Última hora: o Sportém, em desespero e aconselhado pelo Rui Oliveira e Costa, tenta as contratações do Schweisen Tiger, do Quemdirá, do Piol e do Supanurú. O mercado, confuso, refugia-se na bebida.
A Mesa da Assembleia Geral, confusa, marca uma Assembleia Geral para a bancada poente do Alvalixo (debaixo da ponte já não havia espaço), para aumentar as assistências médias.
Os adeptos, confusos, decidem fazer uma omelete com a cara do Daniel Sampaio (quiche, que eles são finos).
O Niculae, confuso mas aliviado, percebe finalmente que pode deixar de encolher a barriga e tirar a cinta.
Nós, confusos, mas amantes da comédia, agradecemos ao visconde por tudo.
Um Benfica sóbrio e seguro conquistou, com uma exibição muito sólida, mais uma vitória numa deslocação complicada e colocou-se numa posição muito vantajosa no apuramento para a final.
Algumas alterações na equipa que jogou em Braga, mas a táctica manteve-se, com um único avançado (Lima), apoiado por um médio mais ofensivo, que desta vez foi o Aimar, com o Gaitán a passar para a esquerda. Mudanças também na defesa (André Almeida e Garay em vez do Maxi e do Jardel) e no meio campo (André Gomes no lugar do Enzo Pérez). O jogo na primeira parte foi aquilo que se previa. Pode ser um chavão, mas a verdade é que o Paços de Ferreira é mesmo uma equipa bem organizada. Os jogadores ocupam muito bem os espaços, jogam de forma apoiada e sabem pressionar bem o adversário, não sendo portanto surpresa nenhuma o bom campeonato que estão a fazer. O Benfica sentiu portanto naturais dificuldades para jogar o futebol que mais lhe agrada, e passou por um susto nos minutos iniciais do jogo, pois a boa entrada do Paços até lhe permitiu isolar o Cícero na cara do Artur, mas felizmente ele escorregou na hora de finalizar. Apesar das dificuldades, o Benfica aos poucos foi acertando o seu jogo, o que permitiu que alguns rasgos da qualidade individual dos nossos jogadores fossem criando desequilíbrios e sobressaindo num jogo essencialmente disputado a meio campo. O Lima, Aimar e Gaitán tiveram alguns lances perigosos, que foram desperdiçados ou anulados com alguma dificuldade pela defesa do Paços. O empate ao intervalo espelhava bem o equilíbrio da primeira parte, mas considerando a forma como o Benfica estava a conseguir controlar o Paços e as ameaças que os referidos rasgos individuais iam criando, parecia mais provável que na segunda parte fosse o Benfica a marcar.
E com o jogo a manter o mesmo perfil, foi mesmo um rasgo individual que permitiu ao Benfica adiantar-se no marcador. Pouco antes de se completar o primeiro quarto de hora o Salvio teve um lance individual pela direita, ultrapassou o defesa e fez o centro que deixou ao Lima apenas o trabalho de, à boca da baliza, encostar para o golo. Em desvantagem, o Paços tentou subir no terreno na procura do empate, mas o cenário ficou ainda mais complicado apenas dez minutos após o golo, pois o Vítor viu um cartão vermelho directo após uma entrada tardia com os pitons à canela do Gaitán - não me pareceu intencional, mas o lance é para vermelho, e este ano já vimos o André Gomes receber a mesma punição por um lance semelhante. Imediatamente a seguir à expulsão, o Benfica fez entrar o Rodrigo, que se foi colocar atrás do Lima para explorar precisamente o espaço extra que se abriu no meio campo. O resultado foi imediato, pois dois minutos após ter entrado o Rodrigo surgiu a rematar na zona frontal à baliza, e o Ola John marcou o nosso segundo golo na recarga. Com este golo o jogo ficou decidido, e a eliminatória muito bem encaminhada. A superioridade do Benfica até final foi evidente, e até poderíamos ter ampliado mais a vantagem, pois o Paços não desistiu de tentar atacar e dava cada vez mais espaço atrás.
Matic e Luisão em bom plano, o Garay regressou como se nunca tivesse estado ausente. A qualidade do Salvio e do Gaitán também foi importante, e o Rodrigo entrou bem no jogo. O Aimar acusou ainda muita falta de ritmo.
E assim fechámos o ciclo de quatro jogos fora. Ao contrário daquilo que certamente muitos desejariam, conseguimos um pleno: quatro vitórias, que significam a manutenção no topo da tabela da Liga, e um passo de gigante em direcção à desejada final do Jamor. Um último reparo em relação à arbitragem: pode ser muito embirração minha com o careca de Braga, devido ao muito mal que eu já o vi fazer ao Benfica, mas para mim hoje esteve ao nível que eu esperava: deplorável.
São anos e anos a ouvir a lengalenga da infalibilidade da “estrutura”. Não é uma estrutura qualquer, é “a” estrutura perfeita, nascida e criada de uma intentona desaguada em golpe palaciano e feita de pequenas grandes traições entre amigos. Como dita a história reescrita, é uma estrutura que nasceu imaculada e que se mantem perfeita há trinta anos feitos de longos dias e não menos longas e douradas noites.
A estrutura perfeita chegou a assemelhar-se a algo menos perfeito, quando foi apanhada a pagar em prostitutas favores nunca recebidos por parte de honrados árbitros. Sabe-se que esses pagamentos se deveram apenas ao elevado e saudável espírito benemérito que a caracteriza. Exactamente o mesmo espírito que levou o nunca suficientemente louvado líder da estrutura a dar aconselhamento familiar, em casa, a um pobre-diabo necessitado que, por um inocente acaso, era árbitro. A estrutura é tão perfeita que, recentemente, descobriu que havia um regulamentozito mal-amanhado do Campeonato Nacional e que, com o mero intuito de o aperfeiçoar, decidiu remarcar a data da realização de um jogo para um dia que, aparentemente, já não estava dentro das calendas legítimas. Aliás, sem grande esforço, provar-se-á que as calendas gregas existem. Estão na posse da “estrutura”, que as facultará a quem desconfie da marcação de um jogo, em Setúbal, para uma data que em muito parece ultrapassar o período temporal previsto nessa coisa menor chamada… legalidade.
A mais recente prova da perfeição da estrutura é esse pormenorzito de terem atropelado uns quantos regulamentos da Taça da Liga. Regulamentos que eles próprios aprovaram e que, caso não haja um “xito” estruturalmente perfeito, atirará borda-fora a sua equipa da dita competição. Obviamente que, perante a infalibilidade da estrutura, se isso vier a acontecer, provar-se-á que quem fica a perder não é a estrutura, mas sim a competição. Uma vez que fica privada de poder contar com a presença de uma estrutura tão imaculadamente perfeita, tão finamente irónica e tão saloiamente esperta, as três Graças que alicerçam a “estrutura”, esse monumento de perfeição.
Foi hoje, Jesus. Não foi fácil, foi preciso sofrer, lutar muito e mostrar muita raça, mas no final saímos da pedreira de Braga com o resultado desejado, que pode significar um passo importantíssimo na luta do título.
No onze apenas uma alteração em relação ao último jogo: Ola John no lugar do Cardozo. Mas tacticamente fomos uma equipa diferente, entregando ao Gaitán o papel de jogar solto nas costas do Lima, fazendo a ligação entre o meio campo e o ataque. E isso fez muita diferença, porque durante muito tempo o Braga não pareceu ser capaz de adaptar-se à mobilidade do Gaitán, que tanto aparecia a ajudar no meio campo como depois algures no ataque, fosse pela esquerda, direita ou pelo meio. E o Benfica dificilmente poderia pedir melhor entrada no jogo, pois após uma primeira ameaça do Enzo Pérez acabou por colocar-se em vantagem logo aos cinco minutos. Gaitán na jogada, pela direita, passe para o centro da área, o Lima arrastou o defesa com ele e o Salvio acabou por marcar à segunda, aproveitando a lentidão do Haas a reagir após a defesa do Beto. O Braga reagiu bem ao golo e tentou responder, conquistando diversos cantos, e num deles obrigou mesmo o Artur a uma defesa muito apertada, mas na maioria dos casos os nossos jogadores iam conseguindo resolver as situações. Ambas as equipas pressionavam alto na tentativa de recuperar depressa a bola, o que resultou em muita luta na zona do meio campo, mas com o Benfica a ser progressivamente empurrado mais para junto da sua área, sem no entanto deixar de responder em saídas rápidas para o ataque. O Benfica insistiu mais pelo lado esquerdo, num jogo em que, para variar, o Melgarejo esteve bastante ofensivo e o Maxi mais contido do que habitualmente. A velocidade dos nossos jogadores da frente revelou-se decisiva para o segundo golo, que começa num canto livre a favor do Braga. Depois de recuperada a bola, o Gaitán levou-a até ao ataque e serviu o Lima, com um cruzamento demasiado largo, mas o brasileiro foi buscar a bola e fez o golo num remate cruzado que deixou o Beto mal na fotografia. O Braga acusou este segundo golo, o que permitiu ao Benfica jogar os dez minutos que restavam na primeira parte com relativa tranquilidade.
A segunda parte foi diferente, sobretudo porque o Benfica pareceu apostado em gerir o resultado de uma forma atípica para aquilo a que a nossa equipa está habituada. O Benfica abrandou claramente o ritmo e baixou as linhas para mais junto da sua área, entregando a iniciativa do jogo ao Braga. Mas apesar de dispor de mais bola, o Braga foi praticamente incapaz de criar qualquer lance de perigo, pois os nossos jogadores iam resolvendo as situações sem grande dificuldade - paradoxalmente, o Braga na segunda parte criou menos perigo do que durante a primeira parte. O Benfica tentava depois explorar o adiantamento do Braga, e assim até criou duas boas oportunidades para fazer o terceiro golo, mas numa a tentativa de chapéu do Lima saiu mal, e na outra foi o Beto que defendeu o remate do Salvio. As coisas passaram-se com relativa tranquilidade durante a primeira metade do segundo tempo, mas a partir do momento em que o Braga retirou o Amorim do campo e meteu um extremo, alargando a frente de ataque, complicaram-se um pouco mais. Gerir um resultado de 2-0 acarreta sempre o risco do adversário marcar um golo e depois motivar-se por se ver a apenas um golo de distância, e isto acabou por acontecer mesmo, com o golo a ser marcado precisamente pelo João Pedro, o extremo que tinha entrado, e que explorou bem o espaço entre o central e o lateral esquerdo. O Benfica acusou o golpe e durante uns minutos tremeu um pouco, mas a cinco minutos dos noventa o Haas resolveu fechar uma noite em grande (teve envolvimento directo nos dois golos do Benfica) com um cartão vermelho, por impedir que o Lima se isolasse, e o jogo praticamente ficou resolvido nesse instante. De assinalar, apenas o regresso do Urreta à equipa do Benfica.
Num jogo como este o principal destaque é mesmo a equipa. Este ano temos sabido mostrar humildade e capacidade para sofrer quando a situação a isso obriga, e hoje foi mais uma prova disso. No plano individual, o Gaitán teve um papel decisivo no jogo - esteve nos dois golos, e foi o elemento que baralhou a estratégia do Braga. É muitas vezes fácil o Enzo Pérez passar despercebido num jogo, e tenho até a sensação que ele é um pouco mal amado entre os benfiquistas, mas eu considero-o fundamental no Benfica desta época. Tem sido quase perfeito em termos tácticos, dando o equilíbrio necessário a um meio campo que diversas vezes luta em inferioridade numérica contra os adversários, e na minha opinião hoje voltou a fazer um jogo muito bom. Gostei também da exibição do Luisão, do Lima, e de ver o Maxi Pereira com muito 'juizinho' num jogo com esta importância.
Terceiro importante jogo fora de portas seguido, terceira vitória. Objectivamente, creio que seria difícil pedirmos à nossa equipa mais e melhor do que têm feito até esta altura da época. Mantendo esta atitude, sobriedade e união, teremos todas as condições para um final de época muito feliz.
ANEXO V REGULAMENTO DE INSCRIÇÃO E PARTICIPAÇÃO DE EQUIPAS “B” NA II LIGA POR CLUBES DA I LIGA
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REGULAMENTO DISCIPLINAR DAS COMPETIÇÕES ORGANIZADAS PELA LIGA PORTUGUESA DE FUTEBOL PROFISSIONAL
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E agora?
Terminada a primeira volta, importa perceber o que nela se inscreveu de mérito do Benfica em resposta aos profetas que em cada adversidade encontram o som das trombetas apocalípticas.
Perante as saídas de Witsel e Javi Garcia, arregaçaram-se as mangas e criaram-se alternativas que rapidamente se demonstraram tão ou mais competentes do que os seus antecessores. Perante as arreliadoras lesões de Aimar e Carlos Martins, criaram-se dinâmicas novas e soluções com outros nomes. Perante o longo castigo e lesão de Luisão, o grupo de trabalho soube ouvir outras vozes de comando. Assim, nomes como Matic, Lima, Enzo, Jardel ou Ola John acabaram por se impor na equipa, aproveitando oportunidades e criando soluções onde as carpideiras patéticas anunciavam desgraças. A estes juntam-se futebolistas como Melgarejo, André Almeida e André Gomes, novos nomes a que nos fomos habituando e em quem aprendemos a confiar sem reservas. Tudo isto faz parte de um Benfica novo, ainda que mantendo as grandes referências das últimas épocas. Tudo isto se deve, especialmente, ao mérito de uma equipa técnica (desde Jorge Jesus a Pietra) que, pelo trabalho e competência, insiste em dar lições de profissionalismo e competência aos comentadores de bolso que se limitam a esperar o deslize para enfiar a facada. Todas estas soluções levaram a que o Benfica tivesse feito uma metade de época invicto no Campeonato, na Taça de Portugal e na Taça da Liga. Será, salvo erro, a segunda melhor primeira metade de Campeonato da História do Benfica e a melhor desde 1972//73 (a do campeonato invicto de Jimmy Hagan).
Ao ver este panorama, recordo as palavras de tantos que, cheios da soberba dos ignorantes, se apressaram, no início da época, em anunciar a desgraça. A esses relógios parados à espera dos dois momentos do dia em que ufanos podem dizer “eu bem disse, eu tenho razão”, resta-lhes esperar que na segunda volta do campeonato surja um qualquer Soares Dias (Benfica-Braga) ou Xistra (Académica-Benfica) que lhes alivie a azia.
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Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 22 de Janeiro e publicado na edição de 25/01/2013 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
«Proençaes soen mui bem trobar
e dizen eles que é com amor;
[...]»
El-Rei D. Dinis, CV 127, CBN 489
Mais uma vez o treinador do Porto volta a mostrar ser uma personagem desprezível. A exemplo do que tem acontecido recentemente, volta a botar faladura sobre arbitragens, numa tentativa óbvia de condicioná-las a seu favor - percebe-se: a época passada resultou na perfeição, já que bastou a cena comovente de pedir que entregassem já as faixas 'à outra equipa' para que se seguisse uma sequência épica de arbitragens nos nossos jogos que o levaram literalmente ao colo desde cinco pontos de atraso até três pontos de avanço.
Agora veio falar, logo de uma vez, não só das arbitragens dos seus jogos mas também da arbitragem em Braga e ainda da de ontem em Moreira de Cónegos (para uma pessoa que já afirmou não precisar de ver jogos do Benfica, parece estar muito bem informado sobre os mesmos). Pelos vistos o Sr.Pereira acha estranho que o Matic jogue em Braga. Pretenderia então, presume-se, que num jogo em que o Matic cometeu uma única falta durante os noventa minutos (basta consultar as estatísticas oficiais do jogo para verificar isto), falta essa que foi assinalada por jogo perigoso, num lance em que nem toca no adversário, visse o amarelo que o retiraria do jogo de Braga. Há que ter alguma compreensão pela estranheza do Sr.Pereira, tendo em conta os hábitos adquiridos ao ver, ao longo de várias épocas, jogadores importantes do Benfica serem 'retirados' cirurgicamente de jogos importantes (deve recordar-se, com alguma nostalgia até, do caso Xistra/Miccoli).
Parece-me que o facto do Benfica teimar em não descolar da frente do campeonato está a deixar aquela gente com nervoso miudinho. É que assim nem sequer dá para relaxar um pouco na Liga e apresentar equipas secundárias de forma a poupar jogadores para uma aposta mais séria nas competições europeias (um luxo a que o Porto se tem habituado frequentemente, e que por coincidência parece ter tendência para acontecer em épocas em que a aposta na Europa é forte).
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