Depois do discurso contra o Sul, do discurso sobre a penhora da retrete, do discurso em torno da fruta para dormir, do discurso em que imitava um aparelho de gps e indicava orientações sobre a localização da sua casa a um árbitro na antevéspera de apitar um jogo do seu clube e de tantos outros discursos a que a parvónia denomina “fina ironia”, o sr. Costa surgiu agora com o discurso da treta, referindo-se à venda dos direitos desportivos do guarda-redes Roberto.
Considero que o actual discurso da treta do sr. Costa constitui-se como uma evolução e, finalmente, está adequado à figura que o enuncia. Isto é de louvar. Aliás, foi também interessante ver como a comunicação social alinhada com o senhor do tal discurso da treta tentou, por todos os meios, desvalorizar o adversário do Benfica nesta fase da Liga dos Campeões. Numa atitude bacoca e a roçar um estranho e infundado complexo de superioridade, muitos foram os meios de comunicação social portugueses que não se cansaram de tentar desvalorizar o Trabzonspor. Houve mesmo alguns ‘opinadeiros’ que queriam demonstrar a fraqueza do nosso adversário referindo-se a uma suposta fraca qualidade e desorganização do futebol turco. Isto, meus caros, é uma treta. O futebol turco, no que respeita à tentativa de zelar pela verdade desportiva, dá lições a toda a organização do futebol português. No futebol turco, como se comprova com a actual situação criminal de alguns dirigentes (entre os quais os do Trabzonspor), não se considera uma treta a tentativa de adulterar resultados. Da mesma forma que não é um qualquer cacique de aldeia que, com duas tretas e um par de balelas, escarra na Justiça e leva um conjunto de lorpas a fazerem das tretas letra de lei e código deontológico.
Chegará o dia em que ainda nos vão querer obrigar a acreditar que há dirigentes de clubes que recebem árbitros em casa apenas para terem inocentes conversas da treta. Enfim, isto, como diria um tal de Calheiros, já são outros quinhentinhos…
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Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 02 de Agostoe publicado na edição de 05/08/2011 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
Em números, Cardozo vale cerca de 25 golos por época (marcou 100 nas 4 épocas que leva de Benfica). Não tendo dados concretos penso ser justo dizer que desses 25 golos, 10 são marcados na sequência de bolas paradas (entre penalties e livres directos).
Este ano contratamos um exímio marcador de livres, que é o Garay. Quanto aos penalties e uma vez que o ratio do Cardozo estava longe de ser perfeito não creio que seja difícil arranjar outro jogador que marque os penalties na vez dele.
Sobram 15 golos. Para os marcar temos, e já descontando Saviola que à partida tem a sua quota pessoal de golos que para o efeito desta análise se manterá idêntica sem entrar nestas contas, Jara, Mora (do qual contínuo a receber referências muito interessantes), Rodrigo e Nélson Oliveira. Não me parece descabido pensar que entre estes 4 jogadores serão marcados os 15 golos em falta.
Depois, passemos à importância de Cardozo na movimentação global da equipa, nomeadamente no seu vector ofensivo. Devido à sua morfologia e a alguma inabilidade em certos aspectos técnicos do jogo como sejam a recepção e o passe, Cardozo sempre demonstrou dificuldades em dar seguimento a jogadas nas quais não lhe fosse solicitado somente o toque de finalização. Há inúmeras jogadas perdidas pelo Benfica durante um jogo na sequência da demonstração prática destas falhas. Depois, e apesar da estatura, nem por isso se serve dela para ganhar disputas aéreas nas quais poderia ser útil. Se como ontem aconteceu jogarmos preferencialmente com 2 extremos “invertidos”, isto é, a jogar preferencialmente com o pé contrário ao da linha na qual se movimentam, os cruzamentos não abundarão. O tipo de jogadas é diverso e passa por inflexões destes jogadores para o centro cumprindo aos respectivos laterais os cruzamentos para a área. Com este tipo de jogadas um avançado como o Cardozo não faz muito sentido na minha opinião.
Temos no entanto o reverso da medalha, que é o facto de afinal de contas se tratar de um jogador que, bem ou mal, garante de facto golos no final da época. E um avançado está lá é para marcar golos, quanto a isso nenhuma dúvida (a única questão que este texto visa sublinhar é que este predicado está longe de ser exclusivo do Cardozo). É útil nas bolas paradas defensivas, devido à sua estatura (pese embora continue a sublinhar que o seu ratio de bolas conquistadas quando em disputa aérea com outros jogadores estar longe de ser o ideal tendo em conta os seus centímetros) e tem um pé esquerdo verdadeiramente fantástico, sobretudo quando servido de um determinado tipo de maneira, com a bola colocada à sua frente precisamente para o pé esquerdo e de modo a que ao paraguaio não sejam pedidos mais que 1, 2 toques. A sua saída, a concretizar-se, deixará de facto um vazio que nos primeiros tempos será difícil de preencher. Afinal, tratam-se (trataram-se?) de 4 épocas muito profícuas e tal como a equipa anterior se teve de habituar a jogar com ele também agora esta terá de se habituar em sentido inverso. A minha opinião/previsão, como já perceberam, é que no fim desse período que, creio, já se terá iniciado ontem e que desejo que seja o mais curto possível, a equipa ficará mais forte.
Para finalizar, e todos os meus textos parecem não sobreviver sem um “Para finalizar…”, há a questão económica. Cardozo está com 28 anos. Foi uma das contratações mais caras de sempre do Benfica. E gostaria que não se esquecessem deste facto ao analisar Cardozo e ao compará-lo com os restantes avançados que o Benfica teve nos últimos 20 anos. É que nunca foi gasto um montante sequer parecido com este na aquisição de um ponta de lança. Ou seja, se nos dispusermos a gastar cerca de 10 milhões de euros num substituto do Cardozo, ignorando portanto a minha expectativa de que os restantes avançados que o plantel actualmente possui podem perfeitamente substitui-lo, o mais difícil será encontrar um avançado que não marque golos!
Portanto, e tendo em conta a idade dele, se há altura para o vender é agora. Com a previsão de se recuperar o investimento e de ainda se fazer um encaixe substantivo. E não ignoremos igualmente que o rendimento do Cardozo não tem sido propriamente em crescendo existindo neste momento uma dúvida que creio ser bem real sobre se o que aí vem, caso se mantenha de facto no Benfica, é o Cardozo dos 2 primeiros anos ou se é o Cardozo cujas prestações no último ano culminaram com a não-chamada à Copa América.
Sem sobressaltos, o Benfica quase que passeou e passou a eliminatória na Turquia, tendo ficado como único amargo de boca a sensação de termos desperdiçado uma boa oportunidade para vencer o jogo. No mínimo, porque na melhor das hipóteses, até teria dado para um resultado robusto.
O Benfica entrou em campo com onze jogadores... do Benfica. E escrevo isto porque à custa de tanto alarido sobre as nacionalidades do onze que iria alinhar, às tantas comecei a ficar com receio que o Benfica acabasse por entrar com menos do que onze jogadores, ou com algum jogador do Trabzonspor lá metido pelo meio. O Jorge Jesus optou por inovar um pouco em termos tácticos, colocando a equipa a jogar com apenas um avançado de raiz, num esquema que na época passada eu achei que tanto jeito nos daria em alguns jogos - mas para o qual não tínhamos jogadores no plantel. O Saviola foi o jogador mais avançado, com apoio directo do Aimar, e o Witsel entrou no onze para dar mais consistência ao meio campo. Natural também a presença do Nolito, no lugar do lesionado Pérez.
Se alguém esperava algum inferno em Istambul, então o que viu foi um inferno muito frio. O estádio estava muito longe de ter os tais cinquenta ou sessenta mil fervorosos adeptos turcos, e logo nos primeiros minutos o Benfica fez questão de arrefecer os ânimos aos que lá estavam e tranquilizar os benfiquistas, porque depressa se viu que seria muito difícil que deixássemos fugir o controlo do jogo. Começámos por pressionar muito alto - grande esforço do Aimar neste aspecto - raramente permitindo ao Trabzonspor jogadas organizadas e em posse de bola, porque o nosso meio campo reforçado ocupava os espaços e fazia as marcações quase na perfeição. E quando recuperávamos a bola, às vezes até parecia demasiado fácil a forma como conseguíamos abrir buracos na defesa turca. E o golo surgiu com toda a naturalidade, já depois de algumas ameaças, quando estavam decorridos vinte minutos. Num lançamento lateral o Saviola apareceu 'esquecido' na área, e depois passou a bola ao Nolito, que rematou entre dois defesas para o golo. Se dúvidas havia sobre quem passaria, terão terminado todas aqui. O Trabzonspor conseguiu empatar cerca de dez minutos depois, num lance em que explorou um buraco deixado pelo Maxi na direita da defesa, mas foi um lance perfeitamente fortuito e contra a corrente do jogo - foi o único remate que os turcos fizeram à baliza em noventa minutos de jogo, durante os quais o Artur foi pouco mais do que um mero espectador. O Benfica não acusou o golo e continuou com o controlo do jogo, só não chegando ao intervalo em vantagem porque o Gaitán, numa noite muito displicente, conseguiu não acertar com a baliza quando tinha tudo para marcar.
A segunda parte começou com o Benfica a mostrar que nada iria mudar: logo no primeiro minuto o Nolito perdeu mais uma oportunidade soberana para marcar, num lance precedido de penálti sobre o Saviola. Antes de terminado o primeiro quarto de hora, o cenário ficou ainda mais negro para os turcos, que se viram reduzidos a dez após expulsão do Mierzejewsky por cotovelada na cara do Maxi (o maior especialista no uso dos cotovelos, o número dezassete Burak, conseguiu no entanto aguentar-se em campo os noventa minutos sem ver um amarelo sequer). E a partir daqui só foi aumentando a minha irritação por não marcarmos pelo menos mais um golo, que nos daria a vitória no jogo. Oportunidades para isso não faltaram, mesmo com o Benfica a jogar quase em ritmo de treino (e o Gaitán a jogar quase como se estivesse numa peladinha entre amigos). A mais flagrante de todas surgiu a dez minutos do final, com o Witsel a conseguir acertar na trave (o que era mais difícil do que marcar) depois de se ver cara a cara com o guarda-redes após uma boa iniciativa do Matic. Mas a verdade é que, depois da expulsão, a sensação com que fiquei é que bastaria o Benfica forçar um bocadinho para desbaratar completamente aquela defesa.
O jogador de que mais gostei foi o Witsel. É tacticamente muito certo, insistente na luta pela posse de bola, e sobretudo não inventa: faz aquilo que deve ser feito, na altura certa, e de forma simples. Merecia claramente que aquela bola que terminou na barra tivesse entrado na baliza. Gostei também do Nolito, em especial na primeira parte, porque à medida que o jogo caminhou para o final pareceu-me que foi perdendo o fôlego. Mas foi sempre um dos mais perigosos, e é outro jogador que ajuda muito a começar a pressão logo à saída da área adversária. Gostei também do Aimar, sobretudo pelo muito que trabalhou, e o Matic teve um entrada boa no jogo. O único jogador que me conseguiu irritar foi o Gaitán, simplesmente porque chegou a um ponto em que quase me pareceu estar a ser displicente na forma como jogava. Se não tentasse obter nota artística em alguns lances, o mais provável era que tivesse acabado o jogo com um (ou mais) golos marcados. Gostaria que ele tivesse tido uma atitude mais competitiva, e que tivesse levado o jogo mais a sério.
A obrigação de deixar os turcos pelo caminho foi cumprida, e esperemos agora para ver o que é que a sorte nos reserva para o play-off. A minha preferência é quase sempre a mesma para sorteios de competições europeias: equipas italianas não, por favor. Por isso, desejo qualquer equipa menos a Udinese.
1- Preâmbulo:
Como adepto e sócio do Sport Lisboa e Benfica e accionista da Sport Lisboa e Benfica - Futebol, SAD, considero que o Sport Lisboa e Benfica não deve ter qualquer problema em prestar todos os esclarecimentos que alguma entidade deste país entenda solicitar. Assim, aprecio os esclarecimentos prestados pelo Benfica à CMVM, acerca da transferência de Roberto.
Como cidadão português exijo que um regulador como a CMVM actue sempre e não apenas quando o mediatismo obriga.
2- A transferência de Roberto:
Vejamos, «a transferência do atleta Roberto foi concretizada e validada em cartório notarial. Foi celebrada com uma sociedade desportiva e uma sociedade de direito espanhol.» Repito: «esta transferência foi concretizada por via de escritura notarial, com uma sociedade desportiva da primeira Liga espanhola e uma outra sociedade de direito espanhol idónea e em relação de domínio com aquela primeira. Além disso, importa referir que os valores estabelecidos se encontram garantidos nomeadamente por títulos de crédito e a transferência em causa foi já devidamente ratificada pelos “Administradores Concursales” (i.e Administradores Judiciais) da Real Zaragoza SAD.»[link]
3- Situações em que a CMVM não pediu esclarecimentos:
Alex Sandro [link]; Hulk [link]; James [link] e [link]; C. Rodriguez [link]; Walter [link]; Liedson [link]
De entre todos estes, destacam-se o caso de C. Rodriguez (o comunicado diz que pagaram 7 milhões de euros, mas não dizem a quem) e o de Liedson (o SCP nem sequer diz por quanto foi vendido, apenas dizem qual é o impacto “positivo”, segundo eles, nas contas).
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Além disso, importa não esquecer que as duas maiores transferências da história do FCP foram efectuadas com dois clubes da II Divisão do Uruguai – o Rentistas/Hulk e Maldonado/Alex Sandro – sem que alguém tivesse questionado sequer o valor pago, quanto mais se o preço era justo…
4- Conclusão:
À CMVM exige-se que actue com uma inquestionável uniformidade de critérios. Não o tem feito!
Tudo isto me leva a reflectir sobre as razões que movem os responsáveis da CMVM em relação à Sport Lisboa e Benfica - Futebol, SAD. Tudo isto me leva a não acreditar na boa-fé da CMVM.
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Post que teve como base o post de JG no Red Pass (http://redpass.blogs.sapo.pt/501360.html)
Será que o presidente do Zaragoza, por andar metido nos negócios da construção, tem interesse em construir o novo estádio do Benfica?
Ou será que o ano passado o Benfica, afinal, pagou mesmo aquele que era o valor de mercado de um jogador que foi votado o melhor guarda-redes da segunda volta da Liga espanhola?
P.S.- Para o Roberto, muito sinceramente, toda a sorte do mundo. Nada tenho a apontar ao seu profissionalismo, e admiro a força de vontade e dedicação que mostrou para levantar a cabeça apesar dos ataques vis e rasteiros de que foi alvo desde os primeiros minutos que jogou pelo Benfica. Inclusivamente da parte de alguns benfiquistas, que certamente o fizeram porque essa é a sua forma de ajudar o clube. Somos muitos, e cada um terá a forma de o fazer que entenderá ser a mais correcta.
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