VAMOS ACABAR COM AS IMBECILIDADES
Domingo, 30 de Agosto de 2015

Ferros

Vitória arrancada a ferros sobre o Moreirense, num jogo em que mais uma vez jogámos muito mal durante a maior parte dele, para depois começar a resolver o problema que nos criámos a nós próprios outra vez a partir do minuto setenta e quatro. Acabou por ser um jogo bastante semelhante ao do Estoril, mas com duas diferenças: o resultado foi menos desequilibrado e, ao contrário desse jogo, desta vez quem o ganhou foi mais o querer e a qualidade individual dos jogadores e não tanto a equipa como um todo.

 

 

Desta vez o Victor Andrade foi titular no lado direito do ataque, sendo esta a única alteração ao onze que tinha iniciado o jogo frente ao Arouca. Quanto ao jogo jogado, infelizmente vi mais do mesmo. Ou até menos do que o mesmo a que me tenho vindo a habituar, porque sinceramente achei que hoje até jogámos pior do que nos jogos anteriores. Jogo muito mastigado, previsivelmente lento, e portanto uma presa demasiado fácil para um Moreirense que, sem surpresas, se acantonou à frente da sua área na defesa do empate. A ideia subjacente ao tipo de futebol que o Rui Vitória pretende implementar no Benfica é dar mais 'conforto' aos jogadores, ou seja, um futebol de maior posse de bola e menos correrias. O problema é que até agora isto resulta num estilo de jogo extremamente lento e previsível, e que definitivamente não parece ser a fórmula mais eficaz para ultrapassar a forma como a maioria das equipas se apresenta frente ao Benfica. A mim parece-me que transições rápidas, em que fazemos a bola e vários jogadores chegar a zonas de finalização o mais rapidamente possível e em que apanhamos o adversário desorganizado, dá melhores resultados do que ataques organizados lentamente a partir de trás, com toda a equipa a avançar em bloco, e que quando chegamos à frente apanhamos com os defensores todos posicionados e organizados, acabando nós a batalhar contra uma muralha e a tentar furá-la sobretudo pelo meio. Mas isto é apenas uma opinião minha, eu não tenho cursos de treinador e estou longe de ser um entendido na matéria. Falo apenas daquilo que eu gosto ou não de ver dentro do campo. O que é certo é que mais uma vez o que quer que tenhamos tentado fazer na primeira parte não resultou, ficámos sobretudo dependentes de acções individuais para tentar criar algum perigo e, pior ainda, o Moreirense colocou-se em vantagem assim que conseguiu fazer um remate à nossa baliza. Só depois disso é que vi o Benfica criar uma flagrante ocasião de golo, mas o Jonas conseguiu fazer o mais difícil e rematou ao lado quando tinha tudo para marcar. Quanto ao Moreirense, se já vinha jogar para o empate e tinha começado logo desde o início a praticar antijogo (aos cinco minutos já o guarda-redes estava a pedir assistência), ao apanhar-se a ganhar tornou a coisa ainda pior e mais flagrante. Foi vê-los a cair como moscas, e o jogo a arrastar-se penosamente até ao intervalo.

 


Contra o Estoril foram as alterações após uma hora de jogo que começaram a mudar o seu rumo. Desta vez o Rui Vitória decidiu não esperar tanto tempo e fez logo duas substituições ao intervalo, deixando o Pizzi e o Victor Andrade no balneário e trocando-os pelo Talisca e o Gonçalo Guedes. O Talisca até trouxe mais alguma verticalidade ao nosso jogo e o Guedes mais alguma agressividade ao flanco direito, mas no geral pouco mudou e continuámos a revelar imensas dificuldades para criar grandes embaraços à defesa do Moreirense. No ataque o Mitroglou ainda parece estar demasiado lento e preso de movimentos, mas tem presença física e hoje conseguiu por algumas vezes segurar a bola e abrir espaços para os colegas. Foi assim que proporcionou a segunda grande ocasião de golo ao Jonas, que desta vez rematou por cima da baliza. Instantes depois foi o próprio Mitroglou a desperdiçar uma grande ocasião, vendo o guarda-redes defender um cabeceamento seu para a barra da baliza (poderia ter finalizado bem melhor). O tempo continuava a escoar-se e o resultado não se alterava, o que levou o Rui Vitória a recorrer basicamente à mesma alteração que tinha tentado contra o Arouca. Fez entrar um terceiro avançado (Jiménez) trocando-o pelo Eliseu, e colocando um extremo a lateral esquerdo. Desta vez foi o Gaitán, contra o Arouca tinha sido o Carcela. A alteração foi feliz, pois um minuto após a entrada em campo o Jiménez cabeceou de forma irrepreensível um cruzamento do Gaitán para empatar a partida. E ainda o público nem se tinha acabado de sentar todo após os festejos do primeiro golo quando o Samaris, num remate de fora da área depois de um bom trabalho do Mitroglou, colocava o Benfica em vantagem. Parecia mesmo um déjà vu do jogo contra o Estoril, mas desta vez pareceu-me que nos retraímos após a obtenção da vantagem. Como tínhamos em campo uma equipa muito descompensada, com três avançados e com o Gaitán a lateral, defender a magra vantagem seria sempre uma estratégia que envolvia riscos. Infelizmente o Moreirense voltou mesmo a marcar, no segundo remate que fez à baliza em todo o jogo. É certo que o golo foi precedido de um fora de jogo tão evidente que custa (ou se calhar não) perceber como foi possível validá-lo, mas o que é certo é que foi mesmo validado e agora víamo-nos empatados em casa com apenas cinco minutos para jogar. Felizmente não foi preciso sofrer muito, porque um novo cruzamento certeiro do Gaitán permitiu tirar o máximo partido da presença dos três avançados em campo, com o Jiménez a arrastar o defesa e o Jonas a surgir sozinho no interior da área para rematar de primeira e voltar a colocar o Benfica em vantagem (parecendo depois pedir desculpa pelas duas ocasiões falhadas). Vantagem que conseguimos então controlar até final sem sobressaltos.

 

 

O homem do jogo para mim foi o Gaitán, que já soma quatro assistências para golo nos jogos disputados esta época. Vão ser dois dias muito longos até ao fecho da janela de transferências, porque na minha opinião a sua saída será praticamente impossível de colmatar com a mesma qualidade. Os miúdos Victor Andrade e Nélson Semedo não estiveram tão bem hoje, pecando por excesso de individualismo. Mas neste momento a minha maior preocupação começa a ser a forma do Luisão. Para mim é talvez o jogador mais importante do Benfica, mas esta época ainda está longe do nível a que nos habituou. Para além de erros individuais, vistos também na pré-época, vejo-o muitas vezes em situações onde se encontra completamente desposicionado, o que não é nada habitual nele. Espero que volte o quanto antes ao nível a que nos habituou.

 

O resultado foi a vitória, mas ele não faz com que eu esqueça aquilo que vi esta noite. De uma forma sucinta, a opinião que tenho é que ganhámos este jogo sobretudo porque temos melhores jogadores do que o Moreirense. Porque em termos de equipa propriamente dita, o que eu vejo é ainda muita balbúrdia e indefinição dentro do campo. A justiça da vitória é incontestável e todas as estatísticas do jogo mostrarão que o Benfica fez muito mais do que o Moreirense para o ganhar, mas há muito que trabalhar e há muito que melhorar para atingirmos o nível que esperamos do futebol do Benfica. Nem sempre o talento individual dos nossos jogadores ou um lance fortuito mais bem conseguido conseguirá resolver um jogo no qual oferecemos demasiado tempo ao adversário. Como contra o Arouca.

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publicado por D'Arcy às 02:32
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Segunda-feira, 24 de Agosto de 2015

Desperdício

Tínhamos uma grande oportunidade para nos isolarmos no topo da tabela, aproveitando o empate do Porto na Madeira para ganharmos já uma vantagem pontual sobre eles. Mas infelizmente conseguimos fazer ainda pior, e registar uma inédita derrota frente ao Arouca jogando numa casa emprestada que foi praticamente nossa.

 

 

Apresentando um onze com uma única alteração em relação ao da primeira jornada (Samaris no lugar do Fejsa), o jogo acabou por ficar marcado e decidido pela má entrada que tivemos. A defender de forma desastrada, sofremos um golo logo aos dois minutos e andámos praticamente aos papéis nos minutos que se seguiram, só não vendo a desvantagem aumentar devido a uma boa intervenção do Júlio César. Depois, aos poucos, fomos melhorando e empurrando o Arouca para trás, remetendo-os a defender a sua área e a recorrer cada vez mais frequentemente às faltas para travar os nossos jogadores. Mas não soubemos tirar partido de nenhum dos livres daí resultantes. A segunda metade da primeira parte foi praticamente um assalto constante à baliza do Arouca, mas de uma maneira ou de outra aparecia sempre o guarda-redes ou um outro jogador adversário para fazer a defesa ou o corte no limite e impedir um golo que por vezes parecia certo. Quando não era isso a acontecer, era a falta de pontaria na finalização dos nossos jogadores a encarregar-se de manter o Arouca em vantagem no marcador até ao intervalo, um resultado que me parecia francamente injusto. Mas à saída para os balneários eu pensava que se o Benfica continuasse a jogar daquela forma e com aquele pendor ofensivo, o golo seria inevitável.

 

Infelizmente não foi isso que vi na segunda parte, para a qual regressou o Victor Andrade no lugar do Ola John (para variar até nem estava desagradado com o jogo do holandês). Continuámos sempre por cima do jogo, é certo, mas a produção ofensiva não foi a mesma. Para começar, a velocidade com que jogámos foi inferior, e mais uma vez se viu aquilo que tínhamos visto no jogo com o Estoril. Contra uma equipa que se fecha toda junto da sua área, se demoramos uma eternidade a fazer a bola chegar ao ataque apanhamo-los todos posicionados na defesa e depois torna-se muito complicado desmontar aquela fortaleza. Pareceu-me também que fomos insistindo cada vez mais pelo centro em vez de explorar mais as alas, facilitando assim a tarefa aos jogadores do Arouca - contra o Estoril foi pelas alas que conseguimos resolver o problema. Por diversas vezes vi os jogadores das alas a receber a bola e a virem para dentro para tentar o remate, que invariavelmente acabava por esbarrar em algum jogador adversário. Na fase final então acabámos a jogar com três avançados, quase numa de 'tudo à molhada' na área para ver se dali saí alguma coisa, mas já era tudo feito mais em desespero de causa do que com a cabeça, pelo que a probabilidade de sucesso era baixíssima. No cômputo final o Benfica fez mais do que o suficiente para ganhar este jogo, sobretudo durante a primeira parte, mas pagou bem caro uma entrada desconcentradíssima no jogo e uma segunda parte que não conseguiu acompanhar o que de melhor chegou a fazer durante a primeira parte, sobretudo por (pareceu-me) ter jogado com uma intensidade menor.

 

Num jogo que acabou por me deixar a imagem de demasiado confuso não consigo escolher jogadores que se tenham destacado claramente. Elogio o Júlio César pelo trabalho que fez, conseguindo evitar que o Arouca chegasse cedo a uma vantagem mais confortável e gostei dos passes do Pizzi no ataque durante a primeira parte. Mas acho que os jogadores estiveram todos num nível mais ou menos semelhante.

 

A primeira derrota acabou por surgir à segunda jornada, e que sabe ainda pior por causa do desperdício da oportunidade para nos distanciarmos do rival. Face ao início de campeonato teoricamente fácil que temos, teria sido muito importante somar doze pontos nas quatro primeiras jornadas e ainda melhor ir a seguir ao Porto com vantagem pontual. Mas já se sabe que se há uma forma mais fácil de fazer as coisas, normalmente não é essa a que escolhemos.

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publicado por D'Arcy às 00:20
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Segunda-feira, 17 de Agosto de 2015

Estreia

Na estreia do Estádio da Luz esta época, primeira vitória com o novo treinador. Foi um jogo no qual vimos duas faces do Benfica: a primeira, que durou um pouco mais de uma hora, foi aquela que tínhamos visto durante os jogos da pré-época e na Supertaça; a segunda, dos vinte e cinco minutos finais, foi completamente diferente para muito melhor. Espero que essa face tenha vindo para ficar.

 

 

O onze escolhido para iniciar o campeonato não apresentou muitas novidades. O Nélson Semedo manteve a titularidade que tinha conquistado no jogo da Supertaça, tal como o Ola John à sua frente. A alteração principal foi a presença do Mitroglou como homem mais avançado, o que permitiu libertar o Jonas para as funções que ele tão bem sabe desempenhar. Alguma surpresa apenas pela escolha do Fejsa para actuar como médio mais recuado, pois esperaria que fosse o Samaris a jogar. A primeira parte do Benfica foi, conforme disse já, bastante fraca. Muitas dificuldades para sair para o ataque, muita lentidão e futebol muito confuso. Demorámos mais de vinte minutos até conseguir fazer o primeiro remate no jogo, o que espelha bem a pouca eficácia atacante da equipa. Iam-se destacando o Nélson Semedo e o Gaitán pelas iniciativas individuais, a que na maior parte dos casos eram mesmo forçados porque simplesmente não tinham colegas a quem passar a bola. O Estoril apresentou-se muito fechado junto à sua área e a jogar com bastante agressividade na disputa da bola, o que em nada facilitou a nossa tarefa. O que mais me preocupou foi a lentidão de processos na saída para o ataque, expressa em excessiva posse de bola e demasiados passes em zonas perigosas. Quando finalmente chegávamos à frente, já apanhávamos toda a equipa do Estoril posicionada e a dar muito pouco espaço. O Mitroglou teve uma boa ocasião para marcar, após centro do Jonas, mas o remate saiu para a bandeirola de canto, e para além disso apenas numa outra ocasião estivemos muito perto de marcar, e já perto do intervalo, quando após um canto o Gaitán assistiu de cabeça o Luisão para este rematar à barra. Mas o mesmo Luisão, já no período de descontos, marcou um livre a nosso favor de forma disparatada e acabou por ser o Júlio César a evitar o pior, ao defender o remate do adversário que se tinha isolado.

 

 

A forma como se iniciou a segunda parte não deixava antever grandes melhorias. Começou praticamente como tinha acabado a primeira, com o Estoril quase a chegar ao golo, valendo-nos uma vez mais o Júlio César com uma defesa por instinto a negar um golo praticamente feito. O jogo começou a mudar apenas quando, findo o primeiro quarto de hora, o nosso treinador fez duas substituições de uma assentada, trocando o Ola John e o Pizzi pelo estreante Victor Andrade e pelo Talisca. Acertou em cheio. Os dois jogadores que saíram estavam a ser das unidades com maior influência directa na lentidão dos processos ofensivos do Benfica. O Talisca acabou por ser fundamental para virar o jogo a nosso favor, e o Andrade foi o complemento ideal para o Semedo na direita. Pouco depois o Mitroglou falhou mais uma boa oportunidade, quando novamente a passe do Jonas rematou para a bancada. Mas à terceira foi de vez, e aos setenta e três minutos inaugurou mesmo o marcador. Fundamental na jogada a acção do Talisca, que com um passe para a esquerda desmarcou o Eliseu e permitiu finalmente uma transição rápida para o ataque. A bola seguiu para o Gaitán, que depois colocou a bola à mercê do cabeceamento certeiro do grego. Acho que o suspiro de alívio da equipa deve ter sido audível nas bancadas - diga-se que, indiferente a todo o ruído que se vai tentando fazer, os benfiquistas acorreram à Luz (mais de cinquenta e três mil espectadores) e apoiaram a equipa do princípio ao fim. Como que liberta da pressão de marcar o primeiro golo, a nossa equipa soltou-se e aproveitou também da melhor forma o facto do Estoril finalmente ter que arriscar um pouco mais, partindo para uma exibição muito agradável nos últimos minutos e construindo uma goleada que ao intervalo era de todo imprevisível. Até porque o segundo golo surgiu logo quatro minutos após o primeiro, num penálti do Jonas e novamente com intervenção decisiva do Talisca, autor do remate de primeira que foi cortado com a mão. E, decorridos mais quatro minutos, mais um golo, surgido numa combinação entre o Nélson Semedo e o Victor Andrade pela direita, com centro do brasileiro para a cabeçada colocada do Jonas. Mesmo para o final, estava reservado um momento alto, que foi o quarto golo a concluir uma bonita jogada de equipa. Novamente o Nélson e o Andrade na jogada (foram muitos jogos juntos na equipa B...) desmarcação do Gaitán e passe de calcanhar para o Nélson receber com o pé direito e rematar cruzado com o esquerdo. Golo mais do que merecido para um dos jogadores em destaque esta noite.

 

 

Alguns jogadores merecem destaque neste jogo. Começando pela baliza, onde o Júlio César teve pouco trabalho mas o que teve foi de altíssima qualidade, e a ele devemos o facto de o Estoril não ter chegado à vantagem antes de nós. O Nélson Semedo fez um jogo muito bom e sobretudo bastante desinibido para um jogador que se estava a estrear como titular no Benfica na Luz. Culminou a boa exibição com um bonito golo, mas ainda tem que corrigir alguns aspectos do posicionamento defensivo. Algo que a experiência seguramente trará. O Gaitán voltou a mostrar ser simplesmente o mais genial jogador do campeonato português. Hoje fez duas assistências e teve inúmeros pormenores de classe absoluta. Nos piores períodos da equipa por vezes exagerou nas iniciativas individuais, talvez devido a alguma frustração, e perdeu algumas bolas, mas sempre que isso aconteceu ele foi o primeiro a lutar pela sua recuperação. O Jonas somou dois golos e mais uma exibição de qualidade - com um bocado mais de pontaria do seu colega de ataque, teria somado outras tantas assistências. Gostei também do Lisandro, e conforme disse, o Talisca e o Victor Andrade entraram muito bem no jogo.

 

Chegou a parecer complicado, mas no final saímos da Luz a sorrir. Mérito para o Rui Vitória na forma como leu bem o jogo e fez duas alterações que acabaram por se revelar decisivas. Espero que esta vitória retire alguma da pressão sobre a equipa e lhe permita continuar a evoluir com maior tranquilidade. Temos umas primeiras jornadas da Liga teoricamente fáceis, o que é o ideal para assentar ideias e acumular vitórias que dêem confiança. Havendo isso, tudo o resto virá de forma mais fácil.

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publicado por D'Arcy às 01:45
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Segunda-feira, 10 de Agosto de 2015

Benfica - 0 - Estrutura - 1

Sem surpresa nenhuma (infelizmente), perdemos a Supertaça para a lagartada por 0-1. O jogo resume-se muito facilmente: houve uma equipa que foi melhor, outra que usou (e abusou) do pontapé para a frente, um golo mal anulado para uma e um penalty não assinalado pelo Sr. Jorge Sousa para outra. O golo surgiu de um remate do Carrillo aos 53’, que foi inadvertidamente desviado por um jogador lagarto e traiu o Júlio César.

 

Posto isto (e porque fiz 1200 km em dois dias, de comboio e carro, prescindindo de dois dias de férias, estando acordado 22 horas seguidas, gastando uma pipa de massa só em transportes, e não estando assim muito satisfeito com o que vi), apraz-me fazer as seguintes considerações:

 

- Apesar do pouco tempo de treino, já se nota alguma coisa do treinador, com interessantes combinações atacantes e uma pressão sobre o adversário que não o deixou sair a jogar. No entanto, que escândalo foi este de colocar o Benfica a equipar de verde e branco?!?! [Ironic mode on] (Porque há sempre pessoas obtusas que não iriam perceber…)

 

- Metade dos objectivos que motivaram a troca de treinador (a “aposta na formação”) já estão cumpridos: o Nelson Semedo foi uma decisão arriscada, mas parece que teremos lateral direito para os próximos anos. Agora só falta a “estrutura” entrar em campo e começar a marcar golos… Como se percebeu, os títulos passaram a ser secundários no Benfica. (Caso contrário, não se teria prescindido de quem ganhou sete dos últimos oito troféus nacionais disputados….)

 

- Fizemos seis jogos até agora. Temos zero vitórias. Marcámos três golos, sendo que dois deles foram na 1ª parte do primeiro jogo. O que quer dizer que, nos últimos cinco jogos e meio, marcámos um(!) golo. Repito: em oito horas e 15 minutos de futebol, marcámos… um(!) golo. Sim, eu sei, os “adversários eram fortes”, “estamos no início de um processo”, “os resultados vão aparecer”, “o treinador tem pouco tempo de clube”… (Curiosamente, conheço um ou outro treinador para o qual não é preciso muito tempo para colocar a sua equipa a jogar à bola…)

 

- Vamos lá a ver o seguinte: 1) o Jonas NÃO é ponta-de-lança. É um CRIME colocá-lo a jogar no meio dos centrais e desgastar-se a disputar bolas aéreas com eles; 2) o Talisca jogou 57’ a mais do que devia. Nem devia ter entrado de início, porque aquele lugar de segundo avançado é do Jonas, mas no mínimo devia ter saído ao intervalo; 3) o Eliseu não é grande espingarda, mas foi titular durante toda a época passada. Jogar o Sílvio naquele lugar pareceu uma resposta à picardia do Jesus de dizer que o Rui Vitória tinha mantido tudo igual; 4) Jogar com o Fejsa e o Samaris é criar um fosso enorme entre os médios e os avançados. Faz lembrar a dupla Katsouranis e Yebda da excelente época do Quique…; 5) o Júlio César deve ter pontapeado a bola lá para a frente mais vezes neste jogo do que em toda a época passada. Como diz um amigo meu, alguém que diga a quem de direito que nós não jogamos com o Maazou na frente…

 

- Eu pensei que tínhamos cometido um erro histórico. Infelizmente, cada vez mais vou tendo a certeza de que cometemos ‘o’ maior erro da nossa história desportiva. O título do post não é, lamentavelmente, irónico. Temo que esta época prove que a “estrutura” que efectivamente ganha troféus foi a que nós oferecemos aos lagartos… (Que o homem nunca foi o paladino da educação já nós sabíamos há muito, mas já o era quando estava com as nossas cores. Mudou de camisola, mas está igual ao que sempre foi. Mas diz um outro amigo meu, e com muita razão, que não queria o Jesus para casar com as filhas. O que interessava é que ele nos punha a jogar bom futebol e, mais importante do que tudo, ganhava títulos. Tudo o resto é – devia ser – secundário. Se queríamos um treinador educado, tínhamos o Quique; se fosse por benfiquismo, temos sempre o Grande Toni).

 

Isto fica já escrito no início da época, porque eu nunca fui politicamente correcto, nem me revejo em pessoas que só fazem o totobola à 2ª feira. Terei todo o gosto em vir aqui no final da época dizer que eu afinal não percebo nada disto e que sou um idiota por não ter acreditado nos tricampeões.

 

P.S. - Pode ser que no próximo domingo no jogo de apresentação aos sócios, perdão, na 1ª jornada do campeonato, as coisas comecem a melhorar.

publicado por S.L.B. às 23:59
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Domingo, 9 de Agosto de 2015

Supertaça

Não vi o jogo, porque estava ocupado com outras coisas (e não tinha sequer particular interesse em vê-lo, confesso) e não vou agora dar-me ao trabalho de o ver. Não sei como jogámos nem sei sequer qual foi o onze escolhido, e também não vou dar-me ao trabalho de o saber. Soube agora do resultado, que não me surpreendeu particularmente, e a única coisa que digo é que começar uma época a perder com uns nabos que nos tinham ganho uma única vez nos últimos catorze ou quinze jogos não é certamente começá-la com o pé direito. Seguramente que a organização sabe o que anda a fazer, portanto eu ficarei simplesmente sentado à espera dos resultados.

publicado por D'Arcy às 23:06
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Quinta-feira, 6 de Agosto de 2015

Mitroglou

Capture2.JPG

 

Se conseguir ser o avançado que era no Olympiacos, será um óptimo reforço. E vem colmatar uma lacuna óbvia desde a saída do Lima - passaremos a ter uma presença forte na área adversária, e um jogador que poderá complementar muito bem o Jonas, libertando-o para fazer aquilo que melhor sabe. Não sei se o 'roubámos' a quem quer que seja, nem me interessa saber. É um jogador com as características de que necessitávamos e provas dadas, estava disponível e fomos buscá-lo. Outros há que se comprazem e se orgulham com 'roubos', mesmo quando o que supostamente roubam estava no nosso caixote do lixo.

 

Bem vindo, e as maiores felicidades de águia ao peito.

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publicado por D'Arcy às 23:10
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Terça-feira, 4 de Agosto de 2015

Regresso

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Final da pré-época e regresso das férias que decidi tirar deste espaço, porque não tenho grande paciência para a silly season que se repete todos os anos - ainda espero que alguns dos cerca de duzentos jogadores que foram apontados ao Benfica nas capas dos jornais cheguem.

 
Em relação aos jogos disputados, tenho a dizer que me deixaram com água na boca. Se o ano passado tivemos aquela pré-época miserável e depois acabámos por ganhar três troféus, pois bem, este ano não fizemos a coisa por menos e conseguimos fazer ainda pior do que o ano passado. Mas um pouco mais a sério, a verdade é que pelo menos até agora sinto motivos sérios de preocupação. Não pelos resultados conseguidos, porque resultados em jogos destes interessam muito pouco, excepção feita à Eusébio Cup - é um troféu criado por nós para homenagear uma das maiores figuras da nossa história, e como tal merece o maior respeito e uma representação condigna da parte do Benfica. E isso esteve muito longe de acontecer na madrugada de ontem.
 
Não, o motivo de preocupação para mim é mesmo o futebol jogado. E o facto de, até agora, não ter visto ao longo dos cinco jogos qualquer tipo de evolução. Pelo contrário, o que eu vi foi involução: o melhor foi a primeira parte do primeiro jogo, contra o PSG, e o pior foi a segunda parte do último jogo, contra o Monterrey. Neste momento é cedo demais para poder fazer qualquer tipo de avaliação muito concreta ao trabalho do Rui Vitória, sobretudo porque até agora ainda não vi quase nada que possa dizer que é mesmo cunho pessoal do treinador. Vi apenas uma equipa que parece presa num impasse entre uma forma de jogar a que esteve habituada durante seis anos mas que já não consegue adoptar na perfeição, e outra que eventualmente será mais familiar ao novo treinador. E com isso os jogadores parecem-me meio perdidos em campo. Muitas falhas a defender (a linha do fora de jogo desapareceu, porque não há coordenação e há sempre alguém que fica para trás e deixa o avançado em jogo, com passes atrás de passes a entrar entre o central e o lateral), ataques lentos e previsíveis (não sei se consegui ver uma única transição rápida para o ataque, daquelas que apanham a equipa adversária fora das suas posições) e quase absoluta ausência de jogo pelas faixas, com um crescente e irritante afunilar do jogo ofensivo à medida que o tempo passa. E que raio de mania é esta de colocar o Talisca, jogo atrás de jogo, à direita (mais uma contribuição decisiva para o afunilamento do jogo)? Já reclamávamos com o JJ quando ele o colocava na esquerda sempre que não tinha o Gaitán, agora temos esta inovação? Quanto à tão propalada 'aposta na formação', um dos supostos motivos principais para a troca de treinador, estou sentado à espera. Achei apenas estranho que nem nestes jogos de preparação tenhamos tido muitas oportunidades para ver o João Teixeira, o Nuno Santos, o Raphael Guzzo ou o Gonçalo Guedes, por exemplo. Vi um pouco do Nélson Semedo e gostei, embora já o conheça (e aos outros todos) da formação e da equipa B. Se o motivo é que ainda lhes falta qualidade, então só estarão a dar razão ao treinador que saiu.
 
Enfim, muito, mas muito para trabalhar e melhorar. Dou de barato que esta digressão, com diferentes fusos horários e muito calor, não deve ter ajudado em nada o rendimento da equipa. O dinheiro acaba quase sempre por falar mais alto, mas a vertente desportiva terá ficado claramente a perder, porque seguramente que teria sido mais proveitoso para um novo treinador poder ficar perto de casa, sem perder demasiado tempo com viagens e adaptações e a trabalhar de perto com um novo plantel para lhes transmitir as suas ideias. Mas seria importante, quanto mais não seja em termos anímicos, conseguir melhores resultados e exibições. Para um treinador acabado de chegar, mostrar tão pouco apenas serve para aumentar a pressão sobre ele e colocar demasiada importância no primeiro jogo oficial da época. Um fracasso flagrante nesse jogo arrisca-se a colocar em causa toda uma época.
 
Também me parece de todo errado que a menos de uma semana do início oficial da época ainda andemos ocupados a formar o plantel, sendo evidentes várias lacunas que é necessário colmatar - talvez a mais óbvia no ataque. Já o ano passado foi assim, mas depois acabou por nos sair a sorte grande com o Jonas e o Júlio César. E a sorte, umas vezes tem-se, outras vezes não. Nunca é bom abusar dela.
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publicado por D'Arcy às 00:31
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