No acerto de calendário o Benfica deslocou-se a Barcelos e num jogo que dominou praticamente do princípio ao fim construiu um triunfo tranquilo e sem contestação, colando-se ao topo da tabela.
De realçar nas escolhas iniciais do Benfica a titularidade do Amdouni e, talvez a opção mais surpreendente, o Belotti na frente em vez do Pavlidis. O Di María regressou aos convocados e começou o jogo no banco, e o Schjelderup foi relegado para a bancada. O jogo resume-se a uma superioridade praticamente constante do Benfica desde o apito inicial. Não demorou sequer muito tempo para o Benfica ter uma ocasião flagrante de golo, logo aos três minutos, em que o Aursnes surgiu isolado sobre a direita mas deixou escapara um pouco a bola e quando finalizou já tinha o guarda-redes quase em cima, acabando por rematar contra o corpo deste. Praticamente na resposta o Gil Vicente teve a sua melhor ocasião em todo o jogo, quando o seu ponta-de-lança conseguiu arranjar espaço entre o António Silva e o Tomás Araújo e cabeceou completamente à vontade no centro da área, para uma boa defesa do Trubin. Mas esse lance foi uma excepção. A equipa do Benfica surgiu a jogar muito solta e com um ritmo elevado. Pressionámos alto e com eficácia e com uma grande reacção à perda de bola, o que significou que o Gil Vicente nunca conseguiu criar perigo em transições quando recuperava a bola, porque os nossos jogadores caíam imediatamente em cima do portador da bola e recuperavam-na rapidamente. Tinha perdoado à primeira, à segunda não repetiu e aos vinte e dois minutos o Aursnes marcou mesmo. O Bruma fugiu pela esquerda e colocou a bola rasteira na entrada da área, onde o norueguês surgiu vindo de trás e rematou rasteiro de primeira para o golo. O golo pouco mudou e o Benfica continuou a ter o controlo completo do jogo, embora ao contrário do habitual não tenhamos assistido a mais um festival de desperdício porque apesar da bola andar constantemente perto da área do Gil Vicente, nem me pareceu que tenhamos criado muitas ocasiões flagrantes de golo.
Era importante dar mais segurança ao resultado com um segundo golo, e no regresso do intervalo chegámos rapidamente a esse objectivo. Depois de uma falta sobre o Belotti a meio do meio campo do Gil Vicente, o Kökçü marcou o livre de forma relativamente rápida para a área. Pareceu-me que o Gil Vicente foi surpreendido com isto, porque o António Silva apareceu completamente sozinho sobre o lado esquerdo e colocou a bola de cabeça para a zona central, onde o Belotti apareceu embalado a cabecear para uma defesa por instinto do guarda-redes, acabando por entrar o italiano mais a bola para dentro da baliza. Foi um bocado atabalhoado mas o importante é que a bola entrou mesmo, e o Benfica ficou ainda mais seguro no jogo. O que aliás se notou nos instantes que se seguiram, em que me pareceu que foi notório que reduzimos o ritmo do jogo e o Gil Vicente até conseguiu respirar um pouco. Mas pelo menos aprendemos a lição de Vila do Conde e nunca deixámos que o adversário pudesse voltar a pegar num jogo em que nunca esteve por cima. Fizemos as primeiras duas substituições trocando o Amdouni e o Tomás Araújo (uma vez mais a sair com queixas físicas) pelo Aktürkoglu e pelo Dahl, que voltou a ter que jogar na direita. A cerca de quinze minutos do final fizemos duas outras alterações, trocando um visivelmente cansado Belotti pelo Pavlidis, e promovendo o regresso do Di María, que substituiu o Bruma. O Benfica voltou a acelerar e a vir mais para cima do adversário, porque os dois que entraram vieram com vontade de mostrar serviço, e nos minutos finais, já com o Renato no lugar do Kökçü, acabámos por chegar ao terceiro golo. Marcou o Di María com classe, num penálti assinalado sobre si mesmo, dando uma expressão adequada ao resultado já que a diferença entre as duas equipas neste jogo foi mesmo muito acentuada.
Acho que a escolha do Aursnes para homem do jogo foi justa, já que esteve a um bom nível. Aprecio o trabalho que o Belotti faz; não é um jogador tecnicamente muito evoluído, mas entrega-se sempre muito ao jogo e foi recompensado com um golo. Achei que foi um bom jogo para devolver confiança ao António Silva, que ainda conseguiu fazer uma assistência para golo. Só tenho pena que não tenhamos nesta altura um defesa direito a sério. O Tomás Araújo faz o que pode, mas nunca deixará de ser exactamente aquilo que é: um defesa central adaptado a lateral, com o problema adicional de agora estar com limitações físicas.
Temos uma fase final da liga bastante difícil, que consegue concentrar nessa fase praticamente todas as saídas mais complicadas que existem numa época da nossa liga, mas só dependemos de nós para chegar ao título. Acho que temos o melhor plantel, que nesta fase somos a equipa que se apresenta na melhor forma e ainda temos a vantagem de recebermos na Luz o principal adversário na luta pelo título, pelo que é legítimo sentirmo-nos confiantes. Não podemos é facilitar nada.
Os preciosos três pontos voltaram de Vila do Conde, mas a magra vitória por 3-2 é um resultado mentiroso. A produção ofensiva do Benfica e o domínio que teve durante a maior parte do jogo deveriam ter significado um passeio e uma goleada e em vez disso, e quase exclusivamente por culpa própria, fomos obrigados a suar para arrancar a vitória a dez minutos do final.
Entrando em campo com o onze esperado (apenas as alas mudaram em relação ao jogo em Barcelona, com o Amdouni e o Bruma a jogar nos lugares do Aktürkoglu e do Schjelderup), a primeira parte pode resumir-se de forma simples: foi um massacre por parte do Benfica. O jogo foi quase todo disputado junto à área do Rio Ave, que quase não conseguiu passar do meio campo e nem um remate fez à baliza. Da nossa parte, o habitual desperdício a começar praticamente desde o apito inicial e a fazer os nervos aumentar à medida que vemos a oportunidade para construir um resultado que dê tranquilidade a ser sucessivamente adiada. Gostei mesmo de ver a nossa equipa durante a primeira parte, pareceu-me muito solta, capaz de pressionar constantemente e em terrenos altos e com os jogadores em constante movimento. Só faltavam mesmo os golos, e o primeiro só surgiu à meia hora de jogo. Demasiado tarde para todas as ocasiões que o Benfica já tinha criado até então. Mas quando apareceu, foi mesmo um portento. O Kökçü recuperou uma bola aliviada pela defesa do Rio Ave, e a uns bons vinte e cinco metros da baliza fez um remate colocadíssimo, que colocou a bola no ângulo e sem qualquer hipótese de defesa para o guarda-redes. Antes disso, convém mencionar que o nosso amigo '5 Cents' na cabina do VAR já tinha deixado passar um penálti sobre o Amdouni, que seria difícil para o árbitro de campo ver mas que o VAR tinha a obrigação de ter assinalado, já que o suíço foi claramente pisado por um adversário numa bola dividida. Após o golo, nada mudou, o Benfica continuou claramente por cima e a ameaçar o segundo, que não conseguiu obter antes do intervalo e me deixava a desejar que este não fosse mais um daqueles jogos em que regressamos da pausa a jogar de forma completamente diferente e sofremos as consequências disso.
Não foi o que aconteceu. O Benfica voltou bem do intervalo (durante o qual deixámos o Tomás Araújo no balneário e veio o Barreiro no seu lugar, passando o Aursnes para a lateral direita) e continuou em cima do Rio Ave, acabando por chegar cedo ao segundo golo. Com seis minutos decorridos o Pavlidis baixou a cabeça e investiu pelo meio dos jogadores adversários e de alguma forma conseguiu progredir até à área adversária, onde foi rasteirado. Ele próprio converteu o penálti de forma indefensável, o que começa a ser uma imagem de marca. Bola colocada em força ao ângulo superior da baliza, que não daria qualquer possibilidade de defesa a nenhum guarda-redes, mesmo que adivinhasse o lado. Parecia portanto que estava tudo bem encaminhado para um fim de tarde tranquilo em Vila do Conde, mas nunca podemos subestimar a nossa capacidade para dar tiros nos próprios pés. Continuava o jogo completamente controlado e o Rio Ave com zero remates à nossa baliza, quando o Otamendi fez um mau passe na zona do meio campo que proporcionou um contra-ataque ao Rio Ave. Foi travado em falta pelo Florentino à entrada da área, e do livre resultante o Rio Ave chegou ao golo, num remate com muita força mas que aparentemente não causaria grande perigo, não fosse o facto da bola ter tabelado no Pavlidis na barreira e acabado por entrar, enganando o Trubin. Primeiro remate do Rio Ave à nossa baliza, primeiro golo. Foi aos sessenta e quatro minutos, e naturalmente isto motivou a equipa da casa, enquanto que se notou algum nervosismo da nossa parte. Dez minutos depois fizemos três substituições de uma vez (Renato, Aktürkoglu e Belotti nos lugares do Kökçü, Amdouni e Pavlidis) e imediatamente sofremos o empate. Ou melhor, oferecemos o empate. Mais um daqueles episódios da nossa saída de bola que insistimos em repetir, e sobre os quais já escrevi aqui antes. O guarda-redes colocar a bola directamente nos pés de um jogador à sua frente, que está de costas para o jogo e tem um adversário perto é estar a pedir para que aconteça alguma coisa má, porque a margem de erro é praticamente nula. O Trubin fez isso mesmo e o Florentino errou duas vezes: primeiro não controlou bem a bola enquanto se tentava virar para o jogo, e depois tentou corrigir fintando o adversário em vez de simplesmente aliviar a bola. Perdeu-a, o adversário ficou isolado, e o Rio Ave fez o segundo golo no segundo remate à nossa baliza. Felizmente a reacção foi boa (bem melhor do que quando sofremos o primeiro golo) e conseguimos voltar à vantagem no marcador cinco minutos depois, numa boa transição ofensiva. Muito mérito para o Belotti, que com uma recepção orientada deixou o seu marcador directo pelo caminho e depois soltou a bola na altura certa para o Aursnes, que subia sobre a direita. O norueguês viu bem a desmarcação do Aktürkoglu na zona central e colocou a bola para o turco contornar a saída do guarda-redes e colocar a bola na baliza, de ângulo apertado. E três minutos depois podíamos ter encerrado de vez com o assunto, quando o Barreiro deixou o Aktürkoglu completamente sozinho em frente ao guarda-redes, mas o desperdício voltou a mostrar-se e o remate acabou a embater no poste. Não voltámos a perder o controlo do jogo, e o Rio Ave não chegou sequer a voltar a ter qualquer aproximação perigosa à nossa baliza, acabando mesmo por ficar reduzido a dez na última jogada do encontro.
O Kökçü fez uma grande primeira parte, mas não parece ter gás para durar os noventa minutos. Gostei do Aursnes (como médio e como lateral) e do Carreras. O Aktürkoglu e o Belotti entraram bem e foram decisivos para a vitória. Mau jogo do Florentino, indelevelmente marcado pelo erro grosseiro que ofereceu o empate ao Rio Ave (embora também atribua responsabilidades ao passe do Trubin, porque embirro sempre com aquela opção de saída a jogar). Também o Bruma voltou a irritar-me durante o jogo, por continuar a insistir em complicar demasiado as jogadas.
Se continuarmos a insistir em complicar aquilo que pode ser tão fácil, vai ser uma caminhada muito complicada nas jornadas que restam até ao final do campeonato. Acima de tudo, é difícil de compreender que ainda não tenhamos conseguido melhorar o problema da falta de eficácia em frente à baliza, que nos atormenta desde o início da época e que já nos causou demasiados dissabores (em particular na Champions). E quando juntamos a isso os erros (individuais e colectivos) na defesa, tudo se torna ainda mais difícil. Felizmente tudo acabou bem hoje e continuamos a depender exclusivamente de nós próprios para chegar ao título de campeão.
Um jogo cinzento para nós, em coerência com o equipamento com que jogámos hoje em Barcelona, talvez um dos mais feios de que tenho memória de ver o Benfica utilizar. No final acabámos eliminados de uma forma mais ou menos previsível, já que se em dois jogos nos quais fomos melhores do que o Barcelona acabámos por perder ambos, então quando foram eles a estar melhor a probabilidade de ganharmos era pequena.
A equipa apresentada foi mais ou menos previsível, sendo a novidade o regresso do Florentino ao meio campo, com o Dahl a ir ocupar o lugar do ausente Carreras. Entrámos no jogo com vontade de pressionar alto, mas a qualidade dos jogadores do Barcelona permitiu-lhes lidar bem com isso e conseguir sempre encontrar jogadores soltos para sair a jogar, sendo até por vezes assustador o espaço que encontravam no nosso meio campo defensivo, em posições centrais. Depois as coisas seguiram um rumo quase natural. O Barcelona chegou cedo ao golo, logo aos onze minutos, e quando pouco antes já o Trubin lhes tinha negado o golo com uma boa defesa. O Yamal partiu os rins ao Florentino à entrada da área e colocou a bola na esquerda, onde o Raphinha apareceu sozinho para marcar. O Benfica teve a felicidade de responder de imediato, marcando no primeiro remate que fez. Na sequência de um canto do Schjelderup na esquerda do ataque, o Otamendi apareceu sozinho ao segundo poste para cabecear a bola depois de um ligeiro desvio de um defesa do Barcelona. Mas o Barcelona controlava o jogo com alguma facilidade, e depois de algumas ameaças voltou a colocar-se em vantagem aos vinte e sete minutos, num remate cruzado do Yamal à entrada da área. Nem sei se a intenção dele era rematar mesmo ou colocar a bola na área, mas o resultado foi mesmo um grande golo sem qualquer possibilidade de defesa para o Trubin. Nós saíamos pouco para o ataque, e quando o fazíamos voltávamos a mostrar muitos dos defeitos que temos. Um é estarmos constantemente a ser apanhados em fora-de-jogo. A outra, é a irritante cerimónia em rematar à baliza. Raramente um jogador nosso remata de primeira, dá sempre mais um toque na bola para a ajeitar e depois quando remata já tem um defesa em cima, ou então passa a responsabilidade a um colega. Foi assim que, a três minutos do intervalo, sofremos o terceiro golo. Tendo nós a bola no ataque, conseguimos andar a trocá-la com toques curtos entre uns três jogadores perto da meia lua sem que ninguém rematasse e o Barcelona recuperou a bola, contra-atacou (em superioridade numérica) e segundos depois tinha o Raphinha a colocar a bola outra vez no fundo da baliza. A eliminatória ficou praticamente resolvida e na segunda parte o Barcelona foi progressivamente reduzindo a intensidade, de forma que o Benfica foi conseguindo ter cada vez mais bola e nos últimos vinte minutos até teve quase em exclusivo a iniciativa do jogo, acabando em cima do Barcelona com sucessivos pontapés de canto a seu favor. Mas nunca me pareceu que o Barcelona tivesse o jogo fora do seu controlo. Quando conseguimos criar situações de perigo, os mesmos defeitos já referidos. Cerimónia na finalização ou má finalização mesmo - é difícil perceber como é que o Amdouni, aparecendo completamente solto ao segundo poste (após cruzamento do Otamendi(!)) conseguiu cabecear de forma a não marcar golo, por exemplo - e foras-de-jogo sucessivos, que inclusivamente invalidaram um golo do Aursnes.
Acho que só consigo pensar no Otamendi para destacar, a larguíssima distância de qualquer outro jogador nosso. Limpou tudo o que podia, empurrou a equipa para a frente, fez diversos passes longos de qualidade e ainda marcou o nosso golo. Era difícil pedir-lhe mais. Sentiu-se bastante a falta do Carreras na esquerda, e acho que mais uma vez ficou evidente que o Tomás Araújo faz o que pode a lateral, mas para jogos deste nível não chega, e faz-nos falta um verdadeiro lateral direito. Ele esteve aliás directamente envolvido nos três golos sofridos, perdendo a marcação ao Raphinha por duas vezes no primeiro e terceiro golos, e sendo batido pelo Yamal no segundo golo. Os dois turcos foram fantasmas em campo, fizeram pouco ou nada - eu cheguei honestamente a esquecer-me que o Kökçü estava em campo. Não sei se o Ramadão terá alguma coisa a ver com o assunto, mas se calhar seria melhor não apostarmos demasiado neles até ao final do mês.
Acho que foi uma prestação positiva na Champions. Teria sido bom chegar ainda mais longe, mas o adversário era mais forte, e o nosso destino ficou demasiado condicionado ao não termos conseguido aproveitar as condições favoráveis na primeira mão para construirmos alguma vantagem para levar a Barcelona. Não tenho nada a apontar à atitude da equipa num todo, acho que os jogadores tentaram e deram o que tinham, simplesmente o adversário foi melhor e mais forte. Agora é recuperar do desgaste e lutar pelas competições que nos faltam. Parabéns aos nossos adeptos que acompanharam a equipa em Barcelona, cujo apoio nunca deixei de ouvir durante os noventa minutos.
Em modo de poupança para Barcelona vencemos com facilidade o Nacional, num jogo que poderia já estar resolvido ao intervalo mas em que por termos demorado demasiado a chegar ao terceiro golo, fomos mantendo acesa a chama do Nacional.
Seis alterações no onze: Samuel Soares na baliza, Leandro Santos, Dahl, Bruma, Amdouni e Belotti foram chamados à titularidade, mantendo-se a dupla de centrais e do meio campo, mais o Carreras. O Nacional veio jogar à Luz numa estratégia bastante arriscada, com a linha de defesa muito subida, e tirando partido disso o Benfica foi capaz de criar várias situações perigosas com lançamentos para as costas da defesa, sobretudo para as desmarcações do Bruma e do Belotti. O primeiro golo apareceu logo aos cinco minutos, e já depois de uma boa situação do Bruma um par de minutos antes, numa recuperação adiantada da bola por parte do Dahl, que depois até definiu mal a jogada já dentro da área mas a bola acabou por sobrar para o remate do Amdouni. Depois disto, começou o espectáculo à parte dado pelo guarda-redes do Nacional, que foi negando o golo ao Benfica por diversas ocasiões, já que o Nacional não desistia de jogar no risco e continuava a ser sucessivamente batido em velocidade com bolas metidas no muito espaço que existia nas costas da sua linha defensiva. O Amdouni destacava-se nesta altura e por duas vezes viu o guarda-redes negar-lhe o segundo golo. Na segunda delas, numa recarga a um primeiro remate do Belotti, apesar da grande defesa do guarda-redes achei que poderia ter colocado mais a bola, já que teve tempo e espaço para isso, em vez de rematar em força mas quase à figura. Aos dezanove minutos, mais uma bola longa colocada nas costas da defesa do Nacional (pelo Carreras) isolou o Bruma e o Belotti, e depois do passe do primeiro para o segundo em posição frontal, o italiano falhou o remate mas foi tocado por um adversário na área. Penálti para o Benfica, que o árbitro manteve mesmo após chamado pelo VAR a rever o lance, e o Kökçü converteu sem dar hipóteses - bola para um lado e guarda-redes para o outro. Depois disso o Nacional teve uma grande ocasião para marcar, que só não foi convertida porque o Carreras conseguiu bloquear o remate. Continuou entretanto o duelo particular entre o Benfica e o guarda-redes Lucas França, que defendeu remates do Kökçü, Aursnes e Belotti, sendo este último uma ocasião flagrante, na qual o italiano foi deixado em frente à baliza com um passe fantástico de primeira do Kökçü, na área. E depois de tanto desperdício, arriscámo-nos a ir para o intervalo apenas com um golo de vantagem: o VAR detectou um penálti cometido pelo António Silva, mas o Samuel Soares respondeu à altura e parou o penálti com uma grande defesa.
A segunda parte começou com mais uma grande oportunidade para o Benfica, na qual o Bruma, desmarcado pelo Amdouni, rematou de forma a levar a bola a bater na parte de fora do poste. Nestes minutos iniciais ainda voltámos a colocar a bola na baliza do Nacional, no que seria um golo fabuloso do Dahl, num remate de primeira de pé direito de fora da área, mas o Bruma estava em fora de jogo no início da jogada e o lance foi devidamente invalidado. A resposta do Nacional foi uma enorme ocasião de golo, na qual o seu avançado, isolado a dois ou três metros da linha de golo, fez-se à bola de forma atabalhoada e acabou por atirar ao lado. Mas à medida que o relógio foi avançando ficou a sensação de que o Benfica foi começando a pensar cada vez mais no jogo em Barcelona e a reduzir a intensidade, permitindo ao Nacional cada vez mais posse de bola e espaço. Só quando a pouco mais de vinte minutos do final fizemos quatro substituições em simultâneo (entraram Barreiro, Aktürkoglu, Pavlidis e Renato, saíram Kökçü, Amdouni, Belotti e Dahl) é que voltámos a ter o jogo mais controlado e criámos mais ocasiões para marcar. Um bom trabalho do Pavlidis na área que não deu golo porque um defesa do Nacional conseguiu um corte de carrinho no limite, e já com o Schjelderup no lugar do Bruma, um passe deste proporcionou uma boa ocasião ao Barreiro, de cabeça, que mais uma vez o guarda-redes do Nacional negou. Chegados ao tempo de compensação, novo penálti 'de VAR', com este a detectar um toque com a mão de um defesa do Nacional numa nova tentativa de cabeceamento do Barreiro. Desta vez foi o Pavlidis a marcá-lo, e também ele o marcou de forma exemplar, colocando a bola no ângulo superior e com o guarda-redes mais uma vez a cair para o outro lado.
O Amdouni aproveitou a titularidade e foi um dos jogadores em destaque durante a primeira parte. Depois na segunda foi perdendo gás e foi bem substituído. O Otamendi fez mais uma exibição muito boa, ganhando quase todos os duelos e recuperando diversas bolas em antecipação. Gostei também do Kökçü, do Carreras e do Samu. Achei que o Bruma complicou demasiado as jogadas e esteve demasiadas vezes mal na definição: foram várias as vezes em que recebeu a bola em situações em que estávamos praticamente em igualdade numérica com a defesa, e ele acabou por complicar e as jogadas perderam-se. Gostaria também que o Leandro fosse mais atrevido, já que o vi muitas vezes ganhar a linha de fundo e, em boa situação para cruzar, optou por travar a jogada e fazer um passe atrasado.
Mais uma vez, e a exemplo do que temos feito recentemente nestas situações, fizemos uma boa rotação da equipa e conseguimos resolver com relativa tranquilidade o jogo, gerindo o esforço para o compromisso europeu. É reconfortante saber que temos opções suficientes no plantel para nos permitirmos fazer este tipo de gestão.
Mais um jogo com o Barcelona a deixar um sabor amargo. Mas ao contrário do jogo anterior, só podemos mesmo queixar-nos de nós próprios: não conseguimos materializar a domínio territorial e oportunidades criadas em golos, e ainda acabámos, num erro individual, por oferecer a vitória ao adversário.
Trocando no onze o Dahl pelo Barreiro voltámos a um mais tradicional 433, tendo o Schjelderuo também regressado à titularidade. O Benfica entrou no jogo a todo o gás, criando logo uma enorme ocasião de golo com ainda nem vinte segundos jogados, mas o Szczesny começou logo a sua noite inspirada com uma grande defesa ao remate cruzado do Aktürkoglu. Logo a seguir foi o Barreiro a atirar para fora em boa posição, e a resposta do Barcelona veio de imediato. Primeiro foi o Olmo, sozinho em posição frontal da área, a atirar ao lado, depois foi o Trubin, com duas defesas fantásticas, a negar o golo a um primeiro remate do Olmo e à recarga do Lewandowski, com a bola depois a morrer nas suas mãos quando o Yamal ainda tentou mais uma recarga. O Barcelona nesta altura já tinha tomado conta do jogo, instalando-se no nosso meio campo e trocando a bola com segurança, conseguindo recuperá-la com relativa facilidade sempre que a perdia. Mas aos vinte minutos o Pavlidis arrancou no círculo central e conseguiu ganhar em velocidade e força aos vários jogadores do Barcelona que o rodeavam, acabando derrubado à entrada da área pelo Cubarsi. Como já não tinha ninguém entre ele e a baliza, o defesa do Barcelona viu o natural cartão vermelho e o jogo mudou completamente. O Barcelona baixou linhas e passou a apostar no contra-ataque, enquanto o Benfica passou a ter muito mais bola e o jogo mudou-se para o meio campo dos catalães. O Barcelona praticamente deixou de criar ocasiões de golo, mas o Benfica também não conseguiu criar muitas situações flagrantes, apesar do elevado número de vezes que conseguimos levar a bola até à área do Barcelona. Acho que me ficou na memória apenas um cabeceamento do Aktürkoglu, para mais uma defesa por instinto do Szczesny.
A segunda parte foi mais ou menos um monólogo da parte do Benfica. Muita bola, muitos ataques, pouca produtividade, ou por má finalização, ou por má definição. Começámos a explorar mais o lado esquerdo, onde o Schjelderup jogava bem encostado à linha, e só o norueguês deve ter oferecido umas três ou quatro bolas que mereciam e deviam ter tido melhor conclusão na área, mas os remates saíram quase sempre fracos ou à figura do guarda-redes do Barcelona. Do outro lado, notou-se bem a ausência de um lateral direito de raiz que pudesse dar a largura e profundidade necessárias para desposicionar uma equipa em inferioridade numérica. O Tomás Araújo é central e não possui essas características, e acho que isso se tornou de tal forma evidente que a nossa primeira substituição foi mesmo para trocá-lo pelo Dahl. Mesmo sendo canhoto, tem rotinas de lateral e achei que o Benfica ganhou com a troca. Infelizmente, pouco depois da sua entrada sofremos o golo. Sem pressão, numa saída para o ataque o António Silva fez um mau passe na direcção do Carreras, que acabou por colocar a bola nos pés do Raphinha. Em teoria a situação nem era de muito perigo, porque ele estava sozinho e a defesa fechou imediatamente. Sem mais opções, ele optou pelo remate a uns vinte e cinco metros da baliza, tendo a felicidade de ver a bola passar entre as pernas do Otamendi e desviar muito ligeiramente nele, o suficiente para fazer a bola entrar colocadíssima junto à base do poste. Um balde de água fria e um golo que o Barcelona definitivamente não merecia naquela altura. O Benfica continuou a tentar, sem grande sucesso, chegar ao golo. Voltámos pouco depois a apostar nos dois avançados, com a entrada do Belotti, mas isso pouco ou nada mudou. Nos minutos finais assistimos a mais um regresso do Renato Sanches, que eu até achei que veio dar alguma necessária dinâmica ao meio campo (ainda teve um bom remate, para mais uma defesa do guarda-redes) e ainda houve um lance em que foi assinalado penálti sobre o Belotti, mas que acabou anulado por um fora-de-jogo milimétrico ao italiano. Acabámos o jogo instalados na área do Barcelona, com pontapés de canto sucessivos, mas sempre sem qualquer sucesso.
Acho que o Otamendi terá sido um dos melhores do Benfica, e um dos responsáveis por se ter visto muito pouco do Lewandowski. O Aktürkoglu esteve muito em jogo, tal como o Aursnes, e o Pavlidis lutou bastante, mas desta vez esteve sempre longe de conseguir acertar com a baliza.
A eliminatória já seria sempre muito difícil, e depois deste resultado ainda mais complicada ficou. Não está fechada ainda, mas oportunidades destas para vencer o Barcelona não se podem desperdiçar. Tem sido a sina do Benfica na Champions, em especial nos jogos em casa. Cometemos demasiados erros, e a este nível pagamos quase sempre caro por isso.
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