O que dizer depois de um jogo em que durante 89 minutos o Benfica pareceu ter tudo para ressuscitar na Champions, e depois deitou tudo a perder? Fica o desconsolo pela forma inacreditável como o Benfica conseguiu não ganhar mais um jogo na Champions, ainda por cima depois de ter feito uma boa exibição contra a equipa mais forte do grupo, conseguindo ser uma equipa bem mais personalizada do que em qualquer outro dos jogos que fizemos esta época na Champions.
Foi um jogo em que fomos, conforme esperado, pressionados durante a maior parte do tempo. Ficámos em vantagem ainda na primeira parte, com um golo do Pizzi, e conseguimos suster relativamente bem o ímpeto do Leipzig. Na segunda parte fomos sujeitos a uma pressão mais intensa mas, com uma hora de jogo decorrida, num contra-ataque rápido o Vinícius aproveitou uma escorregadela de um defesa alemão para se isolar e fazer o 2-0. Este resultado garantia automaticamente que o apuramento para os oitavos ficava completamente nas nossas mãos: bastaria ganhar em casa ao Zenit para que tal acontecesse. A partir daqui a pressão do Leipzig foi avassaladora. Mas era feita de uma forma tão indiscriminada que ficava a sensação de que se conseguíssemos organizar minimamente uma saída em contra-ataque poderíamos arrumar com o jogo. Isso esteve muito perto de acontecer quando o De Tomas, que tinha entrado para o lugar do Vinícius a dez minutos do final, quase marcou um dos golos do ano: um remate do meio campo que só não entrou no ângulo porque o guarda-redes do Leipzig se esticou todo e ainda tocou muito ao de leve na bola com a pontinha dos dedos. Esse lance até pareceu assustar os alemães, cuja pressão esmoreceu um pouco. Mas aos oitenta e nove minutos o Rúben Dias cometeu um penálti tão disparatado quando escusado, ao deixar o braço para trás de forma a segurar um adversário que tentava rodar para a baliza, e o inferno voltou. Tinha o mau pressentimento que se o Leipzig conseguisse marcar um golo, seguramente chegaria ao empate, o que infelizmente acabou mesmo por suceder ao sexto minuto de compensação (foram dados nove devido ao tempo que a partida esteve interrompida para dar assistência ao guarda-redes do Leipzig, que saiu lesionado do lance do nosso segundo golo). O Rúben foi até à lateral atrás do Werner e não foi feita a devida compensação, o que permitiu que o Forsberg surgisse completamente sozinho bem no centro da área para cabecear à vontade.
A substituição do Vinícius pelo De Tomas exigia-se e foi bem feita. Mas já me custou a compreender que não tenhamos fechado a zona defensiva do meio campo naqueles minutos finais - o Benfica entrou sem nenhum médio defensivo, a jogar mais em 4-5-1 do que em 4-4-2, já que o Chiquinho foi sempre mais um terceiro médio com o Taarabt e o Gabriel do que um verdadeiro apoio ao avançado. Esperava a entrada do Florentino, que nunca veio a acontecer, e ainda mais incompreensível para mim foi a entrada do Caio para o lugar do Pizzi quando ainda estava 2-1 (a entrada do Jota nos últimos segundos foi uma medida de desespero e já pouco alteraria).
Com este resultado o nosso destino na Champions está traçado. Se queremos continuar para a Liga Europa, creio que será necessário ganhar ao Zenit na Luz por 2-0 na última jornada para não ficarmos dependentes do resultado do outro jogo. Enfim, coisas para nos preocuparmos na altura, que eu já não estou para me incomodar muito com a Champions. Espero é que no sábado somemos mais uma vitória frente ao Marítimo.
Depois de uma primeira parte deplorável conseguimos dar a volta na segundo e regressar dos Açores com os três pontos. À falta de inspiração, a reviravolta teve que ser feita com base na raça, e por isso pelo menos é de assinalar a vontade que a equipa mostrou em dar a volta à situação e ir à procura da vitória.
Foi o regresso a um onze mais expectável. A titularidade do Jardel nem foi surpreendente, dada a lesão do Ferro em Lyon, e na frente desta vez foi o Seferovic a formar dupla com o Chiquinho. Cedo se percebeu que tínhamos pela frente um jogo muito difícil. O Benfica foi manifestamente incapaz de ultrapassar a teia montada pelo Santa Clara, e passou a maior parte do tempo a lateralizar jogo, trocando a bola entre centrais, médios e laterais sem ser capaz de progredir no terreno de jogo. As poucas tentativas de passes de ruptura nunca resultaram - a tarefa foi quase sempre executada pelo Gabriel, que esteve um autêntico desastre neste particular. Aliás o nosso meio campo no geral foi perfeitamente anulado pelo Santa Clara, já que nem mesmo o Pizzi conseguiu ter qualquer tipo de influência no jogo quando vinha para a zona central, e o Florentino era um jogador redundante. O Santa Clara, quando recuperava a bola, conseguia sair rapidamente para o ataque em dois ou três toques e assim criar perigo. Foi numa jogada dessas que se colocaram em vantagem, ainda antes do primeiro quarto de hora de jogo. Um cruzamento largo a partir da esquerda da nossa defesa e depois o adversário ganhou no confronto directo com o André Almeida e cabeceou para golo. Adivinhavam-se grandes dificuldades para o Benfica, porque mesmo em desvantagem não fomos capazes de mudar a nossa forma de jogar e o Santa Clara continuava a ser perigoso nas poucas vezes em que saía para o ataque, ameaçando um segundo golo. Não sei sequer se o Benfica chegou a fazer um remate à baliza durante todo o primeiro tempo.
Na entrada para a segunda parte trocámos logo o Florentino pelo Vinícius, passando o Chiquinho para a zona central. Nos minutos iniciais o Santa Clara ainda conseguiu uma ou outra saída para o ataque, mas o Benfica foi progressivamente tomando conta do jogo até ao ponto em que se passou a jogar quase exclusivamente no meio campo do Santa Clara, sendo que mesmo as tentativas dos açorianos de sair para o ataque eram imediatamente cortadas. Em termos ofensivos é que as coisas continuavam a não ser as melhores para nós, já que o caudal ofensivo não se reflectia em ocasiões de golo em número suficiente. Mas pelo menos já conseguíamos fazer a bola circular com maior velocidade e causar desequilíbrios na muralha do Santa Clara. O primeiro grande sinal de perigo foi dado pelo Rúben Dias, num pontapé de canto, mas o guarda-redes adversário defendeu por instinto. Mas logo no minuto seguinte, e ainda antes de se completarem dez minutos na segunda parte, chegámos ao empate. Bola do Chiquinho para o Pizzi na direita, que ultrapassou o defesa no um para um e depois cruzou tenso e rasteiro para o Vinícius finalizar à boca da baliza. No período a seguir ao empate a pressão do Benfica intensificou-se, mas as ocasiões de perigo continuavam a não ser suficientes em número ou qualidade e a manutenção do empate até final era uma ameaça real. Trocámos o Cervi pelo Taarabt, que foi para o meio passando o Chiquinho para a direita e o Pizzi para a esquerda, mas a substituição não teve efeitos imediatos. O Santa Clara até pareceu começar a conseguir acalmar o ritmo de jogo conforme lhe convinha, libertando-se da pressão a que tinha estado sujeito. Até que a doze minutos do final, um mau alívio da defesa fez a bola ir parar aos pés do Seferovic a meio do meio campo açoriano. O suíço progrediu até à entrada da área chamando a si os defesas, e depois soltou para o Pizzi que, descaído sobre a esquerda, finalizou à saída do guarda-redes. Estava consumada a reviravolta, mas até podermos festejar a vitória ainda tivemos que passar por um enorme calafrio, quando em período de compensação o Ukra surgiu solto e rematou cruzado, fazendo a bola passar a centímetros do poste.
Melhor do Benfica tem que ser o Pizzi. Assistência para o primeiro golo e golo da vitória. Ser decisivo já se tornou um hábito para ele. De resto não consigo destacar mais ninguém numa exibição com tão pouco brilho.
Valeu, e muito, a vitória num campo complicado contra um adversário difícil. Mais difícil ainda porque foi um jogo fora arbitrado pelo inefável Artur Soares Dias, que conseguiu ignorar olimpicamente um penálti descarado sobre o Cervi nos minutos finais da primeira parte - ignorar penáltis a favor do Benfica é uma das principais qualidades que têm permitido a este árbitro progredir na carreira. Conforme escrevi no início, a exibição não foi lá grande coisa, mas fico satisfeito com a vontade mostrada pelos jogadores em dar a volta à situação. Quando há atitude, a probabilidade de sermos felizes é maior.
Foi o regresso à triste realidade da Champions. Mais uma exibição cinzenta como os equipamentos alternativos que insistimos em utilizar mesmo quando não parece haver razão lógica para isso e a consequente derrota, que faz com que o apuramento para a fase seguinte seja uma miragem e a própria continuidade nas competições europeias um objectivo complicado.
Não me vou alongar muito, porque basta dizer que foi uma exibição na linha daquilo que tem sido o Benfica na Champions nas últimas épocas. Houve um par de alterações no onze, onde entraram o Tomás Tavares e o Gedson por troca com o André Almeida e o Pizzi. O Tomás Tavares revelou-se uma aposta falhada, já que o nosso lado direito foi quase sempre uma via aberta durante a primeira parte. Nada me move contra o jogador, que acho que tem um futuro promissor, mas não creio que esteja propriamente preparado para ser lançado às feras a este nível. Jogadores como o Rúben, o Ferro, o Florentino, o Félix ou outros já tinham pelo menos experiência na 2ª Liga quando foram lançados. O Tomás Tavares veio directamente dos sub-23 para a Champions. Tem dez jogos profissionais disputados, e quatro desses são na Champions. Parece-me excessivo. Isto de qualquer forma não é uma tentativa de crucificar o jogador pela derrota, porque toda a equipa esteve abaixo do exigível. Voltámos a ter uma entrada tímida e amedrontada no jogo e ficámos em desvantagem logo aos quatro minutos, na sequência de um cruzamento largo para a área que permitiu um cabeceamento muito à vontade a um dos centrais adversários. Minutos depois ficámos sem o Ferro por lesão, que deu o seu lugar ao Jardel. Mas continuámos a não ser capazes de sair para o ataque e a ser pressionados pelo Lyon. A partir da meia hora de jogo parecemos querer começar a dar alguns sinais de vida, e o resultado imediato foi levarmos com um segundo golo em contra-ataque. A jogada foi conduzida pelo lado direito da nossa defesa e acabou com um passe para uma finalização fácil do Depay bem no meio da área. Na segunda parte, o Lyon veio jogar mais em contenção e a tentar baixar o ritmo do jogo. Nós trocámos o Gedson pelo Seferovic, mais tarde o Cervi pelo Pizzi, e aproveitámos para ter mais bola e insistir no ataque. Tivemos algumas jogadas mais perigosas, rematámos mais, e a cerca de quinze minutos do final marcámos pelo Seferovic, que aproveitou um bom passe longo do Pizzi para as costas da defesa (o golo teve que ser validado pelo VAR, já que inicialmente foi assinalada posição irregular ao suíço). O golo devolveu uma réstia de esperança ao Benfica, mas a verdade é que não conseguimos sequer voltar a criar perigo. E a um minuto do final, quando surgiu uma situação em que o Traoré ficou um para um com o Jardel dscaído sobre a esquerda, o mundo inteiro percebeu o que iria acontecer: finta para o meio e remate cruzado. O mundo inteiro, menos o Jardel, que lhe deu tempo e espaço para fazer isso mesmo, resultando no terceiro golo do Lyon e num ponto final no assunto.
Menos mau no Benfica talvez o Florentino pelo número de recuperações de bola efectuadas. O Chiquinho tentou mas não esteve feliz na finalização. O Gabriel também foi dos mais esforçados.
A exibição foi má e não há outra forma de a descrever. Mas findo o previsível desnorte europeu, urge regressar às boas exibições e vitórias nas competições internas. Como de costume, um mau resultado europeu será utilizado pelos nossos inimigos, frustrados com a falta de argumentos internos, como arma de arremesso para tentar criar instabilidade em redor da equipa e da do treinador. É necessário colocar rapidamente um travão a isso, e tal só se consegue com vitórias.
As melhorias apresentadas no último jogo prolongaram-se hoje e conseguimos aliar o resultado a uma boa exibição, a que só ficaram a faltar mais golos. Foi uma vitória convincente num jogo marcado pelo controlo quase absoluto do Benfica no mesmo e uma arbitragem simplesmente lamentável do Xistra enquanto o nulo se manteve no marcador.
Desta vez foram menos as alterações no onze: apenas três. Ferro, Florentino e Pizzi ocuparam os lugares que tinham sido do Jardel, Samaris e Gedson no jogo contra o Portimonense. A fase inicial do jogo não foi entusiasmante. O Rio Ave mostrou ter a lição bem estudada e entrou no jogo preparado para anular o nosso futebol. Duas linhas bem juntas a bloquear as tentativas de jogo interior, tentativa de pressionar logo na saída de bola, e os nossos laterais amarrados por dois extremos velozes - Gabrielzinho e o nosso ex-jogador Nuno Santos. Na esquerda a constante ajuda defensiva do Cervi ainda permitia ao Grimaldo soltar-se um pouco mais, mas do outro lado o André Almeida tinha que estar mais preocupado com o seu adversário directo, pois o Pizzi não é tão dado a essas tarefas. O primeiro sinal de perigo foi dado num remate do Cervi que obrigou o guarda-redes a uma defesa apertada, mas ironicamente acabou por ser a actuação do eterno Carlos Xistra a revelar-se um rastilho para incendiar a Luz e espicaçar a nossa equipa. Isto graças a uma série de decisões incompreensíveis que incluiram amarelos perdoados, ignorar faltas que dariam origem a livres perigosos perto da área do Rio Ave e um penálti sobre o André Almeida quando este poderia marcar um golo quase idêntico ao que marcou contra o Portimonense - não percebo sequer como não houve intervenção do VAR, já que não houve qualquer intenção do defesa do Rio Ave em jogar a bola e simplesmente foi empurrar o nosso jogador. Aliás, a 'inspiração' do homem começou logo a revelar-se no primeiro minuto de jogo, quando conseguiu vislumbrar um suposto jogo perigoso do Vinícius num lance em que ele e o Cervi ficariam numa situação perigosa para a baliza do Rio Ave. Para azar do Xistra, no pontapé de canto na sequência do penálti ignorado, o Rúben Dias cabeceou de forma fulgurante para dentro da baliza a bola cruzada pelo Pizzi. Mais uma vez um defesa na sequência de uma bola parada a ser responsável por desfazer o nulo, a exemplo do que aconteceu nos últimos jogos. O Benfica já estava bem por cima no jogo antes do golo, e depois dele essa tendência apenas se acentuou. Uma única excepção já perto do intervalo, quando o Nuno Santos se conseguiu escapar pela esquerda ao André Almeida e depois rematou de ângulo bastante apertado, acertando com estrondo no poste. Acabou por ser a única ocasião de perigo criada pelo Rio Ave em todo o jogo.
A segunda parte só se pode descrever como domínio total do Benfica. É que foi mesmo quase jogada só dentro do meio campo do Rio Ave, com o nosso adversário desta noite a ser incapaz de criar qualquer jogada de perigo. Só numa ou outra investida individual por parte do Nuno Santos (acredito que se não tem tido aquela lesão gravíssima, a carreira dele no Benfica poderia ter sido bem diferente) é que conseguiam trazer a bola para mais perto da nossa área. O Benfica foi muito eficaz na pressão sobre o adversário, cortando quase todas as tentativas de saída para o ataque quase no seu início (com o Florentino a evidenciar-se nas recuperações) e empurrando o Rio Ave para junto da sua baliza. Convém salientar que isto não foi postura do Rio Ave - eles não se apresentaram com qualquer autocarro e vieram à Luz para tentar jogar futebol, simplesmente foi o Benfica que conseguiu remetê-los a esta situação. Também como aconteceu contra o Portimonense, fizemos o segundo golo muito cedo na segunda parte - aos cinco minutos. Passe do Gabriel a solicitar o Grimaldo na esquerda, combinação com o Cervi, e passe atrasado deste para a entrada da área, onde o Pizzi com uma simulação tirou dois adversários da frente e rematou para o golo. Depois só ficámos a dever-nos a nós próprios um resultado mais dilatado, porque ocasiões para isso não faltaram. Conforme escrevi, o domínio do Benfica foi completo e os dois golos de diferença acabam por ser um resultado enganador, porque na minha opinião esta até foi uma das exibições mais conseguidas do Benfica desde o início da época. Faltou talvez uma melhor definição das jogadas no ataque para ampliarmos o resultado como merecíamos. Por vezes fiquei com a sensação que as coisas estavam a correr tão bem e conseguíamos encontrar e criar espaços no ataque de forma tão fácil que havia a tentação de enfeitar ainda mais as jogadas com mais um passe de primeira para um colega que estivesse em ainda melhor posição e acabava por se perder a oportunidade de remate. De qualquer forma a partir de uma certa altura também fiquei com a sensação que já não era para forçar muito, talvez já a pensar no jogo da Champions, e até o Grimaldo foi substituído apenas para gestão de esforço. Mas nada belisca a justiça da nossa vitória.
Gabriel, Rúben Dias ou Cervi foram dos melhores no jogo desta noite. Ao argentino só ficou mesmo a faltar-lhe um golo para coroar a exibição, pois bem fez para o merecer. O Pizzi acaba o jogo com uma assistência e um golo e a ser mais uma vez decisivo. Como habitualmente, ganha protagonismo quando aparece nas zonas mais centrais do campo, porque quando está encostado à ala desaparece muito do jogo.
Foram duas boas vitórias seguidas com exibições que só podem aumentar a confiança dos adeptos e da própria equipa. Nestes jogos já conseguimos ver a nossa equipa conseguir aproximar-se mais daquilo que já a vimos produzir, e agora esperemos que esta tendência seja para manter.
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