VAMOS ACABAR COM AS IMBECILIDADES
Terça-feira, 30 de Abril de 2013

Colo

Parece que lá por cima está muita gente cada vez mais incomodada com a possibilidade do Benfica ganhar a Liga, e andam a disparar para todos os lados. Já não bastava o bufar constante do velho ou os dislates do azeiteiro, vejo agora um tal de Jaime Magalhães vir juntar-se ao coro e dizer que o campeonato nos foi 'oferecido por pessoas que estão a trabalhar muito bem' - calculo que mesmo este discurso básico lhe tenha sido ditado por alguém, uma vez que se bem me lembro do referido senhor, ele raramente mostrou capacidade para alinhavar mais de três palavras para formar uma frase com nexo, quanto mais para fazer qualquer tipo de discurso coerente. O campeonato ainda não acabou, mas se o viermos a ganhar então acho que se ele se estiver a referir aos nossos jogadores, equipa técnica, direcção e adeptos, então tem toda a razão. Todos fizeram um muito bom trabalho para nos oferecer esta vitória.

 

Quanto ao facto do mesmo Jaime Magalhães (para quem não se lembrar bem dele, é um rapaz que, como muitos jogadores da sua geração no FCP, foi infelizmente afectado por uma estranha calvície precoce - talvez o Casagrande possa oferecer mais explicações) afirmar que o Benfica foi 'levado ao colo', apesar de discordar completamente dessa opinião considero que me é difícil discutir isso, uma vez que julgo que ele será, juntamente com vários ex-colegas dele, uma das maiores sumidades portuguesas em questões de colo. Quem passa umas boas dezenas de anos bem embalado e apertadinho no colinho de tanta e tão ilustre gente (ao ponto de provavelmente já nem sequer sentir cócegas com os bigodes de um Martins dos Santos ou umas barbas de um Calheiros qualquer) só pode ser um grande entendido na matéria.

publicado por D'Arcy às 14:20
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Quase

 

Com muita culpa nossa, foi preciso sofrer bastante para arrancarmos esta vitória importantíssima para a discussão do título. Ao alheamento da primeira parte respondemos com uma grande atitude na segunda, o que nos recompensou com o golo que tanto procurámos e parecia não querer aparecer.

 

 

O nosso treinador tinha falado em possíveis surpresas, mas o onze inicial do Benfica não foi particularmente surpreendente. Repetindo Olhão, o André Almeida ocupou o lugar de lateral esquerdo, enquanto que na frente de ataque jogaram o Lima e o Rodrigo, relegando o Cardozo para o banco. Para um jogo que se antevia complicado, seria difícil pedir um início melhor para nós do que aquele que aconteceu. Com três minutos de jogo e quando as equipas ainda estariam numa fase de estudo mútuo o Lima foi literalmente varrido por trás dentro da área e o árbitro, de certeza que para desgosto do velho corrupto e do azeiteiro, que bem apelaram aos favores arbitrais durante a semana, assinalou o respectivo penálti. O Lima não tremeu e na marcação do mesmo atirou a bola para um lado e o guarda-redes para o outro. O pior foi que, ao contrário do que seria de esperar, o golo madrugador fez mal ao Benfica. Os nossos jogadores devem ter ficado logo a pensar no jogo da Liga Europa e recuaram imenso, acantonando-se no seu meio campo e fazendo um jogo de expectativa (não foram definitivamente ordens do JJ, porque ele bem barafustava no banco e mandava a equipa subir). O Marítimo fez o que tinha a fazer: convidado a atacar, pegou no jogo e carregou sobre a nossa baliza. Uma bola no poste, poucos minutos a seguir ao nosso golo, deveria ter servido de aviso, mas nada mudou. Mesmo sem conseguir criar muitas oportunidades flagrantes de golo, o domínio do Marítimo no jogo com muita posse de bola e a presença constante desta nas imediações da nossa área faziam prever que o golo do empate pudesse acontecer a qualquer momento. Aconteceu - com inteira justiça, diga-se - quase em cima do intervalo, num cabeceamento do central Rossi, que aproveitou uma falha de marcação da nossa defesa para aparecer solto ao segundo poste após um cruzamento da direita.

Como que comprovando que a má exibição na primeira parte nada tinha a ver com algum eventual cansaço, o Benfica surgiu transfigurado no segundo tempo. Pressão e ataque constante resultaram, logo nos primeiros dez minutos, em três oportunidades claras de golo: primeiro o Rodrigo, isolado, rematou frouxo e ao lado da baliza, e depois o Lima acertou na barra e no poste da baliza do Marítimo. O Benfica não desistiu, e agora era junto à área do Marítimo que a acção se passava, com várias tentativas de remate a encontrar jogadores do Marítimo a dar o corpo ao manifesto e a evitar que a bola seguisse na direcção da baliza. Por esta altura já começava a parecer que iríamos acabar a lamentar a primeira parte dada de avanço ao adversário, já que estava difícil fazer a bola entrar, mas ainda antes de chegarmos a uma fase de desespero (pouco antes de entrarmos no último quarto de hora) a sorte que nos tinha voltado as costas naquelas duas bolas ao ferro resolveu sorrir-nos. Numa iniciativa individual o Salvio entrou pela direita, ganhou a linha de fundo, e o seu cruzamento foi tocado pelo Rossi, que assim enganou o seu guarda-redes e marcou pelas duas equipas. De volta à vantagem no marcador, desta vez o Benfica não cometeu o mesmo erro de recuar demasiado para segurar o resultado, pelo que a tentativa de reacção do Marítimo nunca conseguiu causar qualquer perigo para a nossa baliza. Durante a maior parte do tempo que decorreu até final o Benfica até conseguiu mesmo ter a bola em sua posse.


Os melhores do Benfica num jogo que não foi brilhante foram o Matic, o Lima e o Salvio. O primeiro fez o trabalho habitual no meio campo, mas esteve melhor sobretudo na segunda parte, já que na apagada primeira parte do Benfica esteve ao nível da mediania geral. O Lima trabalhou bastante, marcou o penálti com frieza e bem poderia ter adicionado mais um golo à sua conta, pois foi o mais rematador da equipa e viu a bola ir aos ferros por duas vezes. O Salvio não brilhou tanto no ataque como habitualmente, mas acabou por ficar directamente ligado ao golo da vitória. Gostei da exibição dele sobretudo pelo espírito de luta que revelou, tendo trabalhado imenso no auxílio à defesa nas fases mais complicadas do jogo. O Ola John, a exemplo do que tem acontecido nos últimos jogos, não me agradou. Parece-me demasiado alheio ao jogo e com pouca vontade de lutar por qualquer bola dividida.


Mais um passinho dado, e agora estamos ainda mais perto do objectivo principal da época. Como as coisas estão agora, bastar-nos-á vencer os dois jogos que temos em casa para nos sagrarmos campeões, e até já é possível, com a conjugação certa de resultados, sermos campeões na próxima jornada. Gostei de ver a forma como os jogadores festejaram a vitória, porque eles perceberam bem a importância dela. Mas não podemos relaxar, porque apesar de estarmos quase lá, falta ainda o quase.


P.S.- Apesar do arraial montado durante a semana, do que bufou o velho corrupto e arengou o azeiteiro de sobrolho arqueado, gostei da arbitragem do 'desconhecido' Manuel Mota. Provavelmente o problema dos citados foi mesmo ter sido nomeado um desconhecido em vez de um 'consagrado' que eles saberiam muito bem como manipular. Marcou o penálti evidente sobre o Lima, e na minha opinião ajuizou bem os dois lances sobre o Cardozo: no primeiro o defesa cortou a bola, e no segundo, apesar de haver contacto, não me pareceu suficiente para provocar a queda - é tão penálti quanto foi o suposto sobre o Volkswagen a semana passada (não duvido no entanto que se os lances fossem na nossa área haveria muita gente a dizer que tinham sido roubados dois penáltis ao Marítimo). Não consigo perceber de que se queixa o Pedro Martins. Como não tem nenhum lance específico a que se referir, fala de arbitragem 'implacável'. Se calhar passou demasiado tempo a olhar para o ar à procura de pássaros em vez de ver o jogo.

publicado por D'Arcy às 02:30
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Sexta-feira, 26 de Abril de 2013

Uma questão de dimensão

Na última jornada, o nosso Benfica ultrapassou mais um obstáculo, mais uma “final”, para obter o desejado título de campeão. Faltam quatro jogos para terminar o campeonato e, até ver, faltam-nos três vitórias para podermos cumprir o principal e prioritário objectivo da época.

 

Terminado o referido jogo, foi interessante ver o esplendor da manifestação dos complexos dos nossos vizinhos da Segunda Circular. Num acesso histérico de delírio psicótico, insistem em forçar a realidade em função da ilusão. O estado de negação da realidade fá-los repetir à exaustão uma cantilena patética e bem ensaiada pelo clube do Sr. Costa, o tal que nas últimas décadas tem servido de conselheiro, modelo e amparo para os sucessivos insucessos desportivos e financeiros dos do Lumiar. Enquanto gritam pela marcação de grandes penalidades, à dúzia, em função de correntes de ar e achaques oportunos dos seus avançados, esquecem-se de que têm como elemento mais consistente no seu sector defensivo um lateral emprestado pelo… Beira-Mar. Enquanto demonstram à saciedade o seu complexo para com o Benfica, fingem não ver que têm menos pontos conquistados (33) do que os pontos que os separam do Glorioso (37). Enquanto choram por não terem cumprido o seu único objectivo de todas as épocas – tentar evitar o sucesso do Benfica – esquecem-se de que conseguiram (na 26ª jornada) cumprir o único objectivo que a realidade insiste em atirar-lhes à cara – garantir matematicamente que não descem de divisão. E ainda há quem estranhe que nós, benfiquistas, não entremos em euforia com vitórias de circunstância sobre rivais que cantam orgulhosamente, como um feito, um ignóbil incêndio provocado na nossa casa…

 

Fomos habituados a festejar apenas as conquistas de títulos e, uma vez que ainda não conquistamos nenhum dos três que estamos perto de vencer, não festejamos em euforia vitórias contra um clube que se põe em bicos de pés, para que ninguém se aperceba de que está algures pelo meio da tabela.

 

_____

Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 22 de Abril e publicado na edição de 26/04/2013 do jornal "O Benfica".

 

[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]

publicado por Pedro F. Ferreira às 15:15
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Quinta-feira, 25 de Abril de 2013

Pálida

Uma derrota pela margem mínima que deixa tudo em aberto para a segunda mão, mas que castiga um exibição pálida do Benfica esta noite. E podemos considerar que fomos protegidos pela sorte, já que por três vezes vimos a bola embater nos ferros da nossa baliza - o Gaitán também atirou uma vez ao ferro.

 

 

O André Gomes foi a escolha natural para o lugar do Enzo, tendo a surpresa sido a entrada do Aimar no onze, para fazer a ligação com o ataque. Na defesa, a presença natural do Jardel no lugar do capitão Luisão. O ambiente turco pouca influência pareceu ter sobre a nossa equipa, já que o nosso início de jogo foi bastante razoável. Durante o primeiro quarto de hora o Benfica teve o jogo controlado, e até dispôs de duas oportunidades, nos pés do Salvio e do Aimar. Mas perto dos vinte minutos o Fenerbahçe dispôs de duas oportunidades de rajada, tendo na segunda enviado a bola à barra da nossa baliza num cabeceamento do Webó, e despertou com esses dois lances, passando a ter superioridade no jogo durante os minutos que se seguiram. Mas apesar do relativo ascendente de cada uma das equipas em determinados períodos do jogo, nunca houve propriamente períodos de sufoco, já que parecia haver muito respeito de parte a parte, e para além disso o futebol jogado era muito desligado, com passes falhados e poucas jogadas dignas de interesse. Já em período de descontos antes do intervalo, penálti contra o Benfica, após uma falta desastrada do Ola John, e a sorte a sorrir-nos mais uma vez, já que na marcação o Baroni acertou no poste.

 

 

Para a segunda parte surgiu, sem grande surpresa, o Gaitán no lugar do Aimar, já que o nosso dez mostrou uma natural falta de ritmo. A reentrada dos turcos foi forte, tentando por várias vezes o remate e acertando mesmo no ferro pela terceira vez no jogo, desta vez num remate do Kuyt. Praticamente na resposta, foi o Gaitán quem atirou ao poste, naquela que foi a melhor oportunidade do Benfica em todo o jogo. A partir do meio da segunda parte o Benfica pareceu recuar mais, não se se por falta de frescura física ou por ser uma aposta em segurar o nulo, mas a verdade é que no espaço de alguns minutos os turcos carregaram mais, sem que o Benfica conseguisse segurar a bola ou sair para o ataque para respirar um pouco, limitando-se os nossos jogadores a aliviar bolas para onde estavam virados. Coincidência ou não, o Fenerbahçe chegou mesmo ao golo no culminar desse período, num momento em que, para variar, a sorte não nos foi favorável, já que o golo surge na sequência de um canto mal assinalado. O Melgarejo ao segundo poste encarregou-se de fazer a assistência para o primeiro poste, numa zona onde estavam três adversários à vontade, tendo um deles cabeceado para o golo (mesmo assim a bola ainda foi ao poste antes de entrar, de nada valendo o corte do Jardel, pois a bola já tinha ultrapassado a linha). Faltavam vinte minutos para o final, mas pouco mais de assinalável se passou até final. Os turcos pareceram relativamente satisfeitos com o resultado, e o Benfica foi desastrado e desinspirado no ataque.

 

 

O melhor do Benfica terá sido o Matic. O Melgarejo fez um jogo bastante fraco, e não digo isto apenas pela 'assistência' para o golo turco. Antes disso já ele tinha tido mais do que um corte disparatado, e algumas perdas de bola desnecessárias. O Rodrigo, que entrou a meio da segunda parte, revelou-se um auxiliar importante da defesa do Fenerbahçe na manutenção da vantagem mínima.

 

A derrota por um a zero é um resultado sempre bastante perigoso, mas deixa-nos com boas possibilidades de discutir o acesso à final para a semana, em nossa casa. O Fenerbahçe não mostrou ter uma qualidade suficientemente grande para que esta desvantagem seja uma barreira inultrapassável. Mas temos agora que saber desviar a atenção desta competição, e focar-nos no jogo com o Marítimo. A conquista da Liga é a grande prioridade e a Liga Europa continua a ser, para mim, acessória. Tendo em conta a campanha que o velho corrupto e o azeiteiro já andam a fazer para esse jogo, não podemos dar-nos ao luxo de cometer o menor deslize.

publicado por D'Arcy às 23:23
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Segunda-feira, 22 de Abril de 2013

Normalidade

Não me vou dar ao trabalho de escrever muito sobre a vitória desta noite sobre o sportém. Para mim sempre foi um clube sem pinga de identidade, submisso a quem nós sabemos bem e que merece inteiramente todas as desgraças que se têm abatido sobre ele esta época. Preferia nunca ter que jogar com eles (quando fecharem as portas verei esse desejo realizado) e não fosse o facto de não querer abandonar o Benfica nem sequer veria os jogos com eles.

 

 

Aconteceu normalidade na Luz. Ganhámos a uma das más equipas da Liga, que ocupa presentemente o décimo lugar da classificação e que nem sequer metade nos nossos pontos tem. Não fizemos um bom jogo, fizemos simplesmente o suficiente para vencer, tendo a mais que evidente superior capacidade individual dos nossos jogadores sido decisiva. Perante um adversário que primou por tentar trocar a bola entre os seus jogadores com um mínimo de risco e sem grande objectividade na procura do golo, o Benfica apresentou-se lento e pouco pressionante, sendo necessário esperar até dez minutos do intervalo para que o marcador funcionasse, num lance de futebol corrido em que o Cardozo descobriu o Gaitán na esquerda para um cruzamento rasteiro que foi finalizado pelo Salvio com um remate colocado de primeira, efectuado com o pé esquerdo. A segunda parte fica simplesmente assinalada pelo golo da confirmação da nossa vitória, a quinze minutos do final - um momento sublime que demonstra a qualidade dos nossos jogadores. Até hoje pensava que seria impossível algum golo esta época conseguir rivalizar com o do Matic contra o Porto, mas o Gaitán encarregou-se de mostrar que estava enganado. Depois de num bailado delicioso ter deixado dois adversários para trás, tabelou com o Salvio e com o pé direito assistiu o Lima para o remate vitorioso. Tudo ao primeiro toque, quase impossível de descrever. Só mesmo vendo.

 

 

Homem do jogo: Nico Gaitán. Não quero saber que tenha perdido bolas, que tenha errado passes. Fez as assistências para os dois golos, e fez uma jogada no segundo golo que vai ficar para sempre na minha memória, por mais anos que passem. E duvido que no nosso plantel exista outro jogador com a mesma capacidade técnica para fazer algo parecido.

 

 

Embalada pela melhor série de resultados da época - uma sequência épica de três vitórias tangenciais nos descontos sobre colossos do futebol mundial - a lagartagem foi fiel à sua natureza e passou as últimas duas semanas bêbada de arrogância a dizer que vinha ganhar à Luz. Perdi a conta ao número de gente que andou com este discurso, desde o treinador do Moreirense que afinal é empregado do sportém e orienta a sua equipa num jogo contra o seu empregador sem problemas porque é 'profissional', até um jogador emprestado pelo Beira Mar ao sportém. Esta noite a realidade, qual comboio de mercadorias desgovernado, chocou de frente com eles. Neste momento ainda devem andar alguns pela Luz à procura dos dentes, enquanto que um Burro qualquer olha para o ar à procura de pássaros. O mais importante é que vencemos mais uma final, e agora restam quatro. Quanto ao jogo, simplesmente: nem sequer precisamos de jogar bem para ganhar a este sportém.


P.S.- Tenho a impressão de que ficaram seis penáltis por marcar contra nós (pelo menos).

publicado por D'Arcy às 00:04
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Sábado, 20 de Abril de 2013

A Corrida do Benfica

Participei pela segunda vez na Corrida do Benfica, cognominada com nome de campeão, em justa homenagem ao nosso António Leitão.

 

Entre cansaços e dores musculares, fruto de “atletismo de bancada” e preparação física deficitária em nome da fantástica gastronomia, vamos (eu e uns bons milhares que se preparam com o mesmo afinco e dedicação) conseguindo cumprir a légua e a dupla légua que nos separam da meta. Por todo o lado, é notória a boa disposição, por todo o lado se ouve o grito pelo Benfica, espontâneo e sentido. Correm-se umas boas centenas de metros e alguém re-grita “Benfica!”. Assim, o nome do Glorioso é gritado apenas porque apeteceu e estamos entre benfiquistas, em boa vizinhança e com o ninho das águias ali, à vista. É um grito que vai ecoando e passando entre gargantas e entre passadas, entre o fôlego e o esforço, aquele esforço, o tal esforço que nos faz não desistir enquanto não cortarmos a meta. Ouve-se “Benfica” e pensamos que é só mais um esforço, só mais um antes do próximo, até à meta.

 

Cortada a meta, fica a sensação enganadora de que terminou. Não terminou. Porque a meta não é uma, são muitas, é cada um de nós, na medida em que cada um sabe que compete essencialmente consigo. Cada um sabe que a meta para um benfiquista é dar o melhor de si, o melhor que pode e o melhor que sabe. E ouve-se novamente gritar pelo Benfica. Este nosso Benfica que está tão próximo de cortar três metas e, assim, garantir que cumpre a meta da melhor época da sua História. E nós com ele, nesta corrida, a gritar por ele e a pedir só mais um esforço, só mais um antes do próximo, até à meta. E em cada grito que se ouve vindo da bancada está o benfiquismo, e em cada passada dada está a proximidade da meta, da tal meta que implica que nos superemos todos, em conjunto. Ouve-se gritar pelo Benfica e a corrida continua, está tão perto da meta e nada ainda está ganho, mas, uma das metas, a do Jamor, já ali está, oito anos depois… é só mais um esforço.

 

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Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 16 de Abril e publicado na edição de 19/04/2013 do jornal "O Benfica".

 

[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]


publicado por Pedro F. Ferreira às 09:28
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Sexta-feira, 19 de Abril de 2013

Chama Imensa 1904

Há quem marque golos no relvado e há quem os marque fora dele. Podemos conseguir algo histórico esta época. Não deixemos fugir a oportunidade. Nós acreditamos! Viva o BENFICA!

 

publicado por S.L.B. às 18:58
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Terça-feira, 16 de Abril de 2013

Regresso

O regresso ao Jamor foi garantido, num jogo em que o Benfica fez uma exibição mais apagada do que habitual, mas mesmo assim q.b. para evitar quaisquer sobressaltos maiores numa eliminatória que esteve sempre controlada.


 

Não houve de facto poupanças no onze escolhido, com o Benfica a apresentar a equipa mais forte - eventualmente poder-se-á apenas considerar que a titularidade do Rodrigo em vez do Lima foi a única excepção. O jogo teve poucos motivos de interesse - o Benfica tomou naturalmente a iniciativa, ainda que sem acelerar muito o ritmo, e o Paços, mesmo em desvantagem, nunca mostrou vontade de assumir grandes riscos, preferindo manter sempre a sua boa organização e saindo para o ataque apenas pela certa. Mesmo numa toada convenientemente morna o Benfica foi sempre mais rematador e construiu as melhores oportunidades de golo, quase sempre com o Cardozo em destaque, tendo inclusivamente atirado uma bola ao poste. O Paços apenas por uma vez durante o primeiro tempo conseguiu responder com perigo, tendo o Artur sido obrigado a uma boa intervenção aos pés do Hurtado, que se tinha isolado pela direita da nossa defesa. Apesar das várias tentativas de remate da nossa equipa - para além do Cardozo também o Rodrigo ou o Salvio tiveram remates perigosos que falharam o alvo por pouco - o nulo manteve-se até ao intervalo, ficando-se com a sensação de que os nossos jogadores estiveram sempre  plenamente conscientes de que tinham a eliminatória na mão.

 

 

Nos minutos após a reentrada o Benfica pareceu acelerar um pouco mais o ritmo, e com oito minutos decorridos chegou ao golo, e sem surpresa pelo Cardozo, na conclusão de uma jogada agradável entre o Enzo e o Gaitán, que fez o centro da esquerda para o remate rasteiro e colocado de primeira por parte do paraguaio. Com a vantagem de dois golos trazida da primeira mão já o Benfica parecia dono e senhor da eliminatória, e com este golo então todas as dúvidas terão ficado dissipadas. Julgo que mesmo os nossos jogadores terão ficado demasiado convencidos disso, e baixaram ainda mais o ritmo. Acho que em alguns momentos terá mesmo havido alguma complacência por parte da nossa equipa, e disso se aproveitou o Paços para crescer no jogo. Infelizmente isto acabou por resultar no golo do empate, que aconteceu a dez minutos do final e assim estragou o registo defensivo imaculado do Benfica na prova. O golo resulta precisamente de um passe displicente do Maxi, que isolou o recém-entrado Cícero e este não teve grande dificuldade em marcar - mas já antes do golo se tinham visto outras ocasiões em que houve falta de concentração dos nossos jogadores, ou excesso de confiança. O Paços é uma boa equipa, muito bem orientada, e voltou a demonstrá-lo neste jogo, pelo que era previsível que acabasse por aproveitar algum erro nosso.

 

 

O melhor do Benfica foi, para mim, o Cardozo. Foi o mais rematador e a grande maioria dos lances de perigo do Benfica passaram por ele, tendo feito por merecer plenamente o golo que marcou.


Conseguiu-se o regresso ao Jamor, que era o que mais importava. A exibição não foi por aí além, mas foi suficiente para garantir o objectivo desejado, e o jogo não pareceu ter exigido um grande esforço da parte dos nosso jogadores, permitindo gerir a condição física para a fase decisiva da época que se aproxima. Agora é recarregar baterias para vencermos a próxima final.

publicado por D'Arcy às 00:59
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Sexta-feira, 12 de Abril de 2013

Estar entre

Como é que um benfiquista vive estes dias que podem estar entre o quase tudo e o quase nada?

 

Normalmente, vivemos com a vertigem quase messiânica de que, como adeptos de um clube eleito, o nosso destino cumprir-se-á inexoravelmente na próxima vitória e na outra a seguir e assim sucessivamente. No entanto, esta nossa estranha forma de sentir o clube atira-nos também, frequentemente, para um estranho antecipar da desgraça como forma de mitigar uma imaginada dor. Antecipamos a vitória com a mesma vertigem com que tememos o insucesso. Insultamos o goleador com a mesma vertigem com que o festejamos. Trocamo-nos entre apocalipses antecipados pela ausência de um futebolista e Génesis paradisíacos com a contratação de outro. Saltamos entre o assobio e o aplauso ao ritmo da bola que vai ao poste e entra, e a outra que se desencontrou no seu caminho.

 

E é assim que agora nos encontramos, neste fantástico final de época em que cada jogo é decisivo para que se possa fazer a festa ou o luto, o tudo ou o nada. Olhamos para o relvado, para os nossos, e em cada momento e movimento vemos um promessa de algo que está em busca e à espera de que a promessa se confirme num grito de vitória ansiada. Faltam poucos jogos, poucos minutos, e estamos tão perto que sentimos a ânsia de já ver ‘o tudo’ e ainda termos nas mãos ‘o nada’. Dizia Bill Shankly que o futebol era muito mais do que uma mera questão de vida ou morte. Olho para este final de época do nosso Benfica, sinto como todos nós o estamos a viver, e penso que o Bill Shankly tinha razão, mas ainda lhe faltou acrescentar que, além disso, é uma questão de sofrer na esperança de vencer. Mas, para saber isso, precisaria de viver o benfiquismo feito da esperança na vitória, mas assente na realidade de que nada ainda está ganho.

 

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Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 09 de Abril e publicado na edição de 12/04/2013 do jornal "O Benfica".

 

[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]



publicado por Pedro F. Ferreira às 16:16
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Superior

Os vinte minutos de sofrimento eram perfeitamente dispensáveis. Carimbámos a passagem às meias-finais, conforme era desejável, mostrámos ser uma equipa superior ao Newcastle, e foi apenas o nosso desperdício e a oferta de um golo ao adversário que nos obrigaram a ter que passar por este período de sofrimento.

 

 

O onze escolhido apresentou apenas um avançado (Lima), apoiado pelo Gaitán, como Ola John e o Salvio nas alas. Na defesa a confirmação de que o André Almeida é o titular na Liga Europa. A primeira parte foi quase ideal para o Benfica. E foi 'quase' simplesmente porque faltou apenas o golo para a fazer ideal. Se alguém esperava uma entrada forte do Newcastle desde o apito inicial, ficou desiludido porque nada disso aconteceu. Foi o Benfica quem entrou melhor, e melhor se manteve até ao apito para o intervalo, controlando completamente o jogo, sem permitir que o Newcastle causasse qualquer perigo e construindo ainda jogadas suficientes para justificar chegar ao final da primeira parte em vantagem no marcador e com a eliminatória no bolso. O mote foi dado logo nos primeiros minutos, com um remate de calcanhar do Lima que foi defendido por instinto, e a partir daí foi mais do mesmo, sendo apenas de estranhar a pouca eficácia dos nossos jogadores na altura de finalizar. A oportunidade mais flagrante esteve nos pés do Gaitán, que assistido pelo Lima e sem o guarda-redes na baliza conseguiu rematar direito ao defesa que estava sobre a linha. Do lado do Newcastle, basta dizer que fez o primeiro remate no jogo (que foi praticamente um passe ao Artur) aos quarenta e dois minutos para se perceber o quão controlado o jogo estava.

 

 

Para a segunda parte o Newcastle lançou um segundo ponta-de-lança para o jogo, o que deixava antever uma aposta mais forte no ataque e num jogo mais directo, mas os primeiros minutos mostraram pouca diferença para a primeira parte. O Benfica continuava por cima no jogo, e mostrava estar mais perto de marcar, com remates do Ola John, Lima ou Gaitán. Com metade da segunda parte decorrida, o Newcastle apostou mais ainda no ataque e fez entrar o Ben Arfa, e a seguir à sua entrada pareceu-me que o Benfica ficou um pouco mais nervoso, revelando demasiada pressa em afastar a bola da sua área com chutos para a frente, em vez de privilegiar a posse de bola. O manager do Newcastle, Alan Pardew, tinha dito que já ficaria satisfeito se chegasse aos últimos vinte minutos ainda em posição de precisar de marcar dois golos para passar a eliminatória, e a verdade é que foi precisamente a vinte minutos do final que o Newcastle chegou ao golo, de uma forma algo inesperada. Num lance que estava perfeitamente controlado pelos nossos jogadores o Matic e o Garay hesitaram sobre quem jogaria a bola e quem se aproveitou disso foi o Ben Arfa sobre a linha de fundo, com a bola a seguir para o Ameobi e a acabar num cabeceamento do Cissé à boca da baliza. O golo despertou o 'monstro', e com o apoio do público de St.James' Park o Newcastle lançou-se na busca do golo que lhe daria a vantagem na eliminatória. Fê-lo com à custa de muito coração, e durante vinte minutos sofremos, mesmo que o Newcastle não tenha exactamente criado grandes ocasiões de golo. Para ser mais exacto, o sofrimento no jogo propriamente dito terá sido de cerca de dez minutos, nós adeptos é que sofremos durante todo o tempo em que o resultado esteve em 0-1. Isto porque à entrada para os dez minutos finais o Benfica pareceu recuperar a compostura e, aproveitando o balanceamento atacante do Newcastle, voltou a ameaçar marcar por várias vezes, o que acabou mesmo por conseguir já em período de descontos, com o Salvio a aproveitar da melhor maneira um cruzamento rasteiro do Rodrigo na esquerda e a matar a eliminatória.

 

 

Gostei do Enzo, do Salvio e do Gaitán neste jogo. O Rodrigo e o Cardozo entraram bem, e foram eles quem construiu a jogada do nosso golo. O Matic esteve um pouco abaixo daquilo a que nos tem habituado esta época.

 

Não tenho grande preferência pelo adversário das meias finais. Eventualmente, talvez gostasse de evitar uma viagem à Turquia, mas preocupar-nos-emos com isso quando a altura chegar. Agora é tempo de pensarmos no jogo com o Paços, para tentarmos carimbar a presença no Jamor.

publicado por D'Arcy às 00:50
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