VAMOS ACABAR COM AS IMBECILIDADES
Sexta-feira, 30 de Novembro de 2012

Taça

Parece que desta já se livraram.

publicado por D'Arcy às 22:12
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Trabalhos e dias

Nesta última semana, lembrei-me por várias vezes do título “Os Trabalhos e os Dias” que o poeta grego Hesíodo (Séc. VIII a.C.) atribuiu a uma das suas obras mais marcantes. Antes de a jornada começar, Jorge Jesus, de forma certeira e incisiva, alertava para a sorte que o FCP costuma ter em Braga. Vítor Pereira respondia que a sorte dava trabalho e Carlos Xistra demonstrou na prática que, de facto, mais do que dias de sorte, há dias em que é preciso trabalhar muito para que se possa responsabilizar a aleatória sorte da condicionada incompetência.

 

A sorte do FCP foi não ter, nesse dia, apanhado com o mesmo árbitro que o Benfica teve de enfrentar recentemente, na quarta jornada, em Coimbra. Se o árbitro tivesse sido o mesmo, provavelmente, teria assinalado uma grande penalidade óbvia contra o FCP. Tinham o mesmo nome, foram nomeados pela mesma pessoa, foram dois jogos para a mesma competição, com critérios idênticos, mas, definitivamente, não foram apitados pelo mesmo Xistra. Conseguir uma sorte destas dá muito trabalho e, como ficou à vista de todos, este tipo de trabalho do Carlos Xistra depende dos dias. Há dias em que Xistra trabalha para a sorte dos adversários do Benfica e há dias em que Xistra trabalha para o azar dos adversários do FCP.

 

Deste modo, percebemos que ter, aparentemente, o mesmo árbitro, na mesma competição e em dias diferentes, resulta em sortes distintas, consoante os clubes em contenda. De facto, uma sorte destas não se consegue sem trabalho, muito trabalho, um trabalho feito de dias (lá volto eu a Hesíodo), de longos dias. Há até quem garanta que é um trabalho feito de largos dias que têm cem anos...

 

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Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 27 de Novembro e publicado na edição de 30/11/2012 do jornal "O Benfica".

 

[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]


publicado por Pedro F. Ferreira às 09:09
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Domingo, 25 de Novembro de 2012

Guilherme Espírito Santo (30 de Agosto de 1919 - 25 de Novembro de 2012)

Com o falecimento de Guilherme Espírito Santo, o nosso Benfica fica de luto. Parte um dos seus atletas mais simbólicos e um dos homens que no passado muito ajudou a contruir o futuro do nosso Benfica. Que descanse em paz.
publicado por Pedro F. Ferreira às 19:30
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Relaxada

Sexta vitória consecutiva para a Liga num jogo sem grande história, que se resumiu à superioridade do Benfica do princípio ao fim. A exibição foi bastante relaxada, já que nunca pareceu necessário carregar muito no acelerador para levar de vencida este Olhanense.

 

 

Carlos Martins e Rodrigo foram as novidades num onze que assumiu as despesas do jogo desde o apito inicial. Apesar do ritmo de jogo adoptado ser relativamente calmo, foi mais do que suficiente para remeter o Olhanense ao seu meio campo e controlar a posse de bola quase em exclusivo. Os algarvios nem sequer adoptaram uma táctica excessivamente defensiva, mas mostraram-se completamente incapazes para causar o menor incómodo ao Benfica, mesmo em contra-ataque, cabendo ao Artur o papel de mero espectador. A velocidade a que o Benfica jogava não dava para sufocar o Olhanense ou criar muitas ocasiões claras de golo, mas o Benfica ia-se acercando da baliza adversária, rematando e conquistando pontapés de canto em grande quantidade, que mostravam algumas fragilidades do Olhanense a defendê-los. Com vinte e cinco minutos decorridos o Olhanense acabou por facilitar-nos ainda mais a tarefa, ao cometer um penálti tão evidente quanto estúpido sobre o Maxi Pereira. O Cardozo encarregou-se de fazer o primeiro golo, marcando o penálti de forma exemplar, com a bola a entrar bem junto da base do poste (ao contrário da forma como tem marcado os penáltis ultimamente, com remates para o meio da baliza). O golo em nada alterou a tendência do jogo: a reacção do Olhanense foi nula (nem sei se terão chegado a fazer um remate que fosse durante a primeira parte), e foi o Benfica quem continuou a controlar o jogo como queria, deixando no ar a ideia de que o segundo golo acabaria por surgir mais cedo ou mais tarde, de forma perfeitamente natural.

 

 

Na entrada para a segunda parte o Olhanense pareceu vir mais decidido, tentando pressionar um pouco mais alto, e logo nos primeiros minutos obrigou o Artur à primeira defesa mais apertada, depois de um bom remate de fora da área na sequência de um canto. Mas isto não durou muito, e depressa voltámos ao cenário anterior, com o Benfica a dominar e até a criar oportunidades em maior número do que o tinha feito durante a primeira parte, obrigando o guarda-redes do Olhanense a bastante trabalho. A meio desta segunda parte o Benfica fez duas alterações, e as entradas do Lima e do Pérez para os lugares do desinspirado Rodrigo e do Carlos Martins trouxeram mais alguma animação ao jogo. Os pontapés de canto continuavam entretanto a aparecer, e o Olhanense a defendê-los de forma pouco convincente. Já depois do Garay ter estado muito próximo de marcar na sequência de mais um - só uma grande defesa do guarda-redes Bracali evitou o golo, ao décimo terceiro canto o Benfica marcou mesmo o golo da tranquilidade, num cabeceamento do Luisão, que surgiu solto no centro da área a cabecear de cima para baixo, não deixando possibilidade de defesa. Foi ao minuto setenta e dois, e com o jogo efectivamente resolvido o Benfica até final ainda desperdiçou várias ocasiões para ampliar o resultado, enquanto que o Olhanense se manteve inofensivo para a nossa baliza, o que nos permitiu terminar o quarto jogo consecutivo na Liga sem sofrer golos.

 

 

Num jogo sem grandes destaques individuais realço as exibições da dupla de centrais, seguríssima, e do inevitável Matic, que está a atravessar um óptimo momento de forma. O Ola John continua a justificar a manutenção da titularidade, parecendo-me que o plano do Jorge Jesus será fazer dele na equipa desta época aquilo que o Di María era na equipa de 2009/10. O Rodrigo continua a atravessar um momento de clara falta de confiança, e deve estar a precisar urgentemente de marcar um golo - embora me pareça que ele é prejudicado quando tem que jogar como segundo avançado.

 

Cumprida a obrigação de vencer, e com o bónus de o termos feito sem ter sido necessário despender um esforço considerável - pelo menos aparentemente - resta-nos agora esperar calmamente pelo resultado entre o actual segundo e terceiro classificado da tabela, com a certeza de que lucraremos com qualquer resultado que saia desse jogo - ou nos destacamos do Porto, ou o Braga ficará quase irremediavelmente afastado desta discussão.

 

P.S.- O Jorge Jesus completou hoje cem jogos na Liga aos comandos do Benfica. Nesses cem jogos, conquistou setenta e três vitórias. Goste-se ou não da personagem, do estilo ou do trabalho desenvolvido, na minha opinião estes números dizem muito, e revelam pelo menos uma estabilidade em termos de resultados e nível exibicional que poucos treinadores terão conseguido no Benfica nas últimas décadas.

publicado por D'Arcy às 01:12
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Sexta-feira, 23 de Novembro de 2012

Decorrente do encerramento do 'Calor da Noite'...

«Campeonato decide-se em qualquer esquina» by Vítor Pereira

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publicado por Anátema Device às 15:23
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A comédia dos crónicos anunciadores de tragédias

Há quem consiga encontrar problemas em todas as soluções, assumindo as dores presentes, os prantos estridentes e os agouros videntes. Agem como se a sua voz fosse a que no Coro da Tragédia Clássica inspirava a catarse feita de horror e piedade.

 

Recentemente, carpiram-se dores e anunciaram-se desgraças pelas colunas de opinião, porque o nosso Benfica ficaria uns meses sem Luisão. O problema gritava-se na orfandade de uma defesa, no consequente descalabro do meio-campo, na impossibilidade de sucesso do ataque e (só faltou dizerem isso mesmo!) expandir-se-ia até ao esmorecimento do público. Anunciava-se o sofrimento e a catástrofe.

 

No entanto, a solução chegou, veio de dentro do plantel, sob a forma de uma espécie de “deus ex machina” com mais de uma época de casa e direito a preparação prévia na humilde equipa B. Jardel foi solução e trouxe novas e diferentes valências para a defesa, acabando por se impor naturalmente como mais uma opção válida. Ou seja, contrariando as vozes da tragédia anunciada, encontrou-se mais uma peça angular para a equipa. Como resultado, o coro trágico regressou para dizer que, afinal, nesta solução reside um novo problema: o de ter de escolher apenas dois de um grupo de três excelentes futebolistas.

 

Chegados a este ponto, observamos que a presença da solução equivale à falta de alimento para crónicas e perorações de quem vive à custa de crises alheias. Logo, há que criar crises sucessivas, provocá-las, espicaçá-las e promovê-las. Apenas assim vão ganhando o sustento. Os ditos inventores de problemas transformam-se numa espécie de relógios parados que, carpindo agoiros ao minuto, nos dizem ufanos duas vezes por dia que eles são os donos da verdade da hora certa. Ou seja, com tanta tragédia anunciada nem se apercebem de que, normalmente, são eles os principais actores de uma comédia em tom de opereta bufa.

 

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Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 20 de Novembro e publicado na edição de 23/11/2012 do jornal "O Benfica".

 

[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]

publicado por Pedro F. Ferreira às 09:09
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Quarta-feira, 21 de Novembro de 2012

Escasso

O jogo podia ser para a Champions, mas sinceramente achei que poucas diferenças teve para um jogo normal do Benfica a contar para a Liga portuguesa. Aliás, já vi muitas equipas da nossa Liga, e da parte mais baixa da tabela, conseguirem dar mais luta do que o Celtic deu hoje. Mas o mais importante foi conseguido: apesar de escasso, dado o domínio do Benfica durante todo o jogo, o triunfo e os respectivos três pontos já cá moram.

 

 

A única surpresa no onze foi a titularidade do André Almeida na direita da defesa, ficando o Maxi (provavelmente ainda sem ritmo) no banco. Mais previsível foi a escolha do Luisão para formar dupla com o Garay, relegando o Jardel para suplente apesar do excelente contributo que ele deu à equipa durante a ausência do nosso capitão. Quanto ao jogo, foi o esperado domínio do Benfica desde o apito inicial. A entrada do Benfica foi mesmo bastante forte, lançando-se sobre o adversário e cedo teve a recompensa, pois com sete minutos decorridos o Ola John aproveitou um ressalto dentro da área para rematar e fazer a bola passar entre os defesas do Celtic para o golo. Obtida a vantagem, a velocidade passou a ser um pouco menor, embora nunca deixando o Benfica de ter o controlo do jogo quase por completo. Mas teria sido importante marcar um segundo golo, coisa que o Benfica ia ameaçando e tentando, mas sem grande sucesso. Acabou por ser mesmo algo surpreendente o quanto o Celtic não conseguiu fazer qualquer tipo de oposição digna desse nome. Os escoceses foram inexistentes no ataque, quase não conseguindo passar do meio campo. Quando pouco depois da meia hora de jogo, e a seguir ao Cardozo ter falhado uma oportunidade flagrante para o segundo golo, os escoceses conquistaram um canto, os seus adeptos festejaram-no como se de um penálti se tratasse. E o pior é que tinham mesmo razão para fazê-lo, porque no seguimento do mesmo, e no único remate que fizeram à baliza na primeira parte, marcaram o golo do empate. Não me pareceu que o Artur ficasse bem na foto - ele foi bloqueado por um adversário, mas o normal numa situação dessas é o guarda-redes conseguir sacar a falta respectiva, nem que seja atirando-se contra o adversário que o está a bloquear na pequena área. Como isto não aconteceu, o marcador do golo acabou por saltar completamente à vontade junto do segundo poste, a pouco mais de um metro da baliza. Com o Benfica a teimar em não acertar na baliza (mais uma grande oportunidade desperdiçada, desta vez pelo Ola John, à beira do intervalo) e dar uma expressão justa à sua superioridade, fomos para o balneário com um injustíssimo empate no marcador.

 

 

Mais do mesmo na segunda parte: domínio claro do Benfica, mas ainda com mais oportunidades de golo. Ao contrário da primeira parte, em que insistimos muito mais pela direita, nesta segunda parte foram o Ola John e o Melgarejo a estar mais em jogo, com o lateral direito do Celtic a revelar sempre dificuldades para travar os nossos jogadores. Mas com muitos remates tortos, outros defendidos pelo guarda-redes do Celtic (parece-me ser claramente o jogador mais acima da média que têm, e já o tinha mostrado nos dois jogos contra o Barcelona), e a bola a teimar em não entrar, o que permitiria o apuramento imediato aos escoceses. Foi preciso esperar até vinte minutos do final do jogo para desfazer a igualdade que, injustamente, se mantinha no marcador. E ironicamente, acabou por ser num lance aéreo que quebrámos a resistência do Celtic. Depois de um cruzamento largo vindo da direita, o Luisão ganhou a bola nas alturas e assistiu o seu parceiro do centro da defesa, para que este fizesse o golo num remate de primeira. Perdido o empate que tanto procurava resguardar, o Celtic respondeu da melhor forma que sabe: mandou gente lá para a frente (passou a jogar praticamente em 4-2-4) e desatou a tentar despejar a bola rapidamente na direcção deles, o que lhes permitiu finalmente aumentar o número de remates feitos no jogo, que até aí se cifrava em dois. O Benfica sofreu ainda um contratempo, com a saída forçada do Matic por estar fisicamente inferiorizado, mas mesmo assim foi ao Benfica que pertenceram as oportunidades para marcar, com o Cardozo a ver o golo ser-lhe negado pelo guarda-redes por duas vezes, e o Salvio a acertar na barra.

 

 

O Garay foi para mim o melhor jogador do Benfica em campo. O Matic também esteve muito bem, sendo importantíssimo na luta do meio campo, impondo-se no estilo de jogo mais físico dos escoceses, mas o Garay 'ganha-lhe' com o golo da vitória. O Ola John esteve num bom nível e neste momento parece ser o dono da esquerda no nosso ataque. Uma menção também para o André Almeida, que parece estar cada vez mais confiante. Cumpriu sem problemas na lateral direita, e continuou a dar conta do recado quando teve que passar para a posição do Matic. Os nossos dois avançados tiveram um jogo pouco conseguido hoje.

 

Com a vitória de hoje o apuramento para a Liga Europa ficou garantido. Agora é mesmo ver o que acontece na última jornada. Estamos no segundo lugar e dependemos apenas de nós, mas teremos sempre que fazer em Barcelona o mesmo resultado que o Celtic conseguir em casa frente a um Spartak já sem quaisquer objectivos, o que me parece um cenário demasiado complicado.

publicado por D'Arcy às 00:21
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Sábado, 17 de Novembro de 2012

Incontestável

Eliminatória ultrapassada, num jogo em que a superioridade do Benfica foi notória e incontestável, muito por culpa da atitude competitiva e profissional sem mácula apresentada pelos nossos jogadores em noite de regresso do nosso capitão.


 

Muitas alterações no onze em relação ao último jogo, quer por opção, quer por indisponibilidades várias que se prenderam com lesões e compromissos pelas selecções. Na equipa inicial entraram hoje Paulo Lopes, Luisão, Luisinho, Bruno César, Nolito, Gaitán e Rodrigo. Mas todas estas mudanças em nada afectaram aquela que tem sido a postura da nossa equipa nos últimos jogos, e pelo contrário, ainda pareceram refiná-la. Não tive oportunidade de ver o jogo todo em directo (tive que ver a gravação mais tarde), e quando tive que interromper o visionamento após meia hora de jogo, foi com muita pena que o fiz, porque mesmo com o resultado a manter-se ainda em branco estava a dar-me um enorme prazer ver a nossa equipa jogar. O Benfica simplesmente espremeu o Moreirense para o seu meio campo, e nem lhe deu hipótese sequer de aspirar a fazer qualquer coisa no jogo. Jogámos com as linhas muito subidas, os jogadores muito juntos e em constante movimento, exercendo uma enorme pressão sempre que não tínhamos a bola, o que fez com que o Moreirense literalmente não conseguisse passar do meio campo - não fizeram um único remate durante a primeira parte. O Matic era figura de destaque, mas todos os jogadores merecem os parabéns pela forma como abordaram o jogo, trabalhando muito e lutando sempre pela bola - neste aspecto fiquei até surpreendido com jogadores como o Gaitán ou o Bruno César. Ao intervalo faltava apenas que o marcador exprimisse de forma justa a enorme superioridade do Benfica no jogo.

 

 

Superioridade que continuou sem grandes alterações na reentrada para a segunda parte. Não foram muitas as oportunidades claras de golo que o Benfica construiu, mas fazia a bola rondar constantemente as imediações da área do Moreirense, adivinhando-se que o golo poderia surgir a qualquer instante. Acabou por aparecer após um quarto de hora, e de forma duplamente justa, já que não só foi a recompensa para o domínio do Benfica, como por ter sido marcado pelo Matic premiava também aquele que estava a ser o melhor jogador em campo. Foi na sequência de um canto do lado direito do nosso ataque, com a bola a acabar por sobrar do lado oposto para um remate cruzado de primeira do Matic, tendo um defesa do Moreirense acabado por confirmar o golo quase sobre a linha. Feito o mais difícil para o Benfica, o Moreirense foi obrigado a arriscar mais e abandonou o esquema de três centrais, deixando mais espaço atrás. Mas apenas por uma vez, num cabeceamento após canto, o Moreirense criou uma jogada de perigo, enquanto que o Benfica continuou a mandar no jogo como queria, e esperava um segundo golo que acabasse com quaisquer dúvidas sobre o vencedor. Mas a doze minutos do final houve uma falha na iluminação que provocou um longo interregno no jogo, e quando este se reatou o Benfica já não conseguiu controlar tão bem a partida, tendo o Moreirense aproveitado para se aproximar um pouco mais da nossa área e tentar alguns remates, que embora sem causar grandes preocupações sempre obrigaram o Paulo Lopes a deixar de ser o espectador privilegiado que tinha sido até então. No suspiro final do jogo, o Gaitán entrou pela esquerda da área e assistiu o inevitável Cardozo (tinha entrado para o lugar do Lima) para o justo segundo golo.

 

 

Mais uma vez o Matic cotou-se como o melhor jogador em campo, e se dúvidas houvesse ainda fez questão de ser o autor do importante golo que desfez o nulo. Impondo o físico e jogando bem em antecipação, foi um dos principais responsáveis pela alta pressão que o Benfica conseguiu exercer sobre o adversário, tendo ainda estado bem a distribuir jogo. Muito bem também os nossos dois centrais, que jogaram quase sempre sobre a linha do meio campo e ganharam praticamente todos os lances aos adversários, matando à partida quase todas as jogadas de ataque. No geral gostei de toda a equipa, tendo-me agradado a atitude do Gaitán e do Bruno César (menciono isto não porque tenham estado melhor do que os outros, mas sim porque habitualmente costumam ser bem mais 'macios' na abordagem que fazem aos lances). Aliás, em relação ao brasileiro, até considero que conseguiu realizar uma exibição positiva na posição de médio centro, pelo menos no que diz respeito ao trabalho defensivo.


Profissionalismo e humildade seriam fundamentais para levar de vencida esta eliminatória, e foi isso que os nossos jogadores nos deram. Deixaram bem vincada a nossa superioridade e nem sequer a má arbitragem na primeira parte os abalou. Agora é altura de começar a preparar a recepção ao Celtic, e tenho a certeza de que se abordarmos esse jogo com a mesma mentalidade que exibimos hoje, teremos meio caminho andado para a vitória.

publicado por D'Arcy às 05:46
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Sexta-feira, 16 de Novembro de 2012

Alexandre Herculano

Vemos, ouvimos, lemos e, mesmo assim, duvidamos da realidade. Desde a pretérita sexta-feira, temos assistido no futebol português a mais uma destas estranhas procissões de acontecimentos bizarros. Assim, já depois de nomeados os árbitros para a jornada do passado fim-de-semana, soubemos que o presidente do Sporting foi à Rua Alexandre Herculano, para ser recebido pelo Presidente da Comissão de Arbitragem, o inefável Pereira. Dois dias depois, Pedro Proença, aquele estranho árbitro que erra em Portugal na exacta medida em que acerta fora de portas, mostrou como os vícios privados são mais públicos do que as públicas virtudes e despachou uma apitadela ao minuto 78 do jogo entre o Sporting e o Braga que deu 3 pontos aos que haviam peregrinado à capelinha sita na Rua Alexandre Herculano.

 

Objectivamente, não posso garantir qual era a tonalidade do som que Proença quis dar ao apito. Mas aquilo soou a som dourado, com agudos de degradação e graves de servilismo. Um som igual ao que se ouviu no dia 06 de Novembro de 2011, num Braga-Benfica, produzido pelo mesmo artista e pelo mesmo apito. Dois dias depois da dita apitadela, a direcção do Sporting, em comunicado, queixa-se da… arbitragem em geral, mas não dos pontos que lhe foram oferecidos pela mesma em particular. Resta-nos olhar para este tipo de comunicados como apenas mais um remendo nesta farsa protagonizada por senhores de um pequeno mundo, mirrado e mediocrizado à medida dos prostíbulos onde se desfazem regras e encomendam apitadelas. Tudo isto sob o olhar de alguém que ocupa cadeira na rua com o nome do escritor Alexandre Herculano, o mesmo que um dia sentenciou: “A hipocrisia, suprema perversão moral, é o charco podre e dormente que impregna a atmosfera de miasmas mortíferos e que salteia o homem no meio de paisagens ridentes: é o réptil que se arrasta por entre as flores e morde a vítima descuidada.”

 

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Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 13 de Novembro e publicado na edição de 16/11/2012 do jornal "O Benfica".

 

[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]



publicado por Pedro F. Ferreira às 09:09
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Segunda-feira, 12 de Novembro de 2012

Luta

Num jogo difícil, o Benfica foi obrigado a trabalhar muito para conseguir arrancar uma justa vitória em Vila do Conde. Ainda assim, poderíamos ter construído um resultado mais dilatado, que nos poupasse as preocupações na parte final do encontro.

 

 

A juntar às longas ausências do Luisão, Carlos Martins e Aimar, para este jogo vimos o Maxi juntar-se-lhes, saltando o pronto-socorrro André Almeida para o onze inicial. Na frente, a aposta foi para a dupla Cardozo/Lima. O Benfica assumiu desde o início as despesas do jogo, com o Rio Ave a fechar-se bem no seu meio campo e a sair rápido para o ataque. Isto resultou num jogo bastante disputado, num ritmo elevado e com a bola a viajar rapidamente de uma baliza à outra. As oportunidades claras de golo, no entanto, foram todas do Benfica, e quase sempre da autoria do Cardozo. Foi ele o mais rematador da equipa, tendo mesmo visto um remate seu levar a bola ao poste. A meio da primeira parte, o Benfica sofreu uma contrariedade grande, com a lesão muscular do Enzo Pérez. Foi substituído pelo Bruno César, mas com a sua saída o Benfica perdeu muita capacidade quer para transportar a bola para o ataque, quer para a segurar no meio campo e organizar jogadas, passando a optar mais frequentemente por futebol directo para os extremos. Foi sobretudo pelo lado esquerdo que atacámos mais, onde o Melgarejo se revelou mais atrevido a subir e mostrou um razoável entendimento com o Ola John. Pelo outro lado, o Salvio tinha que optar quase sempre por iniciativas individuais, pois o André Almeida não arriscou tanto. O golo decisivo surgiu já em período de descontos, através de uma jogada que o Benfica tenta frequentemente: lançamento lateral longo para a área, onde na zona do primeiro poste surge um dos centrais ou o Matic a desviar para trás. Desta vez foi o Jardel a ganhar a bola lançada pelo Salvio, e no meio surgiu o Lima a encher o pé num remate de primeira, sem possibilidade de defesa.

 

 

Foi cedo na segunda parte que o Rio Ave construiu a melhor oportunidade de golo de todo o jogo, com o João Tomás a ganhar de cabeça ao nossos centrais na pequena área, mas enviou a bola para fora. O nosso adversário entrou com vontade de arriscar um pouco mais no ataque, mas para além desse lance não ia criando grandes oportunidades para marcar, enquanto que parecia que o Benfica poderia até aproveitar esse maior atrevimento do Rio Ave para marcar um golo que resolvesse o jogo. Mas quando entrámos nos últimos vinte e cinco minutos de jogo o Rio Ave começou a ganhar uma clara superioridade na zona do meio campo, recuperando muitas bolas e empurrando o Benfica mais para junto da sua área. Talvez isto tenha sido também reflexo de um maior cansaço dos nossos jogadores, mas o que é certo é que mesmo sem obrigar o Artur a muito trabalho, a bola passou a rondar mais as imediações da nossa baliza. O Benfica só conseguiu estancar um pouco o caudal ofensivo do Rio Ave quando nos minutos finais fez entrar o Miguel Vítor para o lugar do Lima, adiantando o André Almeida para o meio campo para contrariar a superioridade numérica que o nosso adversário ia tendo nessa zona. No último lance do jogo, oportunidade para o Artur brilhar com uma fantástica defesa, mesmo que o lance já não contasse porque o cruzamento do jogador do Rio Ave já tinha sido feito fora do campo.

 

 

Para mim o melhor jogador do Benfica foi o Matic. Houve alturas em que ele foi, por si só, todo o meio campo do Benfica. Tem uma enorme capacidade de luta, e mostra uma permanente evolução nos movimentos defensivos de compensação e na colocação no campo. Gostei muito do jogo que Lima fez também, de grande trabalho e constante movimentação, a mostrar mais uma vez o quão errada foi a decisão de emprestar o Nélson Oliveira e ir contratá-lo ao Braga. Bom jogo também da nossa dupla de centrais. E já agora, suspeito que o Jan Oblak um dia ainda irá ser o dono da nossa baliza.

 

Com muitas ausências de jogadores importantes, com jogadores da equipa B, constantes adaptações, remendos ou o que quer que lhes queiram chamar, a nossa equipa vai mostrando capacidade de luta, e mesmo se não somos 'galácticos' o que é certo é que seguimos no topo da tabela sem derrotas. Se soubermos manter esta humildade e concentração durante toda a época, poderemos ter alegrias no final.

publicado por D'Arcy às 02:29
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