Considerando aquilo que vi durante os noventa minutos, o empate com o último classificado da Liga acaba por ser um mal menor, e um resultado até algo lisonjeiro para o Benfica. A exibição foi medíocre - das piores que vi esta época - parecendo por vezes que os jogadores deviam pensar que ainda estavam de férias.
Nem sequer se pode utilizar a justificação de se ter apresentado uma equipa pouco rotinada: o onze titular foi praticamente o habitual, com apenas três ausências: Artur, Luisão e Maxi (jogaram o Paulo Lopes, Jardel e André Almeida). Pouco de positivo há a dizer sobre o jogo: foi um daqueles em que ao fim de uns dez minutos já dava para ficar com a sensação de que as coisas iriam correr mal. Pouca inspiração no ataque, com os jogadores a tentar com demasiada frequência fazer as coisas sozinhos, e acima de tudo muito pouca agressividade na luta pela recuperação da bola e lentidão a recuar no terreno, o que permitia ao Moreirense contra-atacar com perigo sempre que perdíamos a bola no ataque. Na frente de ataque contámos com uma dupla em acérrima competição para ver quem estava mais desinspirado, e acabou por ser necessário ir a penáltis para desempatarem. Parecia que a equipa estava mais uma vez à espera de dar avanço ao adversário para depois recuperar, e o golo do Moreirense acabou por surgir perto do intervalo. O seu autor foi o suspeito mais provável - Ghilas. Já tinha falhado incrivelmente um cabeceamento na cara do Paulo Lopes, e desta vez, isolado (depois de mais uma perda de bola displicente numa saída nossa para o ataque) não perdoou.
Mas a reacção do Benfica ao golo não foi a melhor. É certo que os jogadores pareceram esforçar-se um pouco mais, mas continuaram a jogar bastante mal. Apesar de ter sido forçado a recuar no terreno, o Moreirense nem sequer pareceu ter grande dificuldade em ir sustendo as investidas do Benfica, que na maior parte dos casos nem chegavam a causar perigo. A grande excepção deu-se quando o Benfica beneficiou de um penálti, após um derrube ao Lima, que tinha sido isolado nas costas da defesa por um bom passe do Matic. Mas dando sequência à exibição desastrada que vinha fazendo, o próprio Lima viu o guarda-redes defender o seu remate. À medida que o tempo foi decorrendo o Benfica foi jogando de forma cada vez mais atabalhoada, enquanto que iam entrando avançados em jogo. Já em período de descontos, e numa altura em que até o Kardec já estava em campo, novo penálti a nosso favor, após uma placagem ao Cardozo. Desta vez foi o Cardozo a encarregar-se da marcação, e a exemplo do que tem feito ultimamente, marcou com muita calma, enviando a bola para um lado e o guarda-redes para o outro.
O resultado acaba por permitir ao Benfica manter-se na frente do grupo, dependendo apenas de si mesmo para conseguir o apuramento para as meias-finais. Isto é uma das duas coisas positivas do jogo de hoje. A outra foi o facto de um jogo disputado às quatro da tarde, mesmo que para a Taça da Liga, ter resultado numa casa cheia como raramente se vê. Pena é que este público tenha sido presenteado com uma exibição tão desinspirada.
Paulo Pereira Cristóvão, actualmente ex-vice presidente do Sporting, foi acusado de sete crimes pelo Ministério Público. De entre os crimes, estão o branqueamento de capitais e a burla qualificada. Decorrente desta investigação, há a convicção, por parte do Ministério Público, de que, enquanto esse cidadão desempenhava funções directivas no Sporting, teria espionado futebolistas, árbitros e dirigentes, fomentando ainda uma tentativa de espionagem do complexo desportivo do Benfica, no Seixal. Tudo isto complementado com uma canhestra atitude de patrocinar o depósito de dinheiro na conta de um fiscal de linha nomeado para um jogo do Sporting.
Com base na presunção da inocência, todos nós somos inocentes até prova em contrário e, como tal, todos olhamos inocentemente para este cândido cenário. Assim, inocentemente, acreditamos que este rol de acusações é uma cabala ou um mal-entendido para com o cidadão que veio ao Estádio da Luz chamar pré-históricos aos dirigentes do Benfica. Possivelmente, por estes se recusarem a usar os métodos de dirigismo pós-moderno do referido cidadão. Do mesmo modo, acreditamos todos que estes métodos alegadamente “pereirianos” nada tinham que ver com a viciação das competições em que o clube de que era vice-presidente estava envolvido. Obviamente, como todos somos inocentes, isto de andar a espiar árbitros, adversários e a depositar dinheiro em contas de membros de equipas de arbitragem é, certamente, um acto individual, para servir interesses que não nos dizem respeito, e só por má-fé se pode concluir que, a ser alguma coisa, fosse mais do que isso.
É dentro deste clima de inocência total que se percebe o alheamento da justiça desportiva relativamente a isto tudo e, como inocentes que somos, nem sequer comentamos a decisão do Sporting não se constituir como assistente em todo o processo… Qualquer inocente conclui que o tal clube “diferente” nada tem que ver com isto.
O futebol, tal como o teatro, é uma arte. Setúbal é uma honrada cidade marcada pelo teatro (veja-se a grande herança de Luísa Tody) e pelo futebol. Assim, poderemos dizer que, na passada sexta-feira, todos pudemos assistir, com a decisão de adiar o jogo entre o Setúbal e o FCP, a um golpe de teatro.
Jogar num relvado encharcado retira uma grande percentagem da vantagem técnica e da velocidade aos intervenientes no jogo. Logo, a equipa mais dotada acaba por ter mais dificuldades em fazer valer as suas valências. Todos vimos (até Pedro Henriques, o comentador da Sporttv, normalmente dócil para com o FCP) que o relvado do Bonfim estava em condições. Estava bem melhor do que o relvado de Coimbra, onde o Benfica viu, recentemente, a arbitragem tirar-lhe dois pontos. Todos vimos a representação de Proença (quem mais poderia ser?!), desesperadamente em busca de dois charquitos no imenso relvado, onde pudesse deixar cair a bola e demonstrar ao mundo que a bola não salta quando cai na lama. Estava feita a prova da legalidade da decisão e estava demonstrado como a verosimilhança é importante na representação teatral. No entanto, isso não basta para que se chame verdadeiro ao que é apenas verosímil.
A pantomina continuou com as declarações servis do presidente do Vitória e a enternecedora imagem de Joaquim Oliveira, qual mordomo papal, a segurar o guarda-chuva do Sr. Costa. Seja como for, não era necessário tanto esforço para nos convencerem de que tudo aquilo foi legítimo e necessário. Pois, normalmente, naquele palco e com aqueles actores, costuma haver um par de servis e salvadoras substituições lá pelo minuto 58. Ou seja, por vários motivos, sabemos que não havia necessidade de Proença ter decidido, mais uma vez, adiar… a verdade desportiva.
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Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 18 de Dezembro e publicado na edição de 21/12/2012 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
Como toda a gente sabe, por volta do dia 24 de Dezembro de 32 d.C., Jesus Cristo e a sua entourage reuniram-se num restaurante da Damaia para comemorar mais um aniversário, partir uns pães e beber uns jarros. Foi uma coisa em conta, bem montada pelo apóstolo Mateus (normalmente o tipo a cargo da organização das jantaradas), com um menu a 27 talentos (sensivelmente 18 EUR) tudo incluído, com direito a bebida de entrada, picanha e acompanhamentos à discrição, vinho da casa ou cerveja e sobremesa (a escolher entre arroz doce e mousse de chocolate). Na altura, todos os apóstolos puderam estar presentes, coisa que nunca mais aconteceu (na altura da Páscoa, o Pedro tinha um encontro na Figueira da Foz com o sindicato dos pescadores e o Judas teve outro jantar suspeito antes e chegou mais tarde), pelo que esta ficou conhecida como a Última Ceia (as jantaradas dos apóstolos eram conhecidas por se arrastarem por várias horas e passarem para o dia seguinte até à hora de fecho dos restaurantes, pelo que João Baptista, que foi a uma - nunca mais foi convidado porque despejava os jarros em cima da cabeça dos convidados - as baptizou, no gozo, de Ceias).
Acho simpático e de bom tom (e profético, dada a fase em que estão) que a lagartagem, gente de fino recorte e cuidada educação que conhece bem a sua história cristã e o Novo Testamento, tenha querido recriar essa jantarada precisamente na quadra que se associa à Última Ceia (como toda a gente sabe). O que já não sei se faz muito sentido é o facto de a terem recriado como um misto entre um musical burlesco (e todos sabemos o quanto esta gente gosta de musicais) e um jantar de gente do circo dos anos 30. Nada na história do cristianismo e na Bíblia fala sobre um gnomo ter estado presente na Ceia e ter levado tipos em cuecas e touca, gajas armadas com espingardas, gente de roupão a emborcar vinho tinto e meia dúzia de tipos com aparente atraso mental vestidos de barracas de praia da Nazaré.
Mas que a ceia faz sentido, faz. Porque é muito provavelmente mesmo a última, que daqui a um mês ou dois nem para tomar o pequeno almoço dá.
E, vá, se é para ir, que se vá à maluca, com gente em cuecas e vinho, e isso.
Quase que já começa a parecer de propósito: pelo terceiro jogo consecutivo o adversário chega à vantagem, e depois o Benfica acelera o jogo e faz a reviravolta no marcador, conquistando a vitória.
Muitas alterações no onze, como era esperado. Em relação ao jogo com o Marítimo, apenas o Jardel e o André Gomes mantiveram a titularidade. Mesmo assim, o onze apresentado pelo Benfica tinha qualidade mais do que suficiente para esperarmos uma vitória em Olhão, num campo onde não temos sido felizes nas últimas época - isto, combinado com o facto do jogo ser transmitido pela TVI (um ódio pessoal) deixava-me com um mau pressentimento. Os jogadores do Benfica também devem ter achado que a sua qualidade acabaria por resolver o assunto mais cedo ou mais tarde, e talvez por isso, depois de uns primeiros minutos relativamente agradáveis, tenham relaxado um pouco. O jogo foi bastante disputado, mas relativamente mal jogado, com a qualidade do futebol de ambas as equipas a deixar muito a desejar. O Benfica errou demasiados passes, e durante uma boa parte do primeiro tempo insistiu num futebol mais directo, em vez de tentar construir as jogadas de forma mais elaborada - isto apesar de hoje termos iniciado o jogo com um meio campo formado por três jogadores, com o Gaitán a actuar no centro, à frente do Enzo e do André Gomes. As ocasiões de golo foram naturalmente muito poucas, já que se rematou muito pouco devido ao facto das equipas estragarem a maior parte das jogadas ainda antes da bola chegar a posições mais próximas das balizas.
A segunda parte começou praticamente com o golo do Olhanense, que aproveitou uma saída da baliza do Paulo Lopes para desarmar um adversário que se isolava e não conseguiu aliviar a bola com força suficiente, permitindo a recuperação da mesma a um adversário, que se limitou a rematar de muito longe para a baliza deserta. Despertou o Benfica, que se terá decidido então a colocar mais velocidade no jogo. Para o jogo foram lançados o Salvio e o Lima, que substituíram o André Gomes e o Bruno César (que teve uma actuação apagadíssima), que também trouxeram maior movimentação ao ataque. O Benfica passou a jogar quase exclusivamente no meio campo adversário e a ter a bola quase sempre em seu poder, mas continuámos a falhar muito no passe final ou no momento da decisão - houve situações em que um jogador nosso tinha oportunidade para rematar e optava por fazer mais um passe, que saía quase sempre mal, ou em que jogadores completamente soltos junto à linha final acabavam por centrar a bola para zonas onde não havia nenhum colega. O golo do empate surgiu a vinte minutos do final, numa bola parada em que o Jardel acreditou e foi captar sobre a linha final, tocando-a para trás de forma a permitir o remate vitorioso do Rodrigo (foi uma das poucas contribuições positivas que fez no jogo). Obtido o empate, o Benfica foi à procura do golo da vitória, mas à medida que o jogo se aproximou do final fomos perdendo alguma clarividência e o nosso jogo ressentiu-se disso, aproveitando o Olhanense para respirar um pouco e responder também aos ataques do Benfica. A dois minutos do final, e numa altura em que já pouco acreditava que tal sucedesse, o Ricardo e um defesa do Olhanense atrapalharam-se com um remate cruzado do Salvio, e a bola acabou por sobrar para o Lima à boca da baliza, que se limitou a empurrá-la para o fundo da mesma.
Não consigo mesmo dar um grande destaque um jogador do Benfica esta noite. Acho que estiveram todos mais ou menos a um nível semelhante, com o Gaitán, talvez, a evidenciar-se um pouco mais. Os já referidos Bruno César e Rodrigo, na minha opinião, produziram menos do que seria esperado. O segundo salvou a exibição com o golo, mas até lá somou muitas perdas de bola e decisões erradas - em compensação mostrou uma boa atitude, pois por mais do que uma vez o vi recuar no terreno para perseguir adversários e lutar para recuperar bolas que tinha perdido. Continua claramente a atravessar uma fase menos boa, mas espero que o golo em cada um dos dois últimos jogos lhe possam devolver a confiança. O André Almeida, sobretudo na segunda parte, deu algum espaço no seu corredor, permitindo entradas de adversários nas suas costas - foi assim que nasceu o golo do Olhanense.
Fiquei agradado com esta vitória. O facto de ser para a Taça da Liga não a desvaloriza - a Taça da Liga é um troféu oficial do futebol português, cujas últimas quatro edições nós conquistámos. E eu desejo conquistá-la pela quinta vez consecutiva.
Demoraram quase dez meses a antecipar-se ao Benfica para a contratação do mexicano Reyes? Caramba, nem o Paulo Almeida se antecipava com essa velocidade.
Ou isso, ou andaram mais uma vez a tentar vender a história de que o Benfica estava interessado num jogador antes de o contratarem, de forma a dar brilho à coisa (o que, aliás, o próprio director de 'A Bola' acusou directamente o Porto de tentar fazer, na edição do passado Domingo).
Portanto, tinha ligado ao Vieira e ele não o atendeu. Agora já diz que não ligou para não ouvir um 'não', mas que afinal enviou um SMS. Para a semana se calhar diz que não enviou um SMS para não receber um ':p' do LFV, e por isso afinal enviou um pombo-correio (que terá sido comido pela Vitória).
Força Gordinho, os benfiquistas estão contigo (sim, fomos nós quem te aclamou e entoou em coro o teu nome no final do último derby).
A vitória folgada assenta bem ao Benfica, após um jogo de sentido único em que o Marítimo pouca ou nenhuma oposição conseguiu fazer, e em que Guilherme Espírito Santo foi recordado antes do apito inicial. Mas ainda assim o Benfica passou por algumas dificuldades, fruto do desperdício e do facto de ter concedido um golo na meia oportunidade que o adversário conseguiu construir ao longo de todo o jogo.
O Benfica apresentou o mesmo onze da jornada passada, com o André Gomes a manter a titularidade apesar do Enzo Pérez já estar recuperado. O jogo pouca história tem: foi um domínio constante do Benfica desde o apito inicial, com o Marítimo remetido quase sempre ao seu meio campo. Mesmo sem acelerar muito o jogo, parecendo por vezes jogar quase ao ritmo de treino, o Benfica circulava bem a bola e ia abrindo brechas na defesa adversária. Só que depois, na hora de concretizar, é que a história era outra, e revelámos desacerto e falta de decisão. Como tantas vezes acaba por acontecer, quando não convertemos a nossa superioridade em campo em golos, acabamos por sofrer. O Marítimo, que até aí se tinha revelado inofensivo, aos vinte e cinco minutos dispôs de um livre a meio do nosso meio campo, mandou gente lá para a frente, despejou a bola para a área e esta acabou por sobrar de forma algo fortuita para o remate de um jogador seu, que assim os colocou em vantagem. Respondeu o Benfica metendo mais velocidade no jogo, mas continuando com o desperdício. Foram apenas oito os minutos que decorreram entre o golo do Marítimo e o golo do empate, mas pelo meio conseguimos desperdiçar umas três ocasiões de golo, a última delas a mais flagrante, pelo Cardozo. Redimiu-se logo a seguir, marcando num cabeceamento fácil à boca da baliza, após assistência de cabeça do Salvio, que do lado oposto devolveu um cruzamento do Ola John. Apesar do constante domínio até ao intervalo, o marcador não voltou a funcionar e assim saímos para o balneário com um empate muito injusto no marcador.
Para a segunda parte a equipa regressou com o Enzo Pérez no lugar do André Gomes - eu até gostei bastante da exibição dele na primeira parte, mas já tinha um amarelo e julgo que a intenção talvez tenha sido dar mais alguma velocidade na construção dos lances e capacidade para transportar a bola para o ataque. O jogo, esse, em nada mudou: o Benfica continuou a mandar como quis no jogo, e o Marítimo a defender-se como podia, sem sequer construir uma jogada de ataque que fosse. O tempo foi no entanto passando, e o Benfica teimava em não marcar o golo que nos colocaria em vantagem. Só após vinte minutos decorridos é que o nó se desatou, com um penálti assinalado por mão na bola de um jogador do Marítimo. O Cardozo marcou-o a papel químico daquele que tinha marcado em Alvalade, e tarefa do Benfica ficou muito mais facilitada, até porque o Roberge, na sequência do penálti, viu o segundo amarelo e foi expulso. Três minutos depois, o Cardozo aproveitou uma série de ressaltos após uma insistência do Lima para fazer o hat trick (e o seu centésimo golo na Liga ao serviço do Benfica) e sentenciar o jogo. Daqui até final a expectativa passou a ser apenas quantos golos mais marcaria o Benfica, pois praticamente cada ataque nosso deixava uma sensação de perigo, já que a defesa do Marítimo abria cada vez mais espaços. Mas apesar de várias tentativa, sobretudo da parte do Cardozo, foi só apenas a dois minutos do final que o marcador voltou a funcionar, e por intermédio do jogador que substituiu o paraguaio, o Rodrigo. E foi mesmo o golo mais bonito da noite: um grande passe do Matic a desmarcar o Melgarejo na esquerda, que de primeira assistiu de cabeça o Rodrigo, com este a finalizar com um remate também de primeira.
A figura do jogo tem que ser o Cardozo, porque fez um hat trick e chegou à marca assinalável dos cem golos na Liga. Mas o melhor jogador do Benfica em campo foi, para mim, e para não variar, o Matic. Já começam a faltar adjectivos para descrever a forma recente dele. Encheu literalmente o campo, porque parecia que estava em todo o lado. Recupera bolas na luta do meio campo, e depois revela ainda uma qualidade técnica assinalável na forma como conduz e distribui a bola. A continuar assim, será certamente a próxima grande venda do Benfica. Gostei bastante da exibição do Melgarejo também, e o Maxi deve ter feito um dos melhores jogos dos últimos tempos.
A obrigatoriedade de vencer foi cumprida, com um resultado confortável e que nos permite passar o ano na liderança isolada, já que no jogo do nosso adversário directo o Proença deve ter tido receio que os seus meninos se constipassem. Não dou particular importância ao adiamento (já conhecemos o final habitual da tradicional peça entre chocos e portistas, independentemente da data em que se realiza). Acho apenas muito incorrecto da parte dele estar a obrigar o Alguidar e os seus pares a contorcerem-se outra vez cada vez que tiverem que ouvir a expressão 'campeões de inverno'.
A Benfica TV fez quatro anos. Está de parabéns pelo aniversário, está de parabéns pelo trabalho realizado ao longo destes anos em prol da divulgação do benfiquismo.
Efectivamente, a BTV, mais do que simplesmente mostrar um Clube, tem familiarizado os benfiquistas com o ecletismo do Benfica, com as diferentes gerações de atletas e adeptos, com as diferentes formas de sentir e viver o Clube, com a multiplicidade de vozes que defendem o nosso Benfica em variados contextos. Lembro-me de que, no início, a BTV permitia-nos ter uma voz própria, sem concessões e sem que estivéssemos submetidos a qualquer poder televisivo dependente do ‘status quo’ do futebol português. Permitiu-nos denunciar todas as manobras do processo “Apito Dourado” e, sem tréguas nem medos, nomear todos os que alicerçam as suas vitórias em estruturas corruptas. Além disso, a BTV servia-nos documentos históricos de valor inestimável em programas marcantes como o “Vitórias & Património”. Enfim, a BTV, pelo pioneirismo e qualidade, consolidou-se como um marco essencial na modernidade do nosso Benfica.
Neste momento, impõe-se a referência ao Director da BTV, Ricardo Palacin. Tenho testemunhado no Ricardo, ao longo dos anos, uma liderança guiada pela procura do ‘mais’, nunca acomodada ao conforto. Vi-o obrigar-se a procurar impacientemente algo mais e algo mais além. Vejo-o com coragem para arriscar onde outros temem ousar e louvo-lhe a lealdade absoluta para com o Clube, ou seja, o profissionalismo ao serviço do benfiquismo. Agradeço-lhe a amizade e no Ricardo parabenizo toda a sua equipa por estes anos de BTV.
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Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 11 de Dezembro e publicado na edição de 14/12/2012 do jornal "O Benfica".
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