VAMOS ACABAR COM AS IMBECILIDADES
Terça-feira, 27 de Abril de 2021

Pouco

E continua a montanha russa que é o Benfica esta época, alternando exibições convincentes com jogos pobres, ou goleadas com vitórias dignas de uma luta pela sobrevivência (quando conseguimos ganhar). O jogo de ontem foi mais um daqueles que não ficam na memória e do qual apenas se salvam os três pontos.

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Regresso do Weigl à equipa e titularidade para o Everton significaram, em relação à última jornada, as saídas do Gabriel e do Waldschmidt. Este foi uma vez mais um jogo em que ao fim de poucos minutos já percebemos que vêm aí sarilhos. O Santa Clara apresentou-se desde início a pressionar muito alto e de forma muito agressiva, e o Benfica nunca foi capaz de lidar bem com essa pressão, em particular na saída de bola. Vimos com demasiada frequência a bola a ser forçosamente passada para trás devido à incapacidade de progredir no terreno, acabando invariavelmente por ser despejada para a frente junto à linha lateral por um dos centrais - quase sempre quando já estava ele próprio pressionado. Tal como no anterior jogo em casa contra o Gil Vicente, o Benfica revelou dificuldades em criar situações de finalização e, nas poucas vezes em que isso acontecia, não conseguia finalizar com qualidade. O Benfica criou um par de situações, em que um remate do Everton que poderia levar perigo foi interceptado por um defesa, e logo a seguir o Pizzi, de ângulo muito apertado, rematou cruzado fazendo a bola passar ao lado, mas era a equipa visitante quem ia somando mais remates. Aos vinte seis minutos chegámos mesmo à vantagem, conseguindo manter a estatística dos remates no alvo a zero: numa boa iniciativa individual o Everton entrou na área e após tirar dosi adversários do caminho fez o cruzamento, sendo este desviado para a própria baliza por um jogador do Santa Clara. E logo a seguir, podíamos ter tornado tudo muito mais fácil quando o Diogo Gonçalves, em mais uma das suas incursões pela direita, ganhou a linha e ofereceu um golo feito ao Seferovic. Em posição frontal à baliza e sem qualquer marcação, o suíço atirou inacreditavelmente para fora. Não marcando esse golo, continuámos expostos à pressão do Santa Clara, que se mantinha como a equipa que mais tentava alvejar a baliza enquanto que o Benfica parecia incapaz de funcionar de forma minimamente eficaz em termos ofensivos.

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O regresso do intervalo foi ainda pior. É que o jogo só deu Santa Clara. Não foi exactamente um massacre, mas o Santa Clara esteve claramente por cima e era a única equipa que aparecia no ataque. O Benfica continuava a ser inconsequente, e nem sei se terá feito alguma finalização a seguir ao falhanço escandaloso do Seferovic na primeira parte. Naturalmente, as situações de ataque do Santa Clara foram-se multiplicando, o Helton começou a ser chamado a intervir com cada vez mais frequência, e inevitavelmente o golo surgiu mesmo, aos sessenta e dois minutos. Uma repetição de uma situação tantas vezes vista, com o Benfica a revelar grandes dificuldades para se libertar da pressão exercida pelo Santa Clara na nossa saída de bola, até que esta acabou com o Otamendi encostado à lateral a tentar aliviá-la quando já estava pressionado. Desta vez o jogador do Santa Clara conseguiu mesmo a intercepção, fazendo com que a bola sobrasse para um colega que com um passe atrasado para a entrada da área solicitou o remate de um dos médios vindos de trás. O Weigl não chegou a tempo de bloquear o remate, e o empate estava feito. O Benfica nesta altura já tinha feito entrar o Chiquinho para o lugar do Everton, pouco depois trocou o Pizzi pelo Darwin, mas foi mesmo o Chiquinho quem se veio a revelar decisivo para ganharmos este jogo, já que foi dele o golo aos setenta e três minutos que nos deu a vitória. Uma incursão do Rafa pela direita, que depois soltou a bola para o Diogo Gonçalves passar (não lhe vou chamar um centro, porque ele meteu a bola exactamente onde quis) para a entrada da área, apanhando a defesa do Santa Clara em contra-pé e permitindo o remate do Chiquinho vindo de trás. Só para reforçar a ideia: aos setenta e três minutos de jogo, o Benfica fez o primeiro (que acabou por ser o único) remate à baliza adversária. Isto depois de, no jogo do Santa Clara, termos também feito apenas um remate à baliza adversária. O Santa Clara acusou um pouco o golpe, porque já não conseguiu voltar a pressionar-nos da mesma forma como o tinha feito no início da segunda parte, e foi o Benfica quem perdeu a oportunidade para matar o jogo. Primeiro, mais uma vez o Diogo Gonçalves a ganhar pela direita e a meter a bola redondinha para o Seferovic na zona de finalização não a conseguir desviar para a baliza. Depois, já perto do fim, uma arrancada fantástica do Darwin pela esquerda, na qual deixa todos para trás, perto da linha de fundo e já dentro da área puxa a bola para dentro tirando o defesa da jogada e ficando em posição privilegiada para rematar à baliza... e em vez disso tentou assistir o entretanto entrado Waldschmidt que vinha de trás, perdendo-se a jogada. Já em Portimão o Darwin perdeu um golo quando estava isolado em frente ao guarda-redes porque preferiu tentar assistir o Seferovic. Está assim com tanta falta de confiança para finalizar?

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Para mim o melhor jogador do Benfica foi o Diogo Gonçalves. Acho que a média dele nos últimos jogos tem sido oferecer uns três golos feitos por jogo, e com sorte alguém consegue concretizar uma dessas ocasiões. É dos jogadores mais objectivos da equipa: a função dele é desequilibrar pela direita, ganhar a linha de fundo e colocar a bola na zona de finalização, e é precisamente isso que ele faz repetidamente todos os jogos. Já a eficácia dos colegas que recebem os passes dele, não pode controlar. Para além dele, o Chiquinho entrou bem no jogo - em menos tempo, fez mais do que o Pizzi naquelas funções.

 

Repetindo aquilo que escrevi: em dois jogos seguidos em casa, ou seja, mais de três horas de futebol, o Benfica acertou dois remates na baliza adversária. É demasiado pouco frente a dois adversários com recursos manifestamente inferiores, e é um problema que não deve ser ignorado. Esta péssima qualidade na finalização custa jogos e pontos, e certamente não serão muitas as ocasiões em que iremos conseguir marcar dois golos acertando apenas um remate na baliza durante os noventa minutos.

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publicado por D'Arcy às 12:29
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Sexta-feira, 23 de Abril de 2021

Inconsistência

Uma vitória em Portimão algo inesperada pelos números da mesma, mas começa a ser difícil saber o que esperar de um Benfica cujo traço mais previsível é mesmo a sua imprevisibilidade, com oscilações exibicionais radicais não só de jogo para jogo como até por vezes dentro do mesmo jogo. Esta inconsistência é para mim um dos principais factores que ajudam a explicar a má época realizada.

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Depois do descalabro contra o Gil Vicente especulou-se que poderíamos abandonar o esquema de três centrais, mas tal não se verificou. Fizemos duas alterações no onze, com a saída do Weigl (forçada) e do Waldschmidt, entrando para os seus lugares o Gabriel e o Pizzi. Pela frente apanhámos um Portimonense cuja estratégia passava por entregar-nos o comando do jogo enquanto se encolhia atrás, para depois tentar sair com futebol muito directo para os três jogadores da frente, em especial para o Beto. E a estratégia pareceu resultar durante a primeira parte. O Benfica teve um óbvio ascendente territorial durante este período, assumindo quase na totalidade as despesas do ataque, mas para tanto domínio foram poucas as vezes que conseguiu criar perigo ou sequer situações de finalização. O Portimonense por sua vez, das raras vezes que ia à frente conseguia, quase sempre pelo Beto, causar incómodo à nossa defesa. Dos três centrais, o Vertonghen jogava mais solto e descaído sobre a esquerda, dando maior liberdade ofensiva ao Grimaldo e subindo ele próprio muitas vezes até terrenos mais adiantados, e o Boa Morte tentava frequentemente explorar o eventual espaço deixado na esquerda. Mas o maior problema era mesmo o Beto, que os restantes dois centrais tinham bastante dificuldade em controlar, não só por causa da mobilidade dele mas também pela força física. A dois minutos do intervalo, foi mesmo ele quem colocou o Portimonense em vantagem. Depois de uma iniciativa do Boa Morte pelo lado esquerdo da nossa defesa, a bola foi colocada nas costas dos centrais e o Beto escapou pelo meio do Lucas Veríssimo e do Otamendi para finalizar com um remate cheio de força. Apesar da exibição do Benfica não ser a mais colorida, chegar em desvantagem ao intervalo era um castigo demasiado cruel e injusto para aquilo que se tinha passado na primeira parte, e felizmente que conseguimos evitar que isso acontecesse, pois literalmente no último segundo dos dois minutos de tempo de compensação conseguimos chegar ao empate. O Vertonghen subiu com a bola pela esquerda e colocou-a na área para o Grimaldo de cabeça assistir o Pizzi, que com uma boa recepção tirou da jogada o marcador directo e depois colocou muito bem a bola junto da base do poste mais distante. Um golo muito importante, porque certamente que a disposição da equipa seria diferente caso chegássemos ao intervalo em desvantagem.

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Para a segunda parte, uma alteração táctica que acabou por se revelar decisiva: saiu o Gabriel, amarelado desde o sexto minuto e que na verdade não estava a fazer uma exibição muito positiva, e entrou o Darwin. Assumíamos o risco de jogar com o Taarabt como médio em teoria mais defensivo, passando o Pizzi a actuar numa zona mais central, mas tendo em conta a forma como o Portimonense se fechava constantemente atrás e pouco pressionava no meio campo era uma alteração que fazia sentido e que nos dava maior presença na área. Não começou bem o Darwin: logo no primeiro minuto desperdiçou de forma inacreditável uma ocasião para colocar-nos em vantagem, quando em posição privilegiadíssima em frente à baliza recebeu um passe do Pizzi depois de uma boa troca de bola pela direita que envolveu também o Diogo Gonçalves e um passe de calcanhar do Rafa, e conseguiu rematar por cima. Redimiu-se apenas quatro minutos depois: solicitado por um passe do Taarabt para as costas da defesa, ganhou em velocidade e força pelo meio de dois defesas que o tentavam estorvar e à saída do guarda-redes marcou. Em desvantagem o Portimonense finalmente subiu um pouco as linhas e foi uma festa para o Benfica. Na altura em que o Benfica chegou ao terceiro golo, o que aconteceu um pouco menos de quinze minutos depois do segundo, já entretanto tinha desperdiçado três ocasiões soberanas para marcar, a mais escandalosa delas quando o Darwin apareceu isolado em frente ao guarda-redes e em vez de finalizar decidiu tentar fazer a assistência para o Seferovic, saindo-lhe o passe para trás do colega e perdendo-se assim a jogada. O golo, esse nasceu de uma incursão do Diogo Gonçalves pela direita, com o Rafa a deixar passar a bola para o Seferovic receber junto da marca de penálti e finalizar de pé direito, colocando a bola bem no ângulo superior. O jogo ficava cada vez mais resolvido para o nosso lado. As ameaças do Portimonense eram sempre pelo suspeito do costume (Beto) mas até este foi perdendo gás à medida que o jogo caminhava para o final. Aos setenta e três minutos o Seferovic bisou, marcando outra vez de pé direito. Grande passe do Grimaldo desde a esquerda a fazer a bola cruzar rasteira toda a área para o Seferovic aparecer sozinho na zona do segundo poste a empurrar. Com o jogo completamente controlado fomos fazendo várias substituições, entrando o Pedrinho, o Gilberto e o Everton, e foi este último quem fixou o resultado final na última jogada do encontro. Escapou à defesa descaído pela direita (bom passe do Pedrinho), evitou o guarda-redes e acabou por marcar de ângulo quase fechado, com um defesa quase a conseguir cortar a bola em cima da linha.

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O Seferovic volta a ser o homem do jogo após mais um bis. A entrada do Darwin foi talvez o factor mais importante para dar a volta ao jogo, mas não o posso considerar o homem do jogo depois de ter falhado dois golos feitos. Bom jogo dos nossos laterais, com o Grimaldo a somar duas assistências e o Diogo Gonçalves uma. Também gostei do jogo do Vertonghen, e de vê-lo subir no terreno com a bola controlada. E gosto sempre de ver o Rafa, que com as suas acelerações e movimentações é sempre um jogador de quem se pode esperar que crie desequilíbrios no ataque.

 

Confesso que não estava com a confiança em alta para este jogo, depois do que (não) jogámos contra o Gil Vicente e tendo em conta o momento actual do Portimonense, tendo por isso ficado agradavelmente surpreendido com o resultado e o futebol apresentado em alguns momentos do jogo. Não fosse o apagão do último jogo e neste momento não só continuaríamos com o segundo lugar ao nosso alcance como até o primeiro já não seria uma completa miragem, face à quantidade de pontos desperdiçados pela gente do Lumiar. Mas isto é de facto aquilo a que o Benfica esta época me habituou: não saber o que esperar. Não conseguirmos ser uma equipa mais consistente é aquilo que mais tem contribuído para o insucesso.

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publicado por D'Arcy às 21:19
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Domingo, 18 de Abril de 2021

Confrangedora

Uma derrota tão inesperada quanto justa ditou o fim da boa sequência de resultados do Benfica. Numa tarde francamente desinspirada, o Benfica deu uma parte de avanço, deixou que o Gil Vicente estivesse demasiado confortável durante a maior parte do jogo, e quando tentou reagir na fase final do jogo e finalmente conseguiu encostar o adversário à sua área já era tarde demais. O desacerto do Benfica fica bem expresso neste número: acertámos um remate na baliza durante todo o jogo, e isso aconteceu aos  oitenta e sete minutos, tendo o nosso golo sido um autogolo resultante desse remate.

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Mantivemos o onze da última jornada, que tão bem tinha estado em Paços de Ferreira. Mas deu para ficar logo muito cedo com um mau pressentimento para este jogo. O Benfica revelou desde início muita dificuldade para causar qualquer tipo de problema ao Gil Vicente, muito por culpa de uma grande lentidão de processos, regressando ao futebol de toques laterais excessivos, uma quase completa falta de profundidade e muito pouca agressividade - os jogadores adversários chegavam quase sempre primeiro às bolas e cedo ganharam superioridade na zona do meio campo. A nossa equipa pareceu reagir mal às linhas subidas do Gil Vicente, que se recusou a encostar-se à sua área e a entregar-nos a iniciativa de jogo, optando por tentar pressionar alto logo na nossa saída de bola, que consequentemente foi quase sempre feita com pouco critério - havia quase sempre pelo menos três jogadores do Gil Vicente a pressionar logo à saída da nossa área. As sucessivas perdas de bola que resultavam em contra-ataques rápidos nos quais demorava uma eternidade até aparecer algum jogador nosso a pressionar o portador da bola (quando surgia) - é inadmissível uma tão má reacção à perda da bola - iam fazendo temer o pior, mesmo que a maioria dessas jogadas acabassem por ser mal finalizadas. Mas a constante repetição da situação acabou mesmo por resultar no golo do Gil Vicente a dez minutos do descanso. Mais um contra-ataque (conduzido apenas por dois jogadores) com imenso espaço para o adversário no nosso meio campo, e à entrada da área um remate rasteiro, bastante colocado mas que nem levou assim tanta força, fez a bola entrar junto ao poste. Na minha opinião, alguma culpa para o Helton no lance porque a bola entra junto ao poste que é dele, e o remate foi desferido a uma distância suficiente para que lá chegasse se estivesse melhor colocado. Com o Benfica a revelar uma capacidade nula para reagir ao golo sofrido, fomos para intervalo comigo convencido que ou havia uma alteração radical no jogo do Benfica, ou os três pontos estavam irremediavelmente perdidos. Porque o Gil Vicente veio claramente com a lição bem estudada e durante os primeiros quarenta e cinco minutos banalizou o Benfica com uma equipa com muito menos recursos. Em termos tácticos, o Ricardo Soares deu uma master class ao nosso treinador.

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A alteração táctica fez-se, desmanchando os três centrais - saiu o Lucas Veríssimo, já amarelado, e entrou o Everton. O Benfica melhorou um pouco (não muito) e as alterações não me pareceram que fossem dar qualquer resultado. O Gil Vicente até desperdiçou uma boa ocasião para voltar a marcar logo nos minutos iniciais, e da mesma forma que o tinha feito na primeira parte. Bola recuperada, contra-ataque rápido e bola a chegar à zona de finalização em poucos toques, mas desta vez o remate saiu ao lado. Do nosso lado, o Seferovic a mostrar que estava num dia de forma clássica, falhando a baliza depois de ficar com o ressalto a uma primeira tentativa sua. Seguiu-se nova ocasião para o Gil Vicente, na qual o avançado se antecipou com alguma facilidade na área ao Diogo Gonçalves e em frente à baliza finalizou o cruzamento atirando por cima. Já eram avisos mais do que suficientes para perceber que o Gil Vicente não se iria limitar a defender a vantagem. O Seferovic, esse, não estava em dia sim e depois de um cruzamento-remate do Diogo Gonçalvez que foi defendido a custo pelo guarda-redes, tentou finalizar meio de calcanhar para aproveitar o ressalto e a bola saiu por cima quando a baliza estava escancarada (se calhar se tivesse deixado a bola seguir ela iria ter com o Rafa, que estava em óptima posição, mas compreendo que tenha tentado finalizar de qualquer maneira). A meia hora do final o Benfica trocou o Taarabt e o Waldschmidt pelo Pizzi e o Darwin, mas creio que o intensificar da pressão que se começou a ver nos minutos seguintes se deveu mais a um encolhimento progressivo do Gil Vicente do que a qualquer tipo de melhoria do nosso jogo. Até porque nada corria bem mesmo. Aos setenta minutos o Rafa em esforço conseguiu ganhar uma bola junto à lateral direita, progrediu até à linha de fundo e ofereceu um golo quase feito ao Seferovic - era daqueles que era só encostar. O suíço atirou enrolado e ao lado. Perante tanta inépcia, o xeque-mate apareceu aos oitenta e um minutos. Um contra-ataque conduzido apenas por três jogadores pelo lado direito da nossa defesa, o Diogo Gonçalves, a passo, não acompanhou o extremo e este conseguiu fugir por esse lado. O Otamendi ainda conseguiu recuperar de forma a apertar-lhe o ângulo, mas fiquei com a sensação de que o Helton demorou demasiado tempo a sair e mais uma vez deixou a bola passar entre ele e o poste mais próximo. O Gil Vicente fazia o seu segundo remate à baliza no jogo, e conseguia o segundo golo. A reacção do Benfica ficou-se pelo único remate que acertou na baliza, pelo Rafa aos oitenta e sete minutos e que mesmo assim foi um falhanço, já que só com o guarda-redes pela frente permitiu a defesa deste. No ressalto, a bola bateu num defesa que recuperava em corrida e foi para dentro da baliza. Mesmo sobre a hora, à entrada da área e em posição frontal, o Otamendi desperdiçou a possibilidade do empate atirando para a bancada.

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Num jogo tão mau acho que só consigo mesmo lembrar-me do Rafa como um dos menos maus. Pelo menos tentou, o golo surgiu de uma jogada individual dele, ainda ofereceu um golo feito ao Seferovic e nunca baixou os braços. Mas perante tanta falta de inspiração, também não era preciso fazer grande coisa para se destacar.

 

Uma exibição confrangedora resultou num resultado desastroso, que deixa o importante segundo lugar mais longe e ainda o terceiro em risco. Depois de uma sequência tão positiva, nada fazia esperar um jogo tão desligado da nossa equipa, ainda por cima numa fase tão importante da época, em que tantas decisões estão em jogo. Uma derrota destas em casa, da forma que aconteceu, é muito difícil de aceitar ou justificar. O Benfica tinha a obrigação de vencer este jogo, e para tal não podia dar a primeira parte de avanço para depois andar a correr atrás do prejuízo.

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publicado por D'Arcy às 00:27
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Sábado, 10 de Abril de 2021

Arrasador

Acho que hoje foi a segunda ocasião esta época em que podemos dizer que o Benfica foi arrasador (a primeira foi em Famalicão, logo na primeira jornada). Aproveitámos da melhor maneira o facto do Paços ter ficado em inferioridade numérica numa fase inicial do jogo, nunca tirámos o pé do acelerador mesmo quando a vantagem já era confortável, os golos foram-se acumulando com naturalidade e o resultado só não foi ainda mais desnivelado porque o guarda-redes adversário teve uma noite inspirada.

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Regressámos aos três centrais, sendo previsivelmente o Everton a sair da equipa para a entrada do Vertonghen. O jogo começou praticamente com um lance na área do Paços que na minha opinião seria penálti em qualquer lado. Sem sequer a bola estar ali perto, o Waldschmidt foi abalroado por um defesa pelas costas, e a seguir derrubado pelo guarda-redes do Paços. Siga jogo. O Benfica entrou por cima e à procura do golo, com o Paços a jogar com a defesa subida e em linha. Era um risco devido ao muito espaço que deixava nas costas, que podia ser aproveitado pelo Benfica para fazer lançamentos em profundidade, mas pelo menos no início a coisa ia funcionando, com o Seferovic a ser apanhado na armadilha várias vezes. Foi aliás isso que salvou o Paços de ver o seu guarda-redes expulso logo aos oito minutos, pois o Seferovic isolou-se após um passe longo do Otamendi desde a entrada da nossa área e depois de ultrapassar o guarda-redes foi derrubado por este. Valeu-lhes que o suíço estava ligeiramente adiantado no início da jogada. O Benfica dominava na posse de bola, o jogo disputava-se quase sempre no meio campo do Paços, mas o nosso adversário estava bem organizado defensivamente e era difícil encontrar o caminho da baliza. Até que cerca dos vinte minutos de jogo o Eustáquio teve uma entrada brutal sobre o Weigl à entrada da nossa área e o VAR indicou que tinha que ser expulso (o Hugo Miguel inicialmente mostrou-lhe o amarelo). A pressão do Benfica naturalmente acentuou-se e quase de seguida o guarda-redes do Paços evitou o golo do Waldschmidt quase que por milagre, com uma defesa por instinto muito também porque o alemão rematou-lhe quase à figura. Logo a seguir, uma boa combinação deixou o Rafa em óptima posição para finalizar já dentro da área, mas mais uma vez o remate saiu na direcção do guarda-redes Jordi. O Paços ia aguentando como podia a pressão do Benfica, mantendo-se organizado apesar da desvantagem numérica, mas os minutos finais da primeira parte foram-lhe fatais e deixaram o jogo resolvido. A sete minutos do intervalo o Diogo Gonçalves antecipou-se e interceptou um mau passe à entrada da área pacense, para depois rematar muito forte e cruzado para o golo. Em desvantagem, o Paços foi fiel à sua forma habitual de jogar e preferiu subir as linhas para ir à procura do golo em vez de tentar perder por poucos. Isso foi-lhe fatal. Aos quarenta e três minutos o Waldschmidt falhou de forma escandalosa um golo feito que lhe foi oferecido pelo Seferovic. Em frente à baliza aberta conseguiu bater mal na bola e esta nem sequer seguiu na direcção da baliza, tendo mesmo assim o guarda-redes feito uma defesa por instinto para canto. No minuto seguinte, o segundo golo do Benfica. O golo surge de um lançamento de linha lateral a favor do Paços junto à esquerda da nossa área. O Paços subiu quase toda a gente para a área, o Benfica recuperou a bola e o Seferovic, junto à linha de meio campo e encostado à lateral, soltou a bola para o círculo central, onde surgiu o Rafa lançado e isolado para ultrapassar o guarda-redes à saída deste e introduzir a bola na baliza deserta. Como o árbitro ainda deu nove minutos de compensação (justificados) ainda deu para o Benfica marcar um terceiro golo. Primeiro houve uma espécie de ensaio, no qual o Seferovic se isolou a passe do Taarabt, ultrapassou o guarda-redes e marcou de ângulo apertado. Anulado por mais um fora-de-jogo do suíço. A seguir, mesmo a acabar a primeira parte, novamente o Taarabt a solicitar a desmarcação do Seferovic, que desta vez estava em jogo e à saída do guarda-redes finalizou com muita classe, picando-lhe a bola com um toque de primeira. Três a zero e vantagem numérica à saída para o intervalo, o que significava que o jogo estava mais do que resolvido.

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Nestas circunstâncias até esperava que o Benfica se dedicasse durante a segunda parte a gerir o resultado e o esforço, abrandando o ritmo de jogo. Mas não foi isso que aconteceu, pois continuámos no mesmo ritmo e sempre em busca de golos. A estratégia do Benfica e substituições foram também de certa forma condicionadas pelo Hugo Miguel, que estava de gatilho leve e provavelmente tinha muita pressa em igualar as duas equipas no número de jogadores em campo. O Benfica na primeira parte fez quatro faltas no total, que lhe valeram três cartões amarelos. À sexta falta saiu o quinto amarelo (o Waldschmidt viu um após sofrer falta e se desentender com um adversário). Repito: as seis primeiras faltas do Benfica valeram-nos cinco amarelos. Num jogo em que o Benfica venceu facilmente e dominou de princípio a fim, acabamos com cinco amarelos e o adversário com um. Enfim, é o lagarto Hugo Miguel e está tudo dito. O Diogo Gonçalves, que era um dos amarelados, ficou logo nos balneários ao intervalo. Depois durante a segunda parte também os amarelados Waldschmidt e Grimaldo acabaram por ser substituídos. Quanto ao jogo jogado, foi agradável e adivinhavam-se mais golos do Benfica, que jogava de forma solta no ataque com muita mobilidade dos seus jogadores e constantemente à procura de caminhos para o golo. O maior adversário foi mesmo o guarda-redes Jordi, que foi evitando que o resultado se dilatasse. Com uma grande defesa evitou o golo do Everton num remate colocado ao segundo poste, e a seguir tirou o golo ao Grimaldo num livre directo. Mas era mesmo uma questão de tempo, e já depois de mais um possível penálti por mão na bola do Marcelo ter sido ignorado, aos setenta e oito minutos o Seferovic voltou a marcar, passando assim a ser o melhor marcador da Liga. Foi um golo muito bonito pela sua simplicidade, já que foi um movimento clássico de ponta-de-lança. Depois de uma troca de bola prolongada do Benfica, o Everton progrediu para o meio e meteu a bola rasteira nos pés do Seferovic, que estava de costas para a baliza à entrada da área. Com um defesa a pressioná-lo nas costas, o suíço rodou e rematou de pronto em força e colocado, fazendo a bola entrar rasteira junto ao poste mais próximo. Neste momento é um jogador com a confiança muito alta e isso faz-se notar. Quem está a necessitar de confiança é o Darwin, que entrou para os minutos finais, e numa noite tão inspirada até para isso o Seferovic conseguiu contribuir. Mesmo sobre o final da partida, recebeu no peito e já dentro da área um bom passe longo do Pizzi (outro dos que entraram no decorrer da segunda parte) e descaído sobre a direita fez o passe para o outro lado, onde surgiu o Darwin a empurrar para a baliza vazia.

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Obviamente que o Seferovic é o homem do jogo. Marcou dois golos, fez duas assistências, ainda ofereceu mais um golo ao Waldschmidt que parecia quase impossível de falhar, e no geral esteve envolvido em quase todas as jogadas de maior perigo do ataque do Benfica. Fez um jogo absolutamente brilhante, e até arrisco dizer que terá sido o melhor que o vi fazer com a nossa camisola. Achei também que o Weigl fez um óptimo jogo - mais uma vez, o esquema de três centrais permite-lhe jogar em terrenos mais adiantados e isso é benéfico para o nosso jogo. Gostei também do Taarabt e do inevitável Rafa. O Grimaldo esteve bem e o Diogo Gonçalves igualmente na outra ala, e muito provavelmente teria um destaque maior ainda se não tivesse saído logo ao intervalo, mas com a vontade que o Hugo Miguel estava e o jogo mais do que resolvido, tirá-lo foi a opção mais avisada.

 

E de um jogo previsivelmente complicado frente a uma das boas equipas do campeonato resultou uma goleada, a sétima vitória consecutiva (sexta na Liga) e sétimo jogo seguido na Liga sem sofrer golos. Depois da exibição algo titubeante a semana passada, parecemos ter regressado ao momento de forma de antes da pausa para as selecções. Uma vez que só dependemos de nós para chegar ao segundo lugar, o actual momento e a forma como a equipa parece estar mais rotinada e segura dão-nos confiança para que esse objectivo possa ser alcançado.

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publicado por D'Arcy às 22:50
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Terça-feira, 6 de Abril de 2021

Sofrível

Uma exibição sofrível e um triunfo sofrido, muito por culpa do incrível desperdício que os nossos jogadores revelaram em frente à baliza de um Marítimo que veio à Luz para defender com unhas e dentes, e que perante tanto desacerto nosso até podia ter sido feliz.

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Voltámos a jogar com defesa a quatro, e vimos o regresso do Everton à titularidade. Pela frente, apanhámos um Marítimo com um daqueles autocarros à antiga, incluindo trincos e ferrolhos e que veio à Luz claramente jogar para o pontinho. Foram praticamente inofensivos no ataque durante quase todo o jogo, sendo apenas capazes de chegar mais próximo da nossa baliza através de bolas paradas. O resultado magro também se explica com o facto da qualidade do nosso futebol ter regredido em relação aos últimos jogos. Pelo menos fiquei com a sensação de ter visto vários períodos com aquela circulação de bola irritante quase sem progressão, demasiados toques desnecessários entre jogadores quase sem sair da mesma zona de terreno, e poucas vezes a bola a chegar a zonas e situações de finalização. Aquele 'tiki-treta' a que infelizmente já nos fomos habituando a ver durante alguns períodos desta época. Ainda assim, apesar de criarmos muito menos situações do que nos últimos jogos, as que criámos foram suficientemente flagrantes para poder ter ganho este jogo com relativa tranquilidade. Mas a finalização deixou muito a desejar - mérito também para o guarda-redes do Marítimo - e por isso mesmo tivemos que ficar na expectativa até ao apito final que o Marítimo pudesse nalgum golpe do acaso chegar a um golo que nunca justificou. O Seferovic em especial voltou ao nível a que estamos mais habituados a ver, e falhou todas as ocasiões de que dispôs, por mais flagrantes que fossem. O nosso golo surgiu num até agora nunca visto penálti. O Rafa foi claramente tocado dentro da área, o árbitro apontou para a marca de penálti, mas o reflexo condicionado foi o de ficar à espera que o VAR, mais uma vez e como tantas vezes aconteceu esta época, encontrasse alguma razão para o reverter. Como estranhamente isso não aconteceu, o Waldschmidt converteu-o de forma irrepreensível. Estávamos a meio da primeira parte, e o resto do jogo resumiu-se a ficarmos à espera que o Benfica acabasse de vez com as dúvidas, sempre com o receio que o Marítimo chegasse ao golo. Verdade seja dita que só me recordo de duas ocasiões em que isso pareceu estar perto de acontecer. A primeira, aos sessenta e dois minutos, quando na sequência de um canto o Seferovic não consegue o corte na zona do primeiro poste e a bola atravessou toda a área para ir cair nos pés de um jogador adversário, valendo-nos uma defesa por instinto do Helton para evitar o empate. Na sequência da jogada, contra-ataque do Benfica de três para um, que após passe do Waldschmidt se transformou em dois jogadores na cara do guarda-redes, e o Seferovic em vez de dar um toque para o lado de forma a que o Rafa atirasse para a baliza deserta preferiu rematar de forma a permitir a defesa ao guarda-redes. Depois de já na primeira parte ter falhado também só com o guarda-redes pela frente depois de uma tabela com o Rafa, eu se fosse treinador não teria o auto-controlo suficiente para o manter em campo e tirá-lo-ia imediatamente. O segundo momento de maior preocupação foi já bem perto do final, mas o remate cruzado do jogador do Marítimo, já bem no interior da área, levou o efeito ao contrário e fez a bola passar ao lado. Mesmo a acabar o último minuto do período de compensação, mais um lance a exemplificar o que foi o desperdício do Benfica durante todo o jogo, quando novo contra-ataque deixou três jogadores do Benfica dentro da área em boa posição, mas o recém-entrado Chiquinho, em posição frontal e privilegiadíssima, conseguiu mais uma vez acertar no guarda-redes.

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O melhor do Benfica foi para mim o Rafa. Sofreu o penálti e foi dos jogadores que mais desequilíbrios conseguiu causar pela direita, sobretudo com o Diogo Gonçalves a ter um jogo muito apagado em termos ofensivos. Ofereceu dois golos quase cantados aos colegas, que conseguiram desperdiçar. O Waldschmidt também fez um bom jogo e foram as suas movimentações no ataque que provocaram uma boa parte dos desequilíbrios na defesa adversária.

 

É mais uma vitória e mais um jogo sem sofrer golos. A exibição já não foi tão interessante como as anteriores, mas a vitória do Benfica é incontestável e não fosse tanto o desacerto na finalização poderia ter sido bem mais tranquila. Os adversários mais directos também venceram, nos últimos suspiros dos seus jogos, portanto fica tudo na mesma na luta pela importante entrada directa na Champions. O lagartedo para variar não teve a visita do curral de vacas leiteiras que o tem acompanhado toda a época e não ganhou. Óbvia e previsivelmente culpou o árbitro, portanto estamos lentamente a regressar à normalidade.

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publicado por D'Arcy às 23:03
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