Hoje a sorte do jogo sorriu-nos, já que conseguimos a vitória mesmo ao cair do pano, num jogo que terá sido, na minha opinião, o mais fraco que vi a nossa equipa fazer esta época. Fica o mérito de nunca terem desistido, de terem lutado até ao fim, mas esperava maior capacidade da nossa equipa para se libertar do espartilho que foi armado pelo Vitória. Mas é também com vitórias em jogos destes que se pode chegar a campeão.
No onze inicial a única alteração em relação ao jogo contra o Vorskla foi a entrada do Ramires para o lugar do Coentrão. Apesar da boa exibição do Coentrão no último jogo, era uma alteração esperada, já que num jogo destes o Ramires poderia dar mais força ao meio campo e maior capacidade de recuperação de bolas. O Benfica pareceu entrar no jogo com vontade de pressionar e assumir o controlo, mas após alguns minutos o Vitória soube suster o nosso ímpeto e equilibrar a partdia. Bastaram estes primeiros minutos para nos apercebermos que isto seria um jogo complicado para nós. Isto porque jogadores como o Saviola ou o Aimar não pareciam estar nos seus dias, mostrando-se muito mais estáticos do que o habitual. O Benfica ainda introduziu a bola na baliza adversária pouco depois do primeiro quarto de hora, num cabeceamento do Cardozo a centro do Shaffer, mas o golo foi bem anulado por fora-de-jogo. As coisas definitivamente não funcionavam hoje, já que a meio campo eram demasiados os passes falhados, mesmo quando eram daqueles passes curtos aparentemente fáceis. Por isso não nos foi possível ver aquele futebol que vinha sendo habitual esta época. A grande excepção foi uma jogada entre o Di María e o Aimar, com este último a ficar isolado e a permitir a defesa ao guarda-redes. O nulo ao intervalo apenas confirmava as dificuldades que se previam.
A segunda parte foi ainda mais preocupante, porque o Benfica pareceu ainda mais preso de movimentos e controlado pelo Vitória. As trocas saídas do Saviola e do Aimar não ajudaram muito. Embora estivessem ambos a jogar abaixo do exigível, com as suas saídas perdemos ainda mais mobilidade, pese o esforço do Coentrão que, mais uma vez, entrou bem no jogo. Mas ao fim de um quarto de hora, caído do céu, surgiu um penálti a nosso favor. Foi tão evidente que nem sequer o Pedro Proença conseguiu não o apitar, só que o Cardozo, apesar de o ter marcado em força, voltou a marcar mal (rematou rasteiro para o meio da baliza), e as dificuldades acentuaram-se. A expulsão do Meireles (viu o segundo amarelo no lance do penálti) alterou o figurino do jogo. O Vitória acantonou-se no seu meio campo, procurando sair rapidamente para o contra-ataque, sobretudo através do Assis e do Targino. E o Benfica não soube tirar partido da superioridade numérica. Em vez de fazermos o óbvio, que era circular a bola em velocidade para criar espaços (o que, diga-se de passagem, face à qualidade de passe hoje evidenciada pela nossa equipa seria difícil), irritantemente optámos sobretudo pelos passes longos (em especial feitos pelos dois centrais), o que só beneficiava os dez jogadores do Vitória acantonados no seu meio campo. E só não sofremos um golo porque, após uma defesa incompleta do Quim e um ressalto feliz no Targino, a bola bateu no poste e, pouco depois, foi um corte do David Luiz a impedir o mesmo Targino de marcar. Quando já tudo apontava para um empate, o talismã Coentrão apontou um livre sobre a esquerda, e o Ramires surgiu completamente livre de marcação na área para de cabeça dar-nos a sofrida vitória.
Conforme disse anteriormente, este foi para mim o jogo menos conseguido que fizemos esta época. Muitos dos nossos jogadores mais importantes estiveram bastante abaixo do seu normal. Aimar e Saviola já foram mencionados, mas o Cardozo também esteve apagadíssimo. Com a agravante de ter falhado mais um penálti. O Keirrison não trouxe absolutamente nada de novo ao nosso jogo. O Di María não esteve particularmente inspirado, mas pelo menos louve-se o facto de nunca ter deixado de tentar, não se ter escondido e ter sempre procurado a bola. O Coentrão teve uma boa entrada, como vem sendo costume. David Luiz o melhor na defesa. O mais regular, e aquele que se exibiu a um nível mais aceitável (e mesmo que não tivesse marcado o golo, provavelmente diria o mesmo) foi o Ramires.
Jogando melhor ou pior, mais ou menos sofridamente, o mais importante foi conseguido, que foi a vitória num campo difícil. Foi preciso sorte, é certo, e tivemo-la sobretudo por termos conseguido marcar na altura em que o fizemos. Ela faltou-nos a semana passada, e conforme disse, não podemos ter sempre azar. Desta vez calhou-nos a nós.
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