Na contabilidade desta pré-época contabilizámos quantos futebolistas da equipa principal ficam e quantos saem. Especulámos sobre o assunto e alternámos entre o apocalipse e a descontração. Tendemos a esquecer que acabámos de fazer uma época de excelência e o que passou parece ter deixado de entrar na contabilidade. No entanto, nesta contabilidade do que foi a época desportiva do Benfica importa ir um pouco além do óbvio. Importa perceber que há Benfica para além do excelente ‘triplete’ do futebol e que o nosso emblema triunfa num conjunto de actividades que têm tanto de eclético como de estruturantes em termos de formação e garantia de alicerces para o futuro. Há poucos dias tivemos dois atletas medalhados nos Europeus de Canoagem. A medalha de ouro de João Ribeiro e o bronze de Teresa Portela terão obrigatoriamente de ser motivo de orgulho e realce. Terão obrigatoriamente de entrar no ‘deve e haver’ do sentir benfiquista. No atletismo, a hegemonia de conseguirmos excelentes resultados (títulos!) na formação (juvenis, juniores e sub-23) deve significar mais do que uma nota de rodapé nas conversas entre benfiquistas. Diga-se que, na formação, o nosso Benfica obteve 28 títulos: 12 no atletismo; 5 no Hóquei em Patins; 4 no Futsal; 3 no Basquetebol; 3 no Voleibol; 1 no Andebol. Cada um destes títulos tem o nosso nome, o nosso símbolo, o esforço de muitos atletas, treinadores e dirigentes. Cada um destes títulos é sinal de esperança num futuro eclético de um Benfica que, sendo na essência futebol, é muito mais do que apenas futebol. Cada um destes títulos deve, obrigatoriamente, entrar na contabilidade de uma época brilhante e que mais brilho tem se soubermos ver o Benfica para além do óbvio.
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Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 14 de Julho, para publicação na edição de 18/07/2014 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
Oiço, recorrentemente, amigos benfiquistas esgrimirem opiniões contrárias (e a diferença civilizada de opiniões é de supina importância para o nosso Benfica) sobre a vida passada, presente e futura do Glorioso. Muitas das vezes a argumentação termina com aquela espécie de sentença categórica e irrefutável de que “ninguém me dá lições de benfiquismo”. Quantas vezes não disse eu isso? Quantas vezes (ainda que o não admitindo) já aprendi algo sobre o benfiquismo, ouvindo e vendo o benfiquismo alheio? Há benfiquistas que pela sua paixão, razão, vivência, experiência, saber ou entrega nos dão lições de benfiquismo. Sempre que no passado vi um benfiquista ser alvo de injustiças cometidas por alguém com passageiro poder dentro Benfica e, em nome do Benfica, calar a revolta e a razão, não as tornando públicas, vi uma lição de benfiquismo. Sempre que vi um dirigente abdicar da sua vida pessoal / familiar para servir abnegada e incondicionalmente o Benfica, vi uma outra lição de benfiquismo. Sempre que vejo um avô emocionado por poder levar o neto à Luz, vejo a lição do benfiquismo assente no passar do testemunho. Esta última lição de benfiquismo é, de todas, a mais importante, porque garante uma renovação do benfiquismo com memória. De todos os benfiquistas, são exactamente os benfiquistas com memória que mais lições têm para dar. Há benfiquistas como Arons de Carvalho, Alberto Miguéns, Manuel Seabra, Ricardo Palacin, Luís Fialho, Rui Costa, João Paulo Guerra, José Jorge Letria, Luís Filipe Vieira, Manuel dos Santos, Ricardo Araújo Pereira, António Melo e tantos outros mais ou menos anónimos que, directa ou indirectamente, me deram lições de benfiquismo. Resta-me apenas agradecer-lhes. No entanto, continuarei convicto a insistir que, tal como a todos os outros benfiquistas, “ninguém me dá lições de benfiquismo”.
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Artigo de opinião escrito e enviado para a redacção do jornal "O Benfica" no dia 07 de Julho, para publicação na edição de 11/07/2014 do jornal "O Benfica".
[Se alguém quiser manifestar-me a sua opinião, pode fazê-lo para este endereço: tertuliabenfiquista@gmail.com]
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