«Se qualquer outra equipa pode ganhar, porque não a Académica? A ideia é chegarmos lá e demonstramos que temos possibilidades e capacidade para disputar o resultado. Mas qualquer equipa pode ganhar na Luz, como já viram no passado e verão, provavelmente, no futuro». Pedro Emanuel dixit.
Peço desculpa pela violência da linguagem, mas é para ver se ele mete isto na cabeça de vez.
Olha lá, ó Cardozo, que história é esta de dominares a bola de peito, bateres o defesa do vice-campeão europeu com uma rotação de tronco e atirares uma bomba para dentro da baliza com o teu pior pé?! E, ainda por cima, tu que só sabes marcar golos "de encostar" e perante "equipas fraquinhas"... Quanto é que tu metes nessa tua cabeça que um avançado não está lá para marcar golos, hein?! O que a malta quer, e muito bem, é um Usain Bolt na frente de ataque e que de preferência seja bom na "nota artística". Agora, um que só saiba meter a bola na baliza não nos serve para nada! Vamos lá ter isso em atenção e vê lá se é preciso que a malta te continue a assobiar para ver se aprendes de uma vez por todas, ok?
Tenho muito orgulho no meu clube.
Se calhar, antes do jogo, ficaria razoavelmente satisfeito com a perspectiva de um empate contra o Manchester United. Depois de vistos os noventa minutos esse mesmo empate, apesar de se aceitar, já me sabe a pouco.
A Luz pôs-se linda esta noite para receber a estreia do Benfica na fase de grupos da Champions. Casa cheia e um ambiente fantástico, daqueles que nos fazem sentirmo-nos privilegiados pelo simples facto de podermos estar ali. O Ferguson tinha prometido que para este jogo iria apostar na experiência e cumpriu, apresentando uma equipa bastante diferente daquela que temos visto na Premier League. O meio campo foi onde isto mais se notou, aparecendo jogadores como Carrick, Giggs, Park, Valencia ou Fletcher. Claro que aqueles do costume irão agora argumentar que eles jogaram com as 'reservas', mas se calhar poderiam reparar que sete dos onze jogadores com que o Manchester entrou em campo esta noite estavam no onze que, há quatro meses, entrou em campo para jogar a final da Champions frente ao Barcelona. E as mudanças do Ferguson não se ficaram pelos jogadores, já que a própria táctica mudou, com o Manchester a abandonar o 4-4-2 habitual e a alinhar em 4-5-1, deixando o Rooney sozinho na frente. Da parte do Benfica, a principal alteração foi a entrada do Rúben Amorim para a direita do meio campo, tendo provavelmente como principal objectivo controlar as subidas do Evra pelo seu lado.
O jogo em si pareceu-me ficar marcado por muito respeito (ou receio) de parte a parte. O Manchester já o tinha mostrado na escolha do onze e da táctica, e o Benfica mostrou-o em campo. A nossa equipa arrumou-se em duas linhas de quatro jogadores - o Witsel jogava praticamente ao lado do Javi - encostando a linha do meio campo à da defesa, deixando ao Aimar a tarefa de fazer a ligação com o muito sozinho Cardozo na frente. Isto deixou bastante espaço ao Manchester para fazer posse de bola em zonas mais recuadas, mas não conseguindo converter essa posse de bola em lances de ataque de real perigo, já que raramente conseguiu encontrar maneira de furar as duas linhas do Benfica. Com menos posse de bola, o Benfica tentava aproveitar as recuperações de bola para sair em velocidade para o ataque e explorar todo o espaço que o Manchester deixava atrás, conseguindo assim ser mais rematador. Mas foi bastante evidente que mesmo neste aspecto houve cautelas, porque estas saídas eram quase sempre feitas com grande certeza, raramente fazendo passes de risco. Foi numa saída destas que, na esquerda, o Gaitán inventou um grande passe de trivela que foi encontrar o Cardozo praticamente um para um com o Evans. Depois o paraguaio, com um grande trabalho, matou no peito, ultrapassou o defesa puxando a bola com o pé esquerdo, e de pé direito rematou cruzado para o primeiro golo, após vinte e quatro minutos de jogo. Nada mudou com este golo, mantendo-se o mesmo cariz no jogo: mais posse de bola para o United, e o Benfica coeso na defesa e mais rematador. Mas a três minutos do intervalo 'esquecemo-nos' do Giggs, ele meteu-se no espaço entre as linhas e, à entrada da área, desferiu um remate sem qualquer hipótese de defesa para o Artur. Foi o primeiro remate que o Manchester fez à baliza no jogo, pelo que era já com a sensação de alguma injustiça que fomos para o intervalo.
A segunda parte trouxe um Manchester mais pressionante. Continuavam sem conseguir criar muitos lances de perigo, mas jogavam mais sobre a nossa área e o Benfica agora já raramente conseguia sair para o ataque. Esta melhor fase dos ingleses prolongou-se durante vinte minutos, e culminou com um grande oportunidade de golo, mais uma vez pelo Giggs, que serpenteou entre os nossos defesas e de repente apanhou-se isolado, valendo-nos uma defesa por instinto do Artur, com a ponta do pé. Este susto como que despertou o Benfica, que imediatamente respondeu com uma boa ocasião de golo: o Nolito (tinha entrado para o lugar do Rúben Amorim), após passe do Gaitán, rematou cruzado para uma grande surpresa do dinamarquês Lindegaard. Talvez motivado por aqueles bons primeiros vinte minutos, o Ferguson decidiu fazer entrar o Nani e o Chicharito e mudar para 4-4-2, mas o tiro saiu-lhe pela culatra, porque a verdade é que os jogadores que entraram pouco trouxeram ao jogo e o Manchester caiu bastante, passando o Benfica a ter algum ascendente. Talvez o Benfica, do ponto de vista do adepto, pudesse ter arriscado algo mais nos últimos quinze minutos, quando o Aimar saiu. O Jorge Jesus preferiu a solução mais conservadora de manter o esquema táctico, entrando o Matic e subindo o Witsel, e não temos forma de saber se outra opção teria dado melhor resultado. A verdade é que o Benfica manteve-se melhor no jogo e criou mais duas boas oportunidades para vencer o jogo, pelo Gaitán e pelo Nolito, que contribuíram para aumentar a frustração por vermos uma possibilidade de vencer o Manchester United escapar-nos.
Houve vários jogadores que estiveram num nível bastante alto esta noite, mas acima de todos esteve o Luisão. O nosso capitão esteve simplesmente imperial, dominou a sua zona de acção, meteu o Rooney ao bolso e mais qualquer um que se aventurasse por ali, e dobrou colegas na defesa e até no meio campo com enorme eficácia. Grande jogo do Cardozo na missão de sacrifíco a que foi obrigado. Marcou um grande golo (se fosse tão tosco como gostam de o chamar de certeza que não conseguiria marcar um golo daqueles) e cumpriu a missão de segurar a bola e fazer jogar os colegas do meio campo. Javi García, Maxi Pereira e Gaitán também muito bem.
Volto a dizer que me sinto orgulhoso daquilo que a nossa equipa fez esta noite. Tacticamente esteve quase perfeita, limitando o Manchester United, que tem goleado a torto e a direito esta época, a três remates na primeira parte e dois na segunda. Criou ocasiões suficientes para poder vencer, e se o empate se pode considerar lisonjeiro para alguém, é para os ingleses. Os nossos jogadores bem mereceram o aplauso com que a Luz se despediu deles esta noite.
P.S.- Uma das curiosidades desta noite de Champions foi que aquela equipa 'fraquíssima' que foi eliminada pelo Benfica (agora repescada porque na Turquia pelos vistos a federação é um bocado mais séria do que em Portugal), de nome Trabzonspor, foi ganhar ao Inter no Giuseppe Meazza.
O jogo não foi fácil, até porque o Benfica não fez uma exibição de encher o olho, mas ao contrário daquilo que o resultado de 2-1 possa fazer crer, não me pareceu que a vitória do Benfica tenha sido muito complicada ou sofrida, e creio que nunca esteve sequer em causa.
Supostamente não haveria poupanças neste jogo, mas a verdade é que quando soou o apito inicial o Aimar estava sentado no banco, e o Saviola no onze inicial. Outra alteração ao onze habitual foi a presença do Bruno César no lugar habitual do Nolito, mas esta já vinha sendo anunciada ao longo da semana. O Vitória entrou bem no jogo, mostrando que não vinha à Luz para se remeter simplesmente à defesa, o que é habitual nas equipas do Rui Vitória. Quando não tinham a bola, tentaram pressionar-nos e fechar espaços, e tiveram sempre a atenção de não nos deixarem sair a jogar desde a nossa defesa, obrigando quase sempre o Artur a pontapear a bola para a frente. O Benfica mostrou-se pouco lesto no ataque e algo lento de movimentos, sendo as maiores sacudidelas no jogo dadas pelas subidas do Maxi e pelas movimentações do Saviola. Durante a maior parte do primeiro tempo o maior interesse foi mesmo a parte táctica, porque tecnicamente o jogo estava a ser pobre. Depois vieram os penáltis, que desembrulharam a coisa. Já depois de perdoado um, por aquilo que me pareceu uma mão evidente do Alex, pouco depois da meia hora foi assinalado o primeiro por falta sobre o Saviola, que o Cardozo converteu. Depois o segundo, dois minutos mais tarde, após uma óptima defesa de um jogador do Guimarães a um remate do Witsel, que o Cardozo atirou à barra. E finalmente o terceiro, mesmo a fechar a primeira parte, após nova mão de um defesa do Guimarães, que de braços abertos bloqueou um remate do Saviola, e que o Cardozo marcou a papel químico do primeiro. E pouco mais há a dizer.
Na segunda parte o Benfica entrou um pouco melhor. Continuando a contar com a colaboração activa do Maxi pela direita, o Benfica conseguiu construir algumas jogadas interessantes, e também foi desperdiçando oportunidades para ampliar a vantagem, sendo as mais escandalosas uma cabeceamento desastrado do Saviola ao segundo poste, e outro do Garay, quase na pequena área e solto de marcação, que saiu por cima. Pouco depois de findo o primeiro quarto de hora, com a entrada do Aimar, notou-se uma ligeira melhoria no nosso jogo, mas quando nada o fazia adivinhar, o Guimarães reduziu, num lance algo fortuito que começou num pontapé do guarda-redes para a frente e depois o Edgar, sozinho e rodeado por três defesas do Benfica, conseguiu rematar cruzado para o golo. Pareceu-me que o Artur poderia ter feito algo mais neste lance. O golo do Guimarães veio lançar alguma incerteza no resultado, mas sinceramente creio que esta incerteza foi mais resultado do factor psicológico de sabermos que estávamos ao alcance de um qualquer lance fortuito do que de jogo jogado. Porque o Benfica, mesmo sem entusiasmar, continuou a ser melhor sobre o terreno, e desperdiçou as melhores oportunidades para voltar a marcar - em particular um lance do Gaitán. Aliás, nem deveria dizer que o Benfica desperdiçou as melhores oportunidades para voltar a marcar; o Benfica desperdiçou, isso sim, as únicas oportunidades para voltar a marcar. Por isso mesmo digo que a nossa vitória não foi particularmente complicada nem esteve em causa. Não me recordo de nenhum lance de real perigo do Guimarães a seguir ao golo (mesmo antes do golo não foram muitos), ou de qualquer defesa do Artur.
O melhor jogador do Benfica neste jogo foi para mim o Maxi Pereira, incansável no lado direito. Gostei da primeira parte que o Saviola fez, da entrada do Aimar no jogo, e achei que o Luisão fez um jogo muito sólido, ao nível a que nos habituou. Gostei também do jogo do Garay, mas fica com o senão de ter sido batido pelo Edgar na fase inicial do lance do golo, quando me pareceu que deveria ter ganho aquela bola. E o Cardozo teve um jogo bem conseguido, com a pena de ter desperdiçado mais um penálti.
Julgo ter sido evidente que a exibição não foi das melhores, mas parece-me que o Benfica fez o suficiente para vencer este jogo. Também não fiquei com a impressão de que tenha sido um jogo que exigiu muito dos nossos jogadores na parte física - apenas o Cardozo, na fase final do jogo, me pareceu estar claramente esgotado, mas provavelmente será resultado das viagens à selecção a meio da semana - o que serão boas notícias para o jogo de estreia na Champions, na próxima quarta-feira. É que aí teremos que jogar muito mais do que jogámos hoje se queremos entrar com o pé direito na prova.
Passando rapidamente pelas notícias on-line (e respectivos comentários) que dão conta da vitória do Benfica, mais uma vez se conclui que, para muita gente, não interessa se os penáltis são bem ou mal assinalados. Apenas interessa o facto de terem sido assinalados 3 penáltis a favor do Benfica (ignorando que 1 penálti nítido ficou por assinalar, antes dos 3 já mencionados), como se houvesse algum limite de penáltis de que o Benfica pode beneficiar num só jogo.
(De qualquer forma, na próxima 4ª feira o Benfica tem de jogar mais do que aquilo que fez hoje...)
Adenda: também concluo que há muita gente que não vê futebol pelo menos há 25 anos...
Terminou a época de transferências. Ao longo de dois longos meses, depositamos a esperança de que as contratações sejam reforços e não desilusões. Sofremos com a possibilidade de vermos alguns dos nossos futebolistas preferidos a mudar de ares e vamos desconfiando do discernimento de quem tem a responsabilidade de formar um plantel equilibrado e capaz.
Há uns três anos, levei uma das maiores lições de futebol de que me recordo. Habituado que estava a formar planteis em diferentes jogos de computador e em muitas conversas de café, lá parti eu, cheio de certezas alicerçadas no empirismo de quem nunca teve a responsabilidade de formar um plantel com futebolistas reais num mundo real, para uma conversa com uma das maiores glórias do futebol português e internacional, e que tinha como função concretizar a construção de um plantel para ser campeão. Em poucos minutos percebi que eu nada sabia do que era um plantel, de como se formava, dos pressupostos. Poucos minutos bastaram para perceber que a ignorância é ousada e que muitas (mas não todas) das críticas que se fazem ao trabalho dos profissionais se deve ao puro desconhecimento do que é a realidade. Nesse dia, antes daquela conversa, achava que aquele plantel estava desequilibrado e não oferecia grandes esperanças. Após a conversa, percebia a lógica e a coerência que estavam subjacentes à sua construção.
No entanto, continuava teimosamente convicto de que havia decisões muito erradas, particularmente na construção de todo o lado esquerdo da equipa. Lembro-me bem de que, nesse dia, critiquei desbragadamente a saída de Reyes, a decisão de manter Di Maria no plantel e a possibilidade de um dia vir a ter o Fábio Coentrão como defesa esquerdo…
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Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 06 de Setembro e publicado na edição de 09/09/2011 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
Uma boa maneira de começar a nova época, que se espera muito melhor do que a anterior. Parabéns ao nosso futsal!
Foi hoje divulgada a lista de inscritos para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Há duas escolhas de Jorge Jesus que estão muito longe de ser consensuais.
A decisão de não incluir na lista o espanhol Capdevila não é pacífica, mas dou o benefício da dúvida a Jorge Jesus. Ele é que trabalha com Capdevila todos os dias, ele lá saberá se o espanhol está ou não interessado em trabalhar de acordo com as orientações do treinador. Ou seja, J.J. tinha de abdicar de um dos estrangeiros e abdicou de quem, neste momento, lhe dá menos garantias. Não seria a minha escolha, mas aceito que possa haver argumentos que a defendam e que o treinador não possa tornar públicos.
Por outro lado, a decisão de incluir na lista o César Peixoto é, para mim, incompreensível. Não está em causa a qualidade, ou falta dela, de Peixoto. Está em causa o passado recente em que soubemos que o futebolista teria recusado fazer parte do plantel, caso o treinador o tencionasse utilizar como defesa esquerdo. Esta atitude do futebolista só pode ter um destino: porta da rua é serventia da casa. O destino, aparentemente, seria este. No entanto, o referido auto-proscrito foi incluído na lista para a Champions e excluído da lista para o Campeonato Nacional. E isto, apesar do argumento da necessidade de ter mais um português para podermos inscrever mais futebolistas, é uma decisão que arrepia uma gestão desportiva de bom-senso. Após um arrumar da casa em que não foi necessário andar envolvido em transferências de última hora, esta decisão é preocupante, pois faz lembrar decisões tomadas em cima do joelho que me pareciam definitivamente arredadas do Clube. E isto ultrapassa o arbítrio do treinador, pois envolve todos os que, com ele, são co-responsáveis por esta decisão.
No meio de toda esta salgalhada dispensável e desnecessária com o defesa esquerdo, desejo muitas felicidades ao Luís Martins, caso tenhamos a necessidade de substituir o Emerson. Aliás, já vi grandes carreiras começarem, aproveitando ‘excentricidades’ destas.
Em 2008, escrevi o seguinte texto n'O Cromo dos Cromos:
O Jaime Graça foi um dos mais talentosos meio-campistas da sua geração. Irmão do Emídio Graça, recentemente aqui recordado, o Jaime levou a sua capacidade de drible para fora das quatro linhas: driblou a morte no famoso episódio do falecimento do Luciano (salvou-se a si, ao Eusébio e ao Malta da Silva) e driblou-a novamente no grave acidente de automóvel, em 1972. Continua ligado ao futebol e ao Benfica.
Hoje, desejo sinceramente que o nosso Jaime Graça consiga, mais uma vez, driblar a morte e que celebre mais um grande golo da vida.
[segundo um email que recebi, o Jaime Graça está, no Hospital de S. José, a recuperar de uma cirurgia ao cérebro]
A notícia surgiu e, mais uma vez como em tantas outras ocasiões, obrigou-nos a reflectir. Ricardo Gomes apanhado à traição por um avc corria risco de vida.
No sítio do Benfica na internet (www.slbenfica.pt) surgiu o comunicado que fazia eco dos desejos de todos os benfiquistas. Nesse comunicado, Ricardo era considerado o “nosso” Ricardo. O que leva um futebolista a ser identificado com o sentir colectivo de milhões de adeptos do nosso Benfica? O que leva a que um futebolista, tanto tempo após ter terminado o seu percurso profissional no clube, possa ser considerado um dos nossos? Que relação emocional é esta com os adeptos de um clube (e com o clube) que ultrapassa contratos, cláusulas, adendas e outras minudências que transformam a paixão em razão?
Após os tempos de Humberto Coelho, Ricardo foi o melhor defesa-central que vi no Benfica. Jogava de cabeça levantada, comandava toda a defesa e liderava toda a equipa. Parecia jogar de smoking, tal era a classe do seu futebol. Impunha-se com a serenidade de quem sabe melhor do que os outros qual a melhor forma de ser eficaz. Vi-o como capitão de equipa do Benfica. Foi, salvo erro, o primeiro capitão de equipa do nosso clube que não tinha a nacionalidade portuguesa. Pela sua dimensão, essa “heresia” foi por todos encarada como uma virtude canónica. O Ricardo ultrapassava essa questão de ser português ou não. Para nós, o Ricardo era de nacionalidade benfiquista… mesmo quando envergava a braçadeira de capitão da canarinha.
Nos anos em que o vi com a camisola do Benfica senti (sentimos) que a sua presença ultrapassava o tempo do ‘agora’. O Ricardo é um dos nossos, essencialmente porque se distinguiu no Benfica como um grande Homem antes de ser um grande futebolista.
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Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 30 de Agosto e publicado na edição de 02/09/2011 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
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