VAMOS ACABAR COM AS IMBECILIDADES
Domingo, 26 de Janeiro de 2020

Consolidação

Mais uma vitória fora de casa obtida de forma inquestionável e alicerçada sobretudo numa primeira parte de grande qualidade, e de grande importância na consolidação da liderança. Não houve qualquer tipo de relaxamento e voltámos a encarar o jogo e o adversário com a máxima seriedade, o que tem sido uma das chaves para a sequência de bons resultados.

 

 

É de assinalar que, apesar do jogo ser disputado longe da Luz, o Benfica jogou literalmente em casa pois as bancadas estavam preenchidas de vermelho. Houve uma mudança no onze, não muito surpreendente, com o Rafa a entrar para o lugar do Chiquinho. O Benfica entrou a todo o gás, apostado em marcar cedo, contra um Paços extremamente aguerrido que tentava pressionar alto e disputar cada bola como se fosse a última. Mas cedo as ocasiões de golo se começaram a acumular para o lado do Benfica, enquanto que o Paços só conseguia ter posse de bola em zonas mais recuadas e quase nunca conseguia incomodar o Vlachodimos. Um livre do Grimaldo deu início às hostilidades, obrigando o guarda-redes do Paços a uma defesa apertada para canto. Na sequência do mesmo, o Vinícius cabeceou à barra. A pressão do Benfica inevitavelmente acabou com o Pizzi a introduzir a bola dentro da baliza do Paços, aos dezoito minutos, mas o lance acabou por ser anulado após revisão do VAR. Percebemos depois que foi por uma suposta posição irregular do Vinícius, que fez o passe para o golo, de 4 centímetros. É simplesmente absurdo, porque uma margem destas torna a coisa aleatória. Basta parar a imagem um centésimo antes ou depois para ser posição irregular ou não. Este tipo de lances vai completamente contra o que deveria ser o espírito do VAR, e só ajuda a matar o futebol. Enfim, o Benfica não abanou e continuou a procurar o golo que já justificava. O Rafa ia conseguindo encontrar espaço entre a defesa e o meio campo do Paços e era uma ameaça constante, e foi mesmo ele quem começou a desatar o nó. A cinco minutos do intervalo, um bom passe do Rúben Dias lançou-o em direcção à baliza e depois ele com o pé direito tirou um defesa do lance e com o esquerdo rematou para o golo. Um pormenor muito interessante no lance é a movimentação do Pizzi, a fugir para a linha e a arrastar o lateral com ele de forma a abrir o espaço entre este e o central por onde o Rafa entrou. Antes do intervalo ainda poderíamos ter chegado ao segundo golo, que só foi evitado por uma excelente defesa do guarda-redes a um remate do Pizzi.

 

 

Entrada na segunda parte a matar, para chegarmos cedo ao segundo golo. Canto conquistado logo no primeiro minuto, e quando o Paços tentou sair para o ataque na sequência deste a bola foi recuperada e o Ferro fez um lançamento longo para as costas da defesa, para o inevitável Rafa. Progressão pela direita e cruzamento rasteiro para o Vinícius encostar para o golo. Tudo simples e eficaz. Minutos depois o Benfica voltou a introduzir a bola na baliza do Paços, pelo Vinícius depois de um excelente passe do Weigl, mas o golo foi novamente anulado por posição irregular do nosso avançado. Depois disto fiquei com a sensação que o Benfica optou claramente por gerir a vantagem e o jogo. O Paços nunca baixou os braços e continuou a ser uma equipa aguerrida na procura de um golo que lhes permitisse voltar à discussão pelo resultado, mas o Benfica controlou o jogo com relativa facilidade. Apesar da maior posse de bola, creio que não estarei enganado se disser que não só o Paços não conseguiu criar uma única ocasião de perigo como nem sequer terá chegado a rematar à nossa baliza até ao final do jogo - só me recordo de um único remate do Paços na segunda parte, na sequência de um canto, por volta dos cinco minutos. Para o quarto de hora final o Benfica optou por colocar um terceiro médio em campo (Taarabt) por troca com o Pizzi, o que nos permitiu ter um pouco mais de posse e também reaproximar-nos na baliza adversária. Pouco depois fizemos uma troca directa de avançados, entrando o Seferovic para o lugar do Vinícius. Isto na prática resultou num momento Bryan Ruiz por parte do Seferovic, que depois de um cruzamento do Grimaldo na esquerda (desmarcado por um grande passe do Gabriel), completamente sozinho e a um par de metros da linha de golo, enviou a bola para a bancada.

 

 

Melhor do Benfica, outra vez o Rafa. Marcou o golo que inaugurou o marcador e fez a assistência para o segundo, o que já seria mais do que suficiente. Mostrou ser a opção certa para a posição de segundo avançado, e a sua velocidade e mobilidade permitem-lhe explorar os espaços que se vão abrindo nas costas dos médios mais recuados. Vinícius também muito bem, a fazer o tipo de movimentações que víamos o Seferovic fazer a época passada, com mais um golo para a conta pessoal e uma assistência que lhe foi retirada por quatro centímetros. Mas no geral acho que toda a equipa fez uma exibição sólida, confiante e equilibrada.

 

O Paços é uma equipa que luta pela permanência e o Benfica entrava neste jogo confortavelmente instalado no topo da tabela. Mas este jogo era particularmente importante. Primeiro, porque não queríamos desperdiçar logo na jornada seguinte a vantagem que alcançámos na anterior. E depois porque, face à situação conturbada que o Porto atravessa neste momento, a última coisa que interessava era perder pontos e assim dar um novo fôlego ao nosso perseguidor mais directo. Assim sendo, missão totalmente cumprida.

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publicado por D'Arcy às 22:24
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Sábado, 18 de Janeiro de 2020

Estocada

Não foi, longe disso, a final, mas o Benfica esta noite desferiu certamente uma valente estocada na disputa pela conquista do título de campeão desta época. Para tal, venceu em Alvalade e beneficiou da derrota do segundo classificado em casa frente ao Braga, passando agora a ter sete pontos de vantagem sobre o Porto.

 

 

Estou habituado a sair satisfeito da casa do Sporting. Desde a primeira vez que fui a Alvalade ver o Benfica, na já longínqua época de 1988/89 (vitória por 2-0 com golos de Valdo e Abel Campos) que não falho um jogo nosso lá, e foram muitas mais as vezes em que o Benfica saiu de lá com um resultado positivo (não fui verificar, mas acho que então no novo estádio a vantagem do Benfica é ainda mais notória). Somando isto à incrível sequência de resultados positivos do Benfica, em particular nos jogos fora de casa, obviamente que as minhas expectativas eram as melhores para este jogo. Antes do mesmo começar, uma notícia motivadora com a derrota do Porto - isto obviamente que não retirava ao Benfica a obrigação de vencer, mas certamente que deve ter ajudado a confiança saber que no caso de uma eventual derrota a vantagem no topo da tabela manter-se-ia. Para o nosso onze, a minha dúvida era apenas saber qual seria a dupla do meio campo, com três candidatos para duas posições. Ficou o Taarabt no banco e jogaram o Weigl e o Gabriel. De resto, o esperado. O Benfica entrou muito bem no jogo. Durante quase toda a primeira parte o Benfica conseguiu ter sempre uma linha de pressão muito alta, a perturbar a saída de bola do Sporting. Duas situações de perigo logo nos primeiros dois minutos foram um bom mote (remate do Cervi já com o guarda-redes fora da baliza que foi interceptado pelo Ilori e remate do Vinícius que passou pouco por cima). A verdade é que qualidade é coisa que não abunda na equipa do Sporting. Bruno Fernandes, Acuña e Mathieu (e não consigo incluir o grande ausente Coates neste grupo; acho-o péssimo) apesar do peso da idade, são as excepções, mas o resto é quase confrangedor. Mas no meio desta falta de qualidade, ainda assim um jogador como o Doumbia consegue destacar-se por ser ainda pior. É inacreditável que um jogador destes consiga ser titular no Sporting. Acho que só no primeiro quarto de hora deve ter perdido a bola para jogadores do Benfica em posições comprometedoras uma meia dúzia de vezes - quando não era ele, era o Wendel a fazer o mesmo. Os nossos médios caíam em cima dos jogadores do Sporting logo no seu meio campo defensivo e o Sporting revelava grandes dificuldades para construir jogadas. Mesmo assim, tinha a sensação de que o Benfica não estava a jogar com o prego a fundo no ataque, parecendo até que havia aquela atitude que por vezes acontece de achar que mais cedo ou mais tarde o golo acabaria por aparecer. É perigoso num jogo destes. O Sporting, apesar de adeptos e equipa (nem vou falar das claques) parecerem de costas voltadas - acho que poucas foram as vezes que fui a Alvalade e senti uma tão grande resignação da massa adepta, que ficou longe de preencher as bancadas - quereria certamente dar uma demonstração de brio e mostrar que os dezasseis pontos que separam as duas equipas na tabela eram exagerados. E foi quase do nada que o Sporting criou a melhor ocasião de golo da primeira parte: uma bola longa metida pelo Bruno Fernandes ainda do seu meio campo que o Ferro não conseguiu interceptar, permitindo ao Camacho rematar ao poste de ângulo apertado. Estava dado o aviso, mas o cariz do jogo pouco se alterou. O Benfica mais por cima no jogo, ainda que sem criar grande volume de situações de perigo e o Sporting incapaz de pegar no jogo e a responder em situações esporádicas. Pelo Benfica, um remate do Pizzi que foi bem defendido pelo Maximiano para canto, uma bola cruzada pelo André Almeida a que o Vinícius ficou a centímetros de chegar e um remate do André Almeida às malhas laterais foram as melhores situações, e pelo Sporting um cabeceamento do Camacho à figura do Vlachodimos, mas que ainda o obrigou a empenhar-se. Nos minutos finais o Benfica abrandou um pouco, mas achei que o amarelo mostrado ao Gabriel (justo pela reacção, mas num lance em que para variar o sempre impune Bruno Fernandes conseguiu não ser amarelado também, apesar de ter feito falta para isso) teve alguma influência, já que fez com que ele se retraísse um pouco na pressão agressiva que vinha exercendo sobre os médios do Sporting.

 

A segunda parte começou por ser interrompida durante cinco minutos devido ao arremesso de tochas para o relvado por parte das claques do Sporting. Talvez ajude a compreender o porquê do Bruno Fernandes, tendo ganho o sorteio no início do jogo, ter estranhamente escolhido não atacar para aquela baliza na segunda parte, ao contrário daquilo que é tradição em Alvalade. O Benfica veio para a segunda parte com menor intensidade do que na primeira, já não pressionando tão alto. Parecia até que alguém tinha informado os jogadores da derrota do Porto e que portanto até um empate já seria um resultado positivo. O Sporting aproveitou isto para começar a ter melhor saída de bola, e a partir da hora de jogo teve o seu melhor período, conseguindo empurrar mais o Benfica para dentro do seu meio campo. Não me recordo de nenhuma ocasião flagrante de golo (houve um remate mais perigoso do Doumbia de fora da área e um outro do Ilori que acabou por ser mais um passe para as mãos do Vlachodimos) mas durante uns bons dez ou doze minutos o Benfica quase não saiu para o ataque e foi o Sporting quem pressionou mais. As coisas voltaram a mudar quando aos setenta e três minutos o Chiquinho cedeu o seu lugar ao Rafa - que foi mesmo jogar como segundo avançado. O nosso jogo estava a precisar de um desequilibrador como ele, que logo na primeira vez que tocou na bola deixou dois adversários pelo caminho e levou a bola até à area adversária. E não foi preciso esperar muito tempo para o Rafa deixar a sua marca. Aos oitenta minutos, depois de um lançamento lateral a bola foi para dentro da área do Sporting, onde depois de uma série de ressaltos o tanque Vinícius, a meias com o Ilori, deixou a bola no Rafa que finalizou com um remate rasteiro e colocado para o primeiro golo do jogo. Aproveito para dizer que é simplesmente inadmissível que o jogo tenha ficado interrompido durante uns bons três minutos para que o VAR confirmasse a legalidade do golo - a funcionar assim o VAR em nada contribui para melhorar o espectáculo. Ainda faltava muito tempo para o final do jogo, até porque o árbitro deu dez minutos de tempo de compensação (completamente justificados) mas este golo matou completamente o Sporting. Ainda para mais porque todas as substituições operadas pelo Silas falharam rotundamente e ainda pioraram as coisas, enquanto que as substituições do Lage resultaram - para além do Rafa, a entrada do Taarabt para os minutos finais deu ao Benfica uma superioridade bastante evidente no meio campo, remetendo o Sporting para o pontapé para a frente. O Benfica ficou de tal forma confortável no jogo que nem quando foram anunciados os tais dez minutos de compensação deu para me sentir nervoso, mesmo sendo a vantagem no marcador mínima. E claro, deu para fechar com chave de ouro com mais um golo do Rafa. Para reforçar o acerto das alterações feitas pelo Bruno Lage, o Seferovic entrou a três minutos do final e ainda foi a tempo de assistir o Rafa para uma bela finalização de trivela, isto depois de um mau alívio do Ilori.

 

Homem do jogo, evidentemente, o Rafa. É confortável pensar que o Benfica está na posição em que está mesmo tendo estado privado durante meses de um dos melhores e mais desequilibradores jogadores do nosso plantel e da Liga Portuguesa. O Gabriel fez um jogaço, apesar de por vezes me parecer sentir-se tão à vontade que caiu em exageros individuais em vez de soltar logo a bola de forma mais simples. Se calhar não se falou ou falará muito do Weigl, mas eu gostei da actuação dele e achei que esteve muito bem tacticamente. A forma como lê o jogo e ocupa os espaços que deve ocupar foi o motivo pelo qual o contratámos, e tenho enormes expectativas para ver o que poderá fazer quando já estiver mais familiarizado com os colegas (faço desde já o disclaimer que sou parcial em relação a este jogador, que já admiro há anos desde que ele chegou ao Dortmund). Mas para já, vendo o jogo de hoje, quem é que poderia adivinhar que ele só chegou há um par de semanas? Por último, uma palavra para o Rúben Dias: centralão.

 

Os nossos adversários mais directos depositavam enormes esperanças para esta jornada, alimentando a expectativa de verem reduzida a diferença que nos separa para um único ponto (ou na pior das hipóteses para uma diferença que pudesse ser recuperada quando nos receberem). Em vez disso acabam a jornada a sete, e pior do que isso, sem matéria para o insolvente vir perorar e tentar intoxicar a opinião pública. No jogo deles, dispuseram de dois penáltis que se encarregaram de falhar. No nosso, nem sequer um lancezinho para conseguirem chamar à primeira página do Nojo a unanimidade do sempre imparcial Tribunal Dourado. Foi uma boa jornada, obviamente, mas a procissão ainda só vai a meio. Isto está longe de estar resolvido e nós próprios somos o melhor exemplo que sete pontos são perfeitamente recuperáveis. Vão continuar a combater-nos com todas as forças dentro e fora do campo (basta ver as nomeações para os dois jogos de hoje para se perceber quanta força está a ser feita fora do campo). Não podemos relaxar ou perder o nosso foco nem por um instante que seja.

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Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2020

Pasteleiro

Foi difícil, mas após mais uma dura batalha contra um adversário já de si complicado, que tal como na eliminatória anterior se apresentou reforçado com um Artur 'Pasteleiro' Soares Dias ao seu melhor nível e adicionalmente com o Tiago 'Cinco Cêntimos' Martins em excelente forma no VAR, conseguimos por duas vezes recuperar de um resultado negativo e finalmente, graças a um herói algo improvável que saltou do banco, dar-lhe a volta para confirmarmos a passagem às meias-finais da Taça de Portugal.

 

 

Foram três as alterações na equipa, todas mais ou menos esperadas. Zlobin na baliza, Tomás Tavares na direita da defesa, e regresso do Taarabt ao meio campo, sendo o Gabriel poupado já a pensar no jogo de sexta-feira. O Rio Ave, já se sabe, é uma equipa complicada. Neste jogo a estratégia passou muito por manter a posse de bola pacientemente em zonas recuadas de forma a chamar a equipa do Benfica a subir no terreno, para depois tentar transições rápidas com bolas longas para as costas da defesa. E a estratégia começou a dar frutos muito cedo, já que entrámos praticamente a perder. Depois da bola metida o Zlobin ficou a meio caminho da saída e o Rúben Dias acabou por derrubar o adversário à entrada da área. Na marcação do livre directo, golo do Rio Ave aos três minutos de jogo. Eu sei que esta observação pode estar influenciada pelo facto de não ter confiança absolutamente nenhuma no Artur Soares Dias (aliás, para ser sincero, eu acho mesmo que ele entra em campo com o objectivo deliberado de nos prejudicar) mas fiquei com toda a sensação de que a nossa barreira foi colocada seguramente a uma distância maior do que a regulamentar, e por larga diferença. O Benfica revelava dificuldades em encontrar espaços para fazer o habitual jogo interior perante um adversário sempre bem estruturado, e o jogo pelos flancos era pouco explorado - isto foi sobretudo evidente do lado esquerdo, onde as constantes desmarcações do Grimaldo eram quase sempre ignoradas. O Ferro ainda tentou alguns passes para aquela zona no período inicial mas saíram-lhe quase sempre mal e depois simplesmente deixou sequer de tentar, optando sempre por passar a bola para a direita. O Grimaldo deve ter sentido saudades do Gabriel. De qualquer forma foram necessários apenas dez minutos para restabelecer a igualdade. Depois de uma investida pela direita, uma insistência do Vinícius desmarcou o Cervi por esse lado e ele finalizou bem de pé direito. Parecia que estava reencontrado o rumo da normalidade e o Benfica tinha o aparente controlo do jogo, tentando chegar à vantagem. 

 

 

Até que, com meia hora de jogo, o Chiquinho foi claramente derrubado pelo Filipe Augusto dentro da área. A poucos metros da jogada e com visão clara do lance, o pasteleiro mandou seguir e no contra-ataque que se seguiu, nova bola metida nas costas da defesa, nova saída abortada do Zlobin, e golo do Rio Ave num cabeceamento a meia altura que fez a bola sobrevoar o nosso guarda-redes. No VAR, Cinco Cêntimos bem perscrutou o lance com a sua bengala branca mas não detectou qualquer irregularidade, e de uma possível vantagem passámos para uma situação de desvantagem. Até seria compreensível que uma equipa perdesse um pouco a compostura perante um cenário destes, mas honra seja feita à nossa equipa, que pouco abanou e continuou a tentar fazer o seu jogo. Podíamos ter chegado novamente à igualdade poucos minutos depois, mas o guarda-redes do Rio Ave negou o segundo golo ao Cervi com uma excelente defesa. Perto do intervalo, para enorme surpresa, o Soares Dias assinalou penálti do Filipe Augusto sobre o Taarabt. A surpresa deve-se a dois motivos: o primeiro, pelo simples facto do Soares Dias assinalar um penálti a favor do Benfica; o segundo, porque até eu lá de cima do terceiro piso da bancada consegui ver que não era penálti. Mais uma vez a minha ideia pré-concebida das intenções do Soares Dias nos nossos jogos teve de certeza influência, mas logo na altura disse que ele só tinha assinalado penálti porque tinha a certeza que o VAR reverteria a decisão. Cinco Cêntimos fez o seu trabalho, e obviamente que não houve penálti (e ainda bem). E assim até podem continuar a nomear o pasteleiro para os nossos jogos, porque como podem ver ele não tem nada contra o Benfica e até tentou beneficiar-nos.

 

 

A segunda parte trouxe-nos um Benfica ainda mais pressionante e um Rio Ave que pouco conseguia passar do meio campo, dedicando-se com mais afinco a defender a vantagem alcançada na primeira parte. Findo o primeiro quarto de hora o Benfica fez a substituição que veio a revelar-se decisiva para o resultado final do jogo. Saiu o Ferro e entrou o Seferovic, recuando o Weigl para a defesa (funções que ele desempenhou por diversas vezes no Dortmund, embora fosse mais num esquema táctico de três centrais). Foram precisos apenas três minutos para a substituição surtir efeito: bola longa do Rúben para o interior da área e o Vinícius assistiu de cabeça para o remate vitorioso de primeira do suíço. Uma boa jogada de combinação da nossa dupla de avançados, que foi obviamente sujeita a intenso escrutínio pelo VAR mas não conseguiram arranjar aquele frame que lhes permitiria inventar qualquer coisa para anulá-la. A pressão do Benfica não abrandou, o Pizzi voltou a cair na área depois de empurrado nas costas pelo Filipe Augusto (que nesta altura já teria certamente percebido que com esta dupla de árbitro/VAR tinha basicamente impunidade para tudo dentro da área) mas obviamente que nada se passou. Mas sete minutos depois do golo do empate, surgiu o terceiro. Boa combinação entre o Pizzi e o Tomás Tavares na direita, com o primeiro a ganhar a linha de fundo e a parecer ter perdido o controlo da bola, para depois ainda conseguir em esforço fazer o centro atrasado que o Seferovic finalizou com um remate de primeira, com o pé direito. Depois de obtida a vantagem e com pouco mais de vinte minutos por jogar, o Benfica abrandou um pouco a pressão e recuou linhas, mas o Rio Ave raramente conseguiu incomodar a nossa baliza. Foi mesmo o Benfica quem esteve mais perto de voltar a marcar, já perto do final, num remate do Chiquinho que embateu com estrondo na barra. De assinalar ainda o regresso à competição do Rafa, que entrou para fazer os minutos finais e proporcionar ao Cervi uma merecidíssima ovação.

 

 

O Cervi foi o melhor jogador em campo, com um golo e sobretudo uma intensidade e entrega ao jogo que devem servir de exemplo para todos. Um jogador que foi dado como dispensável há uns meses quis ficar e lutar por um lugar, e quando a oportunidade surgiu agarrou-a com unhas e dentes. Hoje foi aplaudido de pé. Jogo muito bom também do Taarabt e do miúdo Tomás Tavares. O Chiquinho foi outro que teve uma excelente atitude e bem merecia que aquela bola que acabou na barra da baliza tivesse entrado. O Weigl ainda está naturalmente a integrar-se, mas é um jogador que tem muita calma com a bola nos pés e sabe quase sempre o que fazer com ela. Quando teve que recuar para a defesa, fê-lo sem quaisquer problemas e acabou por acrescentar a qualidade de passe naquele sector que o Ferro estava incapaz de dar. Jogo infeliz do Zlobin, que hesitou na saída nos dois lances dos golos adversários e que acho que acabou sem fazer uma única defesa. Os dois remates que foram à nossa baliza resultaram em golo.

 

Acaba por ser um resultado excelente porque agrada a toda a gente. Aos benfiquistas, porque permitiu o apuramento para as meias-finais da taça. Aos nossos inimigos e maldizentes agrada também porque nos dias que corrrem, com o Benfica a ganhar tão frequentemente os seus jogos, quando ganha apenas por um golo de vantagem já é uma espécie de vitória moral para eles, e assim já se sentem à vontade para criticar ferozmente como se de uma derrota se tratasse. Na próxima sexta há mais, e temos que enfrentar o habitual jogo da época para os nossos vizinhos. Estão a dezasseis pontos mas vão comer a relva pelos fruteiros do Porto, pedem despenalizações, atrasam transferências, o que interessa é dar a ajudinha aos fruteiros. Ajuda aos fruteiros nesse jogo também virá certamente com mais uma nomeação ao nível da deste jogo. Um Hugo Macron, um Jorge Sousa ou um Godinho servirão perfeitamente.

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publicado por D'Arcy às 03:53
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Sábado, 11 de Janeiro de 2020

Massacre

A prova de que não há jogos ganhos à partida. Apesar de favoritíssimo no papel, o líder Benfica teve que suar as estopinhas para arrancar a vitória frente a um Desportivo das Aves que está isoladíssimo no último lugar da tabela. Mas bem podemos queixar-nos e nós próprios por todo este sofrimento, porque a finalização esta noite foi simplesmente atroz.

 

 

Algumas surpresas no onze: face à suspensão do Taarabt, o Weigl foi titular. O Jota e o Seferovic ocuparam os lugares do Cervi e do Vinícius. Houve também o regresso do André Almeida após lesão, que ocupou o seu lugar na direita e relegou para o banco o jovem Tomás Tavares. O jogo iniciou-se com o Benfica no comando, conforme esperado, mas com o Aves, onde alinhavam três ex-jogadores nossos (Mangas, Estrela e Zidane), a explorar quase sempre o adiantamento do Grimaldo para contra-atacar por esse lado. E foi precisamente por aí, já depois de um primeiro aviso, que surgiu o golo deles, aos vinte e dois minutos. O Ferro foi à dobra, entrou à queima e acabou ultrapassado pelo iraniano Mohammadi, que depois progrediu em direcção à baliza e finalizou com um remate forte de ângulo muito apertado. A partir deste momento, o Aves acabou no jogo em termos ofensivos e passámos a assistir a uma inacreditável sucessão de ocasiões de golo falhadas por parte da nossa equipa. Em várias delas houve mérito quer do guarda-redes Beunardeau, que teve uma noite incrivelmente inspirada, quer dos defesas do Aves, que conseguiam de alguma forma interceptar os remates no limite, cortar bolas em cima da linha, ou antecipar-se aos nossos jogadores. Mas noutras o demérito foi muito nosso, com finalizações a deixarem muito a desejar - como a situação em que o Pizzi recebeu um passe do Grimaldo e, completamente sozinho na marca de penálti atirou para fora, ou as várias situações em que o Seferovic conseguiu sempre acertar no guarda-redes quando estava isolado. Fosse como fosse, o certo é que fomos para o intervalo a perder.

 

 

Regressámos para o segundo tempo já com o Vinícius no lugar do Jota - o Pizzi foi encostar-se à esquerda e o Chiquinho foi para a direita. A segunda parte foi simplesmente exasperante. Um daqueles jogos à antiga, com o Aves a jogar nos 25 metros à frente da sua baliza, completamente dedicado à defesa e sem qualquer tipo de iniciativa de ataque. Infelizmente, o avassalador volume ofensivo do Benfica (foram mais de 30 remates e 17 pontapés de canto) continuava a esbarrar na determinação dos jogadores do Aves e a ser sabotado pela deficiente finalização dos nossos jogadores. Findo o primeiro quarto de hora o Cervi entrou para o lugar do Weigl, dando à equipa um pendor ainda mais ofensivo - o Chiquinho foi para o meio e o Pizzi regressou à direita, ficando o Gabriel como médio mais recuado. Nesta altura assistia-se mais a um jogo de probabilidades: com tanto volume ofensivo, o cenário mais provável era mesmo que o Aves acabasse por ceder e a bola entraria finalmente na baliza. Mas isso só aconteceu a quinze minutos do final, num penálti marcado pelo inevitável Pizzi. A falta foi cometida sobre o Vinícius e o Pizzi não tremeu - o penálti teve mesmo que ser muito bem marcado, porque o Beunardeau adivinhou o lado e acho que ainda deve ter tocado na bola com a ponta dos dedos. Conseguido o empate, o massacre não abrandou - e massacre é mesmo o único termo que consigo encontrar para descrever o jogo (e também aquilo a que a nossa paciência foi sujeita) Há muito tempo que não via tanto caudal ofensivo num jogo, infelizmente para tão pouca produtividade. O golo da salvação acabou por aparecer ao minuto oitenta e nove, e o herói improvável foi o André Almeida (que chegou a ser expulso pelo Xistra, valendo a intervenção do VAR para reverter a decisão). Depois de uma sequência de três pontapés de canto seguidos, o Cervi entrou na área pela esquerda, colocou a bola no meio para o Vinícius, e este de costas para a baliza trabalhou bem e deixou-a para o remate do André Almeida, que ainda assim só entrou porque a bola ainda tabelou num defesa do Aves que tentava o corte em desespero.

 

 

Para mim o homem do jogo foi o Vinícius. Entrou ao intervalo e esteve nos dois golos do Benfica. Boas exibições do Rúben Dias e do Gabriel, e o Weigl deixou boa impressão enquanto esteve em campo, sobretudo se tivermos em conta que apenas tem uma semana de trabalho com a equipa. O Ferro teve uma exibição sofrível, já que fica ligado ao golo do Aves. O Seferovic foi simplesmente pavoroso na finalização, capítulo no qual foi aliás acompanhado pelo Pizzi.

 

São mais três pontos e quinze vitórias em dezasseis jogos. Não foi daqueles jogos que me tivessem deixado muito satisfeito, mas estaria mais preocupado se a equipa tivesse jogado mal e não fosse capaz de criar ocasiões. Assim a minha insatisfação deve-se sobretudo ao mau aproveitamento das situações criadas - normalmente tanto desperdício paga-se caro. Depois da eficácia que nos valeu os três pontos em Guimarães, hoje estivemos no extremo oposto da escala.

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publicado por D'Arcy às 05:07
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Domingo, 5 de Janeiro de 2020

Letal

Este foi para mim o jogo mais difícil que vi o Benfica da era Lage fazer. O Vitória conseguiu tirar a bola ao Benfica, e num jogo disputado a um ritmo muito elevado foi preciso um Benfica letal no ataque e muito concentrado na defesa para trazer de Guimarães os três pontos.

 

 

Ano novo, velho onze: foram exactamente os mesmos que nos últimos jogos têm conseguido boas exibições e vitórias. As dificuldades que enfrentaríamos neste jogo ficaram visíveis desde o apito inicial. O Vitória pressionou no campo todo e conseguiu cortar à partida quase todas as jogadas de ataque do Benfica. Acho que no primeiro quarto de hora mal conseguimos passar do meio campo. O Vitória conseguia sempre atacar com muita gente e insistia muito pelo nosso lado direito, onde o Davison se ia repetidamente atirando para o chão e arrancando faltas até sacar um amarelo ao Tomás Tavares. O Benfica acabou por ser letal e chegou ao golo aos vinte e três minutos na primeira jogada de ataque bem construída que conseguiu, e no primeiro remate à baliza. O Chiquinho soltou para a entrada do Pizzi na área, pela direita, e este devolveu-lhe a bola, mas apareceu ali o Cervi que rematou de pé direito e sem muita força, mas a suficiente para levar a bola para o fundo da baliza. Esse remate acabou por ser mesmo o único que fizemos durante a primeira parte. O Vitória continuou por cima do jogo e a ameaçar a nossa baliza, chegando mesmo a criar uma boa ocasião de golo, que o Vlachodimos negou com uma defesa brilhante. De resto, com maior ou menor dificuldade, fomos conseguindo resolver os problemas que o Vitória nos ia criando.

 

 

Na segunda parte o cenário foi mais ou menos o mesmo, mas o Benfica conseguiu controlar melhor o ímpeto vitoriano, até porque a opção da nossa equipa pareceu-me ser claramente encolher as linhas e jogar na contenção, abdicando mais do ataque - o Vinícius foi um jogador muito só na frente. A maior ocasião de perigo resultou de um erro crasso do Vlachodimos, que largou uma bola fácil vinda de um cruzamento, mas depois acabou por resolver a situação com uma defesa de reflexo brilhante. De resto não houve muitas situações dignas de menção, à excepção dos repetidos disparates por parte dos nossos adeptos, que insistiam em atirar tochas para o relvado e provocando assim a interrupção do jogo (de certeza que vamos pagar isto bem caro). As substituições que fizemos também apontaram nesse sentido - não alterámos muito o esquema táctico, mas fomos refrescando as posições com jogadores para ajudar a segurar o resultado, em particular a troca do Chiquinho pelo Samaris, que foi ocupar a posição mais recuada do meio campo e levou ao adiantamento consequente do Gabriel e do Taarabt. O Pizzi teve uma grande ocasião de golo numa jogada muito simples, onde o Tomás Tavares recebeu um passe longo para as costas da defesa e deixou a bola para o remate do Pizzi isolado. Mas depois de ver a repetição do lance tenho quase a certeza que se resultasse em golo este seria anulado por posição irregular do Tomás Tavares. Já em período de descontos o Gabriel ainda obrigou o guarda-redes do Vitória a uma boa defesa na marcação de um livre, e o Vitória ficou reduzido a dez por expulsão do Rochinha, mas isso não teve qualquer influência porque praticamente não se jogou daí até ao apito final.

 

 

Num jogo muito solidário e sem momentos de grande brilho o maior destaque na equipa do Benfica foi mesmo o Vlachodimos, que foi fundamental na manutenção da vantagem mínima. O Cervi marcou o golo da vitória e trabalhou muito - foi quase um segundo defesa lateral esquerdo - tal como o Taarabt, que teve quase sempre muita cabeça com a bola nos pés e recuperou várias bolas. O Pizzi teve um jogo muito pouco conseguido, mas para variar acabou por ser decisivo, já que é dele a assistência para o golo.

 

Estes três pontos são daqueles que costumam valer campeonatos. Conforme disse, achei que foi talvez o jogo mais difícil que vi o Benfica fazer na era Lage. O Vitória é uma equipa que joga muito futebol, que tem no Ivo Vieira um treinador que eu respeito muito, e que a jogar em casa soube manter-se fiel aos seus princípios de jogo. Foi bom regressar do interregno e manter a tendência de vitória, colocando mais um pouco de pressão nos nossos perseguidores mais próximos para o jogo de amanhã.

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publicado por D'Arcy às 00:41
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