VAMOS ACABAR COM AS IMBECILIDADES
Domingo, 29 de Setembro de 2019

Caro

O ponto está muito caro por estes dias. E esta noite, num jogo que em termos exibicionais teve períodos que até se poderiam encaixar numa fase menos boa da era Rui Vitória, confirmámos isso mesmo. Somámos os indispensáveis três pontos mas foi preciso suar muito, e resta por saber qual o preço exacto que pagámos por eles.

 

 

Voltámos ao onze mais habitual, sendo a maior novidade a aposta no Gedson para segundo avançado, relegando o De Tomas para o banco de suplentes. O jogo previa-se complicado frente ao mais do que esperado autocarro do Setúbal e infelizmente não foram necessários muitos minutos para se ficar com a certeza de que seria mesmo assim. Achei aliás que o lance em que, logo nos primeiros minutos, o Seferovic se isolou e conseguiu ir a correr direito ao guarda-redes e chutar desastradamente a direito contra ele (apesar do lance depois ser anulado por fora-de-jogo) foi um presságio para a falta de inspiração ofensiva da nossa equipa. O Setúbal foi jogar claramente para o nulo. Não admira que tenha apenas um golo marcado no campeonato, porque não mostrou a menor intenção de procurar o golo. Foi simplesmente defender com unhas e dentes, com um bloco muito baixo e toda a gente atrás da linha da bola, recorrendo ao antijogo se fosse necessário - logo na primeira parte já o guarda-redes se dedicava a perder tempo em qualquer reposição de bola. Só que perante equipas destas exige-se que o Benfica procure o golo de forma mais decidida do que o fez, porque senão apenas está a facilitar o trabalho à equipa adversária. Em relação ao Benfica que conquistou o último campeonato graças a uma segunda volta brilhante, este Benfica parece ter perdido objectividade. O que caracterizava o Benfica da época passada era uma procura incessante do golo, transições rápidas que faziam a bola chegar a zonas de finalização através de futebol vertical e simplicidade de processos, e depois muita gente a aparecer nessas zonas para resultar em muitas finalizações por jogo. Esta noite vi demasiada complicação de processos. Muitos passes desnecessários sem progressão (daí virem-me à memória jogos da era Rui Vitória) e a lentidão daí resultante a permitir sempre ao adversário reorganizar-se e preparar-se para cada ataque nosso. E se compreendo que por vezes a progressão era dificultada pelo autocarro do Setúbal e éramos mesmo obrigados a fazer a bola circular, também achei que essa circulação foi quase sempre feita sem muita velocidade, e nas ocasiões em que tínhamos oportunidade para sair mais rápido complicámos quase sempre o processo. E quando a bola era metida para zonas mais próximas da baliza adversária, havia muita falta de presença na área - por diversas vezes andava lá o Seferovic sozinho (quando não estava em fora-de-jogo) no meio de cinco ou seis adversários. Por isso, mesmo tendo o jogo tido sentido único e sendo quase todo disputado no meio campo do Setúbal, o nulo ao intervalo não era surpresa.

 

 

Alteração imediata para a segunda parte, com a troca do Fejsa pelo Gabriel na tentativa de acrescentar maior capacidade de passe para desposicionar a camião TIR sadino. E o Benfica até melhorou mesmo e imprimiu mais velocidade ao seu jogo, mas curiosamente foi nessa altura que o Setúbal conseguiu pela primeira vez no jogo criar uma ocasião de maior perigo e fazer o seu primeiro remate, num contra-ataque que consistiu numa iniciativa individual pela direita que terminou num remate à malha lateral. Continuava a ser muito difícil ao Benfica ultrapassar o autocarro de Setúbal, e só à passagem da hora de jogo, quando o Vinícius rendeu o Pizzi, é que o Benfica conseguiu finalmente aumentar de forma notória a pressão sobre a baliza adversária. E não demorou muito até obter resultados directos disso, pois apenas quatro minutos depois de ter entrado o Vinícius conseguiu finalmente derrubar a muralha sadina. Na sequência de um canto marcado pelo Grimaldo o Makaridze fez uma defesa incrível a um primeiro remate do Ferro, tendo o Rafa recuperado a bola. Depois de ganhar a linha de fundo tentou o centro, o Makaridze tentou afastar a bola mas deixou-a ao alcance do Vinícius, e este com um bom trabalho individual antecipou-se à tentativa do guarda-redes de agarrar a bola e depois de se virar fez um remate algo enrolado que levou a bola a entrar bem junto do poste. O mais difícil estava feito, até porque o Setúbal não parecia mostrar capacidade para atacar e colocar a nossa baliza em risco. Foi aliás o Benfica a estar completamente por cima no jogo, entusiasmado pelo golo e pelo apoio nas bancadas. Pensei que caminharíamos para uma vitória mais ou menos tranquila, provavelmente com pelo menos mais um golo marcado, mas a dez minutos do final o lagartito do apito resolveu entrar em acção e dar mais emoção ao jogo - já tinha ficado com a impressão de que tinha ignorado um possível penálti sobre o Rafa quando este foi abalroado na área. Numa bola dividida em que o Taarabt entra em carrinho, joga a bola e acerta também no adversário, resolve expulsá-lo. A partir daqui o Benfica passou a jogar com nove, porque o Vinícius foi fechar a esquerda e foi literalmente um jogador a menos, incapaz de acompanhar o lateral daquele lado ou prestar qualquer tipo de auxílio a defender. O amarelo mostrado ao Vlachodimos mostrou a intenção do lagarto Martins: chegado a casa fui contar o tempo, e ele conseguiu amarelar o nosso guarda-redes por perda de tempo quatro segundos depois da bola ter saído pela linha final. Isto depois de ter permitido ao Makaridze tudo e mais alguma coisa no que diz respeito à perda de tempo. Mas o Setúbal é uma equipa demasiado rotinada a defender e portanto muito pouco capaz no que diz respeito a procurar o golo. Apesar do domínio territorial exercido até ao final e do natural nervosismo dos adeptos, o número de ocasiões de perigo criadas durante o tempo que passou até ao lagarto Martins desistir de tentar dar uma pequena alegria às suas hostes no meio de tanta desgraça foi exactamente zero. Não vou dizer que foi por causa do árbitro que o Benfica teve tantas dificuldades em vencer este jogo, mas a opinião com que fico (mesmo dando o desconto que tenho péssima opinião deste árbitro) é que foi uma arbitragem claramente desastrada e mesmo tendenciosa.

 

 

É muito difícil escolher algum jogador a destacar na exibição do Benfica esta noite. Gedson foi uma aposta falhada a segundo avançado. O Seferovic dividiu o seu tempo entre estar fora-de-jogo e falhar ocasiões. O Pizzi esteve apagadíssimo, o Taarabt, apesar de tentar passes de ruptura, quase sempre deu mais um toque na bola e atrasou o jogo o tempo suficiente para permitir a intercepção a um adversário. Talvez o Rafa, como de costume, tenha o mérito de tentar criar desequilíbrios mesmo que através de iniciativas individuais.

 

Como disse no início, vamos esperar para ver qual o preço a pagar por esta vitória. O André Almeida teve que ser substituído antes do final. O Rafa, um dos nossos jogadores mais influentes, terminou o jogo em grandes dificuldades, sobretudo por causa de uma trancada que levou no tornozelo num lance que não mereceu por parte da arbitragem o mesmo critério que utilizou em relação ao Taarabt. De qualquer forma parece-me que é evidente para todos, incluindo o Bruno Lage, que temos que melhorar a nossa produção ofensiva. Senão vamos ter grandes dificuldades contra todas as equipas que se fecham assim atrás quando jogam contra nós. Que são quase todas as equipas do nosso campeonato.

 

P.S.- Já acabavam com a parvoíce do fogo de artifício e labaredas e outras coisas tais, não? Andar a atirar foguetes antes do jogo é estar a pedir para depois ir apanhar as canas. Que desperdício de dinheiro numa coisa perfeitamente inútil. Já basta ter que levar com música aos berros que nem deixa uma pessoa ouvir ou apreciar as manifestações do público como aplausos à equipa ou vaias ao lagarto que arbitrou. Hoje em dia parece que já nem sequer temos tempo para festejar um golo do Benfica sem levar logo com música aos berros e o speaker aos gritos em cima.

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publicado por D'Arcy às 01:18
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Quarta-feira, 25 de Setembro de 2019

Descolorida

Exibição descolorida de uma equipa secundária do Benfica e um nulo final que até podemos considerar um pouco feliz, já que o Vitória poderia perfeitamente ter ido em vantagem para o intervalo e parece-me que seria particularmente complicado para o Benfica recuperar dessa situação.

 

 

Foi uma equipa do Benfica muito transfigurada, na qual houve apenas três 'sobreviventes' da última equipa do campeonato: Rúben Dias, Taarabt e Seferovic. De resto, Zlobin na baliza, Jardel na dupla com o Rúben Dias, e laterais entreges aos miúdos Tavares, Tomás e Nuno. Samaris, Gedson, Jota e Caio completaram o onze. Ao ver a constituição da equipa pensei que o plano fosse entregar uma ala ao Jota e colocar o Gedson no apoio mais directo ao avançado, mas de início foi ao contrário, tendo o Gedson jogado na direita. Mas a meio da primeira parte trocaram mesmo de posição, e o nosso jogo até melhorou um bocadinho. Não muito, porque em geral o nível foi sempre abaixo do exigível. Na minha opinião faltaram várias coisas ao nosso futebol: envolvimento ofensivo dos laterais, velocidade nas transições, agressividade e verticalidade. Acho que na primeira parte em termos ofensivos nos ficámos por um remate do Gedson para a bancada e uma cabeçada do Jardel para fora num canto. O Vitória apostou numa estratégia paciente, não se importando de ficar a trocar a bola atrás por longos períodos de forma a chamar a equipa do Benfica e depois tentar a transição rápida. Mesmo antes do intervalo podia ter chegado ao golo, num lance caricato em que a nossa equipa foi pouco expedita a afastar a bola da sua área e a bola acabou por bater nos ferros duas vezes - instantes antes já a bola tinha embatido no poste depois de uma defesa do Zlobin. Na entrada para a segunda parte não houve alterações na equipa, mas notei um maior atrevimento dos laterais. Conseguimos também controlar melhor o jogo, e o Vitória viu-se muito menos no ataque do que aquilo que tinha acontecido durante a primeira parte. Mas o Benfica só ficou realmente por cima no jogo quando, entre os sessenta e os sessenta e cinco minutos de jogo, o Rafa e o regressado Gabriel renderam o Jota e o Samaris. O Rafa veio trazer velocidade e o Gabriel a qualidade de passe que lhe conhecemos, permitindo variações de flanco e passes a rasgar para as costas da defesa adversária. Durante os vinte e cinco minutos finais começámos a criar ocasiões de perigo e a estar no ataque de forma mais consistente e prolongada - nos minutos finais já com o De Tomas no lugar do Caio - mas não houve acerto para chegar ao golo. As ocasiões do Caio, do Seferovic e do Rafa (as duas últimas resultantes de subidas do Tomás Tavares pela direita, realçando a importância do envolvimento ofensivo dos laterais) mereciam melhor finalização.

 

 

A primeira parte do Benfica teve tão pouco de relevante que acho que o Rafa e o Gabriel conseguiram ser dos melhores jogadores do Benfica, apesar de terem jogado menos de meia hora. Dos que jogaram de início, talvez o Taarabt mereça o destaque por ter sempre jogado a uma rotação mais alta que os restantes.

 

Não foi o melhor começo para a Taça da Liga, e é provável que o apuramento possa vir a decidido pela diferença de golos. Vamos ter que jogar mais e melhor do que isto para no próximo sábado ultrapassarmos uma das defesas mais complicadas da Liga - em seis jogos apenas sofreram golos num deles.

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publicado por D'Arcy às 23:46
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Domingo, 22 de Setembro de 2019

Uff!

Uma vitória arrancada no último suspiro de um jogo complicadíssimo, em que a qualidade do nosso futebol esteve bastante longe daquilo que esperamos da nossa equipa. Por falta de inspiração nossa (apenas dois remates em vinte e um levaram a direcção da baliza) e também por mérito do Moreirense.

 

 

O Benfica apresentou um onze mais próximo do habitual, com os regressos à titularidade do André Almeida, Rafa, Seferovic e Fejsa, em comparação com a equipa que jogou na Champions. O Cervi passou directamente do campo para a bancada. A entrada do Moreirense no jogo foi bastante boa e serviu imediatamente de aviso para o Benfica que não teria uma noite fácil. Só ao fim de um quarto de hora é que o Benfica deu o primeiro verdadeiro sinal de perigo, numa boa jogada entre o Seferovic e o Pizzi, que terminou com um remate deste último às malhas laterais quando estava um muito boa posição. Esse lance pareceu despertar o Benfica, que nos minutos que se seguiram conseguiu encostar o Moreirense bem atrás, recuperando quase sempre a bola ainda dentro do meio campo adversário e raramente permitindo qualquer saída para o ataque. vi diversas vezes os nossos centrais bem metidos no meio campo adversário, e o Fejsa a recuperar bolas à entrada da área adversária, o que era indicativo da atitude da equipa. Mas no que diz respeito a criar situações de golo e rematar à baliza não conseguimos ser competentes - devemos ter feito no máximo meia dúzia de remates durante a primeira parte, o que é manifestamente pouco em jogos destes contra equipas que se fecham bem atrás. Houve pouca velocidade no nosso jogo, que só parecia ser dada quando a bola chegava aos pés do Rafa. No lado direito achei o André Almeida demasiado encolhido, e faltou profundidade por esse lado.

 

 

A segunda parte começou da pior forma possível, com o Moreirense a chegar à vantagem logo nos instantes iniciais. Um cruzamento a partir da direita sofreu um desvio no centro e fez a bola ir cair do lado oposto, onde estava um adversário completamente à vontade para finalizar com um remate cruzado. A partir daqui a nossa tarefa ficou exponencialmente mais complicada. Com bastante mérito para o Moreirense também, diga-se. Foi uma constante durante todo o jogo a forma organizada como jogaram, com os jogadores sempre muito solidários, conseguindo assim limitar muito o nosso jogo. Fiquei sempre com a sensação de que não conseguíamos encontrar espaço para jogar, especialmente espaço entre linhas, que é algo em que o Benfica insiste sempre muito. Mas esse espaço simplesmente não existiu durante quase todo o jogo. A meio do segundo tempo trocámos o Fejsa pelo regressado Gedson e pareceu-me que foi uma alteração benéfica para o nosso jogo. De qualquer forma o cenário continuou a parecer muito negro para as nossas cores. Falta de vontade ou atitude nos nossos jogadores não me pareceu que faltassem, mas faltava sim inspiração e espaço para chegar ao golo. Até que a cinco minutos do final o Rúben Dias despejou a bola para a área, um defesa do Moreirense desviou-a e fez com que fosse ter com o Rafa, que de cabeça e parecendo quase que um bocado por acaso fez o empate. E de repente os benfiquistas que ocupavam a maior parte das bancadas pareceram acreditar que ainda seria possível chegar á vitória, e essa crença que incendiou as bancadas passou para a equipa. A dois minutos do final ainda fizemos entrar o Jota para o lugar do André Almeida e passámos a jogar apenas com três defesas (ou na prática dois, já que o Grimaldo era mais extremo do que defesa). O bom do Soares Dias fez o que lhe competia e, com o jogo empatado, deu três minutos de compensação, que isto de seis, sete, oito minutos quando se está empatado é só para alguns. Para azar dele, já no período de compensação o Rúben Dias voltou a fazer um despejo para a área e a bola seguiu para a ponta esquerda. Aí, o Jota recolheu-a e fez um cruzamento perfeito para que o Seferovic, entre os dois centrais do Moreirense, cabeceasse para a vitória. E como os três minutos já tinham sido dados, o jogo acabou logo a seguir - aposto que se o 2-1 tivesse surgido antes do minuto noventa o Amigo Soares Dias teria dado uns seis minutos de compensação.

 

 

Num jogo com vontade mas pouco brilho da nossa equipa acho que o melhor em campo foi o Rafa. Fez o importante golo do empate e durante todo o jogo foi quase sempre o principal responsável por imprimir velocidade e verticalidade ao nosso jogo, indo à procura dos espaços que teimavam em não aparecer.

 

E também com jogos destes que se ganham títulos. Foi importantíssimo regressarmos a Lisboa com os três pontos, até porque não custa muito imaginar o circo e o chinfrim que se montaria em redor da nossa equipa se isso não acontecesse. A julgar pela forma por vezes quase vil como o nosso treinador foi atacado depois da derrota na Champions, por ter tomado opções que pareceram pouco menos que inevitáveis (até uma 'guerra interna' vi um canal descobrir no Benfica) é óbvia a sede de sangue que têm as hienas que rondam o nosso clube.

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publicado por D'Arcy às 16:38
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Terça-feira, 17 de Setembro de 2019

Pormenores

Um jogo esforçado da nossa equipa, mas que acabou no cenário que infelizmente se vem tornando habitual na Champions. Contra uma equipa mais forte, falhar nos momentos decisivos é quase sempre fatal.

 

 

O onze do Benfica teve surpresas, com a estreia do Tomás Tavares na lateral direita, o Jota a fazer dupla na frente com o De Tomas, e o Cervi a jogar pela primeira vez a titular esta época. No meio campo, repetiu-se a dupla Fejsa/Taarabt. Na primeira parte conseguimos manter o jogo equilibrado e dividir o jogo com o actual líder da Bundesliga, ainda que se notasse que quando o Leipzig forçava mais tinha a capacidade para nos empurrar para trás, remetendo-nos a tentativas de saídas em contra-ataque. O Tomás Tavares cedo mostrou que não acusava muito a pressão do jogo, ainda que durante a primeira parte se limitasse quase sempre a tarefas defensivas, arriscando muito pouco. Talvez por cautela, o Pizzi esteve quase sempre muito encostado à direita, preocupado em fechar aquele lado e apoiar o lateral, e a equipa mais uma vez se ressentiu da sua ausência em funções de organização. O Jota esteve menos feliz, complicando diversas vezes as jogadas por algum excesso de individualismo, e o principal destaque acabou por ser mais uma vez o Taarabt, por quem acabava por passar quase todo o nosso futebol. Na segunda parte o Leipzig pressionou, esteve mais por cima no jogo e começou a ser preocupante a facilidade e frequência com que conseguiam colocar bolas nas costas da nossa defesa. Mas o Benfica conseguia manter os alemães em sentido com boas saídas para o ataque. Mas eu confesso que quando estou a ver os nossos jogos na Champions tenho sempre a sensação que num pormenor ou outro eles acabam sempre por cair para o lado do adversário. Por isso nem estranhei quando, depois de uma boa ocasião do Pizzi, o Leipzig marcou num lance básico. O Werner apanhou uma bola solta na área e rematou de pronto para o golo. Faltavam pouco mais de vinte minutos para jogar e podíamos ter chegado ao empate poucos minutos depois. Uma excelente iniciativa do Taarabt deixou o Cervi completamente isolado, mas este limitou-se a fazer um remate rasteiro à figura do guarda-redes. Mais uma vez a questão dos pormenores: o golo do Leipzig resultou de uma ocasião muito menos flagrante do que esta do Cervi, e erros destes ao nível da Champions pagam-se caros. O Benfica fez então entrar o Seferovic e o Rafa para os lugares do Pizzi e Cervi (antes já se tinha estreado o David Tavares, que substituiu o Jota). Só que o Leipzig chegou ao segundo golo a dez minutos do final, depois de mais uma bola metida nas costas da nossa defesa que resultou numa finalização fácil do Werner. O jogo parecia decidido, mas quatro minutos depois o Benfica reduziu pelo Seferovic, na sequência de uma boa jogada: o Tomás Tavares desmarcou o Rafa, que depois fez o passe rasteiro para a finalização do suíço. Feio o gesto de mandar calar os adeptos - se ele acha que não são justificadas as críticas às suas últimas exibições então está completamente iludido. A Luz animou-se e ainda se chegou a acreditar no empate, mas o Leipzig soube controlar o jogo até final.

 

 

Para mim os melhores do Benfica foram o Taarabt e o Vlachodimos. Também gostei do jogo do Rúben Dias, e o Tomás Tavares teve uma estreia positiva - não sei se teve instruções específicas para jogar da forma como jogou, mas tendo em conta aquilo que lhe conheço gostaria de o ter visto ser um pouco mais atrevido no ataque - o nosso golo resultou de uma subida dele, e também deu uma óptima oportunidade ao Pizzi.

 

Mais uma vez tivemos uma falsa partida na Champions. Não vou agora estar a criticar as escolhas do treinador para este jogo - tenho a certeza que jogaram aqueles que estavam em melhores condições para este jogo, e não acho que tenha sido por eles que o perdemos. Se fazem parte do plantel então têm que estar preparados para jogar quando forem chamados. Perdemos contra uma equipa com outro andamento um jogo que acabou decidido em pormenores. Não estou satisfeito, obviamente, mas não vou fazer uma tempestade por causa disto. Agora o importante para mim é ganhar o próximo jogo na liga.

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publicado por D'Arcy às 23:49
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Segunda-feira, 2 de Setembro de 2019

Resposta

A melhor resposta possível ao mau jogo da semana passada: vitória convincente numa das saídas mais complicadas no campeonato. Sem sermos brilhantes, voltámos pelo menos a ser uma equipa mais ligada, mas voltámos a exibir uma das facetas mais preocupantes do nosso futebol: a extrema falta de inspiração da nossa dupla de avançados, que só à sua conta deve ter desperdiçado uma meia dúzia de ocasiões flagrantes de golo.

 

 

Notas de destaque na nossa equipa para o regresso do André Almeida e a presença do Taarabt no meio campo para formar dupla com o Florentino. Quanto ao jogo, após um período inicial em que ambas as equipas estiveram algo expectantes, tornou-se depois relativamente aberto, com as equipas a tentar chegar rapidamente à frente quando tinham a bola. Mas apesar do jogo ser repartido em termos de posse de bola e ataques, o Benfica conseguiu quase sempre ser muito mais perigoso, sobretudo quando foi capaz de subir a linha de pressão bem para dentro do meio campo do Braga. Uma diferença óbvia e para melhor no nosso jogo foi dada pela presença do André Almeida na direita. Mesmo sem precisar de fazer um grande jogo, termos um lateral com a capacidade de conduzir a bola e cruzar com o pé direito deu-nos logo muito mais profundidade por aquele lado e não fomos uma equipa tão balanceada para a esquerda, como tinha sucedido nos últimos jogos. No meio, o Taarabt foi extremamente agressivo nas tarefas defensivas, o que é uma faceta que definitivamente não lhe associava. Uma característica essencial para um 'numero oito' e uma demonstração que está mesmo um jogador transfigurado com o Bruno Lage. Logo nos minutos iniciais a arbitragem não viu um corte grosseiro de um jogador do Braga com a mão quando o De Tomas tinha a possibilidade de se isolar após um pontapé longo do Vlachodimos. O Benfica chegou ao golo aos vinte e cinco minutos, num penálti marcado pelo Pizzi depois do Florentino ter sido pontapeado na cara. Em vantagem, o Benfica começou a criar ocasiões de golo sucessivas e suficientes para ficar mais descansado no jogo, mas só o Seferovic conseguiu desperdiçar três escandalosas quando o que parecia mais fácil era marcar. O que nos podia ter custado caro, porque o Braga não criou muitas ocasiões de golo mas quando criou uma, o Ricardo Horta acertou no poste quando estava em muito boa posição para marcar.

 

 

Se podíamos recear uma segunda parte complicada, depressa ficámos descansados. Ao fim de apenas seis minutos já tínhamos dilatado a vantagem para três golos. Primeiro com mais um golo do Pizzi, logo aos dois minutos. Uma boa jogada colectiva do Benfica, a fazer circular a bola em jogo interior para libertar o André Almeida na direita, que depois fez o cruzamento a meia altura para a área, onde surgiu o Pizzi a finalizar muito bem de primeira e com o pé esquerdo. Nada melhor para o André Almeida do que assinalar o regresso à equipa com uma assistência para golo, a exemplo daquilo que tantas vezes fez a época passada. Quatro minutos depois, um autogolo do Bruno Viana quando tentou interceptar um cruzamento do Seferovic, que fugiu pela esquerda, para o De Tomas. O jogo ficou praticamente decidido aí, apesar de ainda haver muito tempo para jogar. Mas o Benfica estava muito confortável no jogo, e apesar do Braga nunca ter deixado de tentar chegar ao golo a verdade é que não conseguia criar muito perigo, enquanto que o Benfica ia tendo cada vez mais espaço para tentar contra-atacar com sucesso. Já com o Jota em campo, no lugar do De Tomas, o Benfica deu uma expressão ainda mais dilatada ao marcador e chegou ao quarto golo a cerca de um quarto de hora do final. Novo autogolo, desta vez do Esgaio, quando cortou de forma desastrada um cruzamento do Jota que seguia na direcção do Seferovic ao segundo poste. Uma vitória bastante folgada num campo onde muitos antecipavam que passássemos por dificuldades e o resultado ideal para espantar os maus espíritos criados com a exibição da semana passada.

 

 

Os melhores do Benfica foram a dupla do meio campo, Taarabt e Florentino. Uma boa parte do nosso jogo passou sempre pelos pés do marroquino, que ainda mostrou a agressividade defensiva suficiente para podermos vê-lo finalmente como uma alternativa válida ao Gabriel. O Florentino fez mais uma exibição ao nível do que tem vindo a mostrar e que o tornam neste momento praticamente um titular indiscutível. À medida que ganha experiência e confiança está também a aventurar-se cada vez mais em zonas próximas da área adversária. O Pizzi voltou a ser decisivo e mais uma vez se confirma que quando ele se ausenta de um jogo, como na semana passada, somos muito diferentes para pior. Uma menção também para o Ferro, que na minha opinião fez um jogo muito bom, dando também uma óptima resposta à exibição menos feliz no Clássico.

 

Vamos para a primeira pausa no campeonato no segundo lugar, um ponto atrás do surpreendente Famalicão. Depois do enorme apagão da semana passada foi bom ver o Benfica responder desta forma e voltar a ganhar confortavelmente. Esperemos que entretanto o Gabriel possa recuperar da lesão para que nos apresentemos mais fortes no regresso.

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publicado por D'Arcy às 00:22
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