Não é uma modalidade que me diga grande coisa - aliás, raramente consigo ver um jogo porque a acho demasiado irritante. Mas gostei da atitude e da perseverança que lhes valeram o título e o interromper da hegemonia do Sporting e do treinador mais fanfarrão que existe. Uma atitude que ultimamente parece andar demasiado arredia das nossas modalidades. Depois de todas as críticas que sofreram durante a época, e da parte dos próprios benfiquistas, parabéns pela vitória, sobretudo ao treinador que a conseguiu na sua primeira época em Portugal. No balanço das modalidades masculinas (das femininas foi o expectável e só não fizemos o pleno por causa da anormalidade precisamente no futsal) perdemos um título que eu achava que tínhamos grandes probabilidades de conquistar (vólei), e vencemos este cujas possibilidades eu considerava remotas. No basquetebol éramos os mais fortes e confirmámos as expectativas, no andebol como habitualmente nem contámos, e o hóquei foi mesmo aquela que mais me custou, porque tenho poucas dúvidas de que temos o melhor plantel.
Foi uma triste despedida do Mundial de Clubes. Um jogo muito fraco que de forma inesperada conseguimos levar para o prolongamento, onde depois caímos com estrondo.
Acho que nem consigo pensar em nada de positivo para dizer sobre o jogo. Foi uma exibição mais do que cinzenta por parte do Benfica, sem ritmo e sem aparente ambição, completamente remetido à defesa durante quase todo o jogo. Não foi só a mim que o jogo fez lembrar outra exibição deste calibre esta época, aquela que realizámos em Munique frente ao Bayern para a Champions. O Trubin e a defesa foram prolongando o empate perante o assalto do Chelsea, sem que o Benfica esboçasse qualquer assomo de resposta no ataque, até que na segunda parte foi mesmo o Trubin a falhar. Num livre lateral foi surpreendido com um remate colocado ao poste mais próximo, quando antecipava o cruzamento. Depois, a cinco minutos do final tivemos mais um episódio de uma longa interrupção de um jogo devido ao clima, que neste caso se prolongou por mais de duas horas. No regresso para jogar o pouco tempo que faltava, e com alguns miúdos entretanto metidos na equipa (Gouveia e Veloso) lá mostrámos alguma vida e acabámos por beneficiar de um penálti já em tempo de compensação, por mão na bola. E assim, no primeiro remate que fizemos à baliza em todo o jogo, conseguimos o empate e o prolongamento. No início deste, o Prestianni (entrou durante a segunda parte e teve uma exibição desastrosa) foi logo expulso com um segundo amarelo e se ainda resistimos na primeira parte do prolongamento, na segunda não tivemos qualquer hipótese. Assim que sofremos o segundo golo (novamente com responsabilidades do Trubin ao não defender com segurança um remate aparentemente fácil, depois de mais uma perda de bola na construção) tivemos que arriscar mais e ficámos completamente expostos, acabando por sofrer mais dois golos. Foi a nossa despedida do torneio, e também a despedida do Di María do Benfica, que efectuou o último jogo com a nossa camisola.
Uma vitória histórica, por ter sido a primeira (oficial), sobre o Bayern permitiu ao Benfica vencer o seu grupo e qualificar-se para a fase a eliminar do Mundial de Clubes.
Uma boa primeira parte perante um Bayern inconsequente, que teve sempre mais posse de bola mas praticamente nunca criou incómodo ao nosso guarda-redes. O Benfica conseguiu aproveitar bem algumas ocasiões para sair para o ataque e numa delas, ainda numa fase inicial do jogo, colocou-se em vantagem. Um golo norueguês que nasceu numa transição sempre em progressão desde a esquerda da nossa defesa até à direita do nosso ataque, onde o Aursnes fez o cruzamento rasteiro para o remate também rasteiro com sucesso do Schjelderup. Antes, já o Di María tinha estado perto de marcar. Teria sido bom se a segunda parte fosse um prolongamento da primeira, mas era obviamente esperada a reacção do Bayern, a quem um empate bastaria para ficar em primeiro. Ao intervalo entraram o Kimmich, Olise e Kane, e o Benfica foi de imediato submetido a uma pressão bastante forte, com o Olise a causar bastantes problemas já que o Bayern insistia sobretudo sobre o nosso lado esquerdo. Começou então a sobressair o Trubin, que iniciou o seu espectáculo particular ao defender uma ocasião em que o Sané lhe apareceu completamente isolado à frente. O banco do Benfica reagiu à pressão cada vez mais intensa do Bayern fazendo duas trocas, entrando os dois turcos para os lugares do Schjelderup e do Prestianni, sendo claro que um dos objectivos do Aktürkoglu seria ajudar o Dahl na esquerda perante as constantes investidas do Olise. Mas foi dele também o primeiro sinal de resposta à pressão alemã, com um remate em boa posição que saiu demasiado à figura do Neuer. O Basyern continuou a carregar, teve um golo anulado ao Kimmich, mas depois da pausa para hidratação a pressão já não foi tão sufocante. Ainda assim os alemães criaram mais ocasiões flagrantes de golo, às quais o Trubin continuou a opor-se de forma intransponível. Fez uma defesa quase impossível a um remate à queima roupa, e voltou a evitar o golo ao Sané isolado. Acabámos o jogo com uma linha de cinco defesas, com a entrada do Bajrami, e a equipa pareceu-me ter ficado bem organizada nessa disposição táctica. O melhor em campo foi obviamente o Trubin, mas achei que o António Silva também fez um grande jogo. Acho que o mínimo exigível nesta competição já está conseguido - teria sido lamentável sermos eliminados por um Boca Juniors com tão pouco futebol, que hoje nem sequer conseguiu vencer os amadores neozelandeses.
Uma goleada frente a uma equipa amadora num jogo com um intervalo que durou mais de duas horas e que se calhar poderia ter sido mais dilatada, não fosse uma primeira parte bastante desinspirada que resultou numa diferença mínima ao intervalo. Infelizmente, o jogo fica indelevelmente marcado pela cena feia da discussão entre o Kökçü e o Bruno Lage.
Não se esperava mais deste jogo que não ver quantos golos conseguiria marcar o Benfica, porque esse deverá ser o factor decisivo para o desempate com o Boca. E de facto, os amadores neozelandeses mostraram o nível esperado. Já o Benfica, que apresentou como principal novidade a titularidade do Prestianni, na primeira parte mostrou também aquilo que tantas vezes mostrou durante esta época: que temos sempre dificuldades em desmontar qualquer equipa que consiga fechar-se atrás de forma minimamente organizada (se bem que neste caso eles nem sequer me pareceram particularmente organizados). Foi uma primeira parte geralmente fraca por parte do Benfica, lenta, a afunilar o jogo e constantemente à procura de meter a bola nos pés do Di María para ele depois fazer o que normalmente faz - vir para dentro e passar a bola para o meio, ou então tentar colocá-a na área. Apenas nos minutos finais da primeira parte vi algumas melhoras no nosso jogo, mas nessa altura apareceu o guarda-redes do Auckland a manter o resultado a zeros, acabando por se desfazer o nulo apenas na última jogada, num penálti sobre o Prestianni que o Di María converteu. Depois do longuíssimo intervalo devido ao mau tempo o Benfica regressou com o Dahl no lugar do Carreras e entrou mal na segunda parte, permitindo até que o Auckland City fizesse o seu único remate no jogo, mas depois de uns primeiros minutos titubeantes voltámos a pegar no jogo e o Pavlidis, numa rara ocasião até então em que conseguimos entrar pelo meio, livrou-se do seu marcador e fez o segundo golo. A melhor fase do Benfica no jogo estava reservada para a última meia hora e coincidiu com a substituição dos dois turcos, para as entradas do Renato e do Schjelderup. Foi no entanto feio ver o Kökçü a revelar bastante insatisfação pela substituição, mas quis o destino que apenas dois minutos depois de ter entrado o Renato chegasse ao golo, num remate à entrada da área que desviou num defesa adversário. Se o turco tinha estado mal no momento da substituição, pior ainda esteve o Bruno Lage agora. Voltou-se para o Kökçü para comentar qualquer coisa em tom acusatório, como que a sentir-se justificado pela substituição e o turco reagiu imediatamente, sendo necessário segurarem-no para não abandonar o banco, havendo uma troca de palavras entre os dois que não deverá ter sido nada amigável. Para mim, um muito mau exemplo de liderança da parte do nosso treinador. Voltando ao jogo, a verdade é que a equipa melhorou bastante com as substituições (a entrada do Renato fez a equipa passar a jogar mais subida e ser capaz de recuperar a bola em posições mais adiantadas) e se calhar também aproveitando o progressivo cansaço do adversário encostou-os ainda mais à baliza, assistindo-se então ao avolumar do resultado - as posteriores trocas do Aursnes e do Prestianni pelo Tiago Gouveia e o João Rego também foram positivas. Dois golos do Leandro Barreiro e mais um penálti do Di María mesmo a fechar o jogo (depois de falta sobre si próprio) deixaram o marcador na meia-dúzia, e a mim a pensar que afinal nem teria sido assim tão difícil igualar o resultado do Bayern, caso tivéssemos feito uma primeira parte melhor.
Na estreia no Mundial de Clubes, voltámos a apresentar um número clássico do nosso repertório: como não vencer uma equipa que nos é inferior. O resgate de um empate num jogo que chegou a parecer irremediavelmente perdido acabou por ser assim um mal menor.
Fizemos um jogo muito sofrível, no qual entrámos bem perante um Boca a jogar nos limites da agressividade, mas depois sacámos da cartola outro clássico - sofrer um golo na primeira vez que o adversário se aproxima da nossa baliza - e acusámo-lo tanto que ao segundo remate que o Boca fez à nossa baliza, marcou o segundo golo. Com uma equipa completamente desconjuntada em campo e com um futebol sem nexo (por exemplo, a aposta em dois canhotos para jogar à direita foi, sem surpresa, um completo disparate) ainda conseguimos reduzir em período de descontos num penálti do Di María, após falta sobre o Otamendi, e assim mantermo-nos vivos no jogo. Na segunda parte, apesar de ao intervalo termos ouvido um membro da equipa técnica dizer que tínhamos que ganhar mais duelos, a opção foi retirar um elemento do meio campo e colocar um segundo ponta de lança (Belotti), procedendo depois para a óbvia estratégia de nunca conseguir fazer a bola chegar até às zonas de finalização. O Boca entretanto levou o jogo para um cenário típico do campeonato argentino (o que obviamente só os favorecia) e a nossa equipa foi de forma muito inteligente na cantiga, alinhando nas quezílias constantes, entrando em discussões e empurrões parvos que só permitiam manter o jogo constantemente interrompido. Neste cenário típico de futebol sul-americano estávamos obviamente em desvantagem por falta de hábito e o Belotti conseguiu ser expulso depois de levantar o pé de forma a acertar na cabeça de um adversário (fez mal, se tivesse esperado que o adversário caísse para depois lhe pisar a cabeça já não lhe teria acontecido nada) deixando-nos reduzidos a dez perante uma equipa que nesta altura apenas estava interessada em que não se jogasse mais. Ainda assim a seis minutos do final conseguimos arrancar o golo do empate, numa boa entrada de cabeça do Otamendi ao primeiro poste após um canto marcado pelo entretanto entrado Kökçü. Os argentinos viram a sua estratégia desmontada e acabaram por ser eles a ter um jogador expulso logo a seguir, após ter tentado arrancar uma perna ao Florentino. Depois, quando nos instantes finais do jogo parecíamos estar novamente por cima, o árbitro deve ter decidido que estava farto de um espectáculo tão mau e deu um tempo de compensação demasiado escasso para as infindáveis interrupções que o jogo sofreu durante a segunda parte. O homem do jogo é obviamente o Otamendi.
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