Condenei, em diferentes locais e de forma clara, a atitude de Ruben Amorim para com a equipa técnica. Hoje, com a mesma clareza, considero que a decisão da Direcção do Benfica em ceder o Ruben Amorim ao SC Braga é uma decisão que situo algures entre a tolice e a afronta.
É, para mim, inconcebível que o Benfica envie talento para um clube que nos recebe à pedrada e que transforma cada visita do Benfica num triste espectáculo de ofensas gratuitas.
Não se dá a mão a quem vive com o intuito de no-la morder.
Hoje era o dia em que os andrades igualariam o recorde do Benfica de 56 jogos consecutivos sem perder para o campeonato, não era?
Este foi mais uma daquelas vitórias que nos deixa com a sensação de poder ter sido um passo muito importante no caminho para o título. Sentiram-no os adeptos, e pela reacção no final, parece-me que também o terão sentido os jogadores. A sensação com que fomos ficando durante a semana era a de que o 'caldinho' estava a ser preparado, e de que havia uma aposta forte em que o Benfica deixasse pontos em Vila da Feira. A aposta saiu furada.
O onze apresentado pelo Benfica hoje deixou de fora o Nolito e o Gaitán, tendo jogado o Bruno César e sido entregue ao Rodrigo a função de cair preferencialmente sobre o lado direito, com o Witsel e o Aimar no centro. Durante a semana falou-se bastante das reduzidas dimensões do relvado, mas para mim foi o estado do mesmo (ao nível de um Alvalixo nos seus melhores dias) o adversário mais incómodo. A primeira parte do Benfica não foi brilhante. Houve muita luta, os jogadores do Feirense pressionaram e fecharam bem no meio campo e conseguiram bloquear o nosso jogo. Mostrámos alguma lentidão a sair para o ataque, e facilitámos um pouco a tarefa ao Feirense ao jogar muito pouco pelos flancos, já que quer o Bruno César, quer o Rodrigo tinham sempre tendência para vir para o meio, sendo o Maxi praticamente o único que, com as suas subidas no terreno, ia causando perigo junto à linha. Conseguimos ainda assim criar três boas ocasiões de golo, sempre pelo Rodrigo, com o guarda-redes Paulo Lopes a negar-lhe o golo em duas delas, e a outra a terminar com um remate ligeiramente por cima. A saída para intervalo com o nulo no marcador era preocupante e deixava antever muitas dificuldades para arrancarmos a desejada vitória.
Para aumentar a preocupação, o Feirense colocou-se em vantagem logo cinco minutos após o reinício do jogo. Foi num cabeceamento na zona do primeiro poste, após um canto da direita. Já durante a primeira parte o Feirense tinha ameaçado alguma vezes em lances deste tipo, com cantos ou até lançamentos de linha lateral mais longos sempre feitos na direcção do primeiro poste, e desta vez deu resultado. Males maiores foram talvez evitados pela rápida reacção, que permitiu reestabelecer a igualdade passados apenas quatro minutos. Depois de um lançamento lateral do Maxi o Cardozo desviou de cabeça e o autor do golo do Feirense (Varela) acabou por cabecear para a própria baliza. Pouco depois entraram o Nolito e o Gaitán para os lugares dos hoje apagados Bruno César e Aimar, e o nosso futebol melhorou, sobretudo porque passámos a jogar em toda a (pouca) largura do campo, e o Witsel subiu de rendimento quando avançou um pouco mais. O Gaitán esteve muito perto do golo, o Paulo Lopes voltou a negar o golo ao Rodrigo, mas aos setenta e dois minutos conseguimos chegar ao importante golo da vitória. Foi através de um penálti convertido pelo Cardozo, após falta do inevitável Varela sobre o suspeito do costume - Rodrigo. Com o Benfica em vantagem, o Feirense veio para a frente à procura de novo golo, mas apesar de ter pressionado mais raramente conseguiu criar uma verdadeira ocasião de perigo - apenas me recordo de um lance, em que o Emerson evitou o pior. Pelo contrário, foi o Benfica quem, aproveitando os espaços dados atrás pelo Feirense, perdeu várias ocasiões de resolver o jogo - Gaitán, Witsel e, claro, Rodrigo podiam ter marcado, mas o Paulo Lopes continuou a exibir-se em grande nível, mantendo a incerteza até final.
Na impossibilidade de eleger o Varela como o jogador do Benfica em destaque, escolho então o Rodrigo. Mas se elogio o facto de ter criado quase todas as oportunidades de golo do Benfica, também merece atenção o facto de as ter desperdiçado todas. Foram pelo menos cinco as oportunidades claras de golo que criou ou de que dispôs, e em quatro delas viu o Paulo Lopes negar-lhe o golo, parecendo-me que pelo menos naquela ocasião mesmo a fechar o jogo teria obrigação de fazer melhor. No final acabou por ser ele a sofrer a falta que deu origem ao penálti decisivo. Gostei também do Garay, Witsel e Maxi.
Mais uma batalha ganha na caminhada pelo título. É bom que nos preparemos para enfrentar cenários destes nas próximas saídas que tivermos. Calculo que os andrades não tenham muita vontade de entrar na Luz em desvantagem na tabela.
Primeiro comentário deste vídeo no youtube:
"Bruno Esteves, há-de te nascer um pessegueiro no cu. Depois chama-lhe Pinto da Costa"
É com indisfarçável emoção que registo o regresso do Salema à estrutura da lagartagem osgalhada. Regista-se o tom low profile do regresso, sem qualquer anúncio oficial nem lançamento de confetes e flores, nem paradas de gente vestida de cabedal justinho no Lumiar (como todos acreditamos que ele desejaria). Mas a mim não me enganam: o homem (no sentido lato) voltou. A não ser que o Paulo 'todaagenteéinocenteatélevarumasgalhetas' Jurássico Cristóvão tenha afinal uma costela bem mais ‘sensível’ e ‘artística’ do que deixa antever o ar de porteiro de casa de alterne e seja ele o responsável pelas recentes medidas mais coloridas para os lados do Alvalixo. Não me parece, sinceramente. Desde Nero que não há pirómanos conhecidos de sexualidade dúbia.
Não, isto cheira claramente a Salema. Senão, vejamos.
Redecoração do túnel de acesso aos balneários
Girassóis. Borboletas. Prados. Restam dúvidas? Parece evidente que a decoração anterior tinha sido obra do bruto insensível do Jurássico e que recorreram ao Salema em desespero de causa para corrigir a coisa. Parece que os estou a ouvir:
S: 'ai que horrôre!! Poses agressivas, planos desenquadrados, gente com excesso de peso e barretes inestéticos comprados na feira. Ainda percebo as fotos em tronco nu de gente de evidente masculinidade, também tenho muitas espalhadas em casa, mas pela santa, fotos dos coletes dos stewards? Gordinho, mas quem é decorou isto, valha-me o visconde.'
GL:'shhh, fala baixo, que ele tem isto tudo cheio de escutas. Foi o marginal do Cristóvão. Faz-me a vida num inferno. Obrigou-me a aprovar, com ameaças de porrada e fez chantagem com o caso dos paquetes da Expo. Que contava tudo à imprensa, que me arrancava as patilhas à dentada e que depois de acabar comigo e me partir as perninhas, em vez de medir 1,25 m, ficava a medir 50 cm. Tenho medo. Não durmo à noite, e só me lembro das galhetas na noite das eleições.'
S: ‘ai que bruto. Bom, isto tem de ir tudo. Vamos encher isto de girassóis e borboletas, tapar os burgessos e os atentados ao bom gosto. Tenho uma ideia para colocar uns cortinados em fúcsia degradé…’
PPC (pelos altifaltantes): ‘estás aqui estás a cair pelas escadas e a comer esse cachecol tricotado’
S (a olhar em redor, com um ar apavorado. Uma mancha negra cresce no fundo das calças): ‘ah ah, estava a brincar, se calhar ficamos pelos girassóis e pelas borboletas…’
Massagens
“Na Holanda, jogamos como treinamos. Aqui, quase nem se treina. Adoro! Treinamos uma hora por dia e antes dos jogos fazemos imenso tempo de massagens!”: Ricky Van Volkswagen.
‘Imenso tempo de massagens’? Salema.
Musical
Musical? Gente a dançar de meias até ao joelho e vestidos de barracas de praia? Salema.
Preciso de vos recordar da festa do Núcleo Sportinguista de Portimão e da banda de totós, um espectáculo produzido pelo Salema no auge do seu output criativo? As maracas, a imitação do Zé Cabra pelo Dias Ferreira, o Ernesto não sei das quantas a fazer qualquer coisa que ele achava que era dançar vestido de banana?
Este musical pode não ser a materialização do sonho do Salema (o tal projecto muito pessoal da adaptação para musical da Casa na Pradaria, que implicava vestir todos os jogadores como filhas adolescentes do Michael Landon), mas anda lá muito perto.
Podem não saber jogar contra 11, o que é lixado, mas sabem montar um espectáculo burlesco. Há que reconhecer o sucesso do marreta da Expo que, em declarações à imprensa, sustenta que aceitou "o repto de ser presidente do clube (...) por querer colocar um sorriso no rosto dos sportinguistas".
Conseguiu, mas ao contrário. Colocou um sorriso no rosto de toda a gente, excepto no dos sportinguistas.
Deixo-vos com algumas imagens do espectáculo, que é bem bonito.
Um alargamento do número de clubes na principal competição futebolística portuguesa para alguns é desejável, para outros inevitável e para outros tantos é inaceitável. Mas, assumamo-lo, é possível.
O que subjaz a um hipotético alargamento prende-se com uma reflexão prévia e alargada que possa trazer diferentes abordagens e perspectivas para o tema em apreço. Importa saber qual a fundamentação, as motivações, o suporte desportivo e a sustentação legal. Importa perceber se há mercado que sustente, com o mínimo de dignidade, um acréscimo de clubes, se as infra-estruturas estão adequadas ao cariz profissional da prova. Essencialmente, importa perceber se há uma sustentação minimamente racional que faça de um alargamento um melhoramento. Caso contrário, um alargamento não passa de um alastrar de uma enfermidade.
O novo presidente da Liga sustentou o alargamento pretendido num único pressuposto: a sua eleição. Ou seja, fez tábua-rasa dos pressupostos de uma liderança em troca de uma eleição. Demonstra, entre muitas outras coisas, que, apesar de ter sido eleito, nunca será um líder. Esse estatuto foi vendido aos Fiúzas desta vida que, à primeira ocasião, vieram reclamar publicamente a entrega da mercadoria comprada e prometida. A primeira medida que se reconhece a este novo presidente da Liga é a tentativa de mudar as regras a meio do jogo, fazendo com que a verdade desportiva saia moribunda de um lodaçal em que já é ferida sucessivamente. Ou seja, o novo presidente da Liga apresentou-se aos adeptos com uma mensagem ‘interessante’: em prol da vitória ajusta-se o conceito de verdade à mentira de circunstância.
Objectivamente, há trinta anos que vemos a essa manipulação da verdade no futebol português, mas ainda não a tínhamos visto como promessa eleitoral.
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Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 24de Janeiro e publicado na edição de 27/01/2012 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
No Tivoli a lagartagem osgalhada celebra a sua humorística história com um espectáculo de vaudeville.
Repare-se onde colocam os adeptos...
Esta ideia de apoiar por fora [http://apoiamosporfora.blogspot.com/2012/01/ideia.html] é, se houver união e capacidade de olhar para além do imediato, uma boa medida para nos ajudar a ganhar lá dentro. Dentro do campo, dentro dos campos minados que vão matando a verdade desportiva no futebol português.
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