A visita a casa do último classificado esteve longe de ser uma tarefa fácil, mas o Benfica conseguiu facilitá-la com uma entrada de rompante e dois golos madrugadores, que proporcionaram uma margem de algum conforto para o resto do jogo. Sem nunca ter assumido o controlo do jogo, o Paços ainda assim conseguiu o feito pouco usual de acertar três vezes nos ferros da nossa baliza, o que acaba por marcar o jogo.
Em relação ao jogo nos Açores, a grande novidade foi a chamada à titularidade do Gonçalo Guedes para o lugar que tinha sido do Draxler. No centro da defesa, o natural regresso do Otamendi. A entrada do Benfica no jogo foi uma repetição do cenário que tínhamos visto contra o Santa Clara. Entrada muito forte e com muita pressão, com quase toda a equipa bem metida no meio campo adversário e a pressionar bem junto da área do mesmo, a quase não deixar tempo para respirarem. O Gonçalo Guedes andou a deambular entre a esquerda e as costas do avançado, trocando muitas vezes de posição com o Aursnes, e com isso deu grande dinâmica ao nosso ataque. Foi numa situação em que mais uma vez o Benfica não deixou o Paços sair e recuperou a bola em zona alta que o Gonçalo Guedes foi derrubado à entrada da área. Apesar do livre ser mais sobre o lado esquerdo, nesta fase isso já pouco importa para o Grimaldo e todos nós devemos ter antecipado o que dali poderia sair. E saiu mais uma vez um livre marcado de forma exemplar - o espanhol parece ter dominado a arte de fazer a bola sobrevoar a barreira para depois baixar rapidamente para a baliza, e quando o guarda-redes do Paços voou para lhe tocar já ela estava dentro da baliza. Foi aos sete minutos, e o facto de só depois desse primeiro golo o Paços ter chegado perto da nossa área mostra bem a forma como entrámos no jogo - nesse lance, o que me ficou na retina foi uma rara confirmação de que o Enzo é humano, pois foi dele a perda de bola que proporcionou o ataque do Paços. A chegada do Paços à frente foi no entanto respondida com novo golo do Benfica pouco depois. Nova iniciativa individual do Gonçalo Guedes à entrada da área pacense, vindo da esquerda para o meio para depois fazer um passe pelo meio dos defesas que deixou o Aursnes sozinho em frente ao guarda-redes. O remate cruzado deste ainda foi defendido, mas a bola sobrou para o João Mário, que apenas teve que empurrar para a baliza deserta. Reclamou o Paços por um fora de jogo inexistente, por algum motivo o VAR ainda demorou mais tempo do que seria normal para um lance que não oferecia dúvidas na repetição, mas o golo lá foi validado, isto perante os sucessivos gestos bizarros de impotência por parte do árbitro para os jogadores do Paços. Dois golos madrugadores poderiam indiciar uma potencial goleada, mas honra seja feita ao Paços, que não baixou os braços e nunca se deu por vencido. Sempre que possível tentaram vir para a frente e criar perigo, o que até os deixou por diversas vezes mais expostos atrás. E um terceiro golo do Benfica provavelmente até poderia ter feito mesmo o jogo ir para a goleada, mas o mais perto que isso esteve de acontecer foi num remate do Gonçalo Guedes, que fez a bola passar muito perto do poste. O Paços, por sua vez, enviou a primeira bola ao poste num grande remate de fora da área.
A segunda parte não me agradou muito. Nunca me pareceu que o Benfica tivesse deixado de ter a mão no jogo, mas achei que ficámos numa espécie de limbo, no qual não matámos de vez o jogo mas também não conseguimos metê-lo no congelador. Por isso tivemos um jogo demasiado partido para o meu gosto, no qual o Benfica tinha a maior parte da posse da bola mas onde o Paços, sempre que a recuperava, conseguia encontrar espaços para contra-atacar e causar algum incómodo. Para além disso o Benfica criou poucas situações de muito perigo junto à baliza adversária, o que também não deve ser alheio ao facto de cedo termos ficado privados do Gonçalo Ramos, entrando a inevitabilidade Musa para o seu lugar. As melhores situações de golo durante a segunda parte foram aliás quase todas do Paços, e estive sempre com a sensação de que o aparente conforto do Benfica no jogo desapareceria rapidamente caso o Paços tivesse conseguido aquele golo que relançaria a incerteza no resultado. No seguimento de um livre, nova bola no poste, pelo mesmo jogador - o holandês Thomas. Já mais perto do final, num lance que até parecia ser de muito perigo, o Vlachodimos evitou o golo num remate cruzado já perto da linha de fundo com um a defesa por instinto com o braço. E mesmo a acabar o jogo, no último lance da partida, mais uma bola no poste, num remate cruzado do recém-entrado ponta de lança Fábio Gomes. Da parte do Benfica, o remate mais perigoso pertenceu ao Grimaldo, e houve ainda um lance em que o Musa chegou uma fracção de segundo atrasado para desviar um cruzamento perigoso do mesmo Grimaldo. Na fase final do jogo trocámos o Florentino e o Gonçalo Guedes pelo Chiquinho e o Draxler, e o primeiro trouxe alguma qualidade na saída de bola. Já o Draxler não deu a mesma mobilidade do Gonçalo Guedes, mas também é verdade que nessa fase o Guedes já tinha quase desaparecido do jogo.
O Gonçalo Guedes, que esteve nas jogadas dos dois golos, foi um dos destaques na nossa equipa. A sua contratação, mesmo que só por meia época, veio trazer-nos a dinâmica que faltava à meia esquerda do nosso ataque - o papel que com quase toda a certeza estaria pensado para o Horta, caso se tivesse concretizado a sua contratação. As constantes trocas de posição entre ele, o João Mário e o Aursnes no ataque baralham bastante as marcações aos adversários, e juntamente com o Gonçalo Ramos são os primeiros a pressionar imediatamente a saída de bola. O Aursnes foi outro dos jogadores em destaque, mesmo actuando numa posição que não parece ser a mais natural para si, mas o norueguês parece ser um profissional de excelência com grande disciplina táctica. Outro destaque natural para o Grimaldo, que está no seu melhor momento de sempre desde que chegou ao Benfica. Mais um livre exemplarmente executado, e sempre um dos jogadores mais activos no ataque à profundidade pela esquerda.
Janeiro está a chegar ao fim e o Benfica segue no primeiro lugar. A coisa pode ser tão má que, se por acaso o Benfica conseguir continuar a ser competente e ganhar o próximo jogo, os mais directos adversários entrarão em campo a dez, onze e dezoito pontos de distância, com dois deles a defrontarem-se - é muito mau para quem tem em marcha um plano para tentar manter o Benfica afastado dos lugares da Champions. O tempo para a habitual golpada começa a escassear, e com a integração dos reforços de Inverno o nosso plantel fica mais equilibrado e as possibilidades de acidentes de percurso tornam-se mais raras. Por isso o desespero começa a tornar-se mais evidente nas hostes inimigas, que continuam a ansiar lançar a instabilidade do nosso lado. Ontem assistimos à recuperação pelo Expresso (que foi sempre um dos braços armados do golpe dado para impedir o penta do Benfica) de um suposto caso de aliciamento feito em nome do Benfica a um jogador do Marítimo, a que os avençados estrategicamente colocados no resto da imprensa rapidamente deram eco. Isto depois de esta semana termos ficado a saber que, pelos vistos, o Porto como mero assistente num processo que envolve o Benfica terá tido acesso à matéria investigada quando o mesmo terá sido negado aos próprios arguidos - é a famosa justiça à moda de Palermo, e o facto do processo ter sido transferido lá para cima não será certamente alheio a este facto. Isto são apenas mais pormenores para juntar à forma como tem sido constantemente noticiado o julgamento dos três arguidos ligados ao Porto no caso dos e-mails, em que cada notícia que sai é dada de forma a fazer parecer que é o Benfica quem está a ser julgado. Eles não vão parar. Deu-lhes muito trabalho dar o golpe para interromper a hegemonia que o Benfica estava a estabelecer no futebol português. A pior coisa que lhes pode acontecer é o Benfica voltar ao topo tão depressa.
Nos Açores tivemos um vislumbre do futebol que já apresentámos no início da época, o que nos permitiu resolver cedo o jogo e regressar a Lisboa com uma vitória inquestionável. Nem tudo foi perfeito, mas foi bom ver que a equipa ainda não esqueceu certos processos e foi uma clara evolução em relação aos primeiros jogos pós-Mundial.
Mais uma vez estávamos privados do Rafa para este jogo, e também do Otamendi por estar suspenso. As escolhas do treinador foram apenas parcialmente uma surpresa. Se na defesa era expectável que jogasse o Morato, já a escolha do Draxler para a posição do Rafa surpreendeu um pouco, mas a verdade é que as opções também não eram assim tantas e não esperaria que o Gonçalo Guedes saltasse imediatamente para titular. E o Draxler ocupou literalmente a posição do Rafa, jogando como segundo avançado, o que significou que o Aursnes continuou a ser aposta para aquela função em que finge mais ou menos ser ala esquerdo, ocupando o João Mário o lado direito - o Neres continua ainda longe da forma ideal para regressar à titularidade. A entrada do Benfica no jogo presenteou-nos com um vendaval ofensivo como há algum tempo não víamos, pressionando o Santa Clara bem junto da sua área de forma a sufocá-los. Trocas rápidas de bola, variações de flanco, laterais a explorar muito bem a profundidade, pressão imediata quando perdíamos a bola de forma a recuperá-la ainda no último terço do campo e matar à nascença qualquer tentativa de contra-ataque, tudo sob a batuta inspirada do maestro Enzo. O resultado foi natural: dois golos ainda na fase madrugadora do jogo, a dar expressão à imensa superioridade do Benfica e a necessária tranquilidade e injecção de confiança. O primeiro aos nove minutos, num cruzamento largo do Enzo desde a esquerda para a zona da marca de penálti, onde o Aursnes surgindo de trás se antecipou à defesa toda e marcou com um cabeceamento perfeito, a fazer inveja a qualquer ponta de lança: de cima para baixo, com a bola a entrar bem colocadinha junto à base do poste e a deixar o guarda-redes pregado ao relvado. Aos dezasseis veio o segundo, novamente com o Enzo na jogada. Passe a desmarcar o Grimaldo na esquerda e cruzamento tenso e rasteiro deste para a pequena área, onde junto ao primeiro poste apareceu o Gonçalo Ramos mais rápido do que a defesa a finalizar com grande classe, colocando a bola junto ao poste mais distante. E não abrandou o Benfica, continuando a abafar completamente o adversário. O terceiro golo só não surgiu porque o Draxler, que depois de um cruzamento tenso do Bah desde a direita apareceu completamente solto em frente à baliza, atirou a bola disparatadamente para fora. A superioridade do Benfica era tal que o novo treinador do Santa Clara se viu obrigado a mexer na equipa pouco depois da meia hora de jogo, de forma a tentar estancar o seu lado direito, onde sobretudo o Enzo e o Grimaldo iam fazendo miséria. O Santa Clara foi completamente inofensivo durante a primeira parte, e foi sempre o Benfica a estar perto do terceiro golo, como Gonçalo Ramos a desperdiçar mais uma boa ocasião já no período de compensação, rematando forte mas à figura do guarda-redes depois de com uma iniciativa individual ter ultrapassado o marcador directo já dentro da área.
A segunda parte do Benfica não foi tão boa como a primeira. Diminuímos claramente a intensidade do nosso jogo, o que permitiu ao Santa Clara respirar e até começar a aparecer mais frequentemente no nosso meio campo. O que resultou em largos períodos de um jogo demasiado partido para o meu gosto, já que sabemos o que poderia acontecer caso eles marcassem um golo que relançasse a discussão no resultado. Ainda assim tivemos logo nos primeiros minutos uma excelente ocasião para matar de vez o jogo, quando o Gonçalo Ramos se desmarcou nas costas da defesa depois de um passe em profundidade do Grimaldo, mas à saída do guarda-redes atirou torto e a bola acabou por passar ao lado da baliza. A meio da segunda parte, as primeiras alterações na equipa. De uma só vez, saídas do Florentino, Aursnes e João Mário para as entradas do Chiquinho, Gonçalo Guedes e Neres. A saída do Florentino surpreendeu-me porque na minha opinião estava a jogar bastante bem e a ser importante para conter o ímpeto momentâneo do Santa Clara. A troca do Aursnes foi mais natural porque já tinha visto um amarelo. A propósito disto, não é por termos ganho que vou deixar de mencionar mais uma actuação manhosa do árbitro Fábio Veríssimo. O Aursnes viu cartão amarelo por agarrar um adversário sobre a linha do meio campo, junto à linha lateral. Houve dois jogadores do Santa Clara que fizeram o mesmo, num caso sobre o João Mário, a travar uma jogada bem mais perigosa, e no outro sobre o Neres, de uma forma tão mais evidente que mais pareceu uma placagem do que um simples agarrão. Nada lhes aconteceu. O Morato viu amarelo por basicamente não fazer nada. Um dos pontos altos da actuação do árbitro, e que mostra bem toda a sua 'categoria' quando nos apita, foi um lance na primeira parte em que o guarda-redes do Santa Clara abalroa um defesa da sua própria equipa e o Veríssimo assinala falta contra o Benfica. Esta nomeação não foi inocente, e não fosse o Benfica ter facilitado a sua própria tarefa e teríamos tido problemas sérios. Voltando ao futebol jogado, pouco depois das substituições o Santa Clara mostrou que o perigo de perdermos o controlo do jogo era real e teve a sua melhor oportunidade em toda a partida, valendo-nos o corte de cabeça do António Silva quando a bola já se encaminhava para a baliza com o Vlachodimos batido. A resposta do Benfica foi dada pouco depois: o David Neres, certamente invejoso do Draxler pela ocasião flagrante desperdiçada na primeira parte, apareceu completamente solto na área em frente à baliza depois de um cruzamento do Grimaldo e conseguiu rematar de forma ainda mais disparatada e ainda mais para fora (a bola saiu em direcção à linha lateral). Mas não foi preciso esperar muito pela machadada final nas aspirações dos açorianos. Numa jogada que começa num lançamento de linha lateral na direita o Santa Clara tentou pressionar com vários jogadores e o Benfica conseguiu fazer a bola sair dali (provavelmente foi a coisa mais positiva que o Draxler fez durante todo o jogo) e pelo Enzo colocou-a no lado oposto, onde o Gonçalo Guedes teve o regresso de sonho: tirou um defesa do caminho e rematou cruzado para o golo, com a bola a desviar num defesa e a trair o guarda-redes. Com o jogo resolvido, tempo ainda para as entradas do João Neves e ainda do fétiche Musa nos instantes finais, que mesmo nos poucos minutos em campo ainda foi a tempo de somar mais um falhanço inacreditável à lista que o Benfica construiu durante o jogo. Um cruzamento tenso da direita feito pelo Bah foi encontrá-lo sozinho em frente à baliza e ele falhou o desvio, deixando a bola passar-lhe entre as pernas. Deve ter sido frustrante para o Bah, que durante o jogo ofereceu literalmente dois golos aos colegas só para vê-los falhar de forma inimaginável.
O Enzo é para mim o homem do jogo. Joga tanto, mas tanto. Encheu literalmente o campo, esteve em todo o lado, e acabou envolvido nas jogadas dos três golos. Fez duas assistências, para os golos do Aursnes e do Guedes, e foi dele o passe a desmarcar o Grimaldo para este fazer a assistência no golo do Ramos. Eu percebi muito bem a pressa de certos sectores a seguir ao Mundial em anunciar que o Enzo não voltaria mais a vestir a nossa camisola e que o divórcio era inevitável depois daquele episódio de indisciplina. A minha surpresa é apenas que até agora ainda não tenham avançado para a habitual estratégia de lhe colarem o rótulo de jogador violento, que é algo que eu estou habituado a ver fazer a qualquer médio que se destaque no Benfica, mas suponho que a classe suprema com que joga esteja a causar problemas à implentação dessa estratégia. O Grimaldo foi outro dos destaques na nossa equipa, dando a habitual dinâmica e profundidade ao nosso jogo pela esquerda. O Gonçalo Ramos também merece ser mencionado. Marcou mais um golo, numa finalização de enorme classe, mas quem tiver visto o que ele fez neste jogo perceberá porque motivo ele é indispensável para o Roger Schmidt. O que ele trabalha de forma incansável durante os noventa minutos quase que nos deixa cansados só de ver, e até faz esquecer que a contribuição do Draxler, a jogar atrás dele, foi quase nula. Gostei também muito do jogo do António Silva, a assumir-se como líder da defesa na ausência do Otamendi, o Aursnes fez uma óptima primeira parte, e achei que o Florentino estava a jogar muito bem, custando-me a compreender a sua saída.
Uma boa resposta e três pontos importantes no primeiro de dois jogos consecutivos fora de casa. Se o Benfica se apresentar como o fez na primeira parte, logo a partir do apito inicial, terá a sua caminhada para o título muito mais facilitada, porque assim é difícil travarem-nos. As armadilhas continuarão a ser atiradas ao nosso caminho porque há muita gente demasiado preocupada com a possibilidade de sermos campeões - e se os habituais adversários falharem apesar de todas as ajudas de bastidores, desconfio que assistiremos a uma repetição da época de 2009/10, com todas as fichas a serem colocadas no Braga. Na minha opinião, as mexidas no plantel feitas até agora no mercado de Inverno deixam-nos mais fortes e com mais opções para atacar os nossos objectivos. Agora é levar isso para dentro do campo, e voltar consistentemente às exibições que deixam os nossos inimigos sem argumentos.
Um resultado curto e uma oportunidade perdida para darmos um passo decisivo para o título. O Benfica foi quem mais quis ganhar o jogo e quem mais fez por isso, mas no final fica a lamentar dois pontos perdidos sobretudo por culpa própria, em particular pela entrada pouco decidida no jogo. O empate sabe a pouco.
O Rafa regressou à titularidade, mas voltámos a apresentar o Aursnes a fingir que era médio ala esquerdo, o que é uma opção que continua a não me agradar. Demorámos demasiado tempo a impor o nosso jogo e deixámos o Sporting ficar confortável durante a fase inicial do jogo. Não me recordo sequer de uma aproximação perigosa do Benfica à baliza adversária durante a primeira metade do primeiro tempo, enquanto que o Sporting deu o primeiro sinal de perigo aos cinco minutos, num lance que valeu um amarelo madrugador ao Otamendi. O Porro marcou o livre com perigo, obrigando o Vlachodimos a uma boa defesa. Foi o primeiro remate do Sporting à baliza no jogo, e só fez mais dois até final - ambos resultaram em golo. Quando o Benfica começou a dar finalmente alguns sinais de perigo no ataque, com duas situações pelo Rafa e João Mário, o Sporting acabou por marcar pouco antes de chegarmos à meia hora. Fuga do Edwards pela esquerda, conseguindo ganhar a linha de fundo, e o passe para a boca da baliza permitiu a finalização do Trincão depois de uns ressaltos. A colocação do Aursnes na esquerda em nada pareceu ajudar o Grimaldo, que frequentemente se via confrontado com dois adversários (Porro e Edwards) sem grande ajuda. O golo sofrido no entanto acabou por acordar o Benfica, que finalmente pressionou e causou dificuldades ao Sporting, demorando dez minutos até conseguir repor a igualdade. Depois de bastante insistência, com várias bolas a cruzar a área e o Sporting a não ser capaz de afastar a bola de forma competente, ela acabou por ir parar aos pés do Rafa já no interior da área, que se virou, ganhou a linha de fundo, e conseguiu cruzar para o Gonçalo Ramos desviar para o golo apesar do Coates ainda a ter desviado ligeiramente. Pena foi que o Benfica não tenha entrado no jogo com a mesma atitude que soube mostrar depois de se apanhar em desvantagem, porque o Sporting pouco mais conseguiu fazer em termos ofensivos em todo o jogo a partir desse instante.
Não corrigimos a questão do Aursnes na segunda parte (esperava a entrada do Neres logo ao intervalo) e contra todas as expectativas foi o Sporting quem, praticamente a abrir, se colocou novamente em vantagem. Confesso que tenho mesmo pena de não ter apostado dinheiro na possibilidade do Sporting beneficiar de um penálti neste jogo, porque era mais do que previsível que isso aconteceria depois do berreiro e da campanha a que assistimos durante a semana, com o verdete em peso a queixar-se que o campeonato estava entregue, que nem valia a pena ir jogar, etc. Até das brumas surgiram personagens como o Dias Ferreira ou Carlos Xavier, que já ninguém se lembrava que existiam, a choramingar sobre penáltis e arbitragens. Obviamente que deu resultado. Do pasteleiro já todos sabemos o que esperar, e na primeira parte vimo-lo a sacar do amarelo sem piedade para o Otamendi logo a abrir, ou para o sarrafeiro do Rafa (e vão seis) por uma falta normalíssima no meio campo adversário, enquanto que um lenhador uruguaio andava ali pelo campo fora impunemente a distribuir pancadaria em tudo o que lhe passasse ao alcance - o facto dele ter conseguido fazer os noventa minutos é um feito assinalável. Mas neste lance ele em campo até tomou a decisão certa, e não assinalou nada pelo salto para a piscina (o Taremi ficaria com inveja) do ponta-de-lança com a pior relação qualidade/preço no futebol mundial. Só que o Tiago '5 cents' Martins estava no VAR e resolveu ser protagonista também. E nisto convém realçar o seguinte: isto NÃO era um lance para intervenção do VAR, e o facto dele ter intervindo é uma clara quebra do protocolo do VAR. O lance é uma questão de interpretação, não um lance que escapou à avaliação do árbitro de campo. O árbitro de campo viu claramente o lance, viu o Paulinho sentir um contacto e atirar-se para o chão, e não considerou que o contacto fosse suficiente para ser assinalado penálti. O VAR teve uma interpretação diferente e chamou o árbitro. Não é assim que o VAR é suposto funcionar. Depois o pasteleiro aproveitou a deixa e após vários minutos a analisar as imagens, tal foi a violência do lance, lá caiu o penálti do céu para os desgraçados eternamente perseguidos - de assinalar também a portização do Sporting, cujos jogadores passam o jogo todo a pressionar o árbitro a cada lance que não cai a favor deles, e a cada golo sofrido têm imediatamente a reacção de olhar para o auxiliar e contestar a legalidade do mesmo. Proponho o exercício de imaginarem que a coisa era ao contrário, e que um penálti destes era assinalado a nosso favor. O berreiro ainda se ouviria daqui a uma década. A partir daqui restava ao Benfica ir atrás do resultado e corrigir a injustiça, frente a uma equipa que nada mais fez senão defender. Também não demorámos muito tempo a repor a igualdade, numa boa jogada colectiva onde o Grimaldo fez o cruzamento da esquerda para o Gonçalo Ramos marcar novamente, emendando em frente à baliza. Depois foi tentar chegar à vitória frente a uma equipa que defendia com unhas e dentes um empate que de nada lhes servia, mas suponho que perderem terreno na luta pelo acesso à Champions seja compensado com a satisfação de tentarem ajudar os comparsas do norte a chegar mais perto do Benfica. Não mostrámos competência suficiente para o fazer, a entrada de um Neres ainda fora de ritmo e desinspirado também não ajudou (ao menos desta vez não entrou o Musa) e no final ficamos a lamentar os dois pontos deitados fora (não gostei da arbitragem do pasteleiro, como nunca gosto, mas se não ganhámos este jogo foi sobretudo porque não fomos suficientemente competentes frente a uma equipa que nos é inferior, e entrámos no jogo de uma forma demasiado macia).
O homem do jogo foi o Gonçalo Ramos pelos dois golos. Gostei também do Enzo e do Florentino, que claramente ganharam a luta do meio campo - que não foi ainda mais desequilibrada porque o lenhador uruguaio podia bater sempre que lhe apetecesse - e foram os principais responsáveis pelo ascendente do Benfica durante toda a segunda parte. O Rafa foi importante nos desequilíbrios que conseguiu criar, tendo inventado o primeiro golo. Os centrais estiveram num bom nível e não foi por aí que o Sporting conseguiu criar qualquer perigo, conseguindo até por algumas vezes serem eles a subir com a bola e a iniciar a transição - o primeiro golo começa com uma subida do António Silva, por exemplo.
Perdemos dois pontos e a vantagem no topo ficou mais magra mas continuamos lá em cima e com algum conforto - o suficiente para, se perdermos, ainda podermos ter a certeza de que lá continuaremos. Mas a pressão e as manobras vão continuar, por parte de todos - esta semana assistimos a uma manobra concertada de Sporting, Porto e Braga no ataque ao Benfica, que acabou por ter resultados práticos no jogo - mas assim que vimos a nomeação do pasteleiro para este jogo era óbvio que estão a jogar os trunfos todos. Temos que dar uma resposta imediata no próximo jogo e deixá-los a falar.
Tarefa cumprida na taça, com alguns momentos de maior aperto que eram perfeitamente dispensáveis, mas conseguimos levar de vencida o Varzim sem grande contestação, num jogo de alguns regressos que se saúdam.
Sem fazer uma autêntica revolução no onze, o Benfica ainda assim entrou com algumas mudanças. A começar pela dupla de centrais, constituída pelo Lucas Veríssimo e o Morato. No meio campo, o Enzo regressou à titularidade mas ao lado dele o Chiquinho manteve a titularidade, saindo o Florentino do onze. Regressou também ao onze o David Neres, ficando o João Mário no banco e o Draxler mantendo-se sobre a esquerda. O Aursnes também continuou no onze a jogar atrás do Gonçalo Ramos. A entrada foi perfeita para o Benfica, tendo em conta o que se esperaria deste jogo. Logo ao terceiro minuto, livre frontal por falta sobre o Gonçalo Ramos e conversão exemplar do Grimaldo, a deixar o guarda-redes do Varzim pregado ao relvado. Poder-se-ia pensar que isto seria o mote para uma vitória completamente tranquila, e a verdade é que o Benfica dominou completamente a primeira parte. O Varzim praticamente não chegou à nossa área e o Benfica teve sempre a iniciativa. Só que mostrámos uma faceta irritante de parecer quase querer entrar com a bola pela baliza adentro. Apesar do claro domínio, muito poucos remates e situações de finalização, porque andávamos ocupados a fazer tabelinhas à entrada da área sem resultados práticos. Foi um futebol demasiado rendilhado e mostrámos muita cerimónia na altura de rematar. O Neres está sem ritmo e complicou mais do que ajudou, e a profundidade e largura do nosso jogo foram quase sempre dadas pelo Grimaldo na esquerda. Obviamente que enquanto o resultado se fosse mantendo numa diferença de um golo, o Varzim continuaria a sentir-se vivo, e foi isso mesmo que verificámos no recomeço do jogo. Com o João Mário no lugar do Neres, o Benfica viu o Varzim reentrar com uma atitude muito aguerrida para a segunda parte, mais subido no terreno e a ganhar quase todas as bolas dividas e segundas bolas. Aproximou-se mais da nossa baliza, andou ali um período em que parecia andar à caça de um penálti, mas a situação mais perigosa acabou por ser um cruzamento que saiu na direcção da baliza e obrigou o Vlachodimos a uma defesa mais apertada para evitar que a bola entrasse. O Benfica reagiu com a entrada do Florentino (ficando a jogar com cinco médios centro) que foi importante para que conseguisse ir reassumindo o controlo do jogo. Acabámos por chegar ao golo da tranquilidade num remate do Enzo junto da marca de penálti, depois de um bom trabalho do Chiquinho no interior da mesma a deixar a bola na zona de finalização. Nos instantes finais do jogo até poderíamos ter aumentado a vantagem, porque o Varzim já estava demasiado exposto a contra-ataques, mas seria um castigo talvez demasiado pesado para aquilo que fizeram no jogo. O ponto mais negativo no jogo foi a saída precoce do Grimaldo por lesão, esperando-se que possa recuperar a tempo do próximo jogo.
O Grimaldo foi precisamente um dos nossos melhores jogadores. Gostei também do Enzo, bem melhor do que em Braga, e novamente do Chiquinho, que parece querer aproveitar ao máximo estas oportunidades que lhe estão a ser dadas para provar que pode ser uma opção válida. Nada mal para um jogador que no início da época foi dado como uma carta fora do baralho. O Florentino entrou bem no jogo e foi muito importante para devolver o equilíbrio à equipa e voltar a tomar o controlo do jogo. Uma palavra para o Morato: alguém tem que lhe explicar que, apesar do que ele pensa, ele não tem técnica suficiente para tentar sair da defesa a jogar. Tem tudo a ganhar se optar por processos mais simples. O Draxler voltou a ser uma desilusão.
Agora é trabalhar já para o próximo jogo. Foi positivo ver o David Neres fazer mais alguns minutos, para que esteja em melhores condições. Ficarei também na expectativa sobre as recuperações do Rafa e do Grimaldo, porque são dois jogadores fundamentais. Tudo o que não for dar o máximo no próximo jogo significará problemas, porque também me parece que se colocam ali muitas fichas para nos parar. A euforia desmedida azul-esverdeada depois da nossa derrota em Braga deu para o torto, e é preciso corrigir o mais depressa possível. E o Amorim é um treinador que se sente sempre muito confortável a deixar as suas equipas serem dominadas, para depois ferir na transição - eu não me esqueço da nossa derrota por 1-0 contra o Braga quando ele era o treinador, por exemplo. Tendo em conta que gostamos de ter bola e de jogar com linhas subidas, com os laterais muito projectados, apesar dos doze pontos de vantagem não encaro o jogo com qualquer tipo de excesso de confiança.
Já é quase uma rotina vir aqui escrever sobre os nossos jogos e lamentar o desperdício e a falta de eficácia que exibimos. Este jogo não foi excepção, mas conseguimos o mais importante, os três pontos, e mesmo com as ausências de vários jogadores importantes acho que fizemos uma exibição agradável, que merecia um resultado mais condizente para que tivéssemos saído da Luz (ainda) mais satisfeitos. Mas posso desde logo dizer que fiquei muitíssimo satisfeito com a nova iluminação, painéis e marcadores. A nossa casa apresentou-se de cara lavada e até parece um estádio novo.
Sentia alguma apreensão em relação a este jogo. Porque era mais do que expectável que o Portinho viria à Luz com uma atitude ultra-defensiva e o Benfica estava sem dois dos principais aceleradores do nosso jogo - Rafa e Neres - e ainda naturalmente privado do Enzo, que depois da rábula da passagem de ano obviamente que só poderia mesmo ficar de fora, sob pena de abrirmos um grave precedente disciplinar. E depois há aquele problema psicológico que parece ser uma constante no Benfica: por melhor que a situação seja, ao menor contratempo que soframos parece sempre que o céu nos vai desabar sobre a cabeça e as perspectivas catastróficas, normalmente acompanhadas de uma expressão do género 'Eu já vi este filme', abundam. Em relação ao jogo, aquilo que o Portinho fez foi entrar, conquistar o primeiro canto logo no primeiro minuto, na sequência do mesmo fazer um cabeceamento por cima, e depois defender, defender, defender e defender. Esse cabeceamento por cima acabou por ser o único remate que o Portinho fez em toda a partida. Quanto ao Benfica, começou com exactamente o onze que eu previa que alinhasse. A surpresa foi a colocação do Aursnes 'a fazer' de Rafa e o Chiquinho a jogar mais recuado, numa espécie de Enzo dos pobres. Eu (e presumo que quase toda a gente) esperaria o contrário. Com o Neres no banco, avançou para a titularidade o Draxler, sobre a esquerda, passando o João Mário mais para a direita. Gostei do nosso futebol. Apesar de termos pela frente uma equipa muito defensiva, achei que o jogo fluiu razoavelmente e conseguimos criar desequilíbrios suficientes na defesa adversária para criar diversas ocasiões de golo - normalmente o que me preocupa é quando não vejo a nossa equipa ter ideias sobre como desmontar um esquema ultra-defensivo. Chegámos ao golo cedo, logo aos nove minutos, num penálti convertido pelo João Mário. O lance nasce num alívio da defesa do Portinho que o António Silva devolveu de cabeça directamente para as costas da linha defensiva, aproveitando o Gonçalo Ramos para se isolar e depois foi derrubado pelo guarda-redes. O golo em nada mudou a estratégia do Portinho, e o Benfica continuou dono e senhor do jogo, beneficiando de mais um penálti aos dezassete minutos. Um lance completamente destrambelhado do defesa, que se deixou antecipar pelo Bah no momento em que ia aliviar a bola e acabou por lhe acertar um pontapé em cheio. Penálti claríssimo, e com alguma surpresa avançou o Aursnes para o marcar, permitindo a defesa ao guarda-redes Nakamura para canto. Isto foi o mote para a noite de desperdício e de grande acerto do guarda-redes adversário (também já começa a ser uma constante). Logo na sequência do pontapé de canto, o António Silva surgiu ao primeiro poste e cabeceou à barra. Depois, grande jogada em velocidade que envolveu o Aursnes e o Ramos, com o João Mário a surgir em boa posição na área para mais uma grande defesa do guarda-redes. Até ao intervalo, mais duas boas ocasiões do Ramos, duas do Florentino (o Portinho defendia tanto que até dava para o Florentino aparecer em zonas de finalização) e mais um penálti assinalado, que o VAR reverteu - nem sequer tive grandes esperanças porque do sítio onde estava na bancada deu para ver perfeitamente que não tinha havido mão na bola.
Segunda parte e mais do mesmo, embora a um ritmo um pouco menos intenso. Ocasiões de golo a surgir e a serem desperdiçadas por inspiração do guarda-redes ou por má finalização. Particularmente escandalosa foi a situação falhada pelo Gonçalo Ramos, depois de uma transição rápida na qual o António Silva colocou muito bem a bola nos pés do João Mário e este fez um cruzamento de pronto e milimétrico que foi encontrar o Gonçalo completamente sozinho bem no meio da área. De forma quase incompreensível, ele cabeceou ao lado. Um lance quase igual ao que ocorreu no final do jogo em Moreira de Cónegos, no qual o Florentino colocou a bola no Diogo Gonçalves e o desfecho foi exactamente o mesmo, mas isto faz-me pensar que estas jogadas não acontecem por acaso. O Benfica nunca desistiu de procurar o golo que colocaria um ponto final no jogo, até porque a postura do Portinho nem permitia outra atitude. Nem sequer incomodavam no ataque, e as únicas tentativas que faziam de vir para a frente eram sempre feitas da mesma forma: bola longa metida no matacão da frente, que se encostava ao defesa, abria os braços para o bloquear, e tentava segurar a bola à espera que chegasse alguém. Que raramente chegava. Desta vez o Roger Schmidt demorou algum tempo até finalmente mexer na equipa, e quando o fez, a treze minutos do final, já havia jogadores a dar sinal de cansaço. O primeiro a entrar foi, claro, o Musa para o lugar o Gonçalo Ramos. É quase um meme; faça chuva, faça sol, estejamos a ganhar por muitos ou por poucos, estejamos empatados ou a perder, entra sempre o Musa para nos presentear com os seus pormenores de fino recorte técnico. Juntamente com o Musa, entrou também o miúdo João Neves, que se foi encostar à esquerda no lugar previamente ocupado pelo Draxler. Pouco depois, já a menos de dez minutos do final, oportunidade para o regresso do Neres, que mesmo em tão pouco tempo ainda trouxe alguma dinâmica ao lado direito (nada contra o João Mário, que ele substituiu e que para mim foi dos melhores). E antes do final, depois de uma recuperação defensiva, o Chiquinho estoirou mesmo e acabou por provocar a entrada do Henrique Araújo, descendo o Aursnes para a sua posição natural no meio campo.
Acho que o João Mário foi dos melhores em campo. Gostei também do trabalho do Chiquinho numa posição mais recuada - foi até bastante melhor do que costuma ser quando joga mais adiantado - onde tentou emular as funções normalmente exercidas pelo Enzo, tentando (com sucesso) variações rápidas de flanco com passes longos e ocupando bem os espaços nas tarefas defensivas. Depois do desastre que foi em Braga, o Bah esteve bastante melhor neste jogo. O Gonçalo Ramos por um lado esteve bastante activo no ataque a trabalhar para a equipa e proporcionou diversas ocasiões de golo aos colegas, incluindo o penálti que decidiu o jogo. Por outro, esteve desastroso na finalização. Não gostei de ver o Aursnes naquela posição. Ele é pau para toda a obra e empenha-se sempre, mas parece-me um desperdício e passou longos períodos, sobretudo na segunda parte, praticamente desaparecido do jogo. Na segunda parte, pelo contrário, conseguimos ver um bocadinho do Draxler no jogo, que ao contrário do que lhe tem sido habitual não passou o tempo todo a esconder-se. Um jogador do nível dele não pode passar os noventa minutos sem arriscar um passe de ruptura (normalmente recebe a bola e acaba por passá-la para trás da forma mais segura possível) ou sem arriscar um duelo individual. Não é isso que se espera e exige, ele não pode ser apenas mais um, porque nesse caso então não está cá a fazer nada que outro mais barato também consiga fazer.
Esta vitória, apesar de magra, foi de extrema importância. Porque se calhar sou eu que estou a ser paranóico, mas eu sinto que o Benfica está a ser fortemente atacado, com o objectivo de inverter a actual situação na Liga o mais rapidamente possível. Quer-se passar a ideia de que o Benfica está em convulsão e sob pressão, enquanto que em quem vem (bem) atrás tudo é um mar de rosas. É um paradoxo que a imagem dada pela comunicação social é a de que a cada vitória de quem vem atrás o Benfica, que está tranquilamente no primeiro lugar e que mesmo que perca continuará no primeiro lugar, está sob pressão. Já quem está bem atrás, vai a cantar e a rir para os jogos e não tem pressão nenhuma. Até dizem à boca cheia e sem que ninguém se ria que vão ganhar tudo com toda a certeza. Se fosse o Benfica a dizer uma coisa dessas na mesma situação nem imagino o que seria. Aliás, se o Benfica dissesse isso mesmo na presente situação seria certamente acusado de arrogância e de estar a dar motivação aos adversários. O resultado está à vista, e esta noite foram os 'pressionadores' que encostaram no Jamor mesmo depois de uma parte inteira a jogar em superioridade numérica. Depois tivemos a notícia de que a Benfica SAD foi constituída arguida só porque sim, não se sabe porquê (mas uns génios da investigação, que certamente condenam veementemente a violação do segredo de justiça, de alguma forma já concluíram que se trata de um 'mega-processo de corrupção desportiva') convenientemente a uma semana de um jogo importante. Coincidência certamente. A resposta a isto só pode ser uma: ir para dentro do campo ganhar e calá-los, ou no mínimo deixá-los a falar sozinhos e a fazer figuras de urso.
P.S.- O Enzo Fernández portou-se muito mal no episódio da passagem de ano na Argentina e foi obviamente punido de acordo com o regulamento disciplinar do clube. Assunto encerrado. Continua a ser um activo importantíssimo do Benfica, quer financeira, quer desportivamente. Enquanto cá estiver temos é que tirar o máximo rendimento dele que for possível. Conversas sobre 'ir treinar para a equipa B' e afins só estão a fazer o trabalho de outros e é isso mesmo que eles querem e tentam fomentar através da comunicação social.
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