VAMOS ACABAR COM AS IMBECILIDADES
Sábado, 25 de Fevereiro de 2017

Bonito

Um triunfo importante frente a uma das boas equipas do nosso campeonato. Com uma equipa bem montada e organizada, o Chaves sabe tirar o melhor partido dos argumentos que possui, e mesmo sem recorrer a tácticas de antijogo conseguiu frequentemente criar dificuldades ao nosso ataque e vender cara a derrota. Foi um jogo bonito e agradável de acompanhar, ao contrário de tantos outros em que mesmo ganhando de forma mais confortável acabamos por nos irritar constantemente devido ao futebol negativo do adversário. O Chaves pode ter orgulho na forma como jogou e certamente que conquistou o respeito da grande maioria dos benfiquistas.

 

 

Apesar da recuperação do Jonas, o Benfica apresentou o mesmo onze que tinha alinhado em Braga à excepção do Fejsa, que estando lesionado deu o seu lugar ao Samaris. Já estou habituado a que de uma forma ou outra o Benfica acabe por arranjar soluções para as várias ausências com que temos sido confrontados esta época, mas confesso que fico sempre um pouco mais apreensivo quando o Fejsa não joga. Para mim ele é uma espécie de fulcro de toda a equipa; a peça que acaba por dar um necessário equiíbrio quer à defesa, quer ao meio campo. E a forma como o Samaris surgiu no jogo não contribuiu muito para me tranqulizar, sobretudo devido aos inúmeros passes falhados do grego. Na direita o Salvio continuou na saga quixotesca em que enveredou nos últimos tempos, na qual decide enfrentar sozinho o mundo inteiro. Insiste nos lances individuais, dá sempre pelo menos um toque a mais na bola, e decide quase sempre mal. Para compor um trio desinspirado, o Rafa insistia em mostrar que em jogos destes, contra equipas que fecham bem atrás e sobretudo bloqueiam quase tudo o que é caminho pela zona central, jogar como segundo avançado definitivamente não parece ser a melhor escolha. Resumindo, frente a um Chaves que mesmo sem autocarro, se organizava bem atrás a jogar num 4-4-2 bem arrumadinho, mantendo quase sempre todos os jogadores atrás da linha da bola, nós respondíamos com três finalizadores de jogadas natos - finalizadores porque a maior parte das jogadas acabavam quando a bola chegava aos pés de um destes jogadores. O pior era quando elas acabavam entregando a bola ao adversário - é que o Chaves conseguia quase sempre sair de forma muito orientada para o contra-ataque e rapidamente chegava à frente com três ou quatro jogadores. 

 

 

Foi aliás o Chaves quem criou a primeira boa ocasião, valendo-nos a saída rápida e decidida do Ederson aos pés do Fábio Martins, que lhe aparecia isolado. Pouco depois, aos dezoito minutos, o Benfica e o Mitroglou em especial voltaram a revelar a eficácia dos últimos jogos e o golo surgiu na primeira oportunidade criada. Cruzamento do Nélson Semedo na direita e cabeçada certeira do grego, de cima para baixo, aproveitando o facto de ter ficado à vontade depois da queda do defesa que disputava o lance com ele. Após o golo o nosso jogo melhorou um pouco, talvez também pelo facto de tentarmos fazer as coisas com um pouco mais de calma. Mas era importante fazer um segundo golo, porque os poucos contra-ataques do Chaves eram suficientes para se perceber que podiam perfeitamente chegar ao golo. Criámos duas excelentes situações para o fazer, mas na primeira o Rafa, em muito boa posição dentro da área, optou por tentar passar a bola e o lance perdeu-se. No segundo, já muito perto do intervalo, o Salvio controlou uma bola metida em balão para as costas da defesa do Chaves, provavelmente pela primeira vez no jogo tomou a decisão mais correcta e fez o passe para o Mitroglou, mas o grego rematou de pé direito para a bancada quando o golo parecia ser o desfecho mais provável. Não marcámos nesse lance e praticamente na resposta o Chaves empatou: incursão pela esquerda da nossa defesa, passe atrasado para a entrada da área e remate de primeira do Bressan, muito colocado e sem dar qualquer possibilidade de defesa ao Ederson. Um grande golo a levar tudo empatado para o intervalo.

 

 

Para a segunda parte não houve substituições mas houve um pequeno acerto táctico que acabou por fazer alguma diferença. O Rafa passou para a esquerda e foi o Zivkovic a assumir o papel de segundo avançado, o que fez com muito maior mobilidade do que o Rafa tinha feito durante a primeira parte, aparecendo com muito maior frequência a oferecer opções de passe aos colegas. E com cinco minutos decorridos o Benfica colocou-se de novo em vantagem. Dois dos jogadores que tinham estado menos inspirados na primeira parte acabaram por ter um papel decisivo no lance. Foi do Samaris o excelente passe para a desmarcação do Nélson Semedo, e foi o Rafa quem apareceu ao segundo poste para empurrar para golo a bola cruzada pelo Nélson, depois do Mitroglou não a ter conseguido desviar. Foi importante marcar cedo, porque assim evitámos o acumular de nervosismo caso o empate fosse persistindo. Mas já tínhamos provas mais do que suficientes que a margem de um golo era demasiado perigosa, pelo que seria fundamental alargá-la. Pouco depois do golo o desinspirado Salvio foi mesmo substituído, entrando o Jonas, e o nosso jogo melhorou. Mas o tempo ia passando e o terceiro golo teimava a não aparecer, com os nossos remates a passarem quase sempre um pouco ao lado do alvo: Mitroglou, Nélson Semedo, Zivkovic e Jonas atiraram sempre para fora. Num outro lance perigoso fiquei com a sensação de que o remate do Pizzi à entrada da área foi cortado com a mão, mas foi tudo muito rápido, e noutra ocasião foi um corte de um defesa a evitar no limite que o Jonas finalizasse uma óptima jogada de ataque conduzida pelo Zivkovic, que também passou pelo Mitroglou. Depois deu-se a progressão natural de um jogo nestas condições. Chegados aos minutos finais a equipa que está em vantagem tem a tendência para se retrair e a equipa que está em desvantagem começa a acreditar que pode chegar à igualdade e cresce. O Ederson ainda foi obrigado a uma defesa difícil a um remate de fora da área, mas já sobre os noventa minutos o Mitroglou encerrou a discussão com o seu segundo golo. Aproveitando um balão para as costas da defesa, foi mais forte do que o seu marcador directo e aproveitou um corte defeituoso deste quando estava pressionado para ficar isolado e finalizar com um remate de primeira.

 

 

 

É fácil destacar o Mitroglou como homem do jogo pelos dois golos (e não só, pelo que trabalhou e criou) mas eu coloco o Nélson Semedo no mesmo patamar. Foi dos jogadores mais interventivos no jogo, fez duas assistências, e infelizmente viu o cartão que completou a série de cinco que o deixará de fora do nosso próximo jogo para o campeonato. Não gostei do jogo do Salvio e do Samaris, e quanto ao Rafa melhorou na segunda parte depois de ter passado para a esquerda. O Zivkovic nunca esteve tão desastrado, mas também subiu de produção quando foi para o meio por alguns minutos e sobretudo quando passou para o lugar do Salvio na direita. O Jonas, como não podia deixar de ser, entrou bem e a qualidade do nosso jogo melhorou visivelmente com a sua presença em campo. Só lhe ficou a faltar um golo numa daquelas melhores jogadas de ataque que construímos - numa atirou para fora e na outra deixou-se desarmar no limite.

 

Foi mais uma vitória difícil mas justa, valorizada pela boa réplica dada pelo Chaves. E seria bom ver mais equipas a jogar desta forma. Não é necessário recorrer ao antijogo ou a estratagemas mais sujos para se jogar de forma mais cautelosa. O Chaves jogou de acordo com as armas que possui, e fê-lo de forma honesta e deixando uma boa imagem, não sendo por isso que teve menos possibilidades de discutir o resultado. Tempo agora para prepararmos a visita ao Estoril para começarmos a discutir a presença no Jamor. É mais uma competição que desejamos conquistar.

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publicado por D'Arcy às 02:41
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Segunda-feira, 20 de Fevereiro de 2017

Fundamental

O caldinho foi bem cozinhado e estava muita gente à espera que o resultado fosse o Benfica perder a liderança nesta jornada. Mas o Mitroglou acabou por estragar o arranjinho e o Benfica saiu da batalha de Braga com uma vitória fundamental para as nossas aspirações.

 

 

Sem Jonas, a aposta para o substituir foi a mais esperada, Rafa. O Júlio César defendeu a nossa baliza na suspensão do Ederson, e o Zivkovic regressou à titularidade no lugar do Carrillo. O jogo foi acima de tudo quase sempre bastante equilibrado, com muita disputa de bola a meio campo e sem que nenhuma das equipas se conseguisse impor claramente à outra. O Benfica entrou melhor, mas depois o Braga equilibrou o jogo e terminou a primeira parte com sinal mais. Não houve muitas ocasiões de golo de parte a parte, embora o Braga tenha sido mais rematador, mas nenhum dos guarda-redes foi obrigado a defesas de elevado grau de dificuldade. Houve uma grande ocasião para cada equipa, tendo o Braga enviado uma bola ao poste na sequência de um pontapé de canto e o Mitroglou atirado por cima quando estava muito perto da baliza, traído por um ligeiro desvio que o Marafona conseguiu fazer à bola. A segunda parte foi o inverso da primeira, com o Braga a entrar melhor e a ser mais perigoso, mas depois o Benfica foi conseguindo recuperar a bola em zonas mais adiantadas do terreno e passou a conseguir estar mais tempo perto da área do Braga. Foi importante a alteração que fizemos, quando trocámos o Zivkovic (jogo anormalmente discreto hoje) pelo Jiménez. O Rafa tem as suas qualidades, mas não me parece que esteja particularmente preparado para fazer a posição de segundo avançado, pelo menos de forma semelhante à do Jonas. O Rafa é um jogador talhado para o contra-ataque, e a jogar naquela posição posiciona-se quase sempre em zonas adiantadas, encostado à defesa adversária, oferecendo poucas possibilidades para construção de jogo - o melhor é receber bolas para aproveitar a sua velocidade. Com a entrada do Jiménez o Rafa foi para a ala e o mexicano conseguiu fazer melhor a ligação com o meio campo, e ajudar a desequilibrar a luta naquela zona. O golo que acabou por decidir o jogo surgiu a dez minutos do final, depois de uma recuperação de bola do Pizzi no meio campo. A bola seguiu para o Jiménez, que a fez chegar ao Mitroglou mais na direita. O grego entrou na área, ficou com a bola nos pés aquilo que parecia ser demasiado tempo, já que entretanto toda a defesa do Braga se tinha reposicionado, e quando parecia que a jogada já não iria dar em nada teve um trabalho individual que de alguma forma e com alguns ressaltos acabou com ele a passar no meio de quatro ou cinco adversários e a rematar para o fundo da baliza. Um lance ainda mais surpreendente quando todos sabemos que a técnica individual nem é um dos pontos fortes dele. E não tive qualquer dúvida que o jogo estava ganho, porque para além do pouco tempo que faltava até ao intervalo este era claramente um daqueles jogos em que quem marcasse ganharia.

 

 

Disse no início que o caldinho tinha sido cozinhado, e isso passou pela completa falta de senso na nomeação do Tiago Martins para este jogo, tendo em conta o episódio recente com o nosso treinador. Mas percebo a nomeação. Nem vou estar a analisar concretamente as decisões que tomou hoje e se as considero certas ou erradas, porque já disse várias vezes que o trabalho dos árbitros não é fácil. Mas registo isto: houve cinco lances duvidosos na área do Braga: um golo anulado ao Mitroglou por eventual posição irregular e quatro lances de possível penálti (queda do Salvio, puxão ao Mitroglou, e dois contactos entre a bola e o braço de um defesa do Braga). Em todos eles - todos - o Tiago Martins decidiu contra o Benfica. E são 'coerências' destas que me ajudam, e muito, a perceber a nomeação. Nem quero começar a imaginar o escarcéu a que assistiríamos caso os referidos lances tivessem acontecido na nossa área.

 

 

O homem do jogo é o Mitroglou porque marcou o golo que fez o resultado. De resto foi um árduo trabalho de equipa - sim, de equipa, porque achei patética a forma como a gente da SportTV imediatamente começou a querer fazer passar a mensagem, tendo inclusivamente feito a pergunta ao nosso treinador e ao Pizzi, de que tinha sido uma individualidade a resolver aquilo que o colectivo não tinha conseguido resolver, ou seja, uma forma suja de tentar retirar mérito à equipa do Benfica e ao seu treinador. Podia destacar um ou outro jogador como o Nélson Semedo ou apontar pormenores menos positivos noutros, mas parece-me que será mesmo mais justo realçar o trabalho de toda a equipa.

 

Para grande pena de muita gentinha e gentalha, a anunciada ascensão do Porto ao topo da tabela não se deu hoje. Temos pena. As tentativas para que isso aconteça, sobretudo através de manobras fora do campo, irão certamente continuar. Temos que manter a união e a cabeça fria para resistir às provocações e impor o nosso futebol. Sobretudo em jogos como este, em que não sendo possível jogar bom futebol conseguimos lutar pelo resultado e conquistar os três pontos. É de muitos jogos assim que se faz a conquista de um campeonato.

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publicado por D'Arcy às 01:14
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Quarta-feira, 15 de Fevereiro de 2017

Feliz

Jogámos a primeira metade da eliminatória claramente para o resultado e acabámos por conquistar uma vitória feliz, beneficiando de uma noite muito inspirada do Ederson e muito desinspirada do Aubameyang. Há jogos assim, e hoje tivemos que lutar muito para sermos felizes no final.

 

 

Tendo em conta a forma que tem apresentado nos últimos jogos, o Benfica tinha logo à partida uma baixa de peso para este jogo no Zivkovic. A que se juntou outra horas antes do seu início, quando se confirmou a indisponibilidade do Jonas. Para o lugar do sérvio entrou o Salvio, e para o do Jonas o Rafa. Já escrevi anteriormente que sou também adepto do Dortmund há vários anos (desde uma final da Taça UEFA que perderam em 1993 contra a Juventus, para ser mais preciso) e sigo todos os seus jogos, por isso não tinha quaisquer dúvidas sobre as dificuldades que enfrentaríamos neste jogo. Aquilo que jogaria a nosso favor seria alguma intranquilidade dos alemães devido aos últimos resultados negativos. Mas apesar de internamente estarem a atravessar uma fase menos boa, o valor do plantel do Dortmund somado à motivação adicional de disputar a Champions eram mais do que suficientes para saber a enorme tarefa que tínhamos pela frente. O que depressa se confirmou - efectivamente, pouco tenho a dizer sobre a nossa primeira parte em termos ofensivos porque muito pouco aconteceu. Embora os primeiros minutos até tenham dado a impressão enganadora de que seria um jogo aberto de parada e resposta, durante os quais o Salvio teve uma boa ocasião mas resolveu (sem surpresa) optar pela iniciativa individual até rematar de ângulo fechado para a bancada, depressa caiu para o cenário que me parecia mais provável. O Dortmund tomou conta da bola e começou a fazer o estilo de jogo em que se sente mais confortável, de construção lenta e trocas de bola em zonas mais recuadas à espera de alguma aberta para uma das três setas da frente (Reus-Aubameyang-Dembelé). O Benfica por sua vez cerrou linhas atrás, com a defesa e meio campo muito juntas, procurando bloquear todas as possíveis linhas de passe e possibilidade de jogo entre linhas. Fizemos uma coisa bastante positiva, que foi conseguir secar muito do jogo para o Weigl, que apesar de ser o médio mais defensivo é o jogador por onde se costuma iniciar quase toda a construção de jogo do Dortmund (estive em Alvalade em Outubro e foi por aí que eles começaram a ganhar o jogo). Mas se fizemos relativamente bem o trabalho defensivo, já não fomos capazes de construir jogo ofensivo de forma eficaz. Quase nunca conseguimos sair com critério para o ataque, entregando a bola rapidamente ao adversário e muitas vezes perdendo-a mesmo em zona proibída - a pressão do Dortmund era imediata, e os nossos jogadores insistiam em querer sair a jogar logo à entrada da área. As ocasiões de golo escassearam mas as poucas que houve foram todas do Dortmund, e quase sempre nascidas de erros individuais dos nossos jogadores. Uma perda de bola infantil do Pizzi acabou com o Aubameyang isolado a atirar por cima, na primeira grande perdida da noite. Nova perda de bola do Pizzi, seguida de demasiada cerimónia do Fejsa para aliviar a bola, resultou em mais uma boa ocasião, com o remate do Dembelé a ser desviado no limite para canto pelo Lindelöf. E a outra grande ocasião surgiu num lance em que o Lindelöf e o Ederson hesitaram e o Guerreiro conseguiu fazer o cruzamento sobre a linha de fundo, com a bola a passar ao longo de toda a baliza a poucos centímetros do golo, sem que o Aubameyang a conseguisse desviar.

 

 

Na segunda parte colocámos mais um médio, substituindo o Carrillo pelo Filipe Augusto, e mais uma vez nos primeiros minutos demos a ideia de querer ir para cima do adversário. Desta vez fomos felizes porque fomos recompensados com um golo logo aos quarenta e oito minutos. Canto da direita marcado pelo Pizzi, o Luisão ganhou nas alturas e o Mitroglou falhou o primeiro desvio, mas a bola acabou por ficar à sua frente quase em cima da linha de golo para que a empurrasse para lá da linha. Foi o primeiro remate do Benfica à baliza, e acabou por ser o último remate que fizemos no jogo. A partir daí o Dortmund voltou a tomar completamente conta do jogo, e a ordem do nosso lado era apenas segurar a vantagem. E foi bem difícil fazê-lo, porque o Dortmund foi bastante mais incisivo do que tinha feito na primeira parte. Apesar de termos mais um médio em campo, estranhamente o Weigl teve mais espaço para jogar, e isso paga-se. Foi uma segunda parte a cerrar fileiras contra os ataques sucessivos do Dortmund e a ver o Ederson resolver aquilo que por vezes parecia não ter solução. A resposta do Dortmund ao golo foi forte e imediata: minutos depois, e num curto espaço de tempo, o Ederson com uma mancha tirou o golo ao Dembelé, que viu a bola cair-lhe à frente depois de um disparate da nossa defesa, pouco expedita a aliviá-la, ao Reus, que surgiu solto na direita a rematar cruzado, e ao Piszczek, com uma excelente defesa a um remate de fora da área. Pelo meio, o Aubameyang voltou a atirar por cima quando ficou isolado após um passe a meias entre o Bartra e o árbitro do jogo. E logo a seguir, penálti para o Dortmund por mão do Fejsa, em mais um lance em que achei que a nossa defesa foi pouco lesta a atacar a segunda bola. O Aubameyang tentou marcar para o meio da baliza mas o Ederson esperou, não caiu e defendeu o remate com alguma facilidade. Depois desta fase de verdadeiro bombardeamento à nossa baliza o jogo acalmou um pouco. O Dortmund continuou a dominá-lo, mas acertámos melhor as marcações e a nossa defesa ia dando conta do recado com maior eficácia, com o Ederson a ter apenas trabalho na saída a cruzamentos. Ainda assim, a cereja no topo da grande exibição do nosso guarda-redes ainda estava para vir. Foi já perto do final, quando fez uma defesa do outro mundo a um remate de ressaca de fora da área que ainda fez a bola tabelar no Jiménez e desviar a direcção, e assim assegurou a vantagem para o jogo da segunda mão.

 

 

Depois do que já escrevi seria até desnecessário escrever que o Ederson foi o homem do jogo. Por todos os motivos já descritos. Foi um verdadeiro gigante na baliza e o principal responsável pela vitória. Gostei do jogo dos nossos centrais, com particular destaque para o Luisão no seu jogo 500 pelo Benfica. Se o Dortmund praticamente não criou perigo nos pontapés de canto de que dispôs foi porque o Luisão cortou praticamente todas essas bolas. Teve ainda desarmes fundamentais e esteve directamente ligado ao lance do golo. Bom jogo do Nélson Semedo, que durante diversos períodos do jogo parecia ser o único jogador capaz de sair para o ataque com a bola controlada e que conseguiu manter quase sempre sob controlo dois dos adversários mais perigosos, primeiro o Reus e depois o Dembelé (apenas por uma vez deixou o Reus solto). O Fejsa fez uma primeira parte atípica, pouco decidido e parecendo entrar a quase todos os lances de forma demasiado macia, mas melhorou na segunda parte apesar do penálti cometido. O Pizzi fez um jogo simplesmente desastroso e o Rafa um jogo inexistente - foi presa muito fácil para os centrais do Dortmund e a única coisa que o distingue do Pizzi é que ao menos não fez nada de prejudicial, enquanto que os erros do Pizzi quase que resultaram em golos sofridos.

 

Foi uma vitória 'injusta'? Talvez, mas tem piada que eu nunca vejo essas preocupações com injustiças quando o Benfica perde pontos na situação inversa. Vão lá ver os números dos jogos do Benfica contra o Setúbal ou contra o Marítimo, por exemplo. O domínio do Benfica nesses jogos foi ainda mais evidente, mas a crítica foi unânime nos elogios às equipas que nos venceram e à justiça dessas vitórias. Claro que também temos que ter em conta que o Dortmund é um adversário fácil - anteontem vi na SportTV um comentador a afirmar, sem se rir, que este Dortmund era mais fraco do que aquele que jogou em Outubro contra o Sporting. Dortmund esse que nessa altura tinha onze jogadores lesionados (metade do onze inicial de hoje não esteve no jogo de Outubro) sendo obrigado até a fazer alinhar jogadores que não estavam nas melhores condições físicas (e que saíram naturalmente lesionados). Mas este Dortmund é mais fraco do que esse, obviamente. Não estou a querer fazer qualquer tipo de comparação entre Benfica e Sporting; cada jogo é um jogo e o Sporting não é para aqui chamado. Apenas me irrita a constante necessidade que parece haver em desvalorizar antecipadamente os nossos adversários. Enfim, este jogo está ganho, daqui a três semanas voltamos a pensar no Dortmund. Agora o importante é o jogo que se segue, uma visita sempre complicada a Braga. Onde o herói deste jogo não estará disponível mas espero que, para nosso bem, não tenhamos assim tanta necessidade de um guarda-redes inspirado nesse jogo.

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Sábado, 11 de Fevereiro de 2017

Classe

Se na última jornada escrevi que estávamos de regresso à normalidade, então hoje não foi mais do que a confirmação dessa mesma normalidade. Aquela em que vencemos confortavelmente os nossos jogos, exibindo uma superioridade tal que nos coloca até a salvo de eventuais decisões adversas por parte das equipas de arbitragem. Uma exibição segura e cheia de classe para silenciar algumas vozes mais histéricas. Para plagiar parcialmente o Mark Twain, diria que as notícias da crise no Benfica me parecem ser manifestamente exageradas.

 

 

Já era ponto assente que o Salvio ficaria de fora por precaução e seria poupado para o duelo da Champions, mas ainda ssim foi um pouco surpreendente ver o Carrillo nas escolhas iniciais para este jogo. O Zivkovic era mais ou menos uma certeza, mas provavelmente a maior parte das pessoas esperariam que fosse o Cervi ou o Rafa a ocupar o outro flanco. Mas a escolha do peruano acabou por ser acertada, já que ele realizou a sua melhor exibição desde que chegou ao Benfica e ficou directamente ligado aos golos e a esta vitória. Vitória que começou logo na atitude com que a nossa equipa entrou em jogo. A forma mais eficaz de gerir o esforço antes de um confronto europeu é resolver o jogo o mais cedo possível, para depois podermos fazer os jogadores descansar com posse de bola e substituirmos antecipadamente aqueles que apresentem maior cansaço. E foi precisamente isso que o Benfica tentou fazer. Com uma atitude dinâmica e muita velocidade, com o Zivkovic e o Nélson Semedo muito activos na direita, o Carrillo bem mais interventivo do outro lado e o Jonas a alargar o seu raio de acção para terrenos mais recuados, o Benfica desde o apito inicial que tomou conta do jogo, remetendo o Arouca quase exclusivamente para tarefas defensivas. E se o Benfica entrou bem no jogo, a pressão e velocidade imprimidas foram sempre aumentando à medida que o tempo decorria, tornando-se quase avassaladora a partir dos vinte minutos. A partir dessa altura os ataques sucediam-se uns aos outros, sem que o Arouca conseguisse sequer sair do seu meio campo. E as ocasiões obviamente começaram também a acumular-se. A primeira nem foi da nossa exclusiva responsabilidade, já que foi o Nuno Coelho quem, ao tentar interceptar um cruzamento do Zivkovic, enviou a bola à barra da sua própria baliza (por um lado ainda bem, porque tendo em conta que ele já passou pelo Benfica numa pré-época, se a bola entrasse de certeza que haveria por aí muitos maluquinhos de chapéu de folha de alumínio a desenvolver teorias da conspiração). Depois o Mitroglou marcou mesmo, mas o golo foi anulado por fora-de-jogo ao Jonas, que tentou jogar a bola mas não lhe conseguiu tocar. Na minha opinião, bem anulado. Mas confesso que será divertido observar a forma como aqueles que insistem que o terceiro golo que o Boavista nos marcou foi legal (e já agora, aquele que o Setúbal nos marcou na primeira volta) agora seguramente conseguirão, sem hesitação, dizer que este golo foi bem anulado. Indiferente a isto o Benfica continuou a carregar, e após um passe longo do Zivkovic foi o Luisão quem parou no peito e rematou, ficando muito perto de marcar, valendo ao Arouca a saída rápida da baliza do seu guarda-redes. Mas aos vinte e cinco minutos já nada pôde fazer para contrariar a cabeçada fulgurante e colocadíssima do Mitroglou, que correspondendo a um centro da direita do Jonas fez a bola entrar bem junto da base do poste.

 

 

Desta vez também não cometemos o erro de outras ocasiões, que foi baixar imediatamente o ritmo após obtermos o primeiro golo. E foi por isso com toda a naturalidade que, dez minutos após o primeiro golo, o Benfica aumentou a vantagem. A jogada desenvolveu-se pela esquerda, com um bom passe do Carrillo a solicitar a desmarcação do Eliseu. Já dentro da área, conseguiu chegar à bola antes do guarda-redes e fazer o passe para trás, onde surgiu o Mitroglou para rematar de primeira e com estrondo para o fundo da baliza. O segundo golo não era mais do que a expressão do domínio completo do Benfica no jogo. Da forma como estávamos a jogar, adivinhava-se uma goleada e um jogo muito confortável até final como o cenário mais provável. O Arouca quase não conseguia oferecer réplica, e só a cinco minutos do intervalo deu o primeiro sinal de perigo, num remate de fora da área ao qual o Ederson se opôs muito bem. Mas pouco depois desse lance deu-se outro que poderia ter mudado completamente o rumo do jogo. Depois de uma bola comprida colocada nas costas da nossa defesa, o Mateus perseguiu-a rodeado pelo Lindelöf e o Eliseu. O Ederson saiu da baliza, cortou a bola (que bateu no Eliseu e seguiu na direcção da baliza) e a seguir atingiu o Mateus. Numa primeira fase o árbitro mandou seguir, mas após ser alertado pelo auxiliar, assinalou falta e expulsou o Ederson. Na minha opinião a expulsão parece-me um claro exagero, já que o jogador do Arouca está rodeado por dois defesas nossos, o Ederson joga a bola e a sua única intenção é mesmo jogar a bola, sendo depois o contacto inevitável. Mas infelizmente para nós foi essa a decisão da equipa da arbitragem, o que nos deixou com uma tarefa teoricamente mais complicada para o resto do encontro, e pior ainda, sem o Ederson para a visita a Braga. Vimo-nos então obrigados a retirar o Mitroglou do encontro para a entrada do Júlio César, o que me pareceu uma opção natural, já que em inferioridade numérica não faria muito sentido jogarmos com um avançado mais fixo.

 

 

Mas face à visível diferença de qualidade entre as duas equipa a que se tinha assistido na primeira parte e à forma como o Benfica estava a jogar, nem sequer fiquei particularmente apreensivo para o que restava deste jogo. Comentei aliás ao intervalo que muito provavelmente o Benfica até iria aproveitar que o Arouca tinha finalmente desmontado a sua estrutura defensiva (o Vidigal efectuou uma substituição imediatamente a seguir à expulsão) e iria tentar adiantar-se no terreno para em contra-ataque marcar um terceiro golo e arrumar de vez com a questão. E a verdade é que isso acabou por acontecer quase de imediato assim que começou a segunda parte. Foi uma jogada de ataque muito bonita, talvez mesmo a mais bonita de todo o jogo. Depois da bola rodar pelos pés de vários jogadores, chegou até ao Nélson Semedo, ainda a meio do nosso meio campo. Ele combinou com o Zivkovic, arrancou como uma locomotiva junto à linha, flectiu para o centro, tabelou com o Jonas à entrada da área, deixou a bola no Pizzi, e este fez o passe para a entrada do Carrillo pela esquerda, que à saída do guarda-redes lhe picou a bola por cima. Grande golo, e a sensação de que quaisquer possíveis complicações na segunda parte estariam quase por completo eliminadas. O que foi exactamente o que veio a verificar-se. O Arouca teve naturalmente bastante mais bola do que tinha tido durante a primeira parte, mas mesmo em superioridade numérica durante tanto tempo apenas conseguiu criar uma ocasião de perigo: um cabeceamento do Kuca que desviou no Nélson Semedo e acabou por ser defendido com alguma dificuldade pelo Júlio César. De resto, o Benfica baixou notoriamente o ritmo do jogo e foi gerindo o esforço e deixando o tempo escoar. A melhor ocasião de golo de toda a segunda parte, aliás, pertenceu ao Benfica. No seguimento de um livre apontado pelo Pizzi, o Luisão surgiu completamente à vontade no interior da área e rematou muito por cima da baliza quando o mais fácil parecia ser marcar golo. Acabou por ser uma segunda parte bastante tranquila, que nos permitiu gerir eficazmente o esforço em antecipação do jogo da próxima terça-feira.

 

 

O Carrillo, conforme disse, fez seguramente o seu melhor jogo no Benfica. Não vou ao ponto de o considerar o melhor em campo, mas esteve num nível bastante bom e que justifica novas oportunidades. Acima de tudo interessa salientar a melhoria da atitude competitiva, parecendo muito menos alheado do jogo do que noutras ocasiões. O Mitroglou muito provavelmente hoje, não fosse a expulsão do Ederson, teria marcado mais do que dois golos. Parecia estar em dia sim, já que nas três ocasiões de que dispôs, marcou. O Nélson Semedo fez também um grande jogo, e neste momento parece estar fisicamente melhor do que já aparentou num passado não muito distante. Ajudou também ter à sua frente o Zivkovic, um jogador que não me canso de elogiar. Consegue quase sempre sair a jogar, ou entregar a bola bem redondinha nos pés de um colega. Grande capacidade técnica, enorme atitude competitiva, e cabeça fria para ser um autêntico saco de pancada para os jogadores do Arouca e continuar sempre a levantar-se e a voltar ao jogo. Bom jogo dos nossos centrais, e se o Luisão tem marcado aquele golo, a juntar ao pormenor técnico que exibiu com o jogo a acabar, acho que tinha saído em ombros. O Fejsa foi aquilo do costume, e até quando comete um ou outro erro no passe acabamos por desculpá-lo porque ele parte imediatamente para cima do adversário e insiste até recuperar a bola que acabou de perder. Jonas sempre importante, até sair exausto. E repito o que já disse: em boa hora regressou o Eliseu.

 

Foi uma vitória muito importante para estabilizar e dar confiança à nossa equipa, ainda por cima obtida em condições pouco favoráveis, já que não tínhamos o nosso treinador no banco e jogámos mais de meia parte em inferioridade numérica. Esperemos que motive a nossa equipa para uma grande prestação no difícil jogo europeu que se segue. Tenho uma enorme admiração pelo Dortmund (posso considerá-los a minha 'segunda equipa') mas acredito que se estivermos ao nosso melhor nível temos valor e qualidade suficiente para os contrariar.

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publicado por D'Arcy às 03:28
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Segunda-feira, 6 de Fevereiro de 2017

Normalidade

Regresso à normalidade, ou seja, a uma vitória tranquila, por margem dilatada e sem grandes sobressaltos. Depois dos últimos resultados menos positivos, foi bom regressar a casa e a um cenário a que estamos mais habituados. A exibição não foi brilhante, mas foi positiva e em crescendo, à medida que a equipa foi recuperando a sua confiança.

 

 

Num onze sem grandes surpresas, o Zivkovic manteve a titularidade, jogando na esquerda, e atrás dele regressou o Eliseu. E por muito boa vontade que o André Almeida tenha, aquela não é a posição dele e é sempre bom jogarmos com um lateral esquerdo de raiz. O início do jogo do Benfica deu para preocupar um pouco. A equipa pareceu acusar os últimos resultados e não entrou de forma muito decidida frente a um Nacional muito defensivo, que encostou duas linhas muito próximas à sua área. Tanto assim foi que apenas com catorze minutos decorridos o Benfica fez o primeiro remate do jogo, da autoria do Jonas. O Jonas era mesmo o jogador mais rematador do Benfica, mas durante a fase inicial do jogo pareceu-me mais uma vez que ele estava a jogar praticamente como um avançado fixo, quase sempre encostado aos defesas do Nacional. O Benfica precisa do Jonas mais móvel, que vem buscar a bola e criar jogo mais atrás, aliviando assim a pressão sobre o Pizzi - aparenta algum cansaço e tem sido algo criticado pela quebra de rendimento, mas parece-me que parte disso se deve também à menor influência do Jonas nestes últimos jogos. O Nacional era um adversário muito pouco incómodo, remetido à defesa e que quase não conseguia sair em contra-ataque - acho que apenas por uma vez em todo o jogo criou um lance de algum perigo, ainda com o resultado em branco, quando conseguiu um cruzamento na esquerda que o Ederson afastou para a entrada da área, onde estava um jogador do Nacional que rematou muito ao lado. A partir dos vinte minutos o Benfica acelerou um pouco e começou a ameaçar a baliza adversária com maior frequência, acabando o golo por surgir aos vinte e seis minutos. Depois de um canto marcado na direita pelo Zivkovic, a bola aliviada pela defesa do Nacional foi bem recuperada pelo Pizzi, que a devolveu ao Zivkovic e este fez o cruzamento certeiro para a cabeça do Jonas enviar a bola para o fundo da baliza. Alcançada a vantagem, o Benfica pareceu querer arrefecer um pouco o jogo e tentar chamar os jogadores do Nacional a subir um pouco no terreno, já que continuavam encafuados junto da sua área - isto provocou até alguns (pouco compreensíveis) assobios da parte de alguns adeptos mais impacientes. Mas foi precisamente numa dessas ocasiões, em que alguns já começavam a perder a paciência, que depois de uma troca de bola atrás o Nélson Semedo subiu pela direita, deixou a bola nos pés do Jonas, e este correu paralelo à linha da área e rematou colocadíssimo de pé esquerdo para o poste mais distante. Um bonito golo. Golo que pareceu devolver muita confiança à nossa equipa, o que fez com que assistíssemos a um futebol mais rápido e alegre nos dez minutos até ao intervalo, durante os quais só por muito pouco não voltámos a marcar, num cabeceamento do Mitroglou após novo cruzamento do Zivkovic.

 

 

Se na primeira parte o Nacional já pouca réplica tinha dado, na segunda então foi inexistente. Foram quarenta e cinco minutos tranquilíssimos por parte do Benfica, que controlou e dominou o jogo como quis, e que mesmo sem termos assistido a qualquer massacre (apesar do domínio, até foi um Benfica bastante menos rematador do que lhe é mais habitual) poderia ter construído um resultado muito mais volumoso. O Ederson foi quase um espectador, tendo a sua contribuição para o jogo sido quase só jogar a bola com os pés depois de lhe ter sido passada pelos colegas. O Nacional nesta segunda parte tentou de facto estender-se no campo, mas com isso deu mais espaço entre a defesa e o meio campo, que nós agradecemos e explorámos. O Mitroglou podia ter feito melhor num lance em que cabeceou directamente para as mãos do guarda-redes, mas acabou mesmo por conseguir chegar ao golo, a dez minutos do final, numa bonita jogada de ataque do Benfica. O lance começa numa recuperação de bola do Fejsa, que a passa para o Rafa (tinha entrado para o lugar do Salvio, e mexeu com o jogo). Este mete-a mais para a frente no Jonas, que avança junto à lateral e espera pela desmarcação do Rafa para lhe devolver a bola. O Rafa entra na área e faz o passe atrasado para o Mitroglou, que se tinha movimentado no sentido contrário ao da defesa, e o grego teve tempo para parar a bola e fuzilar a baliza. Até pareceu fácil, e o grego saiu logo a seguir para dar o lugar ao Carrillo - minutos antes do golo tínhamos assistido à estreia do Filipe Augusto, que rendeu o Pizzi. Pouco depois ainda desperdiçámos nova boa ocasião porque o Rafa e o Jonas se atrapalharam mutuamente quando se isolaram após uma tabela com o Zivkovic. Como nota final, apenas um breve comentário à actuação do árbitro neste jogo (Luís Godinho). Não o conhecia, mas deixou-me uma muito má primeira impressão. Uma má arbitragem, com um critério disciplinar incompreensível, e da qual o Benfica tem razões de queixa. O que não foge ao que tem sido norma ultimamente. A diferença foi que hoje o Benfica jogou suficientemente bem para ganhar apesar dos disparates do árbitro.

 

 

O destaque maior da nossa equipa tem que ser o Jonas. Dois golos e participação directa na jogada do terceiro são motivo mais do que suficiente. Foi também o jogador mais rematador da equipa. Parece-me que ainda não está ao seu melhor nível, e ainda passa longos períodos no jogo em que se esconde do mesmo, encostado aos defesas adversários, mas a sua qualidade é indiscutível e pode decidir jogos num pormenor. Outro destaque é o Fejsa, que depois do regresso menos conseguido em Setúbal voltou hoje ao que já nos habituou. Ainda cometeu um ou outro disparate no passe quando resolveu tentar passar a bola rapidamente para o ataque, mas no seu trabalho fundamental de recuperação da bola e auxílio à defesa esteve irrepreensível. O Zivkovic também fez um jogo muito bom. Já não é novidade a qualidade técnica, visão de jogo e capacidade de passe que tem, mas a isso soma também uma atitude competitiva irrepreensível, o que ficou bem expresso na quantidade de bolas que conseguiu recuperar, algumas mesmo em zonas mais adiantadas do campo. E é capaz de ser o jogador do plantel que melhor sabe cruzar uma bola. Destaque também para o Nélson Semedo, com uma exibição sempre em crescendo, e para o regresso do Eliseu. Pode até nem ter feito uma exibição de encher o olho, mas é uma diferença enorme entre tê-lo a ele ou o André Almeida naquela posição.

 

Foi um jogo e um resultado importantes para dar confiança à equipa, e que nos permite a manutenção no topo da tabela, mostrando imunidade a tentativas de pressão pífias como aquelas declarações do treinador do Porto ontem (a época passada fizemos quase um terço do campeonato a defender uma vantagem de dois pontos, por isso pressão é algo a que esta equipa está mais do que habituada). A obrigação de vencer tranquilamente o último classificado foi cumprida. Esperemos que este resultado seja também o sinal de um regresso à rotina de vencer regularmente e sem grandes sobressaltos, de forma a retomarmos a rota do tetra.

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publicado por D'Arcy às 02:08
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