VAMOS ACABAR COM AS IMBECILIDADES
Segunda-feira, 30 de Janeiro de 2017

Péssima

Obviamente que nunca há alturas boas para se perder pontos, mas esta foi uma ocasião particularmente má para o fazermos. Porque tendo o Porto um jogo difícil na próxima jornada, ao deixarmos que a nossa vantagem encurtasse para um mero ponto retirámos muita da pressão com que o nosso adversário poderia entrar em campo para esse mesmo jogo. Por outro lado aumentámos, e muito, a pressão do nosso lado. Foi uma derrota péssima que aumenta a motivação dos nossos adversários, ela que já estava em alta depois da magnífica conquista da Taça da Liga pelo Sporting ontem à noite.

 

 

Sobre o jogo, vou evitar escrever grande coisa sobre ele. Se eu já acho que quando ganhamos a maior parte das pessoas lê os meus posts na diagonal, quando isso não acontece então passam simplesmente por cima deles e vão directos para a caixa de comentários simplesmente para desabafar, desancar quem no seu entender tem responsabilidades na derrota, ou propor as suas soluções para o problema. Direi apenas que não foi um bom jogo da nossa equipa, isto apesar de o termos dominado do princípio ao fim mesmo jogando mal. Mas fomos derrotados sobretudo por dois problemas que têm apoquentado a nossa equipa nos últimos jogos: falta de eficácia e imaginação no ataque, e permeabilidade na defesa. Não é aceitável que não consigamos marcar nem um golo num jogo em que temos mais de 70% de posse de bola e rematamos vinte vezes. E ainda menos aceitável é que o adversário vá um par de vezes à nossa baliza e marque. Foi assim com o Boavista (nesse jogo ainda conseguimos ter um mínimo de eficácia no ataque para evitar a derrota), foi assim com o Moreirense, foi assim hoje, e já tinha sido assim com o Marítimo, contra o qual falhámos um número inacreditável de ocasiões de golo. Quando se conjugam estes dois factores, é muito complicado conseguir resultados positivos. E além disso parece-me que, devido à fase que a equipa atravessa, quando o adversário de repente marca um golo contra a corrente do jogo e se apanha em vantagem a ansiedade dos nossos jogadores aumenta e torna ainda mais difícil ter alguma clarividência na altura de finalizar as jogadas de ataque.

 

Estamos a passar por uma má fase, à qual claramente não estamos habituados. Mas isso não significa que possamos que baixar os braços. Pelo contrário, está na altura de cerrar fileiras e apoiar a nossa equipa como só nós o podemos fazer. Para que acordem e voltem a fazer aquilo que tão bem sabem fazer e a que nos habituaram: jogar bom futebol, marcar golos e ganhar jogos.

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publicado por D'Arcy às 23:14
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Quinta-feira, 26 de Janeiro de 2017

Rídicula

Uma derrota simplesmente ridícula, num dos jogos mais disparatados que vi esta equipa fazer. Marcámos logo aos seis minutos, pelo Salvio, e depois passámos o resto da primeira parte a adiar o golo da tranquilidade, mais uma vez parecendo dar mostras de sobranceria. E depois, uma coisa que francamente não consegui compreender: será que os nossos jogadores não sabem escolher botas? Passámos o jogo todo a ver os nossos jogadores a patinar ou a escorregar, e a correr como se estivessem a fazê-lo sobre gelo. Mas teria dado perfeitamente para vencer o jogo, não fosse uma entrada na segunda parte absolutamente catastrófica, sofrendo um golo na primeira vez que o Moreirense foi à nossa baliza (e que só foi golo porque, mais uma vez, os nossos jogadores andaram a patinar enquanto que o 'remate' patético do jogador do Moreirense se encaminhava muito lentamente para a baliza). Não contentes com isto, na segunda vez que o Moreirense foi lá à frente, segundo golo, numa bola parada. E a partir daqui então foi o descalabro total. Os nossos centrais (com particular destaque para o Jardel) fizeram uma exibição épica de tão má que foi, e perdi a conta ao número de passes errados e entregas de bola que fizeram aos adversários. Em mais uma dessas entregas, o Jardel perdeu a bola a meio campo e daí resultou o terceiro golo ao Moreirense. Depois foi uma autêntica pelada até ao fim, quase sem táctica, sem meio campo, e com a equipa partida ao meio, o que significava que cada bola recuperada pelo adversário resultava numa situação de contra-ataque em superioridade numérica, porque já ninguém recuava para auxiliar a defesa. Enquanto isto, vários jogadores, como o Salvio ou o Pizzi, resolveram que a melhor receita seria jogarem sozinhos. Nos minutos finais, completamente balanceados para o ataque, entre a falta de sorte, com duas bolas nos ferros, a falta de pontaria, com finalizações para fora quando bastava quase acertar na baliza, e a inspiração do guarda-redes adversário, nem um golo conseguimos marcar.

 

Não vou escrever mais porque não quero estar a quente a desancar os nossos jogadores. Foi uma exibição inadmissível, sobretudo na segunda parte, com a defesa a mostrar-se inacreditavelmente permeável. Se sofrer três golos do Boavista já tinha sido mau, então sofrê-los do Moreirense é ainda pior. E só não foram mais porque eles não são realmente bons, já que os disparates cometidos a partir do terceiro golo foram ainda mais aberrantes e uma equipa com um mínimo de calma teria sabido aproveitá-los para construir um resultado ainda mais escandaloso.

 

Enfim, perdemos de forma vergonhosa um troféu que eu valorizo e que queria muito conquistar. Agora a única coisa a fazer é vencer já o Setúbal no próximo jogo. Não trará o troféu de volta, mas pelo menos ajudará a afastar a má imagem que este jogo mais o contra o Boavista e a primeira parte contra o Tondela têm vindo a construir.

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publicado por D'Arcy às 23:03
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Segunda-feira, 23 de Janeiro de 2017

Batalha

A vitória do Benfica sobre o Tondela foi inteiramente merecida, sobretudo pela segunda parte realizada, mas a margem folgada de quatro golos esconde as dificuldades por que passámos para conseguir derrubar a muralha defensiva que o nosso adversário ergueu nesta sua visita à Luz. Foi sobretudo a partir do segundo golo que começámos finalmente a ter mais espaço para jogar no ataque, que foi aproveitado para construir este resultado.

 

 

A novidade no onze hoje foi o Zivkovic, que depois das boas indicações que tem deixado nas oportunidades que lhe têm sido dadas surgiu como titular no lugar normalmente reservado ao Salvio. O Benfica começou bem o jogo, e logo nos primeiros dez minutos construiu duas boas ocasiões de golo. Primeiro, num pontapé de canto, o Luisão deixou a bola de cabeça para o remate do Samaris, mas o grego conseguiu atirar por cima quando o mais fácil seria acertar na baliza. Depois foi um remate de fora da área do Jonas, que obrigou o guarda-redes a uma boa defesa. Mas a partir daí as coisas complicaram-se. O Tondela cerrou linhas atrás - defendia na pratica com uma linha de seis defesas, com uma segunda linha logo à frente - e o Benfica começou a ver os caminhos para a baliza tapados. Houve vários problemas com o nosso jogo. O primeiro, a falta de velocidade, o que facilitava uma defesa com muita gente, que raramente era apanhada fora de posição. Depois, muito pouco jogo pelas alas e demasiada insistência pelo meio, onde se concentrava a maior parte dos adversários. O entendimento entre o Nélson Semedo e o Zivkovic nunca foi o ideal, e talvez por isso o Nélson nunca atacou tanto pelo seu lado como costuma fazer. Depois o outro problema que acontece frequentemente com o nosso jogo, que é quando o Pizzi se apaga, o resto da equipa ressente-se. O Pizzi passou uma boa parte do tempo na primeira parte quase escondido do jogo, e por via disso a bola passou demasiado tempo nos pés do Luisão ou do Samaris, que honestamente são talvez os últimos jogadores que eu desejo ver com a bola nos pés a dar início às jogadas de ataque. Foram por isso raras as situações de muito perigo que conseguimos criar. Para além das duas já citadas, acho que apenas me recordo de um cruzamento do Jonas no qual o Mitroglou ou falhou o cabeceamento, ou então tomou a má decisão de amortecer a bola em vez de a cabecear para a baliza. O Jonas, diga-se, pareceu-me demasiado amarrado no ataque, e raramente veio atrás buscar jogo. Em resumo, não foi uma boa primeira parte da nossa equipa.

 

 

Houve uma alteração importante na equipa ao intervalo, saindo o Cervi para dar o lugar ao Salvio - o Zivkovic passou para a esquerda. A entrada do Salvio dinamizou o nosso jogo pelo lado direito, e 'despertou' o Nélson Semedo. O Pizzi também ganhou muito maior protagonismo no jogo e passou a assumir muito mais jogadas. Mas o mais importante mesmo foi que toda a equipa teve uma atitude muito mais agressiva e decidida, jogando com muito mais velocidade. O próprio Estádio da Luz (cinquenta e seis mil espectadores num jogo contra o último classificado) teve um papel importante, empurrando a equipa rumo à baliza adversária com um apoio constante e ruidoso, enquanto que na primeira parte parecia ter ficado contagiado e anestesiado pela apatia em campo. O Tondela sentiu as dificuldades a aumentar e cedo tentou quebrar o ritmo do jogo, com simulação de lesões por parte do guarda-redes - é um fenómeno cada vez mais frequente nos campos de futebol nos dias que correm. Agora os guarda-redes lesionam-se quando fazem aquilo que estão lá precisamente para fazer, ou seja, uma defesa (quando o resultado interessa, obviamente). Não é um choque, não é uma bola dividida, nada. É um remate à baliza, eles atiram-se para fazer a defesa, e ficam lesionados. Foi o que aconteceu quando o guarda-redes defendeu um remate do Zivkovic logo nos primeiros minutos, quando eu já praticamente festejava o golo. Mas nada podia estancar a avalanche ofensiva do Benfica, e no fecho do primeiro quarto de hora o desejado golo surgiu mesmo. Depois de um canto a bola andou pela área até acabar nos pés do Samaris, que fez o passe atrasado para o remate de primeira do Pizzi. O mais difícil estava feito, mas ainda assim isso não foi suficiente para que o Tondela abandonasse a postura defensiva. Notava-se alguma vontade em avançar um pouco mais, mas a muralha mantinha-se no seu posto, por isso ainda sobrava algum nervosismo por estarmos expostos a algum lance fortuito que repusesse a igualdade - e teria que ser fortuito mesmo, porque o Tondela não criou uma única ocasião de golo. O golo da nossa tranquilidade apareceu a um quarto de hora do final, num raide do Nélson Semedo pela direita (grande passe do Samaris para as costas da muralha) que terminou num passe atrasado para mais uma finalização do Pizzi. Depois disso sim, o Tondela abriu finalmente espaços atrás que a nossa equipa, com a tranquilidade dos dois golos de vantagem, aproveitou para ampliar o resultado. A seis minutos do final, com o primeiro golo do Rafa com a nossa camisola: passe longo do Jonas para as costas da defesa, e ainda de fora da área o Rafa aproveitou a saída do guarda-redes para lhe fazer um chapéu. E no último lance do encontro, penálti por puxão ao André Almeida e golo do Jonas.

 

 

O Pizzi acaba por ser o homem do jogo pelos dois golos de desbloquearam uma situação que se ia complicando à medida que o tempo passava. Não gostei da primeira parte, na qual se escondeu demasiado do jogo, mas na segunda parte voltou a ser o jogador influente a que nos habituou. A entrada do Salvio foi importante para o jogo. Mesmo não tendo feito uma exibição de encher o olho, a sua presença deu mais largura ao nosso jogo e libertou também o Nélson Semedo, com quem tem um bom entendimento. Jogo seguro da nossa dupla de centrais.

 

Este jogo foi contra o último classificado, mas foi um bom exemplo daquilo que nos espera nesta segunda volta - como aliás já o jogo anterior contra o Boavista tinha sido. Cada jogo vai ser uma batalha, e não nos será permitido relaxar ou abrandar no caminho para o título, porque qualquer atitude desse género poderá ser paga com pontos. Mas para esta semana a luta será outra. É altura de centrar a nossa atenção na Taça da Liga, e tentar fazer o nosso historial nesta competição ainda mais inigualável. A começar na próxima quinta-feira contra o Moreirense, orientado por alguém que eu considero ser uma das personagens mais execráveis do futebol português. O que por si só deverá ser motivo suficiente para atenção redobrada.

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publicado por D'Arcy às 01:38
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Quinta-feira, 19 de Janeiro de 2017

Desequilíbrio

Previa-se um jogo relativamente fácil para o Benfica, e as expectativas confirmaram-se. Foi um apuramento muito tranquilo para as meias-finais da Taça, perante um Leixões que não se deu por vencido e tentou ao máximo lutar com as armas que tem, mas o desequilíbrio de forças é demasiado grande. Foi de tal forma fácil o triunfo do Benfica que deu até para algum relaxamento excessivo na defesa, que ajudará a explicar os dois golos sofridos, e também para o André Almeida marcar um golo. E agora a crónica poderia ficar por aqui, porque se o André Almeida até marcou um golo então já nem seria necessário explicar muito mais.

 

 

O onze titular foi mexido q.b., com a troca do guarda-redes, centrais e alas, mantendo-se o resto da equipa. Em relação aos centrais, já o disse anteriormente, não vejo grande diferença de valor entre a dupla Lisandro/Jardel e aquela que tem jogado mais regularmente (a minha preferência pessoal continua a ser a dupla que jogou o ano passado, com o Lindelöf sobre a direita e o Jardel sobre a esquerda). Nas alas, provavelmente neste momento o Zivkovic estará até em melhor forma do que o Salvio, enquanto que o Carrillo parece estar finalmente a subir de produção. O Benfica entrou naturalmente dominador no jogo e a querer resolver cedo. A resistência do Leixões durou vinte e um minutos, altura em que um defesa aliviou um cruzamento do Semedo para a entrada da área, onde o Pizzi controlou a bola e rematou rasteiro para fazer o primeiro golo. Dez minutos depois, o momento alto do jogo, quando o André Almeida fez o seu primeiro golo oficial pelo Benfica. Foi uma tentativa de cruzamento da esquerda, o Mitroglou esticou o pé mas não conseguiu tocar na bola, e esta descreveu um arco para ir entrar junto ao poste oposto. Grande festa de toda a equipa, que estava bem ciente do significado daquele momento. Aos trinta e oito, terceiro golo e a goleada a começar a desenhar-se. Nova incursão do Semedo pela direita, cruzamento atrasado para o Mitroglou ver o seu remate interceptado por um defesa quase sobre a linha, e recarga de trivela do Jonas, da ângulo muito apertado. À beira do intervalo o Leixões reduziu numa jogada simples e bonita, em que após uma boa desmarcação a bola foi cruzada rasteira da direita para um finalização fácil do Porcellis quase de baliza aberta.

 

 

Sem nada a perder e motivado pelo golo, o Leixões veio para a segunda parte apostado em jogar de forma completamente aberta. Meritória a atitude do nosso adversário, mas isto naturalmente que tornava o cenário da goleada ainda mais provável. No Benfica, troca do Pizzi pelo André Horta. O Mitroglou logo no reinício parecia querer confirmar que seria uma noite difícil para conseguir meter a bola na baliza, já que cabeceou a bola à trave depois de um cruzamento do Jonas. Depois de na primeira parte terem alternado bastante de posição, na segunda o Zivkovic fixou-se definitivamente na direita enquanto que o Carrillo se fixou na esquerda. Lá na frente, o Mitroglou continuava a sua penosa relação com o golo, vendo o guarda-redes do Leixões fazer uma grande defesa a mais um remate seu, após um toque brilhante do Jonas. Acho que o próprio Jonas entendeu que o esforço do grego para chegar ao golo merecia ser recompensado, e por isso quando o Benfica beneficiou de um penálti a punir uma falta sobre o Zivkovic, a meia hora do final, entregou-lhe a bola para que fosse ele a marcá-lo. O que ele fez de forma decidida, e isso pareceu pôr um fim à má relação com a baliza esta noite. O Leixões ainda voltou a fazer mossa, sete minutos depois, marcando um segundo golo em mais um lance simples e bonito, em que a bola foi metida pelo centro da nossa defesa para uma desmarcação e mais uma vez o passe rasteiro para o centro deixou ao Porcellis a tarefa relativamente simples de empurrar a bola para a baliza, ainda que pressionado pelo Lisandro. Parece-me que com o Fejsa em campo talvez não tivesse sido permitidas tantas liberdades ali na cabeça da nossa área. Mas na direita o Zivkovic estava imparável e ia fazendo a cabeça em água ao lateral do Leixões, e o Mitroglou estava agora de pontaria afinada. Por isso passaram apenas quatro minutos até o Benfica repôr a vantagem de três golos. Depois de uma incursão pela direita e pela área dentro, o centro rasteiro do Zivkovic foi desviado por um defesa na direcção da própria baliza. O guarda-redes ainda conseguiu defender a bola, mas esta ficou à mercê do Mitroglou, que não perdoou. O jogo continuou muito aberto mas apenas nos instantes finais o marcador voltou a funcionar, novamente com um golo do Mitroglou, desta vez depois de uma boa iniciativa do Carrillo no lado oposto, que dentro da área ganhou a linha de fundo e fez o passe atrasado para o grego fuzilar a baliza.

 

 

O Mitroglou é obviamente a figura em maior destaque. Foi o jogador mais rematador da equipa, durante muito tempo pareceu que esta não ia ser a sua noite, mas acabou por conseguir um hat trick (dos verdadeiros). Outro grande destaque é o Zivkovic, que mais uma vez aproveitou a oportunidade concedida para mostrar as suas qualidades. Grande toque de bola, transporta-a sempre bem colada ao pé esquerdo, muita qualidade individual que é quase sempre colocada ao serviço do colectivo - tenta quase sempre assistir os colegas - e boa atitude na hora de defender. É um valor seguro deste plantel, e só vai melhorar. Melhorias no Carrillo, que já no jogo em Guimarães tinha mostrado. No 1x1 quando arranca com a bola consegue quase sempre ganhar a frente ao adversário, pena que ainda lhe pareça faltar confiança e muitas das vezes opte por parar o jogo e lateralizar ou jogar para trás. A assistência que fez é um bom exemplo daquilo que pode produzir. E por último, claro, destaque para o golo do André Almeida. Não sei se já o tinha referido.

 

Mais uma presença nas meias-finais, e mantemos em aberto a possibilidade de conquistar todos os troféus nacionais numa época. O adversário que nos separa do Jamor é o Estoril, numa eliminatória a disputar a duas mãos. Mas isso ainda está longe, a até lá temos vários outros compromissos importantes. A começar já pelo Tondela no domingo à tarde.

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publicado por D'Arcy às 00:50
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Sábado, 14 de Janeiro de 2017

Disparates

Pagámos com dois pontos os disparates cometidos sobretudo na fase inicial de um jogo que mesmo assim poderíamos (e deveríamos) ter ganho. Vendo as coisas pelo lado positivo, ainda conseguimos salvar um ponto num jogo em que cedo nos apanhámos com uma enorme desvantagem.

 

 

É sempre fácil falar depois das coisas acontecerem, mas comecei logo a ficar com uma ligeira irritação ao ouvir a constituição inicial da nossa equipa. Iniciar um jogo em casa, contra uma equipa que previsivelmente se iria fechar atrás, sem um ponta de lança de raiz pareceu-me logo uma má ideia. Mas a opção foi fazer alinhar a dupla Jonas/Gonçalo Guedes, provavelmente como recompensa pela boa exibição do Guedes em Guimarães. A outra opção algo surpreendente foi a presença do Rafa no lugar do Cervi, na esquerda do ataque. Não é que os jogadores em questão tenham falta de qualidade ou que fosse impossível vencer com eles no onze, simplesmente pareceu-me uma estratégia errada. Depois, sabem aqueles jogos em que ao fim de cinco ou dez minutos ficamos logo com receio de que as coisas corram mal? Este para mim foi um desses jogos. Por causa da velocidade e forma de jogar da nossa equipa. Não quero chamar-lhe sobranceria, mas achei que estávamos a jogar de forma demasiado lenta, e muito pouco como equipa, com vários jogadores a agarrarem-se demasiado à bola e a insistirem em iniciativas individuais. Ainda construímos uma grande ocasião de golo nos primeiros minutos, na qual o Guedes, isolado, atirou ao lado. Mas aos catorze minutos, num livre directo muito bem marcado pelo Iuri Medeiros, o Boavista colocou-se em vantagem, naquele que terá sido o primeiro remate que fez. O Benfica não pareceu abanar e pelo contrário, reagiu bem e começou a jogar com maior velocidade, começando a criar ocasiões, às quais o guarda-redes do Boavista se foi opondo bem. Mas aos vinte minutos o Boavista, de forma muito fria, voltou a ir à frente e a marcar. Livre apontado do lado direito da nossa área, e no poste oposto surgiu um adversário a ganhar nas alturas para o cabeceamento vitorioso. E cinco minutos depois, novo ataque do Boavista e novo golo. Mais um cruzamento do lado direito, onde os nossos jogadores ficaram a marcar os adversários com os olhos e lhes deram o espaço e tempo mais do que necessário para construir a jogada, e do lado oposto surgiu um jogador do Boavista completamente à vontade para receber e assistir um companheiro no meio, que marcou à vontade. Vinte e cinco minutos decorridos, e desvantagem de três golos. O Boavista praticamente em três subidas à nossa área foi mortífero e colocava-se numa posição extremamente vantajosa no jogo e no marcador. Era difícil conseguirmos pior, e não sei se alguma vez tinha assistido a um início de jogo tão desastroso da nossa equipa em casa.

 

 

Desde o momento que o Benfica ficou em desvantagem que tinha alterado a sua forma de jogar, impondo maior velocidade no jogo e as ocasiões de golo começaram naturalmente a surgir, mas a concretização não foi a melhor, para além de ter apanhado pela frente um guarda-redes inspirado. Notava-se também alguma falta de presença na área, e como não havia propriamente muito mais para esperar, ainda antes de chegar o intervalo o nosso treinador fez a alteração que se impunha, enviando o Mitroglou para dentro do campo. Foi aos trinta e oito minutos, e o sacrificado foi o Rafa, passando o Gonçalo Guedes para a esquerda. O resultado foi quase imediato, pois a quatro minutos do intervalo o Mitroglou fazia o nosso primeiro golo. Depois de um remate do Pizzi, em posição frontal, que o guarda-redes conseguiu defender com pé, a bola subiu e foi recuperada pelo Salvio ainda dentro da área, assistindo depois o Mitroglou para um golo fácil, já que apenas teve que empurrar a bola para a baliza. Este golo reforçava a crença de toda a Luz - e nunca me pareceu que se tivesse sequer deixado de acreditar - de que ainda era perfeitamente possível conquistar os três pontos neste jogo. E podíamos até ter saído para intervalo com apenas um golo de desvantagem e o jogo completamente relançado. Uma bola longa, aparentemente perdida, foi na direcção da área do Boavista. Houve uma hesitação entre um defesa do Boavista e o seu guarda-redes, o André Almeida acreditou, e de repente viu-se completamente sozinho na área, com a bola controlada. Só que em vez de fazer o que o Salvio tinha feito no primeiro golo - um simples passe para o meio, onde o Mitroglou estava completamente sozinho - tomou a péssima decisão de tentar ele concretizar de ângulo mais apertado, quando tinha o guarda-redes quase em cima. Não sei se o facto dele nunca ter marcado um golo oficial pelo Benfica o terá influenciado, mas o caso é que foi a pior decisão possível, já que a concretização era difícil e o guarda-redes, como era mais provável, defendeu o remate. Pelos vistos o André estava distraído no lance do terceiro golo do Boavista, ou no do nosso primeiro golo. Se tivesse feito o que o Iuri e o Salvio fizeram nos referidos lances, muito provavelmente teria sido golo.

 

 

A entrada do Benfica para a segunda parte foi de risco total. O Luisão não regressou, e no seu lugar veio o Cervi, com a função teórica de falso lateral-esquerdo. Na prática o Benfica alinhava com três defesas apenas, o Lindelöf a cair para a direita, o André Almeida a fazer o mesmo do lado oposto, e o Samaris recuar para o meio, permitindo que o Cervi e o Semedo se aventurassem mais no ataque. Era naturalmente importantíssimo, para que conseguíssemos reentrar no jogo, reduzir a desvantagem logo nos minutos iniciais, e o Benfica conseguiu-o mesmo. Um slalom individual do Cervi pela esquerda só terminou numa grande penalidade, que o Jonas se encarregou de concretizar facilmente. Tinham decorrido apenas oito minutos na segunda parte, e portanto havia tempo de sobra para ir em busca do empate e a seguir da vitória. Mas sinceramente, não achei que o Benfica tivesse jogado particularmente bem na segunda parte. Aliás, paradoxalmente, apesar de termos chegado ao intervalo a perder por dois golos, achei que mostrámos mais qualidade no nosso jogo ofensivo durante esse período do que na segunda parte. Houve muito coração da parte dos nossos jogadores, mas as coisas nunca foram feitas com muita cabeça, por isso, apesar de uma maior pressão, isso não se reflectia no número de ocasiões criadas. O Boavista, aliás, depois do segundo golo do Benfica tomou a opção inteligente de não se enfiar todo dentro da área, e tentou de alguma forma que os seus jogadores mais adiantados pressionassem logo a primeira fase da nossa construção de jogo. Obviamente que, tendo em conta a forma como o Benfica se dispunha em campo e se lançava para o ataque, qualquer bola recuperada pelo adversário numa zona mais adiantada poderia resultar em mais um golo que dificultaria ainda mais a nossa tarefa. Já com o Zivkovic no lugar do Gonçalo Guedes, a sorte acabou finalmente por nos favorecer, e um cruzamento do sérvio, a partir da esquerda, resultou num autogolo depois de um jogador do Boavista ter cabeceado, de costas, para a sua própria baliza. O empate surgia assim aos sessenta e oito minutos de jogo, o que significava que, contando com as eventuais compensações, o Benfica dispunha ainda de uns bons vinte e cinco minutos para ir à procura da vitória. Infelizmente todo esse tempo não foi suficiente para que a nossa equipa se dedicasse a essa tarefa com relativa calma. Na minha opinião, aliás, o período que se seguiu ao golo do empate foi mesmo o pior, em termos de qualidade de jogo, da nossa equipa. Durante todo esse tempo não me consigo recordar de uma única grande oportunidade de golo que tenhamos criado, enquanto que o Ederson foi obrigado a empenhar-se para evitar que o Boavista marcasse num par de ocasiões quando o Benfica já jogava praticamente sem táctica, com os jogadores a correrem pelo campo todo sem grandes preocupações posicionais. Por outro lado, os jogadores do Boavista foram fazendo o seu trabalho e se já desde o início do jogo que usavam e abusavam de uma 'excessiva calma', a seguir ao empate dedicaram-se de forma afincada ao antijogo, e assim conseguiram segurar um empate que foi celebrado como se uma vitória no campeonato se tratasse.

 

 

Não tenho grandes destaques individuais a fazer neste jogo, já que achei que a equipa esteve quase toda abaixo do exigível. O Pizzi em particular teve um jogo desastroso. Raramente acertou um passe, tomou frequentemente as piores decisões, esteve desastrado no remate, e foi em geral lento a executar toda e qualquer jogada. E quando o Pizzi joga mal, a nossa equipa ressente-se. O Salvio também esteve particularmente irritante, tendo como única nota positiva a assistência para o golo do Mitroglou. De resto, os habituais disparates individualistas, onde agarra na bola, baixa a cabeça e não vê mais nada à frente. A nossa defesa em geral esteve muito abaixo do normal - ou não fossem três golos sofridos do Boavista prova evidente disso. Nem o Ederson esteve ao seu nível, com vários erros nas reposições, e pareceu-me também que no lance do segundo golo talvez pudesse ter feito melhor, já que estava à espera que tivesse saído ao cruzamento em vez de ficar sobre a linha de golo. O Samaris não é o Fejsa, isso já sabemos, e talvez também por aí tenha passado uma boa parte da insegurança na defesa. Por último, o nosso treinador: começar um jogo destes, em casa contra uma equipa que vem jogar à defesa, sem uma presença na área parece-me à partida uma decisão pelo menos discutível.

 

Foram dois pontos muito mal perdidos, e um ponto muito bem recuperado quando tudo indicava que seria quase impossível ir buscar alguma coisa deste jogo. Mas o que me causou maior frustração acabou mesmo por ser o mau futebol que apresentámos depois de ter conseguido o mais difícil, que foi recuperar dos três golos de desvantagem. Vinte e cinco minutos deveriam ter sido suficientes para conseguirmos chegar à vitória, ou pelo menos jogar com calma suficiente de forma a criarmos condições para isso. Pelo contrário, jogámos o nosso pior futebol durante esse período. Perdemos discernimento, jogámos de uma forma desorganizada e desgarrada, e com vários os nossos jogadores a parecerem ter dado um estoiro físico. Deitámos dois pontos fora, é passado, agora temos que focar-nos em vencer o Leixões e assegurar a passagem às meias-finais da Taça de Portugal. E para isso convém entrar no jogo de forma bem mais decidida do que o que fizemos hoje.

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publicado por D'Arcy às 20:29
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Quarta-feira, 11 de Janeiro de 2017

Confirmação

E o Benfica neste momento é isto. Três dias depois de uma vitória numa das deslocações mais difíceis da nossa Liga, voltamos ao mesmo estádio, trocamos oito jogadores no onze titular, e vencemos novamente pela mesma margem, e de forma ainda mais convincente. Uma espécie de confirmação da nossa superioridade, especialmente dedicada aos mais cegos que insistem em não querer ver.

 

 

Os três 'sobreviventes' do jogo do passado sábado foram o Nélson Semedo, o André Almeida e o Pizzi. De resto, tudo novo, a começar na baliza, onde esteve o Júlio César. À sua frente uma dupla de centrais em quem confio tanto ou mais do que aquela que tem sido titular, Lisandro e Jardel. Samaris como médio defensivo, Carrillo e Zivkovic nas alas, e uma dupla de avançados rápida e móvel no Gonçalo Guedes e o Rafa. Depois o jogo foi completamente dominado por nós na primeira parte. Bastava-nos um empate para prosseguir na prova, mas isto é o Benfica e por isso jogámos para ganhar. Devido à enorme mobilidade e velocidade dos nossos jogadores o Vitória não conseguiu fazer a pressão alta que fez no primeiro jogo, e o Benfica aproveitou o espaço que teve para lançar vários ataques rápidos e causar perigo frequentemente. Resolvemos o jogo na primeira parte com dois golos de rajada no espaço de seis minutos (aos trinta e quatro e aos quarenta) muito parecidos, ambos da autoria do Gonçalo Guedes. No primeiro o Nélson Semedo ganhou a linha de fundo pela direita a passe do Pizzi e fez o passe atrasado para o remate, e no segundo foi o Carrillo, solicitado pelo próprio Gonçalo, a fazer o passe. Mas se calhar o resultado mais ajustado ao intervalo seriam cinco ou seis golos de diferença, tantas foram as ocasiões claras de golo criadas, que incluíram um penálti falhado pelo Pizzi logo aos dez minutos. Quem foi mantendo o Vitória no jogo foi o seu guarda-redes Miguel Silva - para mim continua a ser surpreendente que depois da época anterior fantástica que fez tenha perdido a titularidade esta época. Na segunda parte o Vitória foi fiel à sua personalidade e nunca baixou os braços, mas o Benfica limitou-se a gerir tranquilamente o resultado. Não houve uma única ocasião de perigo criada pelo Vitória, e tínhamos a sensação que a qualquer momento o Benfica poderia acelerar um pouco mais e voltar a marcar.

 

O destaque maior no jogo é o Gonçalo Guedes, acima de tudo pelos dois golos que marcou, mas também por toda a sua produção no jogo. O próprio segundo golo que marca nasce de uma iniciativa individual sua, em que transporta a bola quase metade do campo. O Zivkovic voltou a aproveitar a oportunidade que lhe foi dada, como o tem feito sempre que é chamado, e o Carrillo até conseguiu fazer um jogo menos mau. O Nélson Semedo fez mais um grande jogo, indiferente aos insultos que passou grande parte do jogo a ter que ouvir vindos da bancada, tal como o Pizzi. O Rafa tem imensas qualidades e foi outro dos jogadores em destaque, mas é provavelmente um dos piores finalizadores que vi no Benfica nos últimos tempos (não é um defeito de agora, já no Braga falhava imensos golos).

 

Estamos na Final Four e na disputa por mais uma Taça da Liga. Aquela competição para equipas pequenas, que não interessa para nada, mas que quando algumas equipas são eliminadas dela montam um circo do melhor e mais espalhafatoso que se pode ver, com palhaços do mais alto calibre. Foi mais uma demonstração da enorme qualidade que existe no nosso plantel, e da grande equipa que o nosso treinador construiu e continua a aperfeiçoar. Uma máquina bem oleada, à qual se podem trocar peças sem que o rendimento sofra. E por falar em sofrer, este foi o sétimo jogo consecutivo sem sofrer golos, o que diz muito da forma como a nossa equipa sabe defender. Segue-se agora um ciclo teoricamente favorável, com seis dos próximos sete jogos a ser disputados em casa (não estou a contar com os jogos da Final Four). Muitas oportunidades para encher a Luz consecutivamente. Esta equipa merece.

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publicado por D'Arcy às 00:56
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Domingo, 8 de Janeiro de 2017

Cirúrgica

Foi uma exibição quase cirúrgica da nossa equipa e uma vitória importantíssima nesta caminhada, num dos campos mais difíceis da nossa Liga, contra um dos adversários mais complicados de defrontar. 

 

 

No onze inicial a principal nota de destaque foi a inclusão do Jonas e do Salvio no onze inicial. Não muita surpresa pela escolha do Jonas, porque já está recuperado há algum tempo e tem vindo a somar minutos e a ganhar ritmo, mas o Salvio já foi mais surpreendente, tendo em conta que já não jogava há algumas semanas (desde o jogo contra o Sporting). Mas ambas as escolhas acabaram por se revelar acertadas. Logo desde o apito inicial que foi fácil ver porque motivo o Vitória está a fazer um bom campeonato e é uma equipa difícil de defrontar. Tentam pressionar alto e em todo o campo, jogam com muita agressividade (no bom sentido) e os seus jogadores lutam por cada bola como se fosse a última. E por isso mesmo os minutos iniciais deixaram a ideia de que teríamos pela frente uma tarefa muito complicada. Só que a nossa equipa, em jogos nos quais é mais pressionada, costuma ter a capacidade para jogar de uma forma muito organizada, mantendo sempre a calma e sabendo esperar pelas ocasiões para ferir o adversário. E por isso mesmo, apesar da tentativa constante de pressão por parte do Vitória, nunca, em qualquer momento do jogo, fiquei com a sensação de que o mesmo estava sequer perto de fugir ao nosso controlo. Mesmo quando tivemos a infelicidade de perder o Fejsa, por lesão, ainda na fase inicial do jogo. É que quase de seguida, na primeira verdadeira ocasião de golo que construiu, o Benfica foi letal e colocou-se em vantagem. O lance começa numa bola ganha pelo Mitroglou no meio campo adversário, que esperou pela corrida do Salvio para lhe endossar a bola. O argentino correu pela direita, entrou na área, ultrapassou o adversário directo e fez o passe atrasado para o Jonas marcar, com a bola a tocar ainda na trave. O golo aconteceu aos dezanove minutos, e a reacção do Vitória resumiu-se praticamente a um remate à malha lateral da nossa baliza, quase imediatamente a seguir ao golo, na sequência de um par de maus alívios da nossa defesa. O Benfica continuou completamente tranquilo no jogo, e à beira do intervalo ampliou a vantagem, num contra-ataque conduzido pelo Jonas, que na altura certa passou a bola para o Mitroglou. À entrada da área o grego fez uma recepção perfeita e depois colocou a bola na baliza com um remate rasteiro e colocado, que nem saiu com muita força. E aparentemente quase sem grande esforço, o Benfica saía para intervalo com uma vantagem importante.

 

 

Esperava uma entrada forte do Vitória na segunda parte, na procura do golo que relançasse o jogo. E a segunda parte teve de facto sinal mais do Vitória em termos de posse de bola e domínio territorial. Pressionaram ainda mais alto e conseguiram de forma eficaz atrapalhar a nossa saída de bola. Mas o sinal mais do Vitória foi mesmo basicamente isso, porque depois não o conseguiram traduzir em muitas ocasiões de golo, pelo que o Benfica nunca passou por qualquer tipo de sufoco. Na retina ficaram-me apenas dois lances de maior perigo por parte do nosso adversário: um remate de primeira desferido já no interior da área, que passou muito por alto, e um cruzamento/remate que obrigou o Ederson a uma boa intervenção (a bola seguramente entraria na baliza). O Benfica, mesmo saindo poucas vezes para o ataque, quando o fazia era com muita segurança, e conseguiu assim criar até mais e melhores ocasiões para marcar do que o Vitória. Por três vezes conseguimos colocar um jogador em frente ao guarda-redes e em condições de marcar. Mas o Douglas opôs-se com eficácia às tentativas do Mitroglou, Pizzi e Salvio. Nas situações do Mitroglou e do Salvio, em particular, se os nossos jogadores tivessem sido um pouco menos egoístas talvez tivéssemos marcado mesmo - o Mitroglou tinha o Jonas sozinho no meio, e o Salvio tinha o Mitroglou solto na mesma posição. A pressão que o Vitória tentou exercer teve os seus custos, e à medida que o jogo se foi aproximando do final o nosso adversário foi progressivamente recuando a linha de pressão, até que nos minutos finais o Benfica já era capaz de controlar sem grandes problemas a posse da bola, rodando-a pelos pés dos nossos jogadores enquanto o tempo se escoava. No final, ficou mesmo a sensação (talvez um pouco enganadora) de que a vitória tinha sido relativamente fácil de conquistar.

 

 

Destaque maior para o Jonas no seu regresso à titularidade na Liga. O melhor jogador da Liga Portuguesa está de regresso. Um golo, uma assistência, e o reeditar da dupla letal com o Mitroglou. Tal como disse no jogo contra o Vizela, o rendimento do grego muda completamente com a presença do Jonas. Mas também, tendo em conta a classe do Jonas, acho que qualquer jogador beneficia por jogar ao lado dele. Foi também um jogo enorme do Luisão. O nosso capitão esteve simplesmente insuperável a liderar a nossa defesa. E o Samaris entrou bem no jogo, não nos deixando a lamentar a saída do Fejsa.

 

Confesso que encarava este jogo com alguma apreensão. Parecia-me ser daqueles jogos em que, a bem da Nação, o Benfica deveria perder pontos. É que a Nação tem andado bastante abespinhada nos últimos dias, e uns pontitos perdidos pelo Benfica seriam remédio santo para acalmar as hostes. Mas este Benfica é demasiado competente para se deixar afectar por todo o ruído que tentam criar, e vai seguindo o seu caminho rumo aos objectivos traçados. E cumprida a primeira parte da 'missão' Vitória, há que preparar a segunda com cuidado, porque normalmente dois jogos seguidos contra um mesmo adversário significam complicações adicionais no segundo jogo. E este Vitória não é um adversário qualquer.

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Quarta-feira, 4 de Janeiro de 2017

Treino

O Benfica confirmou as expectativas e teve um jogo muito fácil frente a uma frágil equipa do Vizela, que se mostrou sempre completamente incapaz de montar qualquer tipo de oposição séria à nossa equipa. A superioridade do Benfica foi tal que quase se podia classificar este jogo como um treino um pouquinho mais puxado.

 

 

Muitas alterações, esperadas, na equipa titular, sendo de realçar a segunda oportunidade dada ao Yuri Ribeiro como titular, assim como a presença no onze do Zivkovic e ainda o regresso do Jonas à equipa inicial. O Carrillo também teve mais uma hipótese, a juntar às inúmeras que já teve, para tentar mostrar que vale mais do que aquilo que mostrou até agora. Dos mais habituais titulares nos últimos tempos, apenas o Ederson, o Pizzi, o André Almeida e o Mitroglou jogaram de início. O jogo foi de sentido único, disputado apenas em metade do campo, com o Benfica a cair em cima do adversário desde o apito inicial, jogando um futebol solto e agradável de ver, mesmo sem forçar muito. Rematámos muito, mas com alguma falta de pontaria, e por isso o nulo ainda se manteve durante mais alguns minutos do que a nossa superioridade justificaria. O golo chegou aos vinte e sete minutos, num cabeceamento fulgurante do Mitroglou após cruzamento do Zivkovic. A segunda parte foi de maior acerto na finalização, até porque começou praticamente com o segundo golo. Canto apontado pelo Zivkovic e cabeceamento do Lisandro quase em cima da linha de golo. Mas aquilo que toda a gente que estava no estádio esperava mesmo era o regresso do Jonas aos golos. A pontaria dele esteve desafinada na primeira parte, mas corrigiu isso na segunda e o regresso deu-se da melhor forma possível, com um livre exemplarmente marcado a levar a bola ao ângulo superior da baliza do Vizela. Foi aos cinquenta e sete minutos de jogo, e três minutos depois voltou a marcar, num cabeceamento colocadíssimo depois de mais um cruzamento do Zivkovic. O resto do jogo foi mais do mesmo, de domínio completo do Benfica, poupanças do Pizzi, Jonas e Mitroglou (estreia parao Jovic esta época) e o quinto golo sempre em vias de acontecer. O Vizela, durante todo o jogo, fez um único remate, de fora da área e que foi quase mais um passe para as mãos do Ederson do que outra coisa qualquer.

 

 

Os maiores destaques deste jogo foram o Jonas e o Zivkovic. A importância e influência do Jonas, quando em forma, na nossa forma de jogar é por demais conhecida e evidente. Toda a equipa se movimenta e articula de forma diferente no ataque, e mesmo tendo em conta que o adversário era uma equipa da segunda liga, creio que isto foi bem visível hoje. Outra faceta bastante visível da presença do Jonas no onze é a prestação do Mitroglou, que beneficia e muito dos espaços criados pelas movimentações do colega de ataque. Quanto ao Zivkovic, já o escrevi por diversas vezes, deposito enormes esperanças no valor dele. Tem uma técnica apuradíssima, e tal como o Cervi, uma atitude exemplar em campo, jogando sempre com a preocupação de servir a equipa. Hoje fez um hat trick de assistências, que espero sinceramente sirva para que passem a ser-lhe concedidos mais minutos de jogo e oportunidades para jogar, mesmo que seja a partir do banco. Uma palavra final para o Yuri, que voltou a cumprir a sua função sem quaisquer problemas e até se mostrou mais solto e confiante do que no jogo contra o Real.

 

 

Depois do resultado entre o Paços e o Guimarães bastaria uma vitória neste jogo para ficarmos a necessitar apenas de um empate no próximo jogo para passar à Final Four. Fizemos mais do que isso, e fomos presenteados com um jogo muito agradável da nossa equipa, mesmo com vários jogadores menos utilizados no onze, e com o bónus do regresso do Jonas aos golos. Era difícil pedir mais. Mas agora o importante mesmo é derrotar o Guimarães no jogo para o campeonato. Depois podemos então pensar no embate contra o mesmo adversário para a Taça da Liga.

 

P.S.- Não costumo fazê-lo, mas hoje vou mencionar a arbitragem, até porque este árbitro não costuma ser particularmente feliz nos nossos jogos. O golo anulado ao Mitroglou por suposto fora de jogo ainda passa, porque o lance foi muito rápido e seria sempre de dúvida. No estádio não me pareceu, e revendo o lance em casa parece-me que ele está claramente em linha, embora a simpática SportTV tenha optado por mostrar uma única repetição do lance, obviamente sem traçar a linha do fora de jogo, não fosse esta mostrar que o Benfica tinha sido prejudicado (a linha já apareceu quando na segunda parte um lance de ataque do Vizela foi interrompido por fora de jogo). Já o penálti sobre o Zivkovic é um pouco mais difícil de aceitar, porque ele sofre duas faltas na mesma jogada, ambas cometidas dentro da área, e acabámos com um livre assinalado fora da mesma.

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publicado por D'Arcy às 01:05
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