Há certamente madrilenos que ainda não foram ver o Guernica. Há de certeza parisienses que ainda não puseram os olhos ao vivo na Mona Lisa. E o Estádio da Luz ainda não está todo ocupado com Red Passes. A diferença, meus caros, é que o Picasso e o Da Vinci estarão para sempre naquelas cidades, enquanto este Senhor está no seu último ano de contrato. E, mesmo que o renove (como revelaria inteligência da nossa parte), não ficará cá a vida toda.
Vá… depois não digam que eu não avisei. Não desperdicem a oportunidade de ver ao vivo uma obra-prima a cada toque na bola!
Banalmente, o Benfica empatou no estádio do FCP. Um empate é um resultado banal. O jogo foi banal. E nesta banalidade reside a novidade.
O facto de o Benfica ter ido jogar contra o FCP e ter acontecido apenas a banalidade de um jogo de futebol é algo de extraordinário. Não houve agressões gratuitas, não houve violência bárbara, não houve apedrejamento do autocarro dos nossos, não houve ameaças aos profissionais do nosso clube, não se criou um clima de terror, não se assistiu a espectáculos deprimentes dados por títeres de apito na boca e ninguém se lembrou de inocentemente incendiar o ambiente com ironia dita fina.
Tudo isto deveria ser referido, louvado e dado como a primeira explicação para que o Benfica pudesse sair do estádio do adversário com a ligeira vantagem de ter empatado no terreno do principal rival na luta pelo título. No entanto, e cito as palavras de Eça de Queirós, “Neste país, no meio desta prodigiosa imbecilidade nacional” o que serviu de tema para discussão foi (pasme-se!) um imaginado pontapé do Cardozo no rabo do Fucile. Pontapé que não existiu e que provocou em Fucile o acto reflexo de se queixar da cabeça antes de se lembrar que talvez fosse melhor queixar-se do traseiro. Sempre dava mais verosimilhança à encenação. Depois, foi um corre-corre de especialistas em física, cinética, balística e generalidades afins para provarem como a simples deslocação do ar junto à região glútea pode provocar dores imediatas na cabeça e, como tal, o malvado Cardozo deveria ter sido expulso por nunca ter agredido o Fucile.
Afinal, a banalidade manteve-se no pós-jogo. Por cá, já é banal fazer de um não existente pontapé no rabo um assunto de interesse nacional. Por outro lado, a corrupção no desporto, de tão banal, já nem é discutida. É, como tantos outros assuntos, convenientemente esquecida e diligentemente silenciada.
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Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 27 de Setembro e publicado na edição de 30/09/2011 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
Vitória justa e incontestável do Benfica, num jogo dominado do princípio ao fim. Podemos eventualmente queixar-nos de não termos resolvido o jogo mais cedo e conseguido um resultado um pouco mais folgado, mas o mais importante são os três pontos, e esses foram conquistados sem grande dificuldade.
Com o Bruno César e o Saviola como alterações no onze que jogou no Porto (saíram Aimar e Nolito), o Benfica mostrou desde o apito inicial uma enorme superioridade sobre os romenos do Otelul Galati. O que vimos nos primeiros minutos foi o exemplo daquilo que se veria durante o resto do encontro, com o Benfica a ter quase sempre a bola em seu poder e a jogar no meio campo adversário. O jogo nem sequer parecia ser da Champions, assemelhando-se mais a um jogo típico do Benfica para a liga portuguesa, com o nosso adversário encolhido junto da sua área, a jogar com as linhas muito juntas, e aproveitando qualquer falta, mesmo que assinalada quase sobre a linha do meio campo, para mandar toda a gente lá para a frente e despejar a bola para as imediações da nossa área. Sem ser assim, não conseguiam aproximar-se sequer da nossa baliza. Mas os romenos mostraram que sabem defender de uma forma razoavelmente organizada, e por isso conseguiram evitar que o domínio claro do Benfica se traduzisse numa enxurrada de oportunidades de golo. Estas foram, no entanto, aparecendo esporadicamente, e os maiores desequilíbrios apareciam quase sempre dos pés do Gaitán. A cinco minutos do intervalo foi ele quem inventou um grande passe a solicitar uma diagonal do Bruno César, da esquerda para o centro, e depois o 'chuta-chuta', em frente ao guarda-redes, marcou com aparente facilidade o golo que resolveu o jogo.
Na segunda parte o campeão romeno tentou obviamente vir um pouco mais para a frente e pressionar mais alto o Benfica, logo na saída de bola da nossa defesa. Aos dois minutos conseguiram mesmo o primeiro remate à nossa baliza - o que mostra bem o quanto estiveram controlados durante o jogo. Mas com mais ou menos vontade, a verdade é que mostraram pouca capacidade para nos incomodarem seriamente. Apesar do esforço extra dos romenos nos ter dificultado um pouco mais a gestão da posse de bola, já que a nossa qualidade de passe caiu um pouco, a posse de bola continuou a ser avassaladora para o Benfica, o jogo tornou-se progressivamente mais aborrecido, e o único eventual factor de irritação era mesmo não darmos a machadada final no jogo. Não que estivesse particularmente preocupado com a capacidade do Otelul conseguir remeter-nos para a nossa área e pressionar-nos na procura do empate, mas com uma vantagem mínima tememos sempre que algum lance de infortúnio possa roubar-nos uma vitória mais do que merecida. Só aos noventa minutos é que o Otelul (sem surpresas, depois de mais um livre no círculo central despejado para a área) conseguiu fazer o seu segundo remate na direcção da baliza, à figura do Artur, que ao não segurar a bola permitiu uma recarga que passou perto da baliza. Seguiu-se a resposta do Benfica com um remate perigoso do Rodrigo, e o final do jogo.
O Gaitán foi claramente o melhor jogador do Benfica, tendo quase todas as melhores iniciativas atacantes nascido dos seus pés. A demonstrar isto, a assistência fantástica para o único golo do jogo. Jogo sólido da dupla de centrais, Luisão e Garay, e também gostei da actuação do Javi e do Witsel.
Pontuar fora, e particularmente vencer na Champions é fundamental, e este resultado é por isso muito importante para as contas da qualificação para a próxima fase. Sem grande fogo de artifício, o Benfica cumpriu hoje a sua obrigação de forma eficaz e profissional, e isso é algo que começa a tornar-se uma constante esta época. O empate do Basileia em Old Trafford não é, à partida, uma boa notícia para o Benfica, pois mantém os suíços na corrida. O duplo confronto com eles que se segue deverá definir muita coisa.
...se a melhor justificação que o treinador e jogadores do Porto conseguem arranjar para o empate de ontem à noite é a actuação de um árbitro (ainda por cima o Jorge Sousa) que assinalou mais do dobro de faltas a favor do Porto, e em particular uma suposta expulsão do Cardozo por motivos que só um alce bêbado é que poderá descortinar, então só posso sentir-me cada vez mais confiante num desfecho favorável para este campeonato.
Uma exibição sóbria, personalizada e concentrada permitiu-nos sair do Porto com um empate, conquistado num jogo difícil, e após uma transfiguração da equipa da primeira para a segunda parte.
Onze esperado do Benfica, sem quaisquer 'surpresas' de última hora. Os primeiros dez minutos de jogo pareceram ser de estudo mútuo, mas depois o Porto pareceu acordar com uma jogada individual do Hulk, que com um remate de meia distância obrigou o Artur a uma grande defesa. A partir daí, e durante o resto da primeira parte, o Porto esteve quase sempre por cima no jogo, controlando a posse de bola e sendo muito mais rematador. No entanto este domínio do Porto nunca chegou a deixar-me muito nervoso, porque fiquei sempre com a sensação de que a nossa equipa mantinha uma serenidade que, sinceramente, não nos é muito habitual naquele estádio. Apesar de mais pressionada, manteve-se sempre bastante organizada e concentrada, dando poucas oportunidades claras de golo ao adversário, que apesar de muito mais rematador, via a maior parte desses remates surgirem de longa distância, e quase sempre pelo Hulk (quer de bola corrida, quer em livres). Uma enorme excepção no entanto à passagem da meia hora, quando o Fucile teve uma oportunidade flagrante para marcar, surgindo à vontade na área para proporcionar a segunda grande defesa da noite ao Artur. A grande lacuna no jogo do Benfica foi no entanto no ataque, já que praticamente não conseguimos construir jogadas ofensivas ou sequer sair para o ataque da forma rápida como fazemos habitualmente - não houve no entanto apenas demérito do Benfica nisto, pois foi também o resultado da pressão que o Porto exerceu. Se o Benfica ia mantendo a concentração defensiva no jogo corrido, tal já não aconteceu numa bola parada: um livre sobre a zona lateral direita da nossa área permitiu ao Porto colocar-se em vantagem, graças a um bom cabeceamento cruzado do Kléber, que se antecipou com alguma facilidade ao Maxi. O golo surgiu quando faltavam pouco menos de dez minutos para jogar na primeira parte, e só depois é que o Benfica conseguiu dar alguns sinais de querer sacudir a pressão, mas o Porto continuou na mó de cima até ao apito para intervalo.
Não foi necessário esperar muito para vermos que as coisas seriam diferentes na segunda parte. Antes ainda de estarem decorridos dois minutos, já festejávamos o empate. Depois de uma recuperação de bola ainda no meio campo defensivo do Porto, a bola chegou até ao Nolito, que já dentro da área fez um excelente passe para o Cardozo, tendo este aguentado a carga do defesa para depois rematar por baixo do corpo do Hélton. Só que como já vimos acontecer noutras ocasiões naquele estádio, o Benfica não conseguiu tirar partido da vantagem motivacional de chegar ao empate, porque quatro minutos depois já estava novamente em desvantagem. Nova bola parada: um canto marcado à maneira curta, com a bola a chegar ao Varela na zona do primeiro poste, e depois o centro rasteiro a encontrar o Otamendi à boca da baliza para empurrar a bola. Este golo no entanto foi praticamente o canto do cisne do Porto no jogo, já que não conseguiram voltar a criar qualquer oportunidade de golo, e creio que apenas por mais uma vez (uma tentativa de chapéu do Guarín) remataram na direcção da baliza.
O Benfica conseguia agora manter o Porto bem mais longe da sua baliza e, recuperada a bola, já mostrava a qualidade das tais 'transições ofensivas'. Numa delas poderíamos ter chegado mesmo mais cedo ao empate, mas o Cardozo (outra vez a passe do Nolito) acabou por acertar com o seu remate no Hélton quando parecia ser mais fácil marcar. A vinte minutos do final o Jorge Jesus substituiu o Nolito e o Aimar pelo Bruno César e Saviola. Se a troca do Nolito pelo Bruno César não pareceu ter grande efeito (eu estava a gostar da exibição do Nolito), já a entrada do Saviola para o lugar do esgotado Aimar trouxe resultados, pois o Saviola começou a surgir solto nas costas dos médios do Porto, fazendo de forma eficaz a ligação entre o meio campo e o ataque. E foi mesmo aí que o Saviola, a oito minutos do final, inventou um passe fantástico entre os centrais do Porto para encontrar a desmarcação do Gaitán. Depois o talento deste fez o resto, rematando de primeira de forma imparável para o fundo da baliza. O Porto, que pouco tinha feito depois do segundo golo, não mostrou capacidade para reagir a este golo, e o Benfica pareceu ficar satisfeito com o empate.
Individualmente gostei do Artur - sem culpas nos golos e duas grandes defesas. Gostei também das exibições do Luisão, do Nolito e do Gaitán. É verdade que sofremos dois golos, mas acho que o nosso capitão fez uma exibição muito sólida, ganhando quase todos os lances que disputou, muitos deles em antecipação. O Nolito e o Gaitán foram sempre os nossos jogadores mais perigosos: o Nolito mais no passe e o Gaitán mais rematador.
Sabemos do péssimo historial que temos nas visitas ao Porto, pelo que este empate pode considerar-se um bom resultado. No jogo de hoje gostei acima de tudo da forma sóbria e concentrada como a equipa jogou, mesmo durante os piores períodos do jogo, em que o Porto estava por cima. Já vi bastantes jogos disputados no Porto em que o nosso erro foi precisamente perdermos a cabeça em situações negativas, mas hoje isso nunca me pareceu estar perto de acontecer. Nem sequer com as patéticas simulações do Fucile.
Em dia de jogo frente ao fcp, recupero a palavra (antiga) de um sportinguista. Dos (infelizmente) poucos adeptos do Sporting que é mesmo sportinguista e não apenas lagarto.
"Porque o Porto não é um adversário. É, com a bonomia e ausência de ódio que o futebol exige, o que de mais próximo há de um inimigo. Contra o Benfica move-nos o futebol. Contra o Porto move-nos a civilização contra a barbárie. Os portistas não são nem melhores nem piores do que os outros. Mas a sua direcção é de natureza diferente. Move-se pelo tráfico de influências, a batota e métodos inaceitáveis num Estado de Direito. Baseia a sua paixão num bairrismo provinciano, que se mistura facilmente com o ressentimento contra Lisboa." Daniel Oliveira, 5 Novembro 2010, artigo de opinião no jornal Record.
Jorge Sousa vai arbitrar o nosso jogo de próxima 6ª feira.
Reforçando o post abaixo do Pedro F. Ferreira, que concordo a 100% (tudo o que vem lá de cima, e está ou esteve ligado ao Papa, deve ser tratado como contaminado e merecer da nossa parte a maior distância e oposição possíveis - é sempre bom estar atento aos cavalos de Tróia...), e alertado por um post no Facebook do excelente blog Benfiquistas desde pequeninos, deixo aqui estas imagens que falam por si.
Aquela gente está enganada há mais de 30 anos. O futebol não é, nem pode ser uma guerra. E enquanto não perceberem isto, nunca irão deixar de ser um clube pequeno, mesquinho e tacanho. Por muitos títulos que comprem, perdão, ganhem.
Fernando Gomes, presidente da Liga de Clubes, anunciou a sua candidatura à presidência da Federação Portuguesa de Futebol. Diz-se (no momento em que escrevo este texto é apenas isso mesmo) que esta candidatura poderá ter o apoio da Direcção do Benfica.
Fernando Gomes está ligado ao maior escarro da história do futebol português. Surge numa posição pouco abonatória nas escutas do processo “Apito Dourado” e, após uma mal encenada divergência com o presidente do FCP, surgiu como candidato a presidente da Liga. Venceu, também com o apoio do Benfica, e o máximo que lhe ouvi foi um silêncio conivente com as “olegarices” que ajudaram a atirar com o Benfica para fora da luta pelo título nas primeiras jornadas da época passada. Silêncio que foi para mim compreensível, pois as ditas “olegarices” estavam em perfeita sintonia com as práticas do clube que fiel e servilmente serviu durante anos e com as quais sempre anuiu, como mostram as escutas no youtube.
A hipotética eleição desta personagem nem sequer faz justiça à máxima de Lampedusa, pois neste caso nada muda e tudo fica na mesma. Pior, num momento em que surgem notícias sobre a renegociação dos direitos televisivos por parte do Benfica (renegociação individual e com valores compatíveis com o real valor desses mesmos direitos), esta candidatura traz consigo uma visão contrária às pretensões do Benfica, defendendo uma negociação colectiva desses mesmos direitos, hipocritamente em nome de uma propalada maior justiça competitiva. Se este Fernando Gomes quer, realmente, uma maior justiça competitiva, deve começar por combater as práticas que continuam a medrar no mesmo edifício onde ficou conhecido como o “Nandinho das facturas”.
Acerca deste hipotético apoio do Benfica à candidatura de Fernando Gomes, repito as palavras do poeta Jorge de Sena, “Não, não, não subscrevo, não assino”.
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[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
Uma exibição esforçada do Benfica. A vitória frente a uma equipa que tem sido feliz nos últimos anos quando nos visita é justa e indiscutível, mas o resultado final talvez esconda um pouco as dificuldades que o adversário nos colocou durante várias fases do jogo.
Três jogadores nucleares na equipa foram poupados: Javi García, Aimar e Gaitán. Nos seus lugares surgiram o Matic, Saviola e o regressado Nolito. Destaque também para a presença do Bruno César no onze. A Académica apresentou-se na Luz a jogar de forma desinibida e sem muitas preocupações defensivas. O resultado foi um jogo relativamente aberto e disputado a boa velocidade, com o Benfica a ter naturalmente mais posse de bola e a pressionar mais, mas com a Académica a tentar sempre sair rapidamente para o ataque quando recuperava a bola, e a conseguir surgir por vezes com algum perigo no ataque, rematando mesmo mais vezes que o Benfica. Após a boa entrada da Académica, a partir dos dez minutos o Benfica passou tomar cada vez mais conta do jogo e foi aumentando a pressão, desperdiçando lances de ataque, muitas vezes por precipitação no último passe ou hesitação na altura do remate. Mas o crescimento do Benfica acabou por dar frutos aos vinte e cinco minutos, quando uma insistência do Saviola encontrou o Bruno César solto na direita da área, e este com classe aproximou-se da baliza, evitou um defesa, e marcou à saída do Peiser. Em vantagem no marcador, o Benfica continuou por cima no jogo, mas continuou a desperdiçar ocasiões para construir um resultado mais tranquilo - em particular uma situação do Saviola. E como quem não marca, normalmente sofre, isso aconteceu mesmo a cinco minutos do intervalo, quando uma falha de marcação da nossa equipa permitiu que surgisse um adversário completamente solto à entrada da área, de nada valendo a estirada do Artur (ainda tocou na bola) para deter o seu remate. As coisas podiam ter-se complicado nesta altura, mas praticamente na resposta o Nolito, pela esquerda, pegou na bola (boa recuperação do Matic), enfiou-se pelo meio de uma multidão de adversários, e conseguiu rematar cruzado para recolocar o Benfica em vantagem.
A segunda parte foi simplesmente má. Jogada a um ritmo mais lento do que a primeira parte, mas sobretudo sem muitas jogadas de relevo. A Académica tentou subir e vir à procura do empate, mas foi o Benfica quem continuou a controlar a posse de bola. Só que durante largos minutos fomos incapazes de construir praticamente uma jogada de ataque digna desse nome. O jogo foi-se arrastando assim e as coisas pareciam pouco inclinadas a alterar-se, mas a vinte minutos do final entraram o Aimar e o Gaitán para os lugares do Saviola e do Bruno Cesar, e as coisas melhoraram um pouco, sobretudo por influência do nosso número dez. Nesta altura a Académica arriscava muito na procura do golo do empate, e jogava com a defesa ainda mais subida - quase encostada à linha do meio campo. Com a entrada do Aimar passámos a ter um jogador capaz de segurar a bola e esperar pelo momento certo para lançar os colegas nas costas da defesa. A oito minutos do final foram mesmo os dois jogadores que entraram que construíram o lance do golo da tranquilidade: um bom cruzamento do Gaitán na esquerda, a fugir do guarda-redes, que falhou a saída e deixou a bola ir ter com o pequeno Aimar, que no meio de dois defesas cabeceou à vontade para a baliza vazia. O resultado final foi construído já nos descontos, com um passe do Aimar a desmarcar o Nolito nas costas da defesa, e depois o espanhol finalizou com facilidade utilizando o pouco habitual pé esquerdo.
O melhor jogador do Benfica terá sido o Nolito. Marcou dois golos, sobretudo o importantíssimo segundo golo do Benfica, pela altura em que aconteceu. Hoje foi utilizado durante vários períodos no lado direito, trocando de posição com o Bruno César, e também esteve bem aí, mas parece ser mesmo na esquerda que se sente à vontade, jogando numa função muito semelhante à que vemos o Villa fazer no Barcelona. Bom jogo também do Bruno César, que parece estar cada vez mais bem adaptado ao nosso futebol. Como habitualmente, o Luisão esteve num nível muito bom. E, claro, muito bons os vinte e poucos minutos com que o Aimar contribuiu para o jogo. Menos bem esteve o Saviola. Até começou bem, fazendo a assistência para o primeiro golo e estando envolvido na maior parte dos lances mais perigosos do Benfica, mas pareceu ter ficado afectado pela oportunidade flagrante que falhou perto do final da primeira parte, e a partir daí foi sempre a descer. A segunda parte então foi para esquecer, com muitos passes falhados e perdas de bola. Menção ainda para o Matic: neste momento é praticamente um jogador em formação. É bom jogador e vai ser-nos muito útil, mas parece estar ainda a aprender como é que um trinco tem que jogar neste Benfica, tendo que aprender a não arriscar tanto quando tem a bola e que corrigir algumas movimentações. Neste momento ainda não me parece uma alternativa forte ao Javi.
Já vi o Benfica jogar melhor e ganhar por menos. Hoje o empenho dos nossos jogadores acabou por ser recompensado com um resultado generoso. A vitória desta noite teve ainda o extra de nos ter permitido alcançar o topo da classificação, nas vésperas de nos deslocarmos ao Porto. Esperemos que isto sirva de motivação extra para um jogo que poderá ser marcante para esta época.
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