Depois dos jogos apagados, o Rodrigo apareceu em grande na pré-época. Talvez o melhor jogo que o vi fazer desde aquela noite na Rússia em que foi ceifado pelo Bruto Alves, coroado com um hat trick supersónico no espaço de apenas oito minutos. Seria muito bom que este nível fosse para manter. A armada sérvia esteve em bom plano - o Djuricic jogou na primeira parte e muito bem, e o Markovic entrou para a segunda parte, exibindo-se igualmente em muito bom nível. Gostei também do Matic, mas esse já o conhecemos bem. Acho que hoje deve ter sido a exibição mais agradável que a nossa equipa fez até agora na preparação para a nova época.
A Família Benfiquista ficou hoje mais pobre, com a partida do nosso antigo Presidente, Fernando Martins.
Recordo Fernando Martins como o primeiro presidente do Benfica de que tenho memória, assim como por ter sido o responsável pela contratação de um dos nossos melhores treinadores: Sven-Goran Eriksson.
Mas provavelemente será pelo fecho do 3º Anel do antigo Estádio da Luz que será recordado pela maioria dos Benfiquistas e não só.
Como todos os presidentes, também foi criticado por algumas das suas decisões, como a transferência de Chalana para o Bordéus ou por ter confiado em Pinto da Costa...
Mas mesmo assim, recoradarei Fernando Martins como tendo sido um grande Benfiquista que, enquanto Presidente do clube (e mesmo depois), sempre procurou aquilo que, no seu entender, era o melhor para o Benfica.
Foi pena a expulsão, mas acabou por ser mais um treino útil - até porque a arbitragem esteve ao nível daquilo que deveremos encontrar frequentemente durante a época. Destacaram-se os que o têm feito com mais frequência na pré-temporada: Lima e Markovic a marcar, Salvio a jogar e fazer jogar. O Enzo e o Matic parecem estar a caminhar para o nível a que nos habituaram a época passada e o Cortez parece estar mais integrado. Apesar de ter até agora gostado do que o Lisandro mostrou, gostaria muito de continuar a contar como Garay esta época. O Rodrigo e o Ola John continuam a ser os dois jogadores que menos me têm agradado até agora.
Um jogo-treino sem grandes motivos de interesse. Um primeira parte muito pobre e uma segunda parte onde, com mais potenciais titulares em campo, as coisas melhoraram um pouco, mas apenas vimos algum futebol interessante durante cerca de quinze minutos. Um penálti já no último minuto de descontos acabou por permitir ao Lima bisar e dar-nos a vitória.
Para mim o jogo valeu apenas por ver o toque artístico do Gaitán.
Cumpre-se, com a inauguração do Museu Cosme Damião, mais do que uma promessa presidencial, um anseio de todos os benfiquistas. Temos os nossos alicerces bem cimentados numa História de que nos podemos orgulhar. Sabemos quais as nossas origens e temos a noção de que sem elas seríamos uma massa desenraizada e condenada ao efémero. A nossa perenidade vive num permanente anseio de futuro quase messiânico e numa evocação orgulhosa do passado. Fomo-nos construindo Benfica, agindo com os diferentes tempos. Soubemos, na sociedade, ser resistência quando os tempos queriam obrigar o país à modorra passiva. De igual forma sabemos dizer “não” à corrupção desportiva quando os tempos no-la apresentam em apitos ameaçadores em tons de dourado. Pelo meio somos vitórias, cicatrizes, dores, sorrisos, luta e resistência.
Tudo isto teria de estar presente no nosso Museu. Não poderia ser um depósito brilhante de troféus e ‘memorabilia’. Teria de ser um espaço que nos remetesse para o Benfica como agente do seu tempo e para os benfiquistas como alma do Clube. Ao visitar o Museu percebemos bem que estes anseios estão lá orgulhosamente cumpridos. Simbolicamente, podemos vê-los naquele corredor que permite a subida ao primeiro andar, aquele momento em que visualizamos o Benfica como uma realidade bem maior do que um clube; aquele momento em que sentimos que o Benfica se construiu construindo o tempo, o seu tempo. O tempo que, através do Benfica, é o nosso tempo e que podemos e devemos viver e reviver, em sucessivas visitas, para que nos inspire a construir o tempo futuro do nosso Benfica.
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Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 23de Julho, e publicado na edição de 26/07/2013 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
Foi um bom teste para nós. Defrontámos uma equipa a jogar no limite superior da agressividade e a fechar-se perto da sua área, o que no fundo é o pão nosso de cada dia na liga portuguesa. Gostei de algumas coisas - sobretudo na primeira parte, mas ainda há muito trabalho para fazer até ao início da época. Gostei de ver o Garay de regresso, gostei de ver o Markovic jogar naquela posição e gostei da jogada do nosso golo. Não gostei de sofrer um golo a papel químico daquele que nos custou o campeonato a época passada. De resto, os jogadores que mais me agradaram provavelmente ainda estarão em risco de não estar por cá quando a época começar (Salvio e Gaitán). Parece-me que, desde que haja vontade de o fazer, há opções em quantidade suficiente para que não sejamos obrigados a espremer um grupo restrito de titulares durante toda a época.
Começaram os jogos de pré-época, recomeçaram as sentenças definitivas acerca da mais-valia ou não dos reforços. Garantidamente, a julgar pela regularidade anual com que são debitadas, as referidas sentenças ajudam a fazer jus ao adjectivo ‘silly’ que costuma acompanhar a ‘season’.
Com a ausência de quase meia-dúzia de futebolistas (internacionais que perlongaram as férias por terem estado ao serviço das suas selecções); com alguns jogadores que fizeram pouco mais do que uma semana de treinos em conjunto; com um futebolista que fora contratado na antevéspera do primeiro jogo e outro que tinha apenas mais um dia de Benfica do que o anterior; com dois jogos de treino feitos no espaço de 24 horas e com um terceiro apenas 48 horas depois; com o plantel longe de estar definido no que respeita a dispensas, vendas e contratações… Com tudo isto e muito mais, foi possível a muitos especialistas de bancada, televisão, rádio, jornais, tascas, redes sociais e casas de alterne debitarem certezas acerca do valor dos futebolistas, da táctica, da estratégia, da cor das camisolas, da “estrutura” (ah! a famosa “estrutura”…), da distância entre Portugal e a Suíça, e até da quantidade de mosquitos em torno do campo onde se jogou o primeiro jogo se ouviu uma teoria. O denominador comum foi o tiro ao alvo a um ou outro ódio de estimação que se transformará em amor eterno logo que surja a próxima entrevista exclusiva ao jornal do escriba. No meio de tudo isto, alguns dos reforços foram endeusados sem qualquer motivo especial e outros crucificados apenas porque sim. Sendo que, em alguns casos, do Olimpo ao Gólgota e vice-versa bastaram apenas 24 horas e uma mudança de vento na redacção ou de humor dos opinadeiros.
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Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 16 de Julho, e publicado na edição de 19/07/2013 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
Deppis dos dois primeiros treinos da época, vistos sem grande atenção, as opiniões que me ficaram:
- O Lisandro é o reforço que me deixou melhor impressão até agora;
- O Salvio vai continuar a ser decisivo;
- Se o Cardozo não fica, será mesmo necessário mais um ponta-de-lança no plantel;
- Vai haver muita gritaria do JJ para o Cortez.
Ter um canal televisivo foi, em Portugal, um acto pioneiro do Benfica; ter um canal televisivo com as características da Benfica TV, com emissão de 24 horas e mais de 90% da grelha preenchida com conteúdos próprios, foi um acto de ousadia; ter o canal do Clube a transmitir os jogos em casa da própria equipa sénior e também os jogos da Liga Inglesa é simultaneamente um acto pioneiro, ousado e, mais do que tudo, um desafio lançado aos Benfiquistas.
A nossa Benfica TV mudou, não deixou de ser um veículo de comunicação e promoção do Benfiquismo, mas passou a ser mais do que isso: passou a ser um elemento importantíssimo no jogo “geoestratégico” dos bafientos poderes oligárquicos do futebol português. Com esta nova configuração, a Benfica TV passou a ser uma afronta ao monopólio que outros tentavam eternizar, utilizando o poder que advinha desse monopólio para influenciar decisões dos órgãos de gestão do futebol português (recordem-se, a este propósito, as sucessivas, públicas e publicadas declarações de António Oliveira acerca do seu irmão Joaquim Oliveira). Assim, a BTV é uma afronta a tudo isto e ainda um enorme desafio lançado aos benfiquistas. Depois de tantos, durante tanto tempo terem exigido esta tamanha ousadia, chegou agora a vez de os benfiquistas demonstrarem o seu poder e a sua força. Há indicadores que apontam para um número de aproximadamente treze mil pedidos de subscrição da Benfica TV nos três primeiros dias em que passou a canal “premium”. E estes números referem-se apenas a um dos operadores. É um bom número, é um número que perspectiva um caminho de sucesso. Saibamos todos que este caminho de sucesso depende, agora mais do que nunca, de nós.
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Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 09 de Julho, e publicado na edição de 12/07/2013 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
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