VAMOS ACABAR COM AS IMBECILIDADES
Quinta-feira, 25 de Fevereiro de 2021

Sina

Hoje até fiquei com a sensação de que a equipa e os jogadores deram o máximo que podiam para ganhar esta eliminatória, por isso apesar da enorme frustração com mais este insucesso vou tentar não ser mais um a desancar o ceguinho - para ataques indiscriminados ao Benfica já chegam os da comunicação social, os dos nossos inimigos, e ainda os que nós próprios fazemos. Mas a aura negativa que neste momento rodeia a nossa equipa parece ser demasiado forte, e é quase sina que as coisas acabem sempre por correr mal.

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Regresso do Benfica aos três centrais, num esquema que parecia ser mais próximo de um 5-4-1, deixando o Seferovic isolado na frente, para depois se tentar transformar num 3-4-3 quando atacávamos. Laterais da defesa entregues ao Grimaldo e ao Diogo Gonçalves, alas para o Pizzi e o Rafa, e o duo do meio campo habitual, mas como Weigl a surgir muitas vezes em terrenos mais adiantados - tendo três centrais atrás dele já não tem necessidade de ser ele a descer para junto da dupla de centrais. O Benfica iniciou o jogo tentando pressionar a posse do adversário, jogando com a linha de defesa muito subida e depois o meio campo muito encostado à defesa, para não deixar quase espaço para explorar entre as duas linhas. Na primeira mão a defesa subida e em linha resultaram quase sempre bem e conseguimos apanhar os jogadores do Arsenal, e em especial o Aubameyang, várias vezes na armadilha do fora de jogo. Apesar da boa vontade do Benfica, que quando ganhava a bola tentava sair rapidamente para o ataque com o Rafa ou o Taarabt a romperem rapidamente linhas, o Arsenal assumiu o controlo do jogo desde o início. Mais bola, mais jogo no nosso meio campo, mas apesar disto sem conseguir criar ocasiões de perigo, pois o Benfica ia defendendo de forma organizada. Só que se já contra os adversários internos basta falharmos uma vez que quase invariavelmente sofremos um golo, então contra o Arsenal era quase certo que uma falha seria a morte do artista. Aconteceu aos vinte minutos, quando o Lucas Veríssimo não resistiu à tentação de ir atrás do Aubameyang em vez de segurar a linha do fora de jogo quando a bola foi metida nas costas da nossa defesa, e obviamente que foi ele quem acabou por colocar o adversário em posição legal, que depois finalizou com um toque sobre o guarda-redes quando este lhe saiu ao encontro. Eficácia quase total, coisa a que já vamos ficando habituados qualquer que seja o adversário. O Benfica não acusou muito o golo e o jogo continuou na mesma toada, com o Arsenal a ter mais bola mas quase sem se verem ocasiões de golo. Mais perto do intervalo o Benfica teve finalmente meia ocasião (antes disso o lance mais perigoso tinha sido uma fuga do Seferovic pela esquerda, na qual entrou na área e depois tentou assistir o amigo imaginário para finalizar) num cabeceamento do Vertonghen após livre do Pizzi. E já mesmo a finalizar a primeira parte, beneficiámos de um livre à entrada da área, descaído sobre a esquerda, depois de uma falta sobre o Weigl. O Diogo Gonçalves encarregou-se de o marcar e enviou um míssil teleguiado que sobrevoou a barreira e entrou bem no ângulo superior da baliza. O empate era um bom resultado ao intervalo.

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A segunda parte iniciou-se com mais equilíbrio, apesar de logo nos primeiro minutos o Arsenal ter voltado a introduzir a bola na nossa baliza. Novamente o Lucas Veríssimo a cair na tentação de ir atrás do Aubameyang, que lhe ganhou as costas e marcou de forma quase idêntica à do primeiro golo, mas desta vez o lance foi anulado por um fora de jogo milimétrico. Depois de decorrido quase um quarto de hora sem grande história, em que o jogo estava equilibrado e nenhuma das equipas estava a ser capaz de ameaçar seriamente a baliza da outra, o Benfica arriscou e fez três substituições de uma vez, entrando o Everton, Gabriel e Darwin para os lugares do Pizzi, Taarabt e Seferovic. Não foi certamente um resultado directo disso, mas chegámos mesmo ao segundo golo um par de minutos depois disso. Um pontapé longo do Helton foi mal interceptado por um adversário, o que permitiu ao Rafa isolar-se e, para variar, ter muita calma para ultrapassar o guarda-redes e depois atirar para a baliza vazia. Agora o Benfica apanhava-se na frente da eliminatória e com vinte e nove minutos para jogar o Arsenal via-se obrigado a marcar dois golos. Só que na fase em que estamos parece que tudo o que pode correr mal, corre. Era importante não permitir que o empate surgisse rapidamente - resistimos seis minutos. O Arsenal entretanto tinha feito entrar o Willian, que se foi encostar bem ao lado direito da nossa defesa. Por aquele lado, o Everton preocupava-se sempre mais em cair sobre o Xhaka, que se colocava sobre a meia-esquerda, o que deixava uma autêntica auto-estrada para o lateral esquerdo do Arsenal, Tierney, subir como queria e fazer o 2x1 sobre o Diogo Gonçalves. O nosso central desse lado, Lucas Veríssimo, não podia ajudar porque estava sempre mais preocupado com o Aubameyang, que também caía para essa zona. Era portanto evidente que era por ali que vinha o maior perigo, e foi obviamente por ali que chegou o empate. Subida do Tierney, que teve demasiado tempo e espaço dentro da área para desferir um remate cruzado que fez a bola entrar junto ao poste mais distante. Isto só ficou mais controlado quando o Weigl começou a cair também para aquela zona do terreno. Da nossa parte, acho que houve excessivo retraimento assim que obtivemos a vantagem. Pode ser apenas sensação minha, mas acho que as coisas andam tão más que assim que marcámos o segundo golo a preocupação em que o adversário ainda conseguisse dar a volta sobrepôs-se à motivação que a vantagem poderia dar. Abdicámos muito do ataque; houve lances em que tínhamos a bola perto da área do Arsenal e em vez de sair uma tentativa de passe de ruptura ou cruzamento, preferíamos lateralizar ou passar para trás, chegando muitas vezes a fazer a bola ir até ao nosso guarda-redes. Mas apesar do golo do empate, o Benfica foi mantendo algum controlo emocional e sendo capaz de não permitir um assalto do Arsenal à nossa baliza. Mas já se sabe que no momento actual, a sensação é a de que se o adversário precisar de marcar três golos em dez minutos, marca-os, enquanto que se o Benfica precisar de marcar um golo nesse mesmo período, acerta duas vezes nos ferros e o guarda-redes adversário faz uma defesa impossível. Não querendo ser agoirento, a verdade é que quando vi o Nuno Tavares entrar para o lugar do Grimaldo tive o mau pressentimento de que era por ali que nos íamos lixar. E claro, a três minutos do final aconteceu mesmo. Nuno Tavares a marcar o Saka com os olhos (começa a ser exasperante o número de vezes que ele faz isto - perdemos em Alvalade também por causa de um lance assim) enquanto este o tira do caminho e cruza para o segundo poste, onde o Aubameyang mais uma vez ganhou as costas ao Lucas Veríssimo para cabecear facilmente quase em cima da linha de golo. Nos descontos ainda vimos o Rafa acertar no poste, mas o lance foi invalidado por posição irregular.

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Acho que o Benfica como conjunto não esteve mal, mas para mim o Rafa acaba por ser o destaque individual. Foi quase sempre ele a trazer as acelerações e desequilíbrios necessários ao nosso ataque e que mais problemas causavam à defesa do Arsenal. No pólo oposto, o Lucas Veríssimo fez um mau jogo. Foi batido três vezes pelo Aubameyang - quase sempre por não manter a disciplina na linha do fora de jogo e cair na tentação de perseguir o adversário. Nessas três vezes, a bola acabou sempre dentro da nossa baliza. Uma delas foi anulada, as outras duas não, e assim estamos fora da Liga Europa. Parece-me naturalmente difícil que o jogador que chegou há menos tempo esteja muito rotinado com as movimentações defensivas da equipa, mas na primeira mão a coisa até tinha funcionado bem. Destaque negativo também para a passividade do Nuno Tavares no lance do terceiro golo. Normalmente até acharia que era apenas um lance normal, mas já não é a primeira vez que isto acontece. Ele é pouco agressivo na marcação, e em vez de encostar no adversário acaba por lhe dar demasiado espaço para que este consiga fazer um cruzamento perigoso.

 

Conforme disse no início, não vou desancar a equipa só porque perdemos. Defrontámos um adversário forte, acho que estivemos até melhor do que em muitos dos jogos mais recentes, e custa perder assim porque conseguimos o mais difícil, que foi dar a volta ao resultado, para depois permitirmos que o adversário voltasse ao jogo. Infelizmente a coisa caiu para o outro lado, como tantas vezes acontece no futebol. E assim caiu também mais um objectivo da época. Estamos reduzidos à Taça de Portugal e à miragem do segundo lugar - digo que é uma miragem porque face ao que temos vindo a assistir na nossa Liga, o Porto acabará no segundo lugar seja de que maneira for, nem que seja necessário nomear o Vasco Santos para VAR de todos os seus jogos e o Hugo Miguel para todos os nossos jogos. Não sei como é que se conseguirá motivar uma equipa do Benfica quando a meses do final da época já pouco resta por que lutar, mas é isso mesmo que terá que ser feito. Quanto mais não seja por qualquer réstia de dignidade ou brio profissional que esta equipa possa ter. Se não gostam de ser criticados ou acham que o são injustamente, é dentro do campo, jogo a jogo, que o têm que mostrar. Paciência ou tolerância por parte dos benfiquistas é coisa que há muito se esgotou. E pensem que as críticas e pressão seriam bem mais incisivas se por acaso houvesse público na Luz.

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publicado por D'Arcy às 23:53
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Domingo, 21 de Fevereiro de 2021

Martírio

Mais um empate absolutamente ridículo ficando em branco contra a única equipa que nunca tinha conseguido evitar sofrer golos esta época. Ver o Benfica jogar neste momento é um autêntico martírio, porque é uma repetição constante de tudo aquilo que é mal feito e que corre mal.

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Já nem vale a pena estar a escrever sobre os nossos jogos. São sempre a mesma coisa: qualquer jogo do Benfica a que eu assista neste momento, ao fim dos primeiros cinco minutos eu já não acredito que, salvo algum muito improvável acaso, consigamos marcar um golo. Depois é mais uma questão de saber que tipo de asneira vamos cometer na defesa para que o adversário marque. O Benfica neste momento defende mal e ataca ainda pior. Os nossos jogos podem ser resumidos a um chorrilho de más finalizações e péssimas decisões no ataque - vemos jogadores pagos principescamente a rematar para a bancada em posições privilegiadas vezes sem conta (Darwin, Seferovic, Pizzi com falhanços inacreditáveis) ou saídas para o ataque, muitas vezes em situação de superioridade numérica, desperdiçadas porque o jogador que conduz a bola ou a passa mal, ou a passa na altura errada, ou não a passa sequer e insiste no lance individual até perder a bola. Nas raríssimas oasiões em que conseguem de facto acertar na baliza, o guarda-redes adversário, qualquer um que seja, faz uma defesa impossível. Se houver algum lance de dúvida na área, é sempre decidido contra - para mim há penálti claro sobre o Rafa na primeira parte, e não me venham com histórias de 'intensidades' porque o toque na perna dele é claríssimo (claro que ajuda termos sempre árbitros andrades ou lagartos a apitar os nossos jogos e no VAR - não percebo porque motivo temos que levar constantemente com o lagarto Hugo Macron nos nossos jogos). Isto não é desculpa para nada, é apenas um desabafo porque é mais uma coisa a contribuir para me irritar - até fiquei surpreendido por terem anulado o golo ao Farense, porque nos tempos que correm estava à espera que passasse. Finalmente, do banco vêm constantemente as mesmas decisões que não resultaram uma dúzia de vezes antes, mas pelos vistos acredita-se que desta vez é que é. Até agora a única dupla de ataque que vi funcionar de forma eficaz esta época foi Darwin/Waldschmidt, no início da mesma. É a que menos joga porque de uma forma ou de outra o Seferovic tem que entrar na equação - eu hoje cheguei a ver o Seferovic receber a bola isolado na área e literalmente ficar à espera que um defesa se colocasse à frente dele para depois rematar (obviamente, contra o referido defesa). Ouvi no final queixas de que nos falta alguém que meta a bola dentro da baliza. Se calhar despachar o melhor marcador da última época não terá ajudado muito. O que me parece mais do que evidente é que com o plantel que temos, temos obrigação de jogar muito mais do que aquilo que estamos a ver. Não há ordenados em atraso nem cortes dos mesmos. Não há falta de condições para que treinem e exerçam as suas profissões. Se não jogam mais do que isto, então é porque das duas uma: ou estão mal orientados, ou são maus profissionais. Só sei que neste momento não estou a ver de que forma é que vão conseguir afastar a forte aura negativa que rodeia a nossa equipa. Não sei o que é que esta equipa treina em termos de ataque e finalização. Vi cenas simplesmente surreais não só em termos de finalização, mas também em termos de decisões tomadas. Jogadores a fazer passes sem olhar para zonas onde não está nenhum colega. Jogadores a chutar para onde estavam virados - a bancada - quando estavam em frente à baliza. Em bolas paradas devemos ser a equipa menos eficaz e menos perigosa de toda a Liga. 99% dos nossos pontapés de canto nunca são marcados para o coração da área ou qualquer zona perigosa, são quase sempre marcados em balão, para a que a bola viaje imenso tempo pelo ar e permita a qualquer defesa antecipar a jogada, para a zona do segundo poste e longe da baliza. Ainda por cima são marcados 'ao contrário', ou seja, com a bola a fazer o arco de forma a afastar-se da baliza.

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Não escolho ninguém para destacar neste jogo. Simplesmente não consigo destacar um jogador numa equipa incapaz de marcar um golo a um dos últimos classificados da liga, e que até agora tinha sofrido golos em todos os jogos. Tanta incompetência é simplesmente absurda. Se fosse possível, jogadores como o Seferovic ou o Rafa, só para citar alguns, deviam ser multados por incompetência.

 

Da forma como as coisas estão, se ninguém tem mão nisto e inverte a situação acabaremos na melhor das hipóteses em quinto lugar, atrás do Paços de Ferreira. Com uma equipa milionária na qual se investiu como nunca, quer em jogadores, quer na equipa técnica. Esta época já ultrapassou o limite do mau e entrou no domínio do desastroso. O não apuramento para a Champions poderá ter sérias consequências para o futuro do clube, e face a uma época tão fraca nem sequer se devem conseguir fazer vendas para equilibrar as contas, o que quase sempre acaba por resultar em vendas ao desbarato. Mas o pior de tudo para mim é chegar ao fim de cada jogo sem vontade para ver o próximo jogo. Não ter vontade de ver o Benfica jogar e fazê-lo como uma espécie de tarefa ou obrigação é algo que há muito tempo não me recordo de sentir.

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publicado por D'Arcy às 23:32
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Sexta-feira, 19 de Fevereiro de 2021

Aberto

Um empate que deixa a eliminatória em aberto - jogámos 'em casa', mas nas condições actuais isso não faz grande diferença porque na prática é uma eliminatória a duas mãos em campo neutro. Mas o resultado final, num jogo que foi quase sempre disputado mas mal jogado, deixa-nos para já em desvantagem no intervalo da eliminatória.

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Houve inovações para este jogo. Já não é novidade, mas pelos vistos a aposta no Helton na baliza é para continuar - digo já pessoalmente que não é das coisas que mais me agradem, porque não acho que o Vlachodimos tenha feito o que quer que seja para merecer perder a titularidade. Outra inovação foi a utilização de um esquema de três centrais, que significou também a estreia do Lucas Veríssimo. Creio que a intenção seria jogar com uma disposição táctica próxima de um 3-4-3, mas na prática o que vi mais foi um 5-3-2 coxo. Os nossos laterais não conseguiram soltar-se muito no ataque porque estavam constantemente sob pressão quer dos alas, quer dos laterais contrários. Na frente o Waldschmidt até caía muitas vezes sobre a direita, mas do outro lado não havia ninguém a fechar a ala - o Pizzi estava quase sempre no meio - e o lateral direito Bellerín actuava quase como um extremo, sendo portanto pelo lado do Grimaldo que surgia a maior parte das jogadas mais perigosas. A primeira parte foi de muita disputa, mas de futebol pouco interessante e muito poucas ocasiões de perigo, porque o jogo esteve quase sempre muito embrulhado na zona do meio campo. Apesar do Arsenal ter mais bola e parecer ser a equipa mais apostada no ataque, o Benfica manteve quase sempre uma organização defensiva decente, sendo agradável notar que mesmo com um elemento em estreia a linha do fora de jogo esteve quase sempre bem coordenada e por diversas vezes apanhou os jogadores do Arsenal nessa armadilha. As tentativas do Benfica pressionar logo a saída de bola do Arsenal foram relativamente bem feitas, o que obrigou os ingleses a recorrer a bolas longas em diversas ocasiões. A grande excepção foi uma jogada em que, para variar, o Bellerín se desmarcou pela esquerda nas costas do Grimaldo e ofereceu um golo cantado ao Aubameyang, que este falhou de forma inacreditável tocando a bola para fora. A melhor situação do Benfica surgiu quase em cima do intervalo, quando o Grimaldo conseguiu antecipar-se numa saída de bola do Arsenal, mas depois hesitou na altura de fazer o passe e este foi cortado para canto no limite, quando estavam dois jogadores nossos prontos para finalizar.

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Para a segunda parte veio o Rafa no lugar do Waldschmidt, e o jogo foi um pouco mais aberto do que tinha sido na primeira. Logo nos primeiros minutos vimos um cenário mais próximo da parada e resposta, em vez daquela batalha táctica a meio campo da primeira parte, e o Benfica até fez um remate à baliza (péssimo, pelo Pizzi, mas foi um remate, o que foi uma raridade no jogo de ontem). Depois de uma boa combinação do Arsenal, masi uma vez pela esquerda, ter resultado num maus remate à entrada da área, o Benfica chegou ao golo aos dez minutos. Uma boa combinação pela direita libertou o Diogo Gonçalves para cruzar junto à linha de fundo, mas a bola foi cortada com a mão e respectivo penálti foi assinalado, porque isto não era a Liga NOS e o árbitro não era português. Assinalo apenas a diferença de critério óbvia: na Liga Europa, o Benfica em sete jogos disputados viu serem assinalados quatro penáltis a seu favor. Na Liga NOS, como todos infelizmente sabemos muito bem, em dezanove jogos tivemos zero penáltis assinalados a nosso favor. Mas como é óbvio, qualquer insinuação de que os árbitros portugueses estão altamente condicionados quando apitam o Benfica não passa de desculpa de mau perdedor. Toda a gente sabe que o Benfica é a equipa mais beneficiada pelos erros de arbitragem. Voltando ao jogo, o Pizzi converteu o penálti, mas nem deu para saborear a vantagem. É que dois minutos depois já o Arsenal empatava, numa jogada em que não fomos capazes de afastar a bola da nossa zona defensiva, um alívio destrambelhado do Pizzi acertou com a bola no Weigl e esta seguiu para a direita, de onde surgiu o cruzamento para que o Saka aparecesse solto na zona frontal à baliza para marcar. A resposta do Benfica também foi quase imediata e o Rafa esteve perto de marcar numa iniciativa individual que culminou num remate de trivela, ao qual o Leno respondeu com uma grande defesa. O jogo continuava um pouco mais mexido do que na primeira parte, e o recém entrado Everton ficou perto de marcar num remate cruzado que passou muito perto da baliza, enquanto que do outro lado foi o Lucas Veríssimo quem evitou no limite que o Aubameyang ficasse isolado na área depois de um passe em profundidade. Mas à medida que o jogo foi caminhando para o final começou a ser notória a quebra física dos nossos jogadores. O Arsenal passou a ter muito mais bola, e a preocupação do Benfica pareceu-me ser sobretudo manter pelo menos o empate. A coisa foi tal que nos últimos minutos, e com apenas uma substituição para fazer, tínhamos três jogadores em evidentes dificuldades físicas, acabando por ter que sair o Lucas Veríssimo para que o Chiquinho fosse para o meio campo e o Weigl recuasse para terceiro central.

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Para mim o melhor do Benfica foi o Weigl. Teve um raio de acção mais alargado do que é costume e vi-o muitas vezes em zonas mais adiantadas do terreno. É dos jogadores que tem mais critério com a bola nos pés, porque quando esta lhe chega sai quase sempre bem para um colega. Posicionou-se muito bem, teve diversas recuperações de bola, e manteve a serenidade e eficácia quando nos minutos finais teve que recuar para central. Os nossos centrais estiveram na generalidade bem mas para mim o Vertonghen foi quem mais se destacou, sobretudo durante a primeira parte, quando por diversas vezes teve que dobrar o Grimaldo. Enquanto teve pernas, gostei do Diogo Gonçalves, mas fazer todo o corredor direito praticamente sozinho fez com que acabasse o jogo em claras dificuldades.

 

Com tudo por decidir, resta-nos agora repetir a história e ir ganhar a segunda mão. Para um jogo em que apresentámos um esquema táctico novo, e frente a um adversário com um andamento superior, achei que a coisa até nem correu mal de todo. O empate parece-me ser um resultado ajustado ao que se passou em campo, e se esta tendência se mantiver na segunda mão então isto será uma eliminatória decidida nos pormenores.

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publicado por D'Arcy às 10:24
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Segunda-feira, 15 de Fevereiro de 2021

Comprometedor

A recuperação de forma do Benfica ficou-se por dois jogos. Ontem, mais um empate comprometedor contra um equipa muito inferior em todos os aspectos. Não tenho muito a apontar à atitude da equipa, ao contrário daquilo que aconteceu em vários jogos esta época. Já quanto à qualidade, isso é outra história. Voltámos a pagar pelos mesmos erros que se repetem vezes sem conta: uma ineficácia inadmissível no ataque, erros crassos na defesa que invariavelmente resultam em golos do adversário (basta um erro) e desnorte no banco à medida que os jogos caminham para o final, o que nos leva a perder o rumo em campo e a arriscar mesmo uma derrota. Depois, na altura certa, soma-se a isto o factor externo, que continua sempre a decidir contra nós em qualquer situação.

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Surpresas com a manutenção do Helton e do Diogo Gonçalves no onze, que contou também com os regressos do Weigl, Taarabt e Seferovic à titularidade. Sem surpresa, o jogo foi de sentido único, com o Benfica e o Rafa em particular a mostrarem mais uma vez como não finalizar jogadas de ataque. O sistemático desperdício de ocasiões flagrantes de golo em todos os jogos é uma coisa que já me ultrapassa. Equipas e jogadores de menores recursos conseguem quase sempre marcar golos ao Benfica se tiverem meia ocasião para o fazer. Já os nossos jogadores, é pelo menos à meia dúzia de ocasiões falhadas em todos os jogos. Com o Moreirense remetido à sua área e inexistente no contra-ataque, o Benfica conseguiu chegar ao golo aos vinte e cinco minutos, numa boa jogada do Taarabt. Na recepção deixou logo o seu marcador directo para trás na zona do meio campo, e depois progrediu e fez o passe na altura certa para o Seferovic, que sobre a esquerda finalizou com um bom remate cruzado que ainda fez a bola embater no poste antes de entrar. Nada que alterasse o figurino do jogo, que continuou com grande superioridade do Benfica mas sem mais um golo que conseguisse dar-nos uma vantagem mais tranquila. Depois, o cenário habitual: praticamente da primeira vez que o Moreirense chegou à nossa área, Grimaldo a dormir e a cometer uma sequência de erros infantis, deixando-se ultrapassar facilmente no 1x1 e depois tocando o adversário dentro da área para cometer penálti. Empate no jogo e à saída para o intervalo sem que o Moreirense soubesse sequer como é que isso tinha acontecido.

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O Benfica na segunda parte regressou decidido a recolocar-se em vantagem e durante o período inicial conseguiu quase sufocar o Moreirense dentro da sua área. Jogou-se tanto dentro da área do Moreirense que obviamente surgiram lances que poderiam ter-nos dado finalmente um penálti esta época, mas com um portista a apitar e outro no VAR, era difícil. Primeiro, vista grossa a um lance sobre o Vertonghen, que leva com o braço na cara (minutos depois, lance semelhante ao contrário e foi imediatamente assinalada falta contra o Benfica). Pouco depois o árbitro (até foi mais o auxiliar) assinala mesmo penálti sobre o Weigl. Mas aí entrou em acção o outro portista (Fábio Melo - fixem bem o nome, porque nos próximos anos vamos ouvi-lo mais vezes), que resolveu indicar ao Manuel Oliveira a reversão do lance, o que acabou por acontecer. Há toque no Weigl, mas aparentemente o facto dele se ter apenas desequilibrado mas não caído na altura certa já é desculpa suficiente. Portanto, 19 jogos and counting, e a levarmos uma cabazada de 11-0 neste particular em relação a um adversário directo. A longa interrupção para se avaliar este lance (foram quase três minutos até que o jogo se reatasse, e comecei logo a adivinhar que a manter-se o resultado não seriam dados mais de cinco minutos de compensação) quebrou claramente o ritmo, e como se isso não fosse suficientemente mau, logo a seguir assistimos ao regresso da substituição assassina por parte do JJ. O Weigl estava a ser um jogador importante, mas no desvario de meter jogadores mais ofensivos tirámo-lo do campo para fazer entrar o inútil Pizzi, e pior ainda, recuar um mais que esgotado Taarabt para a posição seis. O resultado foi desastroso. Perdemos o meio campo e a lucidez, as perdas de bola nessa zona acumularam-se e nunca mais fomos capazes de encostar consistentemente o Moreirense atrás como o tínhamos feito até então. Tivemos apenas mais uma grande ocasião de golo, quando o recém entrado Waldschmidt (foi a única substituição que de facto trouxe melhorias) solicitou a cabeça do Darwin com um cruzamento largo, mas o guarda-redes do Moreirense fez uma defesa quase impossível para negar-nos o golo. Pelo contrário, o Moreirense foi aproveitando a intranquilidade da nossa equipa, as sucessivas perdas de bola no meio campo e a incapacidade física do Taarabt para corresponder às exigências da posição que agora ocupava para nos minutos finais ser mais perigoso do que alguma vez tinha sido durante todo o jogo, e cheguei a temer que acabássemos por regressar a casa com uma derrota.

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É difícil fazer destaques. Estava a gostar do Weigl, acho que o Diogo Gonçalves também não esteve mal, e o Taarabt fez uma primeira parte muito boa. O Grimaldo foi absolutamente infantil na jogada que permitiu o golo do empate, acumulando uma sequência de erros. Primeiro, estava completamente desalinhado com o resto da defesa, o que colocou em jogo o adversário (acreditando que as linhas de fora de jogo foram correctamente traçadas o que, tendo em conta o que se passou durante o jogo e a criatura que estava no VAR, eu tenho algumas dúvidas). Depois, deixou-se bater facilmente no um para um. Finalmente, comete um penálti destrambelhado. O Rafa pura e simplesmente devia sair da equipa até aprender a acertar na baliza. A quantidade de falhanços grotescos que vai acumulando de jogo para jogo não se coaduna com um profissional do Benfica.

 

É óbvio que o discurso tem que ser que não baixamos os braços, mas a realidade é que a época do maior investimento de sempre na equipa de futebol do Benfica está perdida. Há erros e defeitos que se mantêm desde o início da época e não só não foram corrigidos como ainda foram exacerbados. Eu assim que vi a placa a subir com o número do Weigl adivinhei logo o pior. Não me recordo de uma única vez em que esta alteração táctica tenha resultado e nos tenha permitido virar um resultado, mas parece ser sempre o primeiro recurso do treinador. A única coisa que resta nesta altura é tentar evitar que para além de uma época perdida, seja também uma época humilhante em que nem sequer nos três primeiros acabamos - e neste momento isto começa a tornar-se um cenário bem real.

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publicado por D'Arcy às 17:34
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Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2021

Mais

É verdade que foi contra uma equipa da segunda liga. Mas era uma meia final da taça e gostei do que vi. Vi mais Benfica, vi futebol de ataque com um rendimento mais constante durante quase todo o jogo e com muito melhor atitude, que nos permitiu nem sequer abanar quando o Estoril, completamente contra a corrente, se colocou em vantagem, ou continuar em busca de mais golos mesmo depois de já termos dado a volta ao marcador. A maior crítica que posso fazer à equipa é mesmo a falta de eficácia, porque a eliminatória poderia ter ficado facilmente resolvida já ontem.

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Meia dúzia de alterações para este jogo: Helton, Diogo Gonçalves, Gabriel, Pizzi, Rafa e Pedrinho foram escolhas para o onze inicial. Desde o apito inicial que vimos um assalto do Benfica à baliza do Estoril. O jogo era quase todo disputado não no meio campo do Estoril, mas sim no último terço do campo, onde os jogadores adversários se acantonavam junto e dentro da sua área enquanto que o Benfica ia procurando chegar cedo ao golo. Mas também de para perceber cedo que a finalização não estava num dia particularmente inspirado, com as ocasiões a sucederem-se e a bola a não entrar. O Darwin isolou-se depois de um excelente passe do Pedrinho mas deixou que o guarda-redes lhe saísse aos pés; depois foi o Rafa a isolar-se e a rematar cruzado com a bola a passar rente ao poste, e logo a seguir, depois de ficar mais uma vez em frente ao guarda-redes (grande passe de calcanhar do Pedrinho) picou-lhe a bola por cima e esta foi embater na barra. Estávamos nós a ver quando é que a bola finalmente entraria na baliza do Estoril quando, perto dos vinte e cinco minutos, o Estoril subiu ao ataque pela primeira vez (e se não foi a primeira vez que passou do meio campo, andou lá perto) e quando nada o fazia prever, marcou. A bola viajou da direita para a esquerda, o Everton não conseguiu chegar-lhe de cabeça, e depois voltou a ser cruzada na direcção contrária para aparecer o desvio quase sobre a linha de golo. Obviamente que fiquei irritado com o golo, mas dado o que tinha visto até então nem sequer fiquei preocupado, porque a nossa superioridade era tão evidente que seria quase impossível não ganharmos o jogo. Felizmente não abanámos e continuámos no mesmo registo, a carregar em cima da baliza adversária em busca do golo. Remates do Pedrinho e do Pizzi não levaram a melhor direcção, e depois foi o guarda-redes do Estoril quem, já perto do intervalo, negou o golo ao Darwin com uma grande defesa - toda a jogada foi excelente, com a bola a viajar desde a nossa defesa até à ponta direita, onde o Diogo Gonçalves fez (mais) um grande cruzamento para o cabeceamento fulminante do nosso avançado. Mas na sequência desse mesmo pontapé de canto o Darwin marcou mesmo. O canto foi marcado pelo Pedrinho na direita, o Gabriel conseguiu o desvio de cabeça na zona do primeiro poste, e o Darwin surgiu solto junto à baliza para desviar de cabeça. O empate ao intervalo acabava por ser um mal menor, mas ainda assim um resultado extremamente injusto para aquilo que se passou na primeira parte.

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Regresso para o segundo tempo no mesmo registo, sempre em cima do adversário, embora já sem empurrar tanto o Estoril para dentro da sua área. O acerto (ou falta dele) na finalização é que, infelizmente, também parecia andar mais ou menos no mesmo registo. O Rafa, depois de mais um excelente passe do Diogo Gonçalves na direita, desperdiçou nova grande ocasião com uma finalização disparatada de pé esquerdo quando ficou em posição privilegiada no interior da área. Logo a seguir, tripla troca no Benfica que incluiu renovação total do meio campo: Weigl, Taarabt e Seferovic para os lugares do Gabriel, Pizzi e Pedrinho. A pressão do Benfica intensificou-se e o Seferovic acabou por invalidar uma jogada em que o Everton se iria isolar, ao resolver tocar na bola quando estava em posição irregular. Logo a seguir, o suíço aproveitou uma atrapalhação e mau passe da defesa do Estoril para contornar o guarda-redes e atirar ao poste já de um ângulo muito apertado. Continuava a só dar Benfica e o golo que consumaria a reviravolta parecia ser apenas uma questão de tempo, o que veio a verificar-se. A jogada começa na esquerda com o Everton, que vem para o meio e consegue fazer um bom passe para o Rafa no interior da área. Combinação com o Darwin, a bola regressa ao Rafa que escorrega na altura do remate e faz a bola sobrar para o Seferovic, que finaliza com um remate cruzado a não dar qualquer possibilidade de defesa. Faltavam pouco mais de vinte minutos para o final, mas o Benfica não quis ficar por aí e continuou a procurar mais golos. O terceiro surgiu dez minutos depois, numa transição rápida (coisa rara para nós nos dias que correm). Um alívio longo do Otamendi sobre a direita levou a bola até ao Seferovic sobre a linha do meio campo. Um toque de cabeça a amortecer a bola permitiu novo toque de cabeça do Taarabt para a frente, que com isso ultrapassou a linha defensiva do Estoril, numa rara situação em que esta se encontrava subida no terreno. Depois o marroquino progrediu até à área e fez o passe na altura certa para o Darwin finalizar facilmente em posição frontal. Nos minutos finais ainda assistimos a uma ténue tentativa de reacção do Estoril, mas à parte um cruzamento/remate que obrigou o Helton a aplicar-se, não houve motivos para grande preocupação.

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O Darwin destaca-se pelos dois golos, mas podia ter feito outros tantos. O Rafa seria o melhor em campo se não tivesse desperdiçado tantos golos. Gostei muito do jogo que o Diogo Gonçalves fez. Foi muito participativo na direita e fez vários cruzamentos muito bem medidos que levaram bastante perigo - não fosse o desacerto do colegas na finalização e poderia perfeitamente ter acabado o jogo com algumas assistências feitas. O Pedrinho fez uma boa primeira parte, mas apagou-se na segunda. Boa entrada do Taarabt no jogo.

 

A eliminatória ficou muito bem encaminhada, mas podia já estar completamente resolvida. Face ao volume de ocasiões criadas, se tivéssemos marcado o dobro dos golos não chocaria. Mas o importante foi mesmo as melhorias que voltámos a ver neste jogo. Um rendimento mais constante, sem quebras acentuadas, sobretudo da primeira para a segunda parte. Um futebol mais incisivo no ataque, uma atitude competitiva melhor da parte de cada jogador em termos individuais, e uma boa mentalidade que permitiu que o golo adversário, completamente injusto, não tivesse qualquer efeito na equipa. Pode-se sempre argumentar que o adversário é do escalão inferior. Sim, mas isto é precisamente o que eu espero ver o Benfica fazer contra um adversário mais fraco. Um dos problemas do Benfica tem sido precisamente não ser capaz de exercer essa superioridade no campo quando defronta uma equipa teoricamente inferior. Ver isto acontecer já é, pelo menos, um passo dado na direcção da normalidade.

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Terça-feira, 9 de Fevereiro de 2021

Regresso

Regresso do nosso treinador ao banco e regresso também, finalmente, às vitórias. Os três pontos frente ao Famalicão foram conseguidos graças a uma entrada muito forte no jogo, que nos valeu dois golos madrugadores, mas depois assistimos à cada vez mais habitual quebra na segunda parte.

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Uma só alteração no onze: Darwin no lugar do Pizzi, para forma dupla de ataque com o Seferovic. O Everton voltou a alinhar do lado direito e tal como no último jogo, deixou boas indicações a actuar nesse lado (continuo sem saber porque motivo ele saiu ao intervalo no jogo contra o Vitória). Foi ele o principal responsável pelo golo marcado logo aos dois minutos de jogo, quando após tabelar com o Taarabt entrou pela área e foi ultrapassando a floresta de jogadores que lhe apareceram pelo caminho, até fazer uma tentativa de remate de ângulo apertado que saiu enrolado e por isso acabou por ser mais um passe para que o Darwin empurrasse para o golo, já quase em cima da linha. Ainda tivemos que esperar pela habitual busca do VAR por qualquer coisa que desse para anular o golo, mas foi mesmo validado. Um óptimo tónico para uma equipa de confiança abalada e que tantas dificuldades tem tido para marcar golos. Mas não ficámos por aí, continuámos a praticar um futebol agradável e agressivo, sem deixar o Famalicão respirar, e aos sete minutos já a bola estava novamente dentro da baliza do Famalicão. Um livre sobre a esquerda, marcado de forma curta para o Taarabt, que progrediu até à entrada da área e rematou cruzado, fazendo a bola passar por entre vários jogadores adversários. O guarda-redes apenas conseguiu sacudir a bola e esta foi ter com o Otamendi, que fez a recarga para o golo. Mais uma vez tivemos que esperar que o golo passasse pelo crivo do VAR, o que aconteceu e assim vimo-nos com dois golos de vantagem ainda mal o jogo tinha começado. Uma raridade nos dias que correm. O Benfica jogava de forma agradável, com o Everton na direita e o Cervi na esquerda, nas suas habituais combinações com o Grimaldo, a darem largura ao nosso jogo e a resultar em cruzamentos frequentes. Houve agressividade na recuperação, em parte dada também por um maior adiantamento do Weigl nessas acções. O alemão teve um posicionamento interessante: mais adiantado no terreno quando a equipa estava em posse, e depois na construção juntava-se frequentemente aos centrais, para permitir o adiantamento dos laterais, e caía mais frequentemente para o lado direito, ficando o Otamendi na posição central. O Benfica teve uma ocasião flagrante para fazer o terceiro, quando um cruzamento do Grimaldo encontrou o Taarabt sozinho e em posição privilegiada, mas o marroquino cabeceou por cima da baliza. Ainda antes da meia hora de jogo o treinador do Famalicão terá percebido que a continuar assim acabaria por ser goleado e por isso fez logo uma alteração táctica, com a entrada de um avançado mais fixo e reorganizando a equipa de forma a reforçar o meio campo. A reacção do Famalicão ficou-se por um único remate durante a primeira parte, que no entanto foi bastante perigoso: na sequência de um livre, o alívio de cabeça defeituoso do Taarabt levou a bola até aos pés do Gil Dias, que acertou no poste. Mas a alteração táctica surtiu efeito, pois nos minutos finais da primeira parte o Benfica já não conseguiu ser tão perigoso, embora também tenha ficado a sensação de que abrandámos o ritmo de jogo. Também fizemos algo que não me agradou, que foi a troca de extremos, o que resultou na habitual tendência para o afunilamento e perda de profundidade pelas alas.

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Na segunda parte pareceu-me que o Benfica entrou com pressa de marcar o terceiro golo e resolver rapidamente o assunto, com o Darwin a fazer a primeira ameaça. Mas fomos progressivamente perdendo gás - nisto, não excluo completamente a possibilidade da COVID ter alguma influência e que os nossos jogadores ainda tenham dificuldade em manter um ritmo constante durante os noventa minutos. Mas por outro lado, como também assistimos a cenários destes ainda no período antes deles ficarem doentes, não podemos saber quais as causas efectivas para este abrandamento. Houve também um factor que me pareceu ter influência, que foi o amarelo mostrado ao Taarabt pouco depois de decorridos dez minutos. Com isto o marroquino passou a retrair-se mais nas disputas de bola e a evitar meter o pé em muitas bolas divididas, o que permitiu ao Famalicão ganhar alguma superioridade na luta a meio campo. Neste aspecto acho que demorámos algum tempo a reagir e a reforçar o meio campo quando começou a ser cada vez mais visível que estávamos a perder essa zona. O Famalicão foi ganhando confiança e começou a conseguir chegar à nossa baliza - o Vlachodimos foi obrigado a fazer a primeira defesa já depois da hora de jogo. Nessa altura fez o Benfica a primeira alteração, com a entrada do Pizzi para o lugar do Cervi e o consequente fixar do Everton na esquerda. A manutenção dos dois pontas-de-lança da nossa parte também me pareceu ter sido prolongada em demasia, já que eles começaram a ficar cada vez mais fora do jogo. Ainda assim, foram eles quem construiu a melhor ocasião de golo de toda a segunda parte. O Seferovic isolou-se descaído pela esquerda (boa triangulação entre ele, o Darwin e o Everton) e assistiu o Darwin, que sobre a linha da pequena área conseguiu atirar por cima. Na minha opinião a jogada também mostrou alguma falta de confiança do suíço, que podendo ele próprio progredir para o golo preferiu esperar pela chegada do colega em vez de arriscar o remate. Durante os cinco minutos finais e o tempo de compensação, acho que o Famalicão fez mais remates do que tinha feito durante todo o jogo, com um deles, já sobre o minuto noventa, a obrigar o Vlachodimos a uma defesa apertada para canto. A resposta do Benfica foi um remate cruzado do Everton que poderia ter sido mais puxado ao poste mais distante, mas que ainda obrigou o guarda-redes do Famalicão a esforçar-se. No final, a vitória assenta bem ao Benfica, mas temos que resolver o problema das quebras nas segundas partes, porque creio que todos temos noção que se o Famalicão tivesse conseguido marcar um golo, os minutos finais do jogo teriam sido aflitivos.

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Sem exibições deslumbrantes, acho que o Otamendi, o Taarabt e o Everton terão sido dos melhores. Depois de um mau início, o Otamendi tem tido exibições cada vez mais regulares na defesa, e mesmo quando os jogos não correm de feição tem sido ele a evitar males maiores. Ontem marcou o primeiro golo pelo Benfica, e gostei do discurso dele na flash, com ênfase na necessidade de uma mudança de mentalidade. Apesar do pouco tempo de Benfica, parece ser um jogador com personalidade de líder, e parece-me que aquele balneário anda com falta disso desde que o Luisão se retirou e o Rúben saíu. O Taarabt deve ter feito o melhor jogo pelo Benfica do último ano. Esteve nas jogadas dos dois golos e foi bastante útil na luta do meio campo até ser amarelado, altura em que passou a esconder-se mais. O Everton fez a excelente jogada do primeiro golo e continuo a gostar mais de o ver quando joga na direita, onde tem facilidade em causar desequilíbrios e ganhar a linha. Na esquerda tem demasiada tendência a vir para o meio, o que é previsível para os adversários e afunila o nosso jogo.

 

Não foi uma daquelas vitórias convincentes que afastariam de vez o mau momento, mas foi um primeiro passinho na direcção certa. Continuamos ainda com muitos problemas por resolver. Confesso no entanto que até gostei de ver um Jorge Jesus mais combativo nas entrevistas pós-jogo, concorde-se ou não com o que ele disse. Mas é pelo menos melhor do que aquele Jorge Jesus anormalmente amorfo que andámos a ver nas últimas semanas, antes de ficar doente. Espero que o discurso e mudança de atitude passem também para o plantel.

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Sábado, 6 de Fevereiro de 2021

Zero

São agora sete os pontos perdidos pelo Benfica nas últimas três jornadas, tendo jogado dois desses jogos em casa. Os dois pontos deitados fora ontem explicam-se pelo facto do Benfica ser neste momento uma equipa vazia de confiança e sem grandes ideias no ataque. Houve vontade dos jogadores, mas zero confiança na zona de decisão.

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Com o Rafa indisponível, apareceu o Everton a jogar pela direita. No meio campo lá levámos mais uma vez com o Taarabt a titular, e é inevitável: seja ou não culpa dele, se eu vejo o Taarabt a titular penso logo que a coisa vai correr mal. É uma mania minha, mas se o estado da nossa equipa é tal que permite que um jogador como o Taarabt seja titular no meio campo, então esse estado só pode ser desesperado. No ataque, o Darwin foi relegado para o banco, jogando o Seferovic com o apoio do Pizzi (o Waldschmidt continua lesionado). O jogo, esse, foi de sentido praticamente único. O Vitória chegou à Luz, estacionou o autocarro, e limitou-se a defender. No Benfica, o Everton pela direita foi uma agradável surpresa, pois foi dos jogadores que mais desequilíbrios conseguiu criar, ganhando várias vezes a linha de fundo. Um boa diferença para o que vemos quando joga na esquerda, onde vem sempre para o meio e contribui para o afunilamento do nosso jogo. Mas todo o domínio territorial do Benfica - que teve momentos agradáveis em que a pressão era feita logo quando o Guimarães tentava sair e resultava na recuperação da bola ainda antes do nosso adversário conseguir ultrapassar a linha do meio campo - esbarrou na cada vez mais típica incompetência na zona de finalização. Más decisões, maus passes e péssima finalização foram os principais motivos para o que o nulo se mantivesse até ao intervalo. Nesse particular, o Seferovic assumiu na perfeição o papel de pino. Acho que não cabeceou uma bola, foi sempre a bola que lhe foi bater na cabeça, e quando o vejo jogar tenho sempre a sensação de que quando a bola vai na sua direcção, ela ainda não lhe chegou e ele já está convencido que não vai marcar golo. Se não estou em erro, chegados ao intervalo o Benfica tinha umas dezasseis finalizações e a maior parte delas não levou sequer a direcção da baliza.

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Surpreendentemente o Everton não regressou do intervalo. Não sei se ele teve algum problema físico, mas se a opção foi táctica então foi disparatada. Para o seu lugar veio o Darwin, que obviamente se foi colocar frequentemente descaído para a esquerda, caindo na zona de acção do Cervi. O Pizzi foi para a direita e começámos então a ver cada vez mais o nosso típico afunilar do jogo, criando menos situações de finalização do que o tínhamos feito na primeira parte. Mas continuámos sempre por cima no jogo; o objectivo do Vitória era o pontinho e isso parecia quase certo que conseguissem. Até porque nas poucas ocasiões em que conseguíamos evitar a floresta de pernas, cabeças e troncos plantados dentro da área adversária e criávamos uma ocasião de golo, a finalização disparatada continuava a ser o mote. O Vertonghen mostrou ter estudado na mesma escola de cabeceamento do Seferovic, e o Gonçalo Ramos, que entretanto tinha rendido o suíço, cabeceou incompreensivelmente ao lado quando apareceu completamente solto e em posição privilegiada na zona do primeiro poste. Depois também já vamos sabendo como é que a história se desenrola em situações destas. À medida que o relógio vai avançando para o final do jogo o discernimento começa a ser cada vez menor, e esta falta de discernimento afecta também o banco, que acaba por fazer algumas substituições que parecem ser standard e que sempre, mas sempre mesmo, só pioram a situação. Esta é a altura em que começamos a temer que o empate pode não ser a pior coisa a acontecer neste jogo. A entrada do Gabriel para o lugar do Weigl, e pior ainda, para as funções do Weigl é um desses exemplos. É uma substituição que fazemos constantemente na fase final dos jogos e palavra de honra que não a consigo perceber. Perdemos imediatamente o meio campo, perdemos também organização defensiva, e não acrescenta nada ao ataque. Nessa fase saiu também o Cervi para dar o lugar ao Chiquinho, e o Pizzi já tinha dado o lugar ao Pedrinho. Era o afunilamento em full mode. O Gabriel imediatamente empenhou-se em oferecer um golo ao adversário, com um passe perfeitamente suicida em zona defensiva, mas que felizmente o Vitória não soube aproveitar. Mas ainda voltaram a ter mais uma grande ocasião, que só não resultou em golo porque o remate do Edwards saiu ao lado. Acho que nos últimos cinco ou dez minutos, depois das nossas brilhantes alterações tácticas, o Vitória teve mais situações de perigo do que tinha tido durante todo o jogo. Entretanto, e para fechar em beleza, o Pedrinho, em zona frontal à baliza e quase sobre a linha da pequena área, atirou para a bancada. O exemplo perfeito da inoperância do Benfica na finalização.

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Acho que o Everton estava a ser um dos destaques na primeira parte e não compreendo a sua substituição. A não ser, conforme disse, que tenha tido algum problema físico. Gostei do Weigl e do Otamendi. O Seferovic, ao fim de meia hora de jogo, já quase que me tinha feito atirar alguma coisa à televisão. E a displicência com que o Gabriel entrou para mim já dava motivo para o meter a treinar com a equipa B.

 

Estamos completamente apanhados numa espiral profundamente negativa. A confiança desta equipa é não existente. A sensação que tenho é a de que não acreditam nas suas próprias capacidades, duvidam de tudo e mal os jogos começam já estão com receio de que a coisa corra mal. Assim é muito difícil sair desta situação. Não sendo eu um adepto do Jorge Jesus seria muito fácil apontar-lhe o dedo como o principal responsável, mas isto é a mesma mentalidade que a época passada triturou o Bruno Lage, por isso não me parece que a simples troca de treinador seja solução. A limpeza daquele balneário tem que ser mais profunda.

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Terça-feira, 2 de Fevereiro de 2021

Fracasso

Depois de falharmos a Champions, Supertaça e Taça da Liga, deixámos agora o campeonato encaminhado para o mesmo destino. Nove e cinco pontos de atraso ainda antes terminada a primeira volta julgo que nem o mais pessimista adepto benfiquista poderia prever.

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Isto nem é um post sobre o jogo de ontem, porque não o vi e, sabendo já do resultado, obviamente que já não vou ver a gravação. Aliás, o resultado nem sequer é uma grande surpresa. Tendo em conta a qualidade do futebol que temos apresentado nos últimos meses, e somando a isso mais de meia equipa recém recuperada da COVID-19 e a preparação do jogo a ter que ser feita sem a presença do treinador, que nem sequer se pôde apresentar no banco, aquilo tinha tudo para correr mal e era preciso mesmo uma boa dose de optimismo para esperar algo melhor. O problema vai para além do jogo de ontem, esse foi apenas um sintoma da situação geral, e o que é pior é não vermos perspectivas disso melhorar. De uma forma concreta, o que eu tenho visto não é evolução, mas sim regressão. A nossa equipa hoje em dia joga muito pior do que jogava quando a época começou. Em termos individuais, a regressão de certos jogadores chega a ser assustadora: o Darwin ou o Everton, por exemplo, são uma sombra daquilo que mostraram quando chegaram, e ninguém diria que valem aquilo que pagámos por eles, ou que um deles é titular indiscutível da selecção brasileira. Isto não é normal. Pior ainda, a gestão desportiva deixa-me a pensar se quem é responsável por ela vê as mesmas coisas que o adepto normal vê. Parece-me que há problemas e lacunas evidentes na equipa, mas a única prioridade nesta janela de transferências foi contratar mais um defesa central (e dispensar outros dois). Temos lacunas graves no meio campo, identificadas nas posições seis e oito. Até posso admitir que depois do enorme investimento feito no início da época não haja verbas para grandes loucuras, mas temos o Florentino e o Gedson emprestados sem jogar. Tive esperanças que os fizéssemos regressar, dando-nos pelo menos mais opções, mas não, e o Gedson até foi recambiado para a Turquia. Entretanto continuaremos a ver frequentemente um número oito de origem (Gabriel) a jogar pessimamente na posição seis, e um jogador aleatório que nem sabe que posição deve ocupar em campo (Taarabt) a semear o caos adaptado à posição oito. O Cervi esteve com um pé na porta de saída, mas depois faz um par de jogos e afinal não, é para ficar. O mesmo pelos vistos para o Chiquinho. No ataque temos o Darwin cada vez mais espremido e a jogar de forma quase desesperada, e temos o melhor marcador da época anterior emprestado. Uma pessoa fica com a sensação de que navegamos à vista e que não existe um plano a médio prazo (já nem digo a longo prazo). Volto a escrever, como já o fiz várias vezes, que a minha opinião sobre o nosso treinador é enviesada porque não gosto dele e nunca vi com bons olhos o seu regresso. Mas aquilo a que estou a assistir defrauda por larga margem as piores perspectivas que eu pudesse ter, e eu já achava que o regresso dele era um erro histórico.

 

Esta época seria sempre atípica por nos faltar aquilo onde seremos sempre mais fortes do que qualquer adversário: a força da nossa massa adepta. Mas atípica não pode significar desastrosa. E é ainda mais desastrosa porque vem na sequência da já de si desastrosa segunda metade da época passada. Isto significa que não soubemos identificar e corrigir aquilo que fez com que na época passada entregássemos de mão beijada um campeonato que estava ganho, e que tenhamos no processo rebentado com o melhor treinador que tivemos neste clube nos últimos anos (é uma opinião, obviamente discutível, mas há muitos anos que eu não me recordo de ver o Benfica jogar futebol como jogou com o Bruno Lage, com resultados como apenas um empate e uma derrota em trinta e muitos jogos). Para o lugar dele fomos buscar uma opção que já tinha muita probabilidade de correr mal, numa espécie de 'all in', e não resolvemos os problemas que tinham dado cabo do treinador anterior. Apesar de não gostar do JJ, eu não acredito que de um momento para o outro ele tenha passado a ser um absoluto incompetente; há outros factores que estão a contribuir para aquilo a que estamos a assistir. A continuarmos neste rumo, o rotundo fracasso parece ser o único desfecho possível.

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