VAMOS ACABAR COM AS IMBECILIDADES
Segunda-feira, 28 de Fevereiro de 2011

Um grito com 107 anos

 

 

O Benfica comemora hoje o 107º aniversário e percebemos todos, com o coração cheio, que o Benfica de hoje honra o Benfica de sempre. O presente de aniversário chegou ontem, e é um tributo a tudo o que faz do Benfica a gigantesca alma colectiva que é, encapsulando num remate personificado pelo Fábio Coentrão, mas conduzido pelas pernas das 55.000 almas nas bancadas e dos 14 milhões espalhados pelo mundo, a vontade férrea e o fôlego que nos movem. Julgo que falo por todos quantos lá estivemos quando digo que o meu lugar no estádio ontem era infinitamente pequeno para a minha querença inquieta e uma intolerável camisa de forças que me amordaçava o lancinante ímpeto de ir lá para dentro ajudar – com as minhas pernas, com a minha vontade, com a minha revolta e fúria – a empurrar quem tudo deu com a camisola cor de sangue. Na verdade, empurrámo-los a todos, com a nossa vontade, e eles empurraram-nos a nós, superando a dor física e o fado.

É - e como isto me orgulha - exactamente como já aqui escrevi:

‘O Benfica é tudo isto, é todos nós, é o um que resulta da imensidão de muitos. Quando, nas bancadas, as nossas almas se unem num grito comum, lancinante e arrebatador, que carrega o Benfica, somos um. E lá em baixo, a equipa, que bebe essa chama, esse apelo, essa invocação, mais não é do que um prolongamento – a espada que brandimos – do Benfica que somos todos nós (aquelas pernas lá em baixo são as nossas pernas, aqueles pulmões são os nossos pulmões).’

 

A vitória de ontem, gente que vive com a Águia na alma, tem um significado infinitamente maior do que os 3 pontos que objectivamente dali resultaram: é um grito, um grito de milhões e milhões de gargantas – rouco porque já soa há muito tempo, mas tonitruante porque vem do fundo – que não se rendem e não se renderão nunca. É um ‘não desistimos!’, é um ‘não vergamos!’, é um ‘não quebramos!’, é um ‘até que a terra me coma!’. É uma mensagem que nos define e é um grito de revolta contra as cruéis amarras do destino, contra os grilhões das leis da Natureza e das limitações físicas, que simboliza e espelha na perfeição a nossa batalha há largos anos: a luta sem quartel contra a injustiça, contra a inevitabilidade da desgraça, contra o azar, contra a crueza dos postes amaldiçoados e da sorte de quem a não merece, contra o antijogo e a batota, contra a corrupção entranhada, contra árbitros vendidos, observadores comprados, a imprensa controlada, compadrios sem vergonha. Contra tudo (o que nos enviam para prejudicar) e contra todos (os que nos tentam derrubar).

Aqueles homens lá em baixo foram, verdadeiramente – têm-no sido – uma extensão de todos nós. E o jogo – aquele momento gravado indelevelmente no tempo – condensa, naquela atitude, naquele acreditar, naquela têmpera, na superação perante a adversidade, aquilo que o Benfica é hoje, aquilo que o Benfica sempre foi, aquilo que o Benfica sempre será:

Um, feito de muitos.

 

Feliz Aniversário, Benfica, e obrigado por tudo.

 

publicado por Carlos Miguel Silva (Gwaihir) às 12:15
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107

 

 

Começou no  sonho de vinte e quatro homens na Farmácia Franco, até estendermos os braços e abraçarmos o mundo. Parabéns a todos os que mantiveram a chama viva, e fizeram o sonho crescer e tornar-se realidade. Cento e sete anos de Glória. Parabéns, Benfica!

 

publicado por D'Arcy às 10:46
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Domingo, 27 de Fevereiro de 2011

Tudo

Tudo. Esta equipa, estes jogadores merecem tudo. Todo o apoio que nós possamos dar-lhes. São uma equipa à Benfica, com garra de campeã, e que esta noite soube lutar contra o azar, um guarda-redes em noite sobrenatural, o árbitro, o cansaço, o destino, e ir lá bem ao fundo buscar as últimas forças para nos darem uma vitória tão difícil quanto merecida. Seria uma injustiça atroz o Marítimo não sair derrotado da Luz.

O Benfica, com o Jardel no lugar do castigado Sídnei, mostrou desde o apito inicial aquilo que viria a ser o jogo: ataque constante, com o Marítimo juntando linhas, encostado à sua área. A primeira oportunidade de golo demorou pouco a surgir: com três minutos, um mau alívio do guarda-redes colocou a bola no Saviola, que falhou o chapéu por pouco. Infelizmente para nós, o erro inicial do guarda-redes não foi de forma alguma exemplificativo daquilo que viria a ser o desempenho dele no resto da partida, já que daí para a frente arrancou para uma exibição quase sobrenatural. O Benfica, insistindo sobretudo pela direita, e com o Aimar a pegar na batuta, foi dominando o jogo como queria, e a história da primeira parte resume-se praticamente a um massacre constante do Benfica à muralha defensiva do Marítimo, que ia sobrevivendo como podia. Aparecia sempre um pé ou uma cabeça a cortar a bola, por vezes até um braço, ou então era o seu guarda-redes que se mostrava intransponível, defendendo tudo o que lhe aparecia. Nos últimos dez minutos a equipa pareceu abrandar um pouco o ritmo, não deixando no entanto de continuar a atacar, e viu mesmo um grande remate do Gaitán (de pé direito) levar a bola ao poste.

O nulo ao intervalo era injusto, e a injustiça continuou na segunda parte, já que o perfil do jogo em nada se alterou. Ataque constante do Benfica, e o Marítimo pouco mais fazia do que chutar bolas para a frente na esperança de aproveitar a velocidade do Baba ou do Djalma. O golo, no entanto, continuava a teimar em não chegar: o guarda-redes do Marítimo parecia cada vez mais inspirado, e continuava a defender tudo. Quando o Cardozo acertou na barra da baliza, muitos terão começado a lembrar-se de jogos como aquele empate a zero com o Boavista. O árbitro também não ajudava: numa jogada em que o Aimar é claramente derrubado à entrada da área (lance que daria o segundo amarelo ao Ricardo Esteves), ele decide em vez disso mostrar o amarelo ao argentino. O esforço constante do Benfica na procura do golo, aliado à sobrecarga de jogos, começava agora a ter consequências no campo, e nos últimos vinte e cinco minutos alguns jogadores já estavam visivelmente fatigados, demorando muito tempo a recuperar posições (ou nem sequer recuperando em alguns casos - Gaitán). O Marítimo foi aproveitando para se mostrar mais atrevido nas saídas para o ataque, mas as oportunidades continuavam a ser todas para o Benfica, tendo o guarda-redes do Marítimo brilhado mais uma vez, com uma defesa fantástica a um livre do Cardozo. E como tantas vezes acontece nestas situações, quando nada tinha feito para o merecer, o Marítimo chegou ao golo, num cabeceamento do Djalma após canto que levou a bola a entrar junto ao poste mais distante. Faltavam treze minutos para o final.

Em condições normais, a maior parte das equipas não teria resistido a um soco no estômago destes. Mas nós somos o Benfica, e a nossa equipa, apoiada pelos fantásticos 55.000 espectadores que estiveram na Luz, arregaçou as mangas e não desistiu: cinco minutos depois estava reestabelecida a igualdade, com o Sálvio, já de ângulo apertado ao segundo poste, a corresponder a um centro do Coentrão na esquerda. Empolgou-se ainda mais a Luz, contagiando os jogadores, que se lançaram na procura da vitória. Por momentos reverteu-se ao início do século passado, e o Benfica passou a jogar em 2-3-5, com os laterais a juntarem-se ao Carlos Martins no meio campo e cinco avançados à sua frente: Salvio, Kardec, Saviola, Cardozo e Jara. O Benfica dava tudo por tudo, o ambiente criado pelo público era infernal, e o Marítimo agarrava-se ao empate com unhas e dentes como se a sua vida dependesse disso. Na baliza, o Marcelo continuava a fazer uma exibição surreal e defendia de forma quase impossível um cabeceamento do Kardec, levando a bola ainda a bater no ferro pela terceira vez no jogo. Aos noventa e dois minutos, golo do Luisão! Mas não, depois de ter visto o assistente correr para o meio campo, foi o árbitro quem descortinou qualquer coisa e invalidou o golo. Parecia que já não faltava acontecer-nos mais nada. Até que na última jogada do jogo, a bola foi despejada para a área e acabou por cair aos pés do Coentrão, que encheu o pé direito e meteu a bola no ângulo. Foi o fim do mundo. É por causa de momentos destes que amamos este jogo. A justiça ao cair do pano, a recompensa merecida por quem tanto lutou por ela, o castigo para quem não merecia tanta sorte, a comunhão perfeita entre equipa e público. E não tenho grandes dúvidas de uma coisa: mesmo que o remate do Coentrão tivesse ido para fora, mesmo que o jogo tivesse acabado empatado, a nossa equipa hoje sairia de campo debaixo de uma chuva de aplausos. Não se lhe pode pedir mais do que aquilo que deram hoje.

O homem do jogo é o Coentrão. Numa altura em que já mostrava claros sinais de cansaço, ainda arranjou forças para ganhar a linha e assistir o Salvio para o primeiro golo, e depois, num último fôlego, marcar o golo decisivo. O Aimar foi o motor do nosso ataque, mas foi perdendo fulgor à medida que o cansaço se foi acumulando. O Luisão esteve ao nível do costume, comandando toda a defesa e sendo ainda obrigado a algum trabalho extra, já que o Jardel pareceu hoje não estar ainda bem entrosado, e mostrou algumas dificuldades em acertar com a marcação ao ponta-de-lança do Marítimo. Muito importante também o papel do Javi, sobretudo na fase em que o Benfica já dava o tudo por tudo e ele era praticamente o único homem no meio campo, sendo responsável pela ligação entre os sectores e ainda tendo que acudir às dobras de todos os lados, porque muitos dos colegas já não recuavam. Acabou substituído a cinco minutos do final, porque já não dava mais.


Esta nossa equipa é digna da história do Benfica, e merece o lugar na história que já conquistou, estendendo hoje o registo de vitórias consecutivas para dezassete. Já o escrevi antes: há-de ser até à última gota. O título de campeão é nosso, e defendê-lo-emos enquanto for humanamente possível. Contra tudo o que nos atirarem. Podem roubar-nos o título, mas vão ter que suar para conseguirem esse roubo, e hão-de ter que acender uma velinha a Cosmes e Olegários para agradecer o título.

publicado por D'Arcy às 21:48
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Garra de campeão

Podemos até não conseguir voltar ser campeões este ano, mas se há equipa que o merece, é o Benfica.

publicado por tma às 19:54
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Sábado, 26 de Fevereiro de 2011

Tudo gente séria

O procedimento já tem muitos anos e, como todas as vergonhas que são caladas, deixou de ser feito no recato para passar a ser feito às claras, isto é, desavergonhadamente.

 

Pinto da Costa garantiu a opção sobre actual treinador do Beira-Mar, Leonardo Jardim [link]. Entretanto, “coloca-o” num dos clubes que servem de satélite (ou capacho, numa opinião menos bondosa), possivelmente o Braga. Enquanto isso, envia o Domingos para outro dos clubes-capacho, e deixa a marinar o Faquirá num outro capacho qualquer – neste caso, não poderá ser a Académica, pois a saída de um tal Guilherme que trabalhara nas camadas jovens dos andrades já foi colmatada com a colocação de Ulisses Morais, o homem que numa entrevista garantia que tinha uma grande dívida de gratidão por certas pessoas a norte do Mondego.

 

E, assim, com três ou quatro peões colocados nas posições certas do tabuleiro, se garantem alguns jogos por época em que até se podem poupar os titulares, pois, em caso de necessidade, haverá sempre um ‘adversário’ para, num qualquer minuto 58 [link], retirar os seus melhores futebolistas do campo.

publicado por Pedro F. Ferreira às 11:41
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Sexta-feira, 25 de Fevereiro de 2011

A humildade necessária

Por mais que outros se coloquem em bicos de pé, o grande confronto desportivo, o que apaixona o país, o que se assume como grande clássico entre os clássicos portugueses é o Benfica – Sporting.

 

Independentemente dos momentos e contextos que condicionam a qualidade e o desempenho das suas equipas de futebol, o suporte histórico destes dois clubes faz com que a vitória represente para os respectivos adeptos uma questão de honra. E com esta não se brinca, nem se admitem brincadeiras. Nos dias que antecedem o jogo, este transforma-se no alfa e ómega das conversas quotidianas dos adeptos. Cada adepto revê a sua paixão clubista nos futebolistas que defendem as suas cores. Cada discussão que antecede o jogo é uma evocação de rugas, de vincos do passado, mas é também é um encontro de desejos e esperanças.

 

Felizmente, vencemos o Sporting, concretizámos a esperança e juntámos este jogo às boas memórias, às tais rugas que nos ajudam a inscrever os momentos no devir da história. Agora, importa salientar que só vencemos o jogo porque na base do talento, da organização e da qualidade do nosso jogo esteve o empenho e a capacidade sofrer. Depois do árbitro nos inibir com uma chuva despropositada de cartões amarelos e de sermos obrigados a jogar metade do jogo com menos um em campo, restava responder ainda com mais entrega, com mais humildade. Soubemos ser humildes e isso deu-nos a vitória.

 

No final, resta apenas tentar digerir o sucesso ou insucesso com a dignidade a que a história dos nossos clubes nos obriga. Que o benfiquismo vencedor saiba festejar os nossos sem humilhar os outros, e que os vencidos saibam respeitar o mérito de quem alcançou os louros de forma limpa e justa. E, mais do que tudo, saibamos nós, benfiquistas, viver o benfiquismo em função do Benfica e não em função do gratuito apoucamento alheio. Isto também faz parte da tal humildade que nos faz enormes e gloriosos.

_____

Artigo de opinião publicado também na edição de 25/02/2011 do jornal "O Benfica".

 

[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]

publicado por Pedro F. Ferreira às 14:14
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Carácter

E pronto, depois dos ameaços em épocas mais recentes (Hertha, Nuremberga), o Benfica conseguiu finalmente matar o borrego alemão e vencer um jogo naquele país. Mas o mais importante nem foi tanto a vitória, mas sim a forma como ela foi conseguida: com um enorme carácter e impondo o seu jogo. Com uma magra vantagem trazida da primeira mão, nunca o Benfica deu qualquer ideia de querer defendê-la, preferindo jogar à Benfica, e ir atrás da vitória.

Com duas baixas importantes - Javi suspenso, e Saviola indisposto - entraram os seus substitutos naturais na equipa: Airton e Jara. E sem surpresas, não foi por isso que a equipa abanou. No meio campo, o Aimar regressou à titularidade, ocupando o lugar que foi do Carlos Martins na passada segunda-feira. Talvez se esperasse que o Estugarda tivesse uma entrada forte no jogo, a pressionar-nos em busca do golo que os colocaria em vantagem na eliminatória. Mas quem apareceu a jogar com as linhas muito subidas e a pressionar logo à saída da defesa foi o Benfica, que logo aos sete minutos deu o primeiro sinal de perigo, com um remate em jeito do Gaitán que só não acabou em golo porque o guarda-redes - desta vez não jogou o Ulreich, que tantos problemas nos deu no primeiro jogo, mas sim o Ziegler - fez uma defesa fantástica. Acho que, sem exagero, os dois guarda-redes do Estugarda no conjunto dos dois jogos devem-nos ter 'roubado' uma meia dúzia de golos. A oportunidade flagrante que se seguiu foi novamente nossa, desta vez com o Coentrão, isolado, a ver o seu remate defendido mais uma vez. O Estugarda, nesta fase, ainda conseguiu ir respondendo e fazer algumas ameaças, mas sempre que conseguiu ultrapassar a nossa defesa encontrou pela frente um Roberto intransponível.

À meia hora de jogo, finalmente, o merecido golo, e um grande golo, por sinal. Depois de uma bola aliviada na sequência de um canto, surgiu o Salvio, ainda bem fora da área, a rematar de primeira cruzado e rasteiro para dar ao Benfica a merecida vantagem no jogo, e respectiva tranquilidade na eliminatória. E nem com este golo o Benfica resolveu descansar sobre a vantagem obtida. Mostrando mais uma vez uma organização defensiva impecável (não é por acaso que estamos há oito jogos, se não estou em erro, sem sofrer golos fora de casa) e capacidade para continuar a pressionar o Estugarda, até ao intervalo foi o Benfica quem continuou a controlar tranquilamente o jogo, e a deixar sempre a sensação de que de um momento para o outro o resultado poderia avolumar-se, quer através de jogadas colectivas - houve momentos deliciosos em que os nossos jogadores trocavam a bola entre si dentro do meio campo alemão, enquanto que os adversários corriam atrás da bola sem sequer a conseguirem cheirar - quer através de pormenores individuais dos nossos jogadores.

A segunda parte trouxe mais do mesmo: nos primeiros cinco minutos, duas oportunidades para o Benfica, primeiro pelo Jara, após passe do Aimar depois de uma bonita jogada pela esquerda, e depois pelo Gaitán, num lance em que o guarda-redes Ziegler acabou lesionado. Para o lugar dele entrou o maldito Ulreich, que mostrou estar tão inspirado quanto o colega que substituiu. Após a interrupção, o Estugarda teve um período de alguns minutos de maior pressão, mas sempre sem causar grandes embaraços à nossa defesa. O Benfica respondeu com mais duas grandes oportunidades, pelo Luisão, que rematou por cima, e pelo Cardozo, defendida pelo Ulreich. Voltou a responder o Estugarda, com duas oportunidades do japonês Okazaki: na primeira, o remate passou perto do poste, e na segunda, o seu cabeceamento foi defendido de forma espectacular pelo Roberto. Nesta altura eu já não temia grandemente pelo desfecho da eliminatória, mas sofria por querer acabar de vez com a maldição da Alemanha. Estava na altura de resolver o jogo, o que o Cardozo se encarregou de fazer quando faltavam pouco mais de dez minutos de jogo, com um livre 'à Cardozo' (já há algum tempo que não o fazia). Marcado na sua zona preferida - descaído para a direita, ainda um pouco longe da área - a bola foi o mais colocada que podia ser, embatendo num poste e depois rolando sobre a linha de golo até entrar junto ao outro poste. Agora sim, acabaram-se as dúvidas de que hoje venceríamos na Alemanha. E até final, ainda construímos oportunidades aumentar a nossa vantagem, mas a falta de pontaria (Gaitán) ou novamente o guarda-redes (Martins) negaram-nos o terceiro golo.

Desta vez não vou mesmo estar a fazer destaques. A equipa pareceu-me toda tão homogénea, com cada jogador a cumprir a sua função quase na perfeição, que seria muito injusto destacar este ou aquele. Todos eles, a começar no Roberto e a acabar no Jara, estiveram muito bem, e entram merecidamente para a história do Benfica com esta vitória.

A nossa equipa está, sem dúvida, no melhor momento da época. Melhor até, arrisco dizê-lo, do que a vi a época passada, porque me parece estar 'mais equipa', menos dependente de individualidades, e não abanando quando algum jogador nuclear está ausente. Hoje foram dois os ausentes, e no entanto creio que pouco ou nada se notou a sua falta. As vitórias sucedem-se, e às vezes até parece que são fáceis. Não são, e a de hoje foi mais um exemplo disso. O Estugarda não facilitou nada, correu muito e deu tudo o que tinha - eu vi-os, aos noventa minutos de jogo e com a eliminatória e o jogo mais que resolvidos, a correr desalmadamente atrás da bola e a tentar pressionar-nos na defesa. As vitórias acontecem, no entanto, não só devido ao talento dos jogadores e técnicos, mas também à forma séria e profissional como a nossa equipa tem encarado cada jogo. Mantendo esta atitude, só podemos esperar que as vitórias continuem.

publicado por D'Arcy às 00:38
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Quinta-feira, 24 de Fevereiro de 2011

Liga Europa

O Benfica passou de forma categórica. Brilhante jogo, brilhante eliminatória. Foram todos grandes.

 

Mas bons são os outros que passam uma eliminatória de forma sofrível com um clube que pelo que se lê na imprensa a seguir ao Barcelona e ao Real Madrid são a melhor equipa de Espanha. Até o Braga arrumou o Sevilha da Champions de forma mais brilhante e sem espinhas com duas vitórias. Mas claro, os ex-invictos da Liga Europa é que são muito fortes e têm os melhores jogadores que todos juntos valem mais que o PIB da Alemanha e dos Estados Unidos juntos.

 

Mete nojo a imprensa nacional. Mesmo depois da 2ª parte que o Benfica fez com o  Estugarda na Luz que demonstrava que eram claramente inferiores ao Benfica toda a imprensa já preparava o nosso funeral. Espero que embrulhem muito bem esta vitória!

publicado por LMB às 23:09
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Orgulho, muito orgulho

O Benfica hoje - na Mercedez Benz Arena de Estugarda - jogou como o Benfica, nos nossos mais íntimos devaneios, joga. Jogamos muito à bola, e isto permite-nos perceber o quanto este país, e a podridão que por aqui grassa, nos amordaçam (e digo isto em vários sentidos).

 

Neste momento, no entanto, apenas me apetece louvar esta equipa (na verdadeira acepção da palavra) e quem a comanda, a sua galhardia, garra, querer e ambição.

São grandes, à Benfica.

 

Viva o Benfica!

publicado por Carlos Miguel Silva (Gwaihir) às 22:15
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Quarta-feira, 23 de Fevereiro de 2011

Polícia ou símio?

Fui sete vezes ao WC ver o Benfica. Cada vez que vou é sempre a mesma cegada: é um enorme stress entrar naquele estádio. Não faço ideia quem é o rosto da polícia responsável pela organização, mas tenho a certeza absoluta que um bugio não faria pior. Este plano policial está para qualquer lógica, para qualquer tentativa racional de compreensão, para qualquer explicação minimamente plausível, como o presidente do CRAC está para a decência e para a honestidade. Já se sabe que Portugal é um país de forte iliteracia e, quando isso atinge quem tem responsabilidades, está tudo estragado. Quem organiza a entrada naquele estádio percebe tanto disto, como eu da vida sexual das abelhas na Lapónia (para citar uma expressão famosa do Herman).

 

Senão, vejamos: dizem-nos para “chegar cedo”. Muito bem, viável quando o jogo é ao fim-de-semana, mais difícil quando é no final de um dia de trabalho. Mas, na época passada, o jogo foi num Sábado e a rua onde se situa a porta 1, por onde entram os adeptos do Benfica, esteve aberta durante uns longos... 15’! O jogo foi às 21h15 e a rua esteve aberta das 19h15 (horário da abertura das portas) às 19h30. A partir dessa altura, só os elementos dos nossos grupos organizados de adeptos puderam passar. Como chegaram relativamente cedo, “só” tive que ficar à espera durante 1h30 e ainda deu para entrar 15’ antes de o jogo começar. Este ano, a coisa correu de maneira muito diferente:

 

Primeiro problema: se a polícia sabe quantos adeptos vão no cortejo, se o cortejo demora “x” minutos a fazer o percurso Luz - Alvalade, como é que este ano os grupos organizados chegaram ao estádio cerca das 19h30? Ou seja, a apenas 45’ de o jogo começar? Lá está: macaco - parte I.

 

Segundo problema: quando os grupos organizados chegam, a rua é fechada. “Questões de segurança”, dizem eles. Macaco - parte II: porque é que outros adeptos benfiquistas, CLARAMENTE identificados com cachecóis, não podem passar o cordão policial e entrar na mesma porta dos grupos organizados? “São ordens, não posso fazer nada”, foi-me respondido ontem. Sim, porque se está mesmo a ver adeptos do Benfica agredirem outros adeptos do Benfica em pleno WC... A porta 1 tem dois tipos de entrada: para a bancada inferior e para a superior. Os elementos dos grupos organizados preferem naturalmente a bancada inferior, enquanto os outros adeptos do Benfica têm bilhetes para a superior. Ou seja, acontece a situação ridícula de durante todo o tempo da entrada dos grupos organizados (mais de uma hora), só uma das entradas estar a ser efectivamente utilizada, já que a polícia só manda os adeptos dos grupos organizados para a bancada superior quando a inferior está cheia.

 

Terceiro problema: a polícia tem GRANDES dificuldades em perceber que quem paga um bilhete para ir a um jogo de futebol quer ver... 90’ de futebol! Não 85’, nem 80’, nem 75’. Que foi o que eu vi ontem: vi 75’ do jogo e pela 1ª vez na vida perdi um golo do Benfica quando o vou ver ao vivo! Ou seja, é muito engraçado e divertido andar a dividir os grupos organizados em 5 ou 10 grupinhos mais pequeninos. O que o símio que organiza isto não percebe é que isso, que faz demorar ainda mais a entrada, só acicata os ânimos, porque as pessoas querem... VER O JOGO TODO! Os dos grupos organizados, cujos elementos que ficam no fim do cortejo também perdem o início do jogo, e o dos restantes adeptos (mesmo os benfiquistas!) que não conseguem passar enquanto eles não acabam todos de entrar. Macaco - parte III.

 

Por tudo isto que acontece ano sobre ano na “organização de segurança”, por termos a sensação de estar a falar com australopitecos que são incapazes de justificar as suas decisões (pensando melhor, se são ao nível de símios, era difícil encontrar uma justificação racional) e, principalmente, por me terem impedido de ver o 1º golo do Benfica ao vivo, não posso dizer que lamento muito o que lhes aconteceu a meio da 1ª parte...

 

P.S. – Amigos meus pertencentes aos grupos organizados sempre foram muitos críticos do trabalho policial nestas situações e finalmente consigo perceber porquê: porque, para estes símios que são responsáveis por isto, adeptos de futebol são gado que não tem que ser respeitados e cujos direitos não interessam para nada. Tomam decisões absolutamente abstrusas e acham que não é preciso nenhuma explicação. É como é e ponto final. O que é que interessa que se perca grande parte do jogo? Sim, no mínimo, ver um jogo inteiro é um DIREITO que um adepto tem! Perceberam isto, seus monos?!

publicado por S.L.B. às 00:42
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