começam a ganhar, os níveis de ansiedade diminuem, o nervosismo diminui, começa-se, por isso a pensar melhor e mais claro, a jogar melhor, e com isso vêm as vitórias. Cria-se um círculo virtuoso. Com o consequente efeito, exactamente inverso, nos adversários directos, que caem num círculo vicioso.
A ansiedade é uma forma de pânico, bastante mais suave, mas tem os mesmos efeitos. Paralisa o cérebro, paralisa a tomada de decisões e o tempo funciona como um amplificador. Foi o que aconteceu ontem. A ansiedade era tanta de marcar que, de cada vez que se falhava um ataque tanto a ansiedade como o consequente nervosismo, aumentava a olhos vistos. Quando o adversário atacou, os defesas como que ficaram paralisados. Estavam programados apenas para atacar. Podemos dizer que estavam cegos para atacar, ficando de tal modo inseguros que os golos do Hapoel foram verdadeiramente caricatos. Ora revejam-nos.
Agora que o diagnóstico está feito, vem a pergunta seguinte: de quem é a culpa? Pois de quem dirige a equipa. Eu diria que a mais importante missão de um líder é diminuir o nervosismo, a ansiedade e a insegurança nos liderados. E quanto mais jovem a equipa, maior essa responsabilidade. Gaitan, Jara, Kardec sáo ainda miúdos, sem experiência, mas já se lhes exige que joguem como se jogassem há muito tempo. O Roberto, um pouco mais velho e vindo dum campeonato melhor, já entrou nos eixos.
Alguém disse que com o Mourinho isto não acontecia. Pois não. Porque o Mourinho, para além de uma grande bagagem táctica como o JJ, tem outra característica que o JJ não tem. É sagaz. A sagacidade combina bem com o conhecimento, dá-lhe uma amplitude e, neste caso, marca a diferença. É um dos componentes da inteligência. O JJ neste campo ainda tem muito que aprender. Enfim aprende-se todos os dias.
Tudo começou com a má preparação da época. Começou com o jogo da Supertaça que se perdeu. E aí começou o nervosismo e a ansiedade. Tudo o que se pensava, que ganhar eram favas contadas, afinal não ia ser bem assim. Uma equipa tão jovem como a do Benfica, capaz do melhor e do pior, com ansiedade não tem (ainda) as soluções para os problemas que lhe foram sendo postos ao longo deste ano.
Isto de ser catedrático do futebol tem muito mais que se lhe diga. Por isso, um pedido ao JJ e restantes dirigentes: o Benfica não joga sozinho, os adversários também têm treinadores que percebem alguma coisa de futebol e de táctica. O JJ não tem (não tem mesmo) o monopólio do conhecimento. A humildade, desde que não roce a indigência de espírito é sempre, neste caso, uma virtude.
É necessário possuir-se uma grande dose de sagacidade e de empatia, saber colocar-se no lugar dos adversários e perceber o que eles vão fazer para contrariar tacticamente o nosso jogo. Uma coisa que o Mourinho faz muito bem e que o faz ser diferente, para melhor, do que os outros. E isso aumenta, e de que maneira, a confiança dos jogadores (diminuindo-lhes a insegurança e a ansiedade), a capacidade que o treinador tem de prever as jogados dos adversários. Saber o que fazer para contrariar apenas o jogo do adversário não basta.
Começar um ano novo é começar do zero. É como começar um novo ano lectivo: o facto de termos passado no exame anterior, não assegura passagem no exame deste ano. E isto serve também para os adeptos que, ao longo do ano, humilharam os adversários. Eu ia lendo e não gostava. Porquê? Porque mais tarde ou mais cedo isso iria virar~se contra nós. Eles iam ficando cada vez mais ressentidos e juravam vingança. E refiro-me não só aos andrades como também aos lagartos. Agora é a vez deles de gozarem connosco. Que nos tenha servido de lição.
Temos de ser magnânimos, e humildes, nas vitórias. E não o fomos.(...)"
Há vida para além de um treinador.
Este devia ser o lema de qualquer equipa de futebol. A estratégia de um clube de futebol tem de ir para além do treinador que ocupa a cadeira do banco de suplentes durante 1, 2, 3 anos.
Um treinador por melhor que ele seja, está sempre de passagem por um qualquer clube. Obviamente que exemplos como o do Man United são excepções.
Ora se um treinador normalmente está de passagem, um clube não pode ficar refém de estar constantemente a mudar de estratégia e de politica.
Isto tudo para dizer que na minha opinião têm de ser os clubes, na pessoa do seu director desportivo, a definir a politica de contratações de um clube, a gerir os seus activos e não um treinador .
Um clube não pode, não deve aceitar, que todo o treinador que entre de novo contrate todo e qualquer jogador. No máximo um treinador poderá contratar 2/3 jogadores da sua confiança, todos os outros deverão ser escolha do director desportivo. E mesmo na compra dos 2/3 jogadores da confiança do treinador, o director desportivo terá de ter uma última palavra a dizer e verificar se os jogadores têm qualidade para envergar a camisola do clube.
Permitir que cada treinador que entre compre 7/8 jogadores por época descaracteriza o balneário, retira-lhe estabilidade e causa gastos incomportáveis para o clube.
Mais, não se pode permitir a um treinador que coloque em causa activos do clube e apostas do clube só porque embirra com jogador x ou y. Muito menos se deverá permitir que o treinador despreze jogadores com mais anos de clube e de casa que ele.
O treinador tem de perceber que ele é que deve ter orgulho de treinar o clube e não o clube que tem orgulho de contar com ele.
Mas o mesmo se aplica aos jogadores que têm de perceber o clube que representam e ter orgulho de envergar aquela camisola e que os contratos são para ser respeitados.
O director desportivo não pode ser uma mera figura decorativa nem ter um papel meramente formal tem de ser ele a definir a politica de um clube durante vários anos.
Apenas com esta política se garante que a mística do clube permanece constantemente dentro do balneário, que o futebol do clube ganhe estabilidade, que os activos do clube se valorizam, que o clube tenha uma maior estabilidade financeira. Factores que se irão repercutir em resultados desportivos satisfatórios.
Esta politica, na minha opinião é aquela que tem de passar a ser praticada no Benfica.
Não olhem para este texto como uma critica ao que se está a passar actualmente no Benfica. Olhem como um texto de esquecer o que está para trás e querer olhar para a frente para termos um futuro melhor. Muitos destes pontos julgo já estarem a ser praticados no clube mas têm de ser ainda mais visíveis.
Atenção, isto, não é um post a malhar nem no Jesus, nem no Luís Filipe Vieira nem a pedir que o Rui Costa seja mais interventivo. Não esqueço o que de bom foi feito o ano passado e não faço análise a épocas em Novembro. O fim da época é a altura certa para decisões, análises, criticas, elogios.
Isto é um post a pensar no futuro seja quem seja o treinador, o presidente ou o director desportivo.
Por vezes, na maior parte das vezes, é de ouro. Particularmente quando se procura o silêncio próprio para escutar palavras alheias, não todas, mas as que surgem da ponderação e da crítica consciente e responsável.
Outras vezes, o silêncio é de prata. Particularmente quando se percebe que a palavra ajuda mais ao ruído do que à comunicação.
Há momentos em que o silêncio mata. Este é um momento em que, na minha opinião, o silêncio dos responsáveis do Benfica mata. E a palavra que se espera escutar não pode vir da boca dos capitães de equipa ou do treinador, tem de vir de uma das duas vozes autorizadas da Direcção da SAD: Luís Filipe Vieira ou Rui Costa. O momento é grave, muito grave, e espero dos responsáveis palavras igualmente responsáveis que não desresponsabilizem ninguém.
Escrito isto, remeto-me ao silêncio.
Nem sei se vale a pena estar a escrever sobre o jogo em Israel. As opiniões já estarão há muito formadas: o Benfica perdeu vergonhosamente por três a zero contra uma equipa muito inferior, e daí pode-se desde logo inferir que jogámos muito mal, que os jogadores não prestam, ou que o treinador não percebe nada disto. Eu por acaso discordo de alguns destes 'factos' - apesar de concordar plenamente com o quão vergonhoso o resultado foi - e provavelmente serei acusado de estar a tentar branquear qualquer coisa por discordar. Mas paciência, escrevo sempre sobre aquilo que vi, e eu não nos vi jogar assim tão mal como o resultado pode fazer crer.
Só um resultado servia ao Benfica esta noite: a vitória. E o onze que entrou em campo estava orientado para a procura desse resultado, sendo bastante ofensivo, com Salvio, Aimar e Gaitán no meio campo, tal como acontecera frente à Naval. Apesar de recuperado da lesão, o Cardozo manteve-se no banco, mantendo o Kardec a titularidade. A atitude da equipa foi também consentânea com a imposição do resultado a conquistar: partimos à procura da vitória desde o primeiro minuto. Nem sempre fazendo as coisas da melhor maneira, é certo, mas julgo que para quem quer que estivesse a ver o jogo a superioridade do Benfica no mesmo era evidente. Evidente começou também logo a parecer a nossa falta de eficácia no ataque, pois cedo começou o desperdício. Nem vale a pena enumerar as oportunidades falhadas, tantas foram. Os israelitas ficavam-se no seu meio campo, jogando com bastantes cautelas, mas como tantas vezes acontece em jogos destes, da primeira vez que foram à nossa baliza, marcaram. Primeiro ameaçaram com um remate ao lado, e logo de seguida, no seguimento de um livre, uma bola cabeceada ressaltou no David Luiz e acabou no fundo da nossa baliza, isto com vinte e quatro minutos decorridos. E nada mais fizeram em termos ofensivos durante a primeira parte, que passou a ser simplesmente o cerco do Benfica à área adversária, e um desfilar de oportunidades desperdiçadas. A resposta imediata do Benfica ao golo foi, aliás, bastante positiva: logo a seguir ao golo Kardec, isolado pelo Gaitán, não conseguiu sequer acertar na baliza; e à meia hora de jogo o Benfica marcou mesmo, pelo Saviola, mas o golo foi mal invalidado por um fora-de-jogo inexistente assinalado ao Kardec.
Ao intervalo o Saviola ficou nos balneários para dar o seu lugar ao Cardozo - julgo que a intenção do nosso treinador seria a de dar mais algum poder aéreo ao nosso ataque, já que da quantidade absolutamente incrível de cantos (julgo que foram dezasseis) e livres laterais de que dispusemos na primeira parte não resultou praticamente uma ocasião de perigo. Mas a segunda parte foi mais do mesmo. Pressão constante do Benfica na procura do golo, e oportunidades falhadas umas a seguir às outras. Bolas cortadas em cima da linha, remates mal feitos pelos nossos jogadores, de tudo um pouco menos o mais importante, que era meter a bola na baliza. E quando na Champions se falha tanto no ataque, e a isso se junta desconcentração na defesa, estamos sujeitos a sofrer as consequências, mesmo quando o adversário se chama Hapoel. Para que tenhamos uma ideia do quão dominado estava a ser o Hapoel neste jogo, o primeiro remate que fizeram na segunda parte foi aos sessenta e nove minutos de jogo. Antes disso, tinham rematado quando marcaram o golo, o que significa que passaram quarenta e cinco minutos seguidos - metade de um jogo - sem conseguirem fazer sequer um remate.
Mas a estatística não conta para nada nestas coisas, o que contam são os golos, e no segundo remate feito na direcção da baliza, os israelitas marcaram outra vez. Foi um golo muito difícil de aceitar, pois na sequência de um canto (nós em vinte não criamos perigo, e eles no primeiro ou segundo que têm marcam logo) é o David Luiz quem corta na direcção da baliza, e depois a bola atinge o Javi García, que fica estranhamente apático enquanto um adversário aproveita para marcar. Este segundo golo, obtido a quinze minutos do final, marcou na prática o final do jogo para nós, pois a equipa acusou-o demasiado. Apesar de continuarem a tentar, as coisas passaram a ser feitas de forma ainda mais atabalhoada, com a agravante de termos a equipa praticamente partida em dois, pois após o golo deu-se a saída do Javi, e quem atacava já não defendia. O terceiro golo do Hapoel, portanto, não surpreendeu, já que nesta fase eram muitos os espaços dados na defesa para que eles pudessem explorar o contra-ataque.
Não consigo nem quero eleger melhores ou piores esta noite, porque poderia parecer que estava a arranjar bodes expiatórios para a derrota. Ganhamos todos e perdemos todos, e hoje esteve tão mal o ataque ao falhar aquelas oportunidades como esteve a defesa ao consentir os golos que consentiu.
O resultado é pesadíssimo e vergonhoso, porque se já seria sempre uma vergonha para o Benfica perder como o Hapoel, quanto mais será perder por estes números. Não consigo, honestamente, condenar a atitude da equipa, ou dizer que jogaram muito mal, porque não foi isso que eu vi. Não tivemos, claramente, a sorte do jogo, e por cima disso cometemos erros que não se podem cometer na Champions League, independentemente do nome do adversário - se eles lá estão é porque algum valor terão. Se calhar o que estes três jogos fora para a Champions nos permitem concluir é que a nossa equipa não tem ainda 'calo' para isto. Antes desta noite, já o jogo com o Schalke tinha sido muito mal perdido, e é pardoxal que chegue ao final de um jogo em que fomos derrotados por três golos sem resposta com uma sensação de injustiça atroz. Mas esta injustiça não acontece apenas por acaso; acontece também porque nós demos condições para que ela ocorresse. A continuidade na Champions está definitivamente posta de parte, e resta-nos agora a qualificação para a Liga Europa (que ainda não está garantida), onde teremos que tentar limpar um pouco a imagem.
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