VAMOS ACABAR COM AS IMBECILIDADES
Sexta-feira, 29 de Julho de 2011

Saber ser grato

Ter a possibilidade de, como atleta, servir um dos poucos clubes míticos no Mundo deveria ser encarado como um privilégio. Os privilégios agradecem-se.

 

Recentemente, ao ler o livro que Helena Águas escreveu sobre o seu pai, o nosso José Águas, percebia-se o sentimento de permanente agradecimento que o grande José Águas tinha para com o Benfica, os seus colegas de equipa e os adeptos do clube. A todos, em vários momentos, José Águas agradecia. Além disso, agradecia o privilégio de poder ter servido o Benfica com tal dignidade que acabou por fazer parte do património simbólico de todos nós, benfiquistas.

 

A vida deu-me o privilégio de trocar ideias, conversar e debater o Benfica com muitos dos que foram (e são) faróis do benfiquismo e exemplos de gratidão para com o Benfica. Desde Nené a Rui Costa, passando por Pietra ou Toni, todos demonstram, nos pequenos gestos, nas expressões que utilizam e nas ideias que veiculam, uma gratidão ao Benfica apenas ao alcance dos que sabem ser humildes na grandeza. São-no naturalmente, sem gestos calculados, sem teatralizar o sentimento, ou seja, são-no genuinamente. Perceberam que, pela sua conduta, passaram a fazer parte da história simbólica do Benfica. E, também por isso, não desperdiçam o privilégio de ficar com as pessoas, os adeptos, os benfiquistas, na sua história.

 

Alcançar este patamar não se consegue a beijar o emblema, a envergar a braçadeira de capitão ou a fazer declarações de circunstância. Consegue-se com respeito pelo Benfica e gratidão honesta pela possibilidade de se tornar um símbolo para milhões de pessoas. Uns sabem perceber o tempo, o espaço e o modo. Esses são os que ficam. Outros nunca perceberão sequer o tema abordado neste texto. Esses são os que passam.

 

_____

Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 26 de Julho e publicado na edição de 29/07/2011 do jornal "O Benfica".

 

[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]

publicado por Pedro F. Ferreira às 09:09
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Quinta-feira, 28 de Julho de 2011

Ontem na Luz

Eu: Que grande golo do Gaitán!

Sócio: Mas ele não está a jogar nada!

Eu: Está bem, mas marcou um golão!

Sócio: E depois, o que é que isso interessa?! O Cardozo também marca muitos golos e não joga nada!

Eu: Tem razão! Acho inadmissível o Benfica ter um jogador que só sabe marcar golos…

Sócio: Mas você gosta do Cardozo?! Então como é que explica que ele seja assobiado?

Eu: Porque a malta que o assobia é que percebe de futebol e eu não… Bons, bons eram o Pringle, o Delibasic, o Marcel e outros que tais que a malta assobiava menos.

Sócio: Não falo mais consigo! Eu percebo de futebol e você não. Você acha que o Cardozo é bom.

Eu: Pois é, eu não percebo nada de futebol. Aliás, sou eu e o Jorge Jesus, que nunca prescinde dele…

[Silêncio]

Eu: Mas numa coisa tem razão: escusamos de falar mais. O senhor bate-me em experiência…

 

Haja p-a-c-h-o-r-r-a…!

 

P.S. – Sim, o Cardozo ontem jogou pouco.

publicado por S.L.B. às 15:39
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Paciência

O objectivo principal para este jogo foi conseguido: vencemos por uma margem superior à mínima, e não consentimos golos. Durante vários períodos o jogo ainda pareceu mais um jogo de pré-época de que um jogo a sério, mas o Benfica foi sempre superior, e a sensação que mantive foi que o pior que poderia acontecer era sermos nós a não conseguir ganhar o jogo, porque o Trabzonspor nunca pareceu ter capacidade para alterar o rumo da partida.

O nosso treinador optou por um onze que poderíamos considerar de continuidade, colocando de início quase todos os jogadores que já eram titulares a época passada. Do onze base de então faltaram Roberto, Coentrão, David Luiz e Salvio, que foram agora substituídos pelo Artur, Emerson, Garay e Pérez. Na direita da defesa surgiu o Rúben Amorim, após vários meses de ausência. O Benfica entrou bem no jogo, com os turcos a reagirem mal quando eram pressionados na defesa e a entregarem facilmente a bola. Aos três minutos uma dessas situações poderia ter resultado num grande golo do Gaitán, com o chapéu que tentou ainda de muito longe a ser defendido no limite pelo guarda-redes turco. Mas a pressão mais intensa do Benfica pareceu durar apenas 20-25 minutos. Depois disso os turcos, que nunca esconderam que traziam como única intenção retardar ao máximo um golo do Benfica, conseguiram adormecer o jogo, e passaram a ter alguma liberdade para trocar a bola no seu meio campo defensivo. Apesar do domínio territorial, o Benfica mostrou ainda pouca desenvoltura no ataque. Passes mal medidos, toques a mais na bola e várias hesitações tiveram como resultado muito poucos remates, e sem se rematar à baliza é óbvio que não se pode marcar - ao intervalo creio que o único remate que fizemos que levou a direcção da baliza foi precisamente a tentativa de chapéu do Gaitán.

A segunda parte começou ainda pior para o Benfica. Não sei se foram instruções do Jorge Jesus, ou se foi o próprio Aimar a proteger-se por não se sentir bem fisicamente, mas a verdade é que ele foi-se quase encostar aos avançados, o que resultou numa equipa do Benfica partida ao meio, com um autêntico deserto no meio campo - por diversas vezes os defesas tinham a bola e esperavam em vão que alguém a viesse receber, acabando por ter de optar por passes longos. Paradoxalmente, isto também acabou por ter uma faceta positiva, pois de certa forma convidou os turcos a subir e a estenderem-se mais no campo, deixando de jogar com as linhas tão juntas como tinham feito na primeira parte e dando assim mais espaço para jogarmos à frente da sua área. A entrada do Nolito para o lugar do Pérez (o Gaitán passou para a direita), logo no início da segunda parte, melhorou bastante o jogo do Benfica, pois o espanhol veio dar nova vida e agressividade ao nosso ataque. E pouco depois da hora de jogo, nova alteração que já se impunha, com a saída do Rúben para dar lugar ao Maxi, trouxe ainda mais melhorias ao jogo do Benfica. Coincidência ou não, e já depois de uma bola do Saviola ao poste, o Benfica chegou mesmo ao golo a vinte minutos do final, com o Nolito sobre a esquerda da área a receber um passe do Aimar e a rematar cruzado para o golo. Este era o melhor período do Benfica no jogo, que a entrada do Witsel para o lugar do Aimar pouco depois veio ainda acentuar. O segundo golo poderia ter chegado mais cedo, pois logo a seguir ao primeiro ficou um penálti claríssimo por marcar, após ostensiva mão na bola de um defesa turco, mas a justiça no resultado acabou por chegar ao cair do pano, com um remate em arco do Gaitán que colocou a bola na gaveta.

As substituições feitas pelo Jorge Jesus esta noite resultaram todas em pleno. O Nolito injectou velocidade e agressividade no ataque, o Maxi trouxe profundidade à direita, após render um Rúben Amorim a acusar, com toda a naturalidade, a falta de ritmo após vários meses de ausência, e finalmente o Witsel deu solidez e uma mais eficaz ocupação dos espaços a meio campo. Gostei bastante da exibição do Garay - a qualidade não engana - e também do Luisão, que indiferente ao barulho à sua volta fez aquilo que melhor sabe fazer: defender de forma profissional o nosso emblema dentro do campo. O Emerson mostrou bastante segurança a defender, mas parece-me que o seu estilo não é o de arriscar muito em subidas para o ataque. Com a chegada da defesa titular parece-me que deixámos (com toda a naturalidade) de dar as facilidades que demos durante os jogos de pré-época. No geral, a equipa ainda não parece estar em perfeitas condições físicas, sendo um caso evidente o do Saviola, que praticamente se arrastou em campo durante a última meia hora.

Tal como não devemos entrar em depressão depois de um mau resultado, uma vitória também não deve significar que entremos automaticamente em euforia. O Benfica foi claramente superior ao Trabzonspor esta noite, e mereceu a vitória que conquistou, mas seria exagerado achar que fizemos uma exibição entusiasmante. Mantenho a minha opinião: temos neste plantel muita qualidade, e tenho bastantes expectativas em relação à equipa que poderemos construir. As declarações do Jorge Jesus, dizendo que considera que temos melhor plantel do que nas duas últimas épocas, mas que ainda não temos melhor equipa parecem-me acertadíssimas. Parece-me que deverá valer a pena ter um pouco de paciência para esperar pelo resultado final. A mesma que foi precisa no jogo de hoje.

publicado por D'Arcy às 00:02
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Terça-feira, 26 de Julho de 2011

Análise ao Trabzonspor (por Sérgio Berenguer)

Sérgio Berenguer, comentador da Benfica TV, partilha com os leitores da Tertúlia Benfiquista a sua análise ao próximo adversário do Sport Lisboa e Benfica:

 

___

 

«O Trabzonspor é o adversário do Benfica na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, jogos a realizar a 27 de Julho (no Estádio da Luz) e a 2 de Agosto (no Estádio Huseyin Avni Aker Stadi com capacidade para cerca de 25 mil pessoas).

Considerado um dos “4 grandes da Turquia” a par de

  • Fenerbahçe         (18 títulos);
  • Galatasary           (17 títulos); e
  • Besiktas               (13 títulos),

o Trabzonspor já venceu o campeonato por seis vezes (1975-76, 1976-77, 1978-79, 1979-80, 1980-81, 1983-84) mas não é campeão há quase 30 anos. Venceu igualmente a Taça da Turquia por oito ocasiões (1977, 1978, 1984, 1992, 1995, 2003, 2004, 2010), tantas quantas as que venceu a Supertaça, sendo que venceu a do ano passado.

Este clube do norte da Turquia (já na parte asiática) - que foi durante muitos anos a única equipa de fora da capital a vencer a Liga (o Bursapor igualou o feito em 2009/10) - acabou a última época com os mesmos pontos do campeão Fenerbahçe, tendo perdido no “goal average” pois apesar de ter sido a equipa com menos golos sofridos no campeonato (23), apresentou saldo positivo de 46 golos contra os 50 golos do campeão que marcou 84 e sofreu 34.

Com um excelente registo de 25 vitórias e 7 empates em 34 partidas da última edição da Liga Turca, o Trabzonspor apenas sofreu duas derrotas (2-0 na casa do campeão e 1-3 frente ao Manisaspor, 10º classificado) e foi, segundo a generalidade da imprensa turca, a equipa que melhor futebol praticou naTurquia em 2010/11.

Fruto desse 2º lugar na “Super Ligi”, o Trabzonspor tem acesso à 3ª Pré-Eliminatória da Champions League, competição em que procura este ano chegar pela primeira vez à fase de grupos.

Em termos tácticos, na última época esta equipa turca apostou habitualmente em dois sistemas consoante o opositor e se o jogo era no seu reduto ou fora (4-4-2 e/ou 4-3-3), sendo que é uma equipa reconhecidamente de posse de bola e que ataca por qualquer zona do terreno não evidenciando qualquer preferência pelas zonas laterais ou central.

Apesar de sistemas e processos consolidados, o técnico Senol Günes não abdicou de ir introduzindo ao longo da temporada algumas variações na estrutura da equipa, sobretudo do meio campo para a frente, mantendo contudo a estrutura defensiva praticamente inalterável.

Relativamente ao ano transacto, o onze base habitual (quando em 4 x 4 x 2, em losango) do Trabzonspor era composto por:

GR: Onur Kıvrak (25 jogos titular) ou Tolga Zengin (9 jogos titular)

Defesa: Os laterais Ceyhun Gülselam (na direita) e Hrvoje Cale (na esquerda) acompanhavam os centrais Giray Kaçar e Egemen Korkmaz.

Meio campo: Selçuk Inan, como médio defensivo, Burak Yilmaz pela esquerda, Alanzinho (ou Ibrahim Yattara) pela direita e o argentino Gustavo Colman no centro.

Ataque: em apoio a Umut Bulut (30 jogos como titular, 13 golos) surgia invariavelmente o brasileiro Jajá Coelho (27 jogos como titular, 12 golos).

Para a nova temporada 2011/12, e ainda que tenha conseguido manter o seu melhor marcador da última época (o médio ofensivo Burak Yilmaz com 19 golos), verificaram-se diversas saídas, de entre as quais se destacam naturalmente os casos de Umut Bulut (para o Toulouse, o qual pudemos ver evoluir no relvado da Luz já nesta pré-temporada no jogo de apresentação aos sócios do S.L.Benfica) e Jajá Coelho (para o Al-Ahli).

 

 

 

Em termos de reforços, Zokora, médio que chegou do Sevilha, é certamente o reforço mais sonante desta formação que quer aceder à Liga dos Milhões, sendo que também a contratação do avançado Altintop (Frankfurt) alimenta o sonho dos adeptos do clube de conquistar o título e brilhar na Liga dos Campeões.

 

 

Entre entradas e saídas – e para além do interessante fluxo, nas duas direcções, entre Trabzonspor e Galatasary – a equipa da cidade de Trabzon, continuará a ser um conjunto bastante forte que, a exemplo de todas as equipas turcas, procurará tirar vantagem do ambiente bastante adverso que consegue gerar para os adversários quando os recebe no seu reduto.

Se na Luz poderá apostar num esquema mais comedido, é contudo expectável que em casa o Trabzonspor aposte num 4 x 3 x 3 de muita mobilidade em que deveremos ter no onze inicial:

 

(link)

 

GR: Tolga Zengin ou Onur Kıvrak (a pré-temporada determinará quem arranca como titular, a experiência de Tolga ou a evidente qualidade de Onur)

Defesa: como lateral direito o reforço Ondrej Celustka (provável depois da saída de Gulselam para o Galatasary) ou o polaco Piotr Brozek (já mais entrosado com a equipa) e na esquerda o polivalente Serkan Balcı ou Hrvoje Cale (titular em 22 jogos no campeonato transacto). No eixo defensivo Giray Kaçar deve ter a companhia de Arkadiusz Głowacki ou Mustafa Yumlu, depois da saída de Egemen Korkmaz (25 jogos como titular) para o Besiktas de Simão Sabrosa, Quaresma, Hugo Almeida e Manuel Fernandes.

Meio campo: será expectável que o costa marfinense Didier Zokora seja o médio defensivo (compensando a saída de Selçuk Inan – jogador mais utilizado na equipa na temporada passada - para o Galatasary), partilhando o miolo do terreno com o argentino Gustavo Colman e o reforço Adrian Mierzejewski, este último mais adiantado e com maiores responsabilidades na organização do jogo ofensivo.

Ataque: no apoio ao goleador Halil Altıntop será de esperar o aparecimento do reforço Paulo Henrique pela direita (Alanzinho pode ser igualmente opção) e Burak Yilmaz pela esquerda.   

Na deslocação a Lisboa, se não quiser (e certamente não quererá) ser tão ofensivo, o técnico Senol Günes poderá apostar num 4 x 2 x 3 x 1, em que Colman jogará ao lado de Zokora na frente do quarteto defensivo, ficando o meio campo entregue a Alanzinho (na direita, mais defensivo que Paulo Henrique), Burak Yilmaz (na esquerda) e Mierzejewski (no centro) com Altintop na frente, ou o próprio Paulo Henrique, dependendo do estado de forma do primeiro.

Outra alternativa, o 4 x 4 x 2 em que comparado com o 4 x 3 x 3, pode Serkan Balcı se juntar no meio campo (preferencialmente pela esquerda) a Adrian Mierzejewski (direita), Zokora e Colman (no centro do terreno) e ficando Burak Yilmaz no apoio ao ponta de lança mais posicional.

Na sua pré-época, o Trabszonspor fez já três jogos e empatou todos 1-1 (FC Oţelul, Genk e Charleroi).

Será certamente uma eliminatória complicada para S.L.Benfica em que será determinante a obtenção de um bom resultado em casa (seria sobretudo importante não sofrer golos) e manter a tendência da época transacta de marcar fora.

Passando esta terceira pré-eliminatória, o S.L.Benfica será cabeças de série no play-off de acesso à Champions, a última fase antes da fase de grupos.»

 

Texto de: Sérgio Berenguer

publicado por Pedro F. Ferreira às 11:30
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Sexta-feira, 22 de Julho de 2011

Mais do que um Clube

A dimensão e implantação social do Benfica obriga-o a ser mais do que um clube. Essa dimensão acarreta responsabilidades para com o país, para com a construção de cidadania.

 

Neste âmbito, importa realçar o trabalho silencioso, inestimável e que muito me orgulha realizado pela Fundação Benfica. O trabalho desenvolvido ao nível da intervenção precoce sobre os factores de exclusão e o desenvolvimento de mecanismos que promovem o sucesso educativo de crianças e jovens deve ser salientado.

 

Recentemente, vi declarações do director da Fundação Benfica, Jorge Miranda, sobre os resultados obtidos, logo no primeiro ano de implementação, com o projecto “Para ti, se não faltares!”. Ou seja, um projecto que desenvolveu em largas centenas de jovens uma grande motivação para combater a falta de assiduidade às aulas e, deste modo, melhorar o rendimento escolar. A julgar pelos testemunhos dos pais dos jovens envolvidos, a medida foi um sucesso. Os responsáveis, perante o sucesso obtido, delinearam novas metas, novos objectivos, para continuar a ajudar ao desenvolvimento destes jovens.

 

Objectivamente, não são estes projectos que nos fazem vibrar e viver diariamente o Benfica. Todos discutimos apaixonadamente sobre quem será o lateral esquerdo, o defesa central que acompanhará o Garay, a necessidade ou não de contratar mais um guarda-redes, a táctica indicada para o plantel.,, Todos defendemos os nossos futebolistas preferidos e olhamos de soslaio para os que tardam em convencer-nos da sua competência. E tudo isto é feito de forma apaixonada e cheios de certezas absolutas que se transformam em certezas relativas com intervalos de noventa minutos.

 

No entanto, convém que também olhemos para projectos aglutinadores e válidos como os que são desenvolvidos pela Fundação Benfica. Porque o Benfica é, efectivamente, muito mais do que um clube…

 

_____

Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 18 de Julho e publicado na edição de 22/07/2011 do jornal "O Benfica".

 

[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]

publicado por Pedro F. Ferreira às 11:11
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Quinta-feira, 21 de Julho de 2011

Esperança

 

Vejo as fotos da acção promocional do Benfica no Rossio esta tarde e não consigo evitar um sorriso. Porque só consigo pensar que o Benfica é isto mesmo. É a gente que se junta espontaneamente à volta de uma cadeira gigante porque é o Benfica que está ali. E pede autógrafos ao André Almeida ou ao Rodrigo Mora só porque são jogadores do Benfica, mesmo que se calhar acabem por não ficar no plantel. São os sócios que aplaudem o Eduardo ou o Roberto na apresentação porque eles entraram em campo envergando a camisola do Benfica, e é só isso que basta para terem o nosso apoio incondicional.

 

E apesar do Benfica ser também a gente que, em nome de um suposto 'espírito crítico', avalia e desanca jogadores depois de ver um treino ou meia parte de um jogo, que os assobia e critica antes deles entrarem em campo ou até mesmo antes de assinarem pelo clube, apesar de também ser a gente que ainda antes de se dar um chuto numa bola já está a prever as piores desgraças e a deitar tudo abaixo, e que às vezes quase parece estar a torcer para que as coisas nos corram mal só para depois terem o prazer masoquista de esfregar as mãos e dizer "Eu não vos disse? Vêem como eu tinha razão?", coisas destas recordam-me que esses adeptos são uma minoria no gigantismo do Benfica. Porque para a grande maioria, 'Benfica' não desperta a depressão, a maledicência, o negativismo ou o derrotismo; desperta simplesmente alegria, que se vê nos sorrisos daquela gente. E isso renova-me, a cada dia, a esperança no meu clube.

publicado por D'Arcy às 23:02
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Quarta-feira, 20 de Julho de 2011

Regresso

Finalmente o regresso a 'casa' depois de dois meses da ausência. Já tinha saudades de me sentar no meu lugar para ver as camisolas vermelhas sobre a relva da Luz.

A apresentação frente ao Toulouse terminou numa vitória do Benfica pela margem mínima, graças a um golo ao cair do pano, marcado pelo Jardel depois de uma jogada embrulhada na pequena área. O jogo foi algo morno e o Benfica não fez uma grande exibição, mas controlou sempre os acontecimentos de forma clara, e poderia mesmo ter vencido por uma margem mais folgada. As novidades da noite foram o Eduardo, o Emerson e o Garay, tendo todos eles tido a oportunidade de jogar, com o Emerson a actuar mesmo os noventa minutos. Nenhum deles teve grandes oportunidades para brilhar, mas o Garay ainda conseguiu estar perto de marcar na apresentação, ao cabecear ao poste da baliza francesa. De qualquer maneira, tendo em conta que foram quase directos do aeroporto para o relvado da Luz, estes últimos reforços não deixaram nada má imagem, e tenho expectativas altas para a dupla Luisão/Garay.

Deu para experimentar duas tácticas no jogo: na primeira parte o Benfica ensaiou uma táctica com apenas um avançado (Cardozo), com o apoio do Aimar, Nolito, Bruno César e Urreta, e na segunda parte jogámos numa táctica mais próxima do 4-4-2, com o Witsel a actuar praticamente ao lado do Matic no centro do meio campo. O Matic foi, na minha opinião um dos jogadores que mais se destacaram. Gostei também do Urreta na primeira parte, e na segunda foi o jogador que o substituiu - Enzo Pérez - quem esteve num nível mais alto. A desilusão da noite foi o Bruno César, que teve um jogo infeliz.

Agora mãos ao trabalho, que já só temos mais uma semana para preparar a pré-eliminatória da Champions.

publicado por D'Arcy às 23:11
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Terça-feira, 19 de Julho de 2011

Junk food

Sabemos, de fonte segura e insuspeita, que o Nolito foi activa, sistematica e insistentemente assediado pelos andrades antes de assinar pelo Benfica, que Witsel foi uma vitória retumbante da capacidade de negociação do Benfica, que o trouxe e o fidelizou por um montante inferior a uma oferta do fcp, e que Eduardo (goste-se ou não se goste, seja por razões relativamente objectivas ou por razões mais ou menos infantis) pendeu para o Benfica por questões de simpatia clubística pessoal e da família, apesar de ser uma aposta e um objectivo tentado até ao final para a baliza do fcp.

 

E, no entanto, não se fazem capas sensacionalistas na imprensa sobre as vitórias do Benfica no campeonato das contratações, muito também porque não temos – feliz ou infelizmente, dependendo da perspectiva, do grau de inocência e dos ‘princípios’ que se agitam histericamente ao vento – jornais que se disfarçam de imprensa isenta mas que são efectivamente veículos de propaganda de grupos económicos de legalidade duvidosa com interesses no futebol e nos meios de diversão nocturna.

 

A única coisa ligeiramente irritante nisto tudo? Os benfiquistas que continuam a comer esses pasquins e que, por consequência, continuam a ser, irónica e sistematicamente, ‘comidos’.

 

Comentários a isto, podem enviar para o estoumeaborrifar@zen.pt ou talktothehand@fuckoff.com.

publicado por Carlos Miguel Silva (Gwaihir) às 11:45
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Segunda-feira, 18 de Julho de 2011

Linhagem

Depois do Bossio, Moretto, Roberto, parece que vamos agora ter o Eduardo. Depois de ajudarmos a argentina, brasileira e espanhola, está mais que na altura de ajudarmos a avicultura portuguesa. Em tempos de crise e de FMI, temos que comprar o que é nosso. Acho bem.

 

Não estou de acordo com o presidente do Génova ("com Eduardo temos sempre de contar com cinco frangos por época"). Espero bem que no Benfica não dê nenhum, porque seria sinal que o Artur Moraes jogaria sempre e ficaríamos descansados em relação à baliza.

 

Outra hipótese para justificar esta contratação/empréstimo é aprofundarmos as relações de vizinhança e querermos que o Rui Patrício seja o próximo titular da selecção. Também espero que isto aconteça, pelas mesmíssimas razões do parágrafo anterior.

 

(Sim, eu sei que temos que ter guarda-redes portugueses, porque mais do que um estrangeiro para a baliza seria desperdiçar vagas preciosas para jogadores não-nacionais, mas tínhamos lá o Moreira, não? Se lhe tivesse sido dito que seria a segunda, e não a terceira, opção para a baliza, ele não ficaria?)

 

P.S. - Do meio-campo para a frente estamos muito bem servidos. Este ano, se se lesionar um Salvio ou um Gaitán estiver esgotado fisicamente, há opções válidas que os poderão substituir e que, em princípio, não hipotecarão as hipóteses de títulos, como sucedeu na época transacta. Só mais dois desejos: o Luisão é OBVIAMENTE para ficar (tem cláusula de rescisão de 20M€, paguem-na e não podemos fazer nada; menos do que isso, obrigado, adeuzinho e voltem sempre) e o Urreta também (para casmurrices já serviu o ano passado, está bem, Jesus?).

publicado por S.L.B. às 13:14
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Domingo, 17 de Julho de 2011

Desperdício

Empate no jogo com o Anderlecht e vitória final no torneio. O jogo fica marcado, a meu ver, pelo desperdício no ataque e pelas (já habituais nesta pré-época) facilidades concedidas na defesa.

 

O Anderlecht não foi um adversário fácil, e entrou no jogo com vontade de discutir o resultado, tentando exercer pressão sobre os nossos jogadores. Mas o Benfica, com o Saviola renascido, teve um bom início de jogo e começou a criar oportunidades para marcar, quase sempre com o Saviola nas jogadas. Foi mesmo ele quem inaugurou o marcador, rematando de ângulo apertado depois de ultrapassar o guarda-redes. O jogo parecia estar mais ou menos controlado, mas após vinte e cinco minutos o Miguel Vítor lesionou-se, e a nossa defesa, já de si fragilizada, acusou o golpe. Entrou o David Simão para a esquerda, passando o Fábio Faria para o centro, mas dois minutos depois já o Anderlecht empatava. Seguiu-se um período em que a nossa equipa abanou, mas perto do final voltou a construir novas oportunidades de golo, que o Jara em particular se encarregou de desperdiçar de forma incrível. Na última jogada o Anderlecht colocou-se em vantagem, numa iniciativa individual que voltou a aproveitar as facilidades concedidas do lado direito da nossa defesa.

 

A segunda parte trouxe as habituais alterações, e a qualidade do jogo ressentiu-se. Mas o Benfica continuou a ter mais iniciativa e a dispor das melhores oportunidades de golo, chegando naturalmente ao empate após decorridos dez minutos, com o Urreta na direita a rematar cruzado após receber um centro do David Simão. O resto do jogo nunca foi particularmente bem jogado, mas estive sempre com a sensação de que poderia haver um golo em qualquer uma das balizas. Na do Anderlecht pela quantidade de jogadas de ataque que o Benfica fazia; e na nossa pela quantidade de buracos que a nossa defesa teimava em abrir - particularmente na direita - quando os belgas resolviam atacar.

 

Foram demasiados golos falhados por nós: contei pelo menos cinco ocasiões em que colocámos um jogador na cara do guarda-redes - Saviola, Jara(2), Nolito e Bruno César - e apenas a ocasião do Saviola acabou em golo. E foram muitos os espaços concedidos na defesa, em particular na direita - para mim o André Almeida terá sido o nosso pior jogador esta noite, e custa-me acreditar que o Wass não saiba fazer melhor do que aquilo. Gostei do Saviola na primeira parte, e do Urreta na segunda.

 

No geral, gostei de ver aquilo que esta equipa consegue fazer no ataque, e também da capacidade para recuperar bolas na zona do meio campo. A defesa continua a ser o factor mais preocupante mas, conforme sabemos, falta muita gente. Neste momento só espero que a lesão do Miguel Vítor não seja grave, que o Garay esteja em Lisboa em breve, e que tenhamos um lateral esquerdo já esta semana. Faltam dez dias para a pré-eliminatória da Champions, e não me parece que a defesa actual nos ofereça garantias suficientes para esse jogo.

publicado por D'Arcy às 22:40
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