Mais um jogo quase imaculado do Benfica, mais uma vitória clara e incontestável, mais uma demonstração de força e confiança desta equipa. A vítima desta vez foi o Paços de Ferreira, que teve o atrevimento de tentar jogar olhos nos olhos connosco mas o resultado final é a melhor prova que lhe faltam muitos argumentos para o poder fazer.
Houve apenas uma alteração na equipa que tem alinhado nos últimos jogos, que foi a troca do Grimaldo pelo Eliseu. Tendo em conta a forma que o espanhol atravessa e a influência que tem no nosso jogo, não foi uma troca qualquer. Mas os últimos meses já nos habituaram a não ficar demasiado apreensivos quando há mexidas no onze por indisponibilidade de quem quer que seja. O Paços, como disse, veio com uma atitude positiva à Luz e entrou no jogo como que querendo jogar de igual para igual com o Benfica. Até foram deles os primeiros remates do jogo, ainda que sem muito perigo, mas ao fim de cinco minutos já o Benfica tinha tomado conta do jogo. E é de assinalar que o domínio do Benfica no jogo não foi daqueles domínios consentidos, em que uma equipa se encosta à sua área a defender e dá a iniciativa ao adversário. O Paços não montou nenhum autocarro, alinhou em 4-3-3 e tentava fazer pressão alta sobre o Benfica, de forma a impedir que conseguíssemos sair em ataque organizado desde trás. Aliás, a forma subida como o Paços se dispunha no campo até deu azo a que por vezes a equipa quase fosse surpreendida em pontapés de baliza muito longos do Ederson, que tentava colocar a bola directamente no Mitroglou, tirando partido da não existência de fora de jogo nesses lances. O domínio do Benfica no jogo foi imposto ao adversário, que foi sendo empurrado para trás e depois daqueles remates nos minutos iniciais apenas à beirinha do intervalo voltou a fazer um remate. Faltava então marcar para dar expressão à superioridade em campo, e até foi preciso esperar mais minutos do que seria expectável para que isso acontecesse. Mas a forma como o Benfica rondava constantemente a baliza adversária, uma vez mais com a fórmula do Restelo dos jogadores da frente em constante movimentação, apoiados sobretudo por um Nélson Semedo diabólico, fazia crer que mais cedo ou mais tarde o golo inevitavelmente apareceria. E apareceu de forma espectacular, numa jogada que começa num passe longo e rasteiro do Fejsa, ainda no nosso meio campo, para o Mitroglou, este deixou a bola mais para o meio no Cervi, e daqui, num passe de primeira, para a entrada do Gonçalo Guedes descaído sobre a direita. Depois de entrar em corrida na área, fuzilou autenticamente a baliza, com a bola a entrar junto ao poste mais próximo mas o remate levou tal potência que o guarda-redes não teve tempo de reacção. Depois de obtida a vantagem, o comportamento habitual: nem sinal de abrandamento e assalto constante à baliza adversária na procura pelo golo da tranquilidade. De tal forma que o golo de vantagem à saída para o intervalo era um resultado curto, muito curto mesmo para aquilo que a equipa tinha produzido.
A entrada na segunda parte foi um pouco como aquilo que se tinha passado no início do jogo, com o Paços atrevido nos primeiros cinco minutos e a conseguir novamente rematar. Mas tal como na primeira parte, uma vez mais o Benfica acabou por tomar conta das operações, ainda que a princípio sem o mesmo fulgor com que tinha acabado a primeira parte. Nunca, por um momento que fosse, pairou no ar qualquer tipo de receio que o Paços pudesse chegar à igualdade. O próximo golo do Benfica era quase uma certeza, faltando apenas saber quanto tempo ele demoraria a chegar. A confiança sente-se dentro do campo, nos jogadores, e à volta dele, em todos os adeptos na bancada. Não há assobios quando alguma coisa corre mal, apenas incentivos e uma enorme energia positiva no ar. E depois vemos o resultado disso quando o Eliseu, em estreia na Liga a substituir um dos jogadores em maior destaque no Benfica até agora, sobe pela esquerda depois de uma recuperação de bola do Fejsa, faz um passe rasteiro para a entrada da área, onde está o Mitroglou, e o grego deixa a bola passar para que o Salvio, num óptimo movimento, apareça atrás dele a rematar rasteiro e de primeira para fazer o segundo golo. Mais um bonito golo, mais uma bonita jogada de equipa, e mais uma vez o Estádio da Luz a explodir de alegria. Estavam decorridos sessenta e quatro minutos de jogo, mas tudo parecia mais do que decidido, apenas com o senão de se pressentir que o Benfica não ficaria por ali em termos de resultado. Já a pensar no próximo jogo vimos o Carrillo entrar para o lugar do Cervi e falhar o terceiro golo praticamente no primeiro toque que deu na bola (hoje o peruano esteve um pouco melhor), o Jiménez render o Mitroglou, a quem só faltou um golo, e o regresso do Samaris para dar uns merecidos minutos de descanso ao Fejsa. Para acabar em festa, o Pizzi enfiou-se com a bola pelo meio dos defesas do Paços após tabelar com o Jiménez e de alguma maneira acabou isolado em frente ao guarda-redes para marcar o terceiro golo. Um resultado que me parece ajustado ao que o Benfica produziu dentro do campo.
O Gonçalo Guedes merece a distinção de melhor em campo. Está a atravessar um óptimo momento de forma, não pára quieto no ataque, e está cada vez mais confiante. Movimenta-se bem para explorar os espaços no ataque, joga com e para a equipa, e quando arranca com a bola controlada e ganha velocidade, é cada vez mais difícil pará-lo. Marcou um grande golo, que já perseguia e merecia há algum tempo, e de certeza que isso aumentará ainda mais a sua confiança. É preciso não esquecer que tem apenas dezanove anos, e no entanto hoje alguém terá lamentado a ausência do Jonas? Outro jogador que está numa forma fantástica (talvez a melhor que já lhe vi) é o Nélson Semedo. Mais uma exibição a roçar a perfeição, quer a defender quer a atacar. Dizer que o Fejsa esteve bem já é quase uma banalidade. Surpreendente seria o contrário. Também gostei muito da exibição do Lindelöf. Jogar ao lado do Luisão parece só estar a fazer-lhe bem, e temos ali mais um central com perfil de líder. E pensar que há um ano atrás era o quarto central e quase que esteve para sair em Janeiro por empréstimo (que recusou). Hoje é titular da sua selecção e um valor indiscutível do Benfica.
E assim somámos mais uma vitória - são vinte vitórias e um empate nos últimos vinte e um jogos disputados para a Liga - e garantimos a liderança isolada quando para a semana formos ao Porto. Mas antes disso, jogamos o nosso futuro europeu na terça-feira. Espero voltar a ver a Luz com mais de cinquenta mil nas bancadas, a dar o mesmo apoio incondicional à nossa equipa. Ela merece-o.
Não houve ressaca europeia, nem mesmo depois de uma longa viagem à Ucrânia. Não houve desculpas nem poupanças. O Benfica entrou no Restelo para ganhar, marcou cedo, fez uma das melhores exibições da época e conquistou os três pontos, ficando a dever a si próprio uma goleada, tantas foram as ocasiões soberanas desperdiçadas.
Apesar de neste país se usar e abusar da justificação da ressaca europeia quando as coisas correm mal (a comunicação social é a primeira a agitar esse fantasma) uma equipa de topo tem que estar mais do que preparada para jogar duas vezes por semana. Toda a gente o faz por essa Europa fora, e às vezes parece que só aqui neste cantinho é que isso é um problema. Por isso nada melhor para refutar essas teorias do que entrar no Restelo com exactamente o mesmo onze que alinhou em Kiev. E mesmo com um campo pesado devido à chuva, partir para cima do adversário e dominar o jogo em todas as suas vertentes. O Benfica tirou partido do pendor ofensivo dos dois laterais, que faziam todos os respectivos corredores com bastante facilidade e assim permitiam muita liberdade aos extremos (com quem o entendimento foi quase perfeito) para deambularem pela frente de ataque e ajudarem a uma grande superioridade numérica no meio do terreno. As trocas de posição entre o Salvio, o Cervi, o Gonçalo Guedes (que jogou praticamente sem posição fixa no ataque) e o Pizzi eram constantes, num verdadeiro carrossel que baralhava por completo as marcações adversárias. Perdida a bola, a pressão começava logo à saída da área adversária e a bola era recuperada rapidamente e sem grandes dificuldades. O golo que abriu o marcador surgiu logo aos dez minutos, numa cabeçada fulgurante do Mitroglou depois de um canto do Pizzi, e depois foi quase apenas ver o Benfica ir somando ocasiões para dilatar a vantagem, com uma única grande ocasião de golo para o Belenenses pelo meio: uma cabeçada do Yebda à qual o Ederson correspondeu com uma enorme defesa. O resultado lisonjeiro para o Belenenses foi-se arrastando durante a primeira parte, com algumas situações de golo desperdiçado quase inacreditáveis, como o remate do Mitroglou que levou a bola a embater no poste (grande defesa do guarda-redes Joel, que ainda tocou ao de leve na bola) e a viajar ao longo de toda a linha de golo para sair pela linha de fundo do lado oposto. Ao intervalo a satisfação pela exibição do Benfica misturava-se com a frustração pela vantagem ser tão magra, mas a exibição da nossa equipa nem permitia sequer temer por outro resultado que não a vitória.
O Belenenses até regressou um pouco melhor do intervalo, e durante os primeiros minutos conseguiu andar mais frequentemente perto da nossa área, tendo beneficiado de um livre muito perigoso, na nossa meia lua, que atirou para fora. Mas o Benfica depressa voltou a acordar e a carregar na procura do golo da tranquilidade, debaixo do dilúvio que se abatia sobre o Restelo. Depois de mais uma ocasião inacreditavelmente desperdiçada, em que toda a jogada foi exemplar até ao passe para o Mitroglou, o grego, à boca da baliza e quando bastava empurrar para o golo com quase toda a baliza à sua mercê, conseguiu acertar mal na bola e enviá-la precisamente contra as pernas do guarda-redes já batido. Mas a frustração não durou muito mais tempo, e aos sessenta e cinco minutos finalmente apareceu o golo da confirmação da vitória. Uma boa iniciativa do Gonçalo Guedes pela esquerda para à entrada da área simular o remate e soltar a bola mais na esquerda para a corrida do Grimaldo, que de ângulo já apertado finalizou com um remate cruzado. Mesmo com a vantagem confortável o Benfica nunca abrandou e continuou à procura de mais golos, vendo logo a seguir o Cervi acertar com estrondo na barra depois de uma boa entrada do Salvio pela direita. Nunca o Benfica deixou de ter o jogo completamente controlado, tendo o Belenenses apenas criado uma situação de algum aperto para a nossa baliza quando o Ederson não conseguiu agarrar um centro rasteiro vindo da direita. Se algum tipo de queixa podemos ter deste jogo, é apenas que o resultado tenha sido só 2-0. A exibição do Benfica e o volume de ocasiões criadas mereciam uma vantagem bem mais dilatada.
Nem sei quem posso destacar com justiça neste jogo. Ao destacar alguém provavelmente estarei a ser injusto para outros. Foi muito bom ver a dinâmica ofensiva da equipa e o entrosamento de todos os jogadores, com várias jogadas ao primeiro toque e nas quais quase sempre o portador da bola tinha mais do que uma opção de passe. É excelente ver o Nélson Semedo a regressar à forma em que estava antes da lesão, e a dominar todo o seu corredor, o Salvio a mostrar que o talento continua todo lá e nenhuma lesão o deita abaixo, o Gonçalo Guedes a crescer e a ganhar maturidade e confiança com cada jogo que faz e cada minuto que soma, o tecnicista Cervi a lutar e a comer a relva por cada bola perdida, e tantos outros a jogar bem. Porque não duvido que os próprios jogadores têm a consciência que terão que dar sempre o máximo para manter o privilégio que é ser titular nesta equipa. À medida que os lesionados vão recuperando, também a competição vai aumentando, e quem se desleixar provavelmente ver-se-á no banco ou até na bancada no jogo seguinte.
Este jogo foi acima de tudo uma demonstração de força e de confiança de uma equipa que apesar de todos os contratempos que tem sofrido desde o início da época soube fazer das fraquezas força, e que agora que os jogadores sobem de forma e os lesionados vão regressando está a subir os níveis exibicionais para perto do melhor que vimos a época passada. E isto sucede numa boa altura, já que se aproxima um mês de Novembro com vários jogos muito importantes.
O jogo era fundamental para as nossas aspirações europeias e a nossa equipa não desiludiu. Apesar de mais de metade do onze ser constituído por jogadores com 22 anos ou menos, fizemos uma exibição bastante sóbria e madura durante a maior parte do tempo e conquistámos os importantes três pontos que nos mantêm com todas as possibilidades de discutir o apuramento.
Com o Luisão a manter a titularidade no centro da defesa, formando dupla com o Lindelöf, as inovações foram o regresso do Pizzi ao centro, permitindo a entrada do Cervi para a esquerda, tendo o Gonçalo Guedes actuado como segundo avançado, atrás do Mitroglou. A entrada do Benfica no jogo foi personalizada e rapidamente recompensada, pois aos nove minutos um penálti cometido sobre o Gonçalo Guedes permitiu ao Salvio colocar-nos na frente do marcador. O golo deu ainda maior confiança, o que resultou numa primeira parte relativamente tranquila. Fomos uma equipa bastante coesa, com os jogadores a actuarem próximos uns dos outros e com grande espírito de entreajuda. O maior interesse era adormecer um pouco o ritmo do jogo, manter a posse de bola e evitar ficar expostos a contra-ataques do Dínamo, o que foi conseguido com relativa facilidade - foram quase nulas as ocasiões de perigo do adversário. Esperava que no regresso do intervalo aparecesse um Dínamo de Kiev mais agressivo na busca do empate, mas o jogo manteve-se na mesma toada. E praticamente na mesma altura em que tínhamos marcado na primeira parte, voltámos a fazê-lo na segunda. Uma investida do Salvio pela direita, em que teve felicidade no ressalto e conseguiu ir à linha de fundo já no interior da área, e um passe rasteiro e atrasado para o Cervi marcar à segunda tentativa, já que o primeiro remate bateu no Mitroglou. Foi só após este golo que supostamente nos dartia maior tranquilidade que as coisas ficaram algo intranquilas. O Dínamo pressionou mais e conseguiu criar algumas ocasiões flagrantes de golo, sendo então altura para o Ederson brilhar, com duas defesas frente a adversários isolados, uma delas em dose dupla - e teve uma falha muito parecida à do Júlio César em Nápoles, na saída a um cruzamento, mas felizmente que a bola saiu ao lado. Depois deste período turbulento, o jogo foi acalmando e o Benfica conseguiu ir mantendo o resultado com relativa facilidade, ainda que quase a acabar tenhamos tido um par de calafrios, primeiro num lance em que o Grimaldo salvou uma situação de golo quase certo, com um corte quase em cima da linha, e depois num canto em que a nossa defesa se deixou antecipar ao primeiro poste, mas felizmente o cabeceamento passou um pouco ao lado da baliza.
A equipa hoje jogou valeu sobretudo pelo todo, mas tendo que destacar alguns jogadores então a minha escolha vai para o Ederson, o Fejsa e o Gonçalo Guedes. Foram aqueles que mais me ficaram na retina; o primeiro pelas defesas que mantiveram o adversário em branco, o segundo pelo habitual trabalho incansável na recuperação da bola e auxílio á defesa, e o terceiro pelas arrancadas e empenho em dinamizar o ataque da equipa - o penálti que nos deu o primeiro golo foi uma excelente iniciativa dele.
Tarefa cumprida, agora é tentar repetir a receita no próximo jogo, quando recebermos o Dínamo na Luz, e se o conseguirmos significará pelo menos a garantia de continuidade nas competições europeias. Mas agora é tempo de nos concentrarmos no objectivo principal da época, e preparar o duríssimo embate contra o Hugo Miguel já no próximo domingo, no Restelo.
Já não há jogos fáceis, e o Benfica complicou ainda mais as coisas esta noite com uma exibição pouco conseguida. A possibilidade de acontecer taça neste jogo não foi assim tão baixa quanto aquilo que se preveria à partida.
Jogámos com uma equipa naturalmente muito diferente do habitual, na qual apenas o Ederson, o Nélson Semedo e o Luisão mantiveram a titularidade do último jogo. Jogadores como o Danilo ou o Eliseu fizeram os primeiros minutos da época, e o Zivkovic e o José Gomes foram titulares. A primeira parte foi simplesmente amorfa. Jogada a uma velocidade lentíssima, facilitámos muito a tarefa ao 1º de Dezembro, que simplesmente se manteve fechado e organizado atrás, deu alguma pancada com a complacência do árbitro (os laterais deles, e em especial o chinês, varriam tudo o que lhes aparecia à frente) e não teve grandes dificuldades em evitar que o Benfica tivesse qualquer ocasião de golo durante quase todo o tempo - a excepção foi quase a última jogada, em que o José Gomes cabeceou pouco ao lado depois de um bom cruzamento do Eliseu.. Para a segunda parte regressou o Gonçalo Guedes no lugar do Carrillo, sem qualquer surpresa e julgo que satisfazendo o desejo de praticamente todos os benfiquistas que assistiam ao jogo. A equipa melhorou um pouco e chegou rapidamente ao golo, da autoria do Danilo após uma boa iniciativa individual. O jogo estava completamente controlado e parecia que iria até final sem grande história quando o Celis faz um passe disparatado para trás, que isolou um jogador adversário, e o Ederson cometeu penálti. Foi marcado de forma exemplar e com classe pelo Martim Águas, e voltou tudo à estaca zero. O Benfica foi obrigado a ir à procura de novo golo e o 1º de Dezembro fechou-se mais ainda, tentando levar o jogo para prolongamento. À medida que o jogo caminhava para o final a pressão do Benfica intensificou-se e fomos mesmo obrigado a ir buscar o Pizzi e o Mitroglou ao banco, mas aparecia sempre um pé ou uma cabeça de um jogador adversário no caminho das tentativas de remate do Benfica (pareceu-me que insistimos demasiado em jogar pelo meio do terreno, onde se acumulavam muitos adversários). E foi no último suspiro do jogo, quando o prolongamento já parecia uma inevitabilidade, que o Pizzi finalmente marcou decentemente um canto e o Luisão foi lá acima para carimbar de cabeça a passagem à próxima eliminatória.
Alguns jogadores não conseguiram aproveitar a oportunidade que lhes foi dada neste jogo. O Celis não estava a jogar mal, mas borrou completamente a pintura com aquele passe que resultou no penálti.O Eliseu ainda não tinha jogado mas foi para mim um dos melhores do Benfica, tal como o Nélson do outro lado. O Gonçalo Guedes entrou bem no jogo, o Danilo marcou um bom golo, e alternou coisas boas com outras menos positivas. Gostei do Zivkovic, não fez um jogo brilhante mas mostrou boa capacidade técnica e também uma boa atitude no jogo, lutando sempre muito pela bola. O Carrillo na minha opinião devia ser para aí a oitava opção para extremo - estou a contar com os extremos da equipa B, e só não digo que ele devia ir ganhar ritmo para a equipa B porque não desejo que a boa campanha que estão a fazer este ano se estrague.
Foi mais um jogo que em termos exibicionais mostrou grandes diferenças entre a primeira e a segunda parte, mas independentemente do brilho da exibição o Benfica dominou por completo o Feirense e o jogo durante oitenta e nove minutos e conseguiu uma vitória por uma margem clara e que não deixa quaisquer dúvidas sobre a sua superioridade.
Depois da derrota em Nápoles esperavam-se algumas mudanças na equipa e estas começaram logo pela baliza, com o regresso do Ederson. Face à elevada quantidade de golos sofridos de cabeça e na sequência de bolas paradas, confesso que não evitei uma sensação de tranquilidade quando vi a equipa entrar para o aquecimento com o Luisão na equipa. Finalmente, o Salvio e o Gonçalo Guedes, que deixaram uma imagem positiva em Nápoles quando entraram, foram recompensados com a titularidade, por troca com os Andrés (Almeida e Horta) e o Pizzi deslocou-se para uma posição mais central. A entrada do Feirense no jogo foi forte - e daí eu ter escrito que o Benfica dominou por completo durante oitenta e nove minutos - e podia ter marcado praticamente a abrir o jogo, mas felizmente o remate saiu ao lado quando o golo parecia ser o resultado mais provável, depois de um cruzamento da direita que encontrou o jogador do Feirense quase à vontade à entrada da pequena área. Passado este primeiro susto, o jogo foi praticamente um passeio para o Benfica. Infelizmente, foi de tal forma assim que a nossa equipa deve ter levado um bocado o conceito à letra e resolveu jogar a primeira parte a ritmo de passeio mesmo. Mesmo assim, dava para ir criando ocasiões claras de golo. A primeira numa cada vez mais habitual combinação entre o Grimaldo e o Guedes, na esquerda, com um passe atrasado para o interior da área, mas que infelizmente o Mitroglou concluiu com um passe (nem posso chamar aquilo de remate) frouxo na direcção da baliza, que foi interceptado por um defesa. O Salvio por duas vezes também poderia ter inaugurado o marcador, vendo na primeira o Peçanha fazer uma enorme defesa ao seu cabeceamento (grande cruzamento do Grimaldo) e na segunda não conseguiu acertar com a baliza quando estava em boa posição. Já que não acertávamos com a baliza, encarregou-se um jogador do Feirense de o fazer por nós. Aos trinta e cinco minutos, lançamento de linha lateral longo por parte do Salvio, e o adversário acertou uma 'rosca' na bola que a enviou para a sua própria baliza. Apesar de termos jogado a um ritmo demasiado lento, este golo dava ao Benfica uma vantagem perfeitamente justa na saída para o intervalo.
Na segunda parte, felizmente, o Benfica melhorou neste aspecto e começou a imprimir maior velocidade às suas acções. A pressão do Benfica intensificou-se, mas apenas foi recompensada novamente de uma forma pouco ortodoxa, ao fim de decorrido um quarto de hora. Depois de uma jogada confusa dentro da área, um defesa do Feirense tentou aliviar a bola mas o Salvio lançou-se para tentar interceptá-la e teve a felicidade (e o mérito de não ter desistido) da bola lhe bater no pé de forma a encaminhar-se, como se de um remate cruzado e colocado se tratasse, para o poste mais distante da baliza adversária. Este segundo golo soltou definitivamente a equipa e assistimos então, até final, ao melhor período do Benfica no jogo. Nove minutos depois o Benfica fez o terceiro golo, através de um cabeceamento do pequenino Cervi - tinha substituído o Carrillo - que surgiu no centro da área solto de marcação para aproveitar um bom cruzamento do Nélson Semedo. Três a zero, como se sabe, até pode ser um resultado perigoso, sobretudo se uma equipa (ou o respectivo treinador) de repente se achar a melhor equipa do mundo e perder a concentração, mas o Benfica continuou a ter um controlo firme no jogo e a jogar bem, na procura de mais golos. O Feirense apenas por uma vez, já muito perto do final, ameaçou a nossa baliza, mas o Ederson correspondeu com a defesa da tarde. De resto não houve mais sobressaltos e deu para dar mais alguns minutos ao miúdo José Gomes, que só não marcou porque complicou demasiado os lances ao agarrar-se muito à bola, e também para a estreia do Zivkovic com a nossa camisola - foram apenas alguns minutos, mas ainda ofereceu uma boa ocasião ao José Gomes e sofreu a falta da qual resultaria o quarto e último golo do Benfica. Foi na zona da meia lua, mesmo ao jeito do pé do Grimaldo, e depois de uma grande confusão na barreira, onde os jogadores do Feirense passavam o tempo todo a empurrar os nossos dali para fora, o Luisão foi até lá acabar com a rebaldaria e meter ordem naquilo, para que o Grimaldo, no último pontapé do jogo, fizesse com uma 'folha seca' um bonito golo.
Destaques habituais para o Grimaldo e o Fejsa. Já não há muito a acrescentar ao que acabo por dizer sobre eles no final de quase todos os jogos. O Luisão veio devolver-nos poderio nos lances aéreos e nem sei se terá perdido alguma bola pelo ar. Ofensivamente esteve por várias vezes perto de marcar, já que ganhava sempre as bolas e depois apenas ficava a faltar um pouco mais de pontaria no cabeceamento. Parece-me que, pelo menos até o Jardel regressar, deverá manter-se na equipa. Depois, logo se verá. O episódio da barreira no final do jogo: priceless. O Salvio, talvez intimidado pela presença à sua frente do maior queixo do futebol português (Vítor Bruno) estava a ter um jogo ao nível de muitos que ele fez esta época: muito complicativo e desastrado. Mas depois de ter feito o golo (e do queixo gigante ter sido substituído) transfigurou-se e acabou por ser um dos destaques da equipa. Gostei também do Gonçalo Guedes e do Nélson Semedo, este com um jogo em crescendo, como aliás a maior parte da equipa. Seria bom que mantivesse este nível. Do Carrillo já nem vou falar, porque não quero estar a bater muito mais no ceguinho. Que recupere rapidamente o ritmo ideal para que possa dar alguma contribuição à equipa. Porque a jogar aquilo que jogou hoje, não nos serve de nada. O Salvio durante a primeira parte provavelmente estava a jogar tão mal como ele. A diferença entre eles é a atitude. O Salvio mesmo com as coisas a correr mal não baixa a cabeça e continua a dar o que tem em cada lance. Assim é mais fácil ser-se feliz.
Depois da 'catástrofe' de Nápoles (e depois de algumas pessoas terem tido que esperar desde Abril por uma derrota do Benfica num jogo oficial, compreende-se a leviandade com que termos como este foram imediatamente utilizados) o Benfica respondeu da melhor maneira e aproveitou para ficar um bocadinho mais tranquilo na liderança. Agora é esperar que esta pausa no campeonato - só voltamos a jogar daqui a três semanas - seja suficiente para recuperar vários jogadores importantes, para melhor podermos defender a liderança e ainda tentar lutar pelo apuramento na Champions.
P.S.- 58.637 espectadores na Luz hoje, para um jogo com o Feirense. Adoro futebol à tarde.
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