Quarta-feira, 11 de Novembro de 2009
Uma vez que não tenho tendências homossexuais ("not that there is anything wrong about that!"), peço que os jogadores do Benfica se abstenham de voltar a incorrer em semelhantes episódios lesa-coração, passíveis que são de me colocar a fazer figuras (ainda) menos consentâneas com um trintão que tem uma postura a todos os títulos irrepreensíveis, jogos do Benfica excluídos.
Brincadeiras à parte, foi de facto uma 2ª feira muito sofrida. Depois dos resultados do fim de semana, que pareceu ter sido feito à medida dos nossos interesses, seria muito mau se não conseguíssemos beneficiar dos desaires dos nossos rivais obtendo os 3 pontos contra uma das mais fracas equipas da Liga. Parece-me a mim, e esta opinião é muito pessoal porque como pude constatar no intervalo do jogo em conversa com alguns companheiros de blogue ela (a opinião) estava longe de ser consensual, que entramos em jogo a pensar que mais cedo ou mais tarde iríamos marcar o primeiro golo e que a este outros se seguiriam. Não contaríamos provavelmente com a estoica oposição do adversário bem como com um adversário dentro do adversário, o guarda-redes, que fez uma exibição a todos os títulos notável. Fez mesmo uma das melhores defesas que já vi um guarda-redes fazer, aquela na sequência de uma cabeçada de cima para baixo, como mandam as regras, do Javi Garcia.
Aceito que me digam que a exibição do guarda-redes e também algum azar (bola no poste de Saviola) acabam por explicar a falibilidade do meu argumento inicial, de que entramos com pouca intensidade no jogo, mas em minha defesa sempre recordo que a maior parte dos lances, senão a sua totalidade, surgiram na sequência de lances de bola parada. Longe de querer insinuar que os lances de bola parada não contam para as estatísticas ou que são merecedores de menores elogios para quem os aproveita, penso ser irrefutável que não são demonstrativos de dinâmica ofensiva, essa sim responsável pela criação de oportunidades de golo em lances de bola corrida.
Seja como for, os 3 pontos acabaram mesmo por vir parar ao nosso cesto e gostava de elogiar aquilo que é de elogiar, até porque fiquei convencido com a explicação que Jorge Jesus deu no final do jogo para explicar a tal falta de dinâmica: o facto de termos disputado 3 jogos, basicamente com os mesmos jogadores, em 8 dias. E o que quero eu elogiar? O sentimento que perspassa dos jogadores para o público e/ou vice-versa esta época. Às tantas parecemos um só, com o mesmo sentimento, levar o Benfica de volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído. Vi por exemplo um Ruben Amorim a colocar as mãos na cabeça e a ficar desesperado depois da enésima defesa do guarda-redes navalista, sofrendo como eu estava a sofrer, quase como que se de um adepto se tratasse (eu disse "quase"?!?); eu vi o mesmo Ruben Amorim abraçar Javi Garcia já após o apito final do árbitro e feitas que estavam as despedidas do público da mesma forma que eu o teria feito se tivesse o privilégio de estar no relvado; eu vi David Luiz realizar uma exibição PORTENTOSA (perdoem-me o grito), puxando pela equipa, empurrando um adversário que estava a atrasar a saída de campo, antecipando-se vezes sem conta aos avançados e saíndo de imediato para o ataque, puxando pelas bancadas quando tudo parecia perdido (ou empatado que viria quase a dar ao mesmo), sendo enfim mais uma extensão de mim próprio em pleno relvado da Luz; eu vi um espanhol acabado de chegar a Lisboa encarnar na perfeição o benfiquismo, de uma forma que francamente deve parecer inverosímel a todos aqueles que não têm o prazer de sangrarem pelo Benfica, tendo além do mais a necessária claridez de espírito para cometer 0 (zero) faltas durante os 90 minutos de forma a não correr o risco de ficar ausente do derby com o Sporting; eu vi enfim mais uma vez Jorge Jesus a ser tudo aquilo que eu sempre quis para dirigir tecnicamente o Benfica, fazendo-me corar de vergonha de pensar tudo aquilo que pensei aquando da sua contratação.
A minha luta pessoal, desgastante como há poucas, para evitar a subida dos meus níveis de confiança aos píncaros do 3º anel, continua e parece estar para durar. Muitos anos de desgostos fizeram com que ela assentasse arraiais no meu espírito como se de um inquilino daqueles com uma renda irrisória se tratasse. Mas não prometo nada se obtivermos o resultado que eu espero que obtenhamos no próximo jogo do campeonato!
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O post deveria acabar aqui. Num mundo perfeito terminaria. Mas como estamos todos cansados de saber este não é um mundo perfeito (a ausência de títulos do Benfica exemplifica-o na perfeição) e portanto terei de falar do acontecimento trágico de ontem, na sequência do qual perdi um dos meus ídolos futebolísticos da maneira mais estúpida que pode haver, o suícidio.
Robert Enke, foi este o meu nick na internet durante vários anos quando comentava futebol e com isto creio dizer tudo ou muita coisa sobre o que eu penso sobre o nº 1 que ontem pôs termo à vida. Não apenas por me rever na sua origem (alemão, vindo para o Benfica directamente do meu outro clube, Borrussia Moenchengladbach) mas também por me identificar bastante com a sua forma de ser bem como com a forma como também ele pareceu entender a sua mudança para o Benfica em primeiro lugar e para Portugal em consequência, aprendendo a língua de Camões em "2 tempos" e integrando-se no clube e na sociedade de uma forma que me pareceu ser bruscamente, demasiado(!), interrompida com a sua saída para Barcelona. Embora o Benfica vivesse então um dos seus momentos mais caóticos estou certo de que bastas vezes ele se arrependeu do trajecto profissional que empreendeu após a saída do clube, tanto assim é que ainda há poucos meses ele confessava o seu desejo de vir terminar a carreira no Benfica. São decisões que se tomam, tal como aquela que tomou ontem de dizer adeus a tudo e a todos, caminhando de encontro a um comboio. Terrível sensação esta de sentir dor pela morte de alguém que não se conhece pessoalmente, sendo portanto um sentimento dificilmente explicável a quem por ele nunca passou, mas nem por isso menos verdadeiro.
É apenas mais um ídolo meu que parte, partidas que se têm intensificado estúpidamente nos últimos anos (sinal do meu próprio envelhecimento?), neste caso agravado pelo facto de ser alguém mais jovem que eu.
Por tudo isto, aufiedersehen Robert, ich hoffe du bist jetz in frieden.
sinto-me:
De jc a 11 de Novembro de 2009
Bom post, fez-te bem o retiro a que estiveste sujeito....LOL
De ginha a 11 de Novembro de 2009
INVASÃO AO ALVALIXO!Já se sabe que os bilhetes que forem para a Luz devem ser, e muito justamente, quase todos vendidos ás claques por isso e que tal quem não arranjar bilhete na Luz ir comprá lo directmente ao WC?Custam 30 euros para a superior norte e eles borrados como estão não devem esgotá los!Passem esta mensagem a todos os benfiquistas...
De joao a 11 de Novembro de 2009
Em relação ao resumo do SLB - Naval:
Em nome do Provedor agradeço a mensagem que nos enviou.
Recebemos, de facto, um número inusitado de mensagens a este propósito, aliás todas elas com texto semelhante.
Vimos e revimos os lances discutidos e que foram objecto de parecer do locutor da RTP no sentido de este manifestar dúvidas sobre algumas faltas assinaladas. E francamente não nos parece que alguns lances que deram origem às faltas assinaladas pelo árbitro não possam ter uma outra interpretação.
Provavelmente, grande parte dos telespectadores que nos escrevem, além do resumo do jogo transmitido pela RTP às 01:00 horas, foram ao estádio da Luz. Ao vivo, com certeza, a visão dos lances é outra e no corrido do jogo parecem, de facto, faltas indiscutíveis.
Achamos por isso que não merece uma condenação tão peremptória a visão do relator. Nem será, por certo, por diferença de clubismos que poderemos condená-lo em absoluto por ter manifestado uma outra interpretação das ditas faltas.
O Benfica está com um futebol vistoso, acutilante e inebriante. Com resultados acima de qualquer suspeita. Nem será a opinião interpretativa de outros, ou de um relator, que ofusca o actual brilho das exibições do Benfica.
Com os melhores cumprimentos,
Chefe de Gabinete dos Provedores
Fernanda Mestrinho
De àguia de aço a 11 de Novembro de 2009
Gostei de recordar os Enkes, boa posta.
O gajo do cativo ao teu lado saberá das experiencias que partilhas connosco?
Ate um dia Enke
O teu Post está interessante, embora não me pareça que o Benfica tenha sido lento e expectante como dizes, mas sim um pouco, como já disse em comentário anterior, monocórdico ou seja com tipo de jogo muito igual de princípio a fim, com centros= a centros. Mas aquela garra é uma
faceta de bom futebol. Já apontei também tudo sobre os casos (??) do jogo, que não os houve, em meu entender. Agora leio a resposta da Fernanda Mestrinho e francamente aquilo não me convence nada. Só um exemplo, o lance de livre que origina o golo.Tenho a gravação de todo o jogo,desculpem-me a repetição...e vejo e revejo lance, até com imagem superlenta e, vejo (não sou eu que vejo, são os olhos duma pessoa + a lente dos óculos) um dos dois adversários estender os dois braços sobre o ombro direito do Di Maria, agarrá-lo aí pelo menos com uma mão e largá-lo de imediato. Para um jogador com um movimento zigue-zaguente pelo meio de dois adversários, mesmo ultrapassando-os, em virtude daquele breve agarrão, acabará óbviamente por caír ou melhor dizendo, ser derrubado. Isto além de se notar o joelho de um deles flectir sobre a perna do Di, etc.etc.etc.. Além disso ter o mesmo sentido crítico, classificado como independente (segundo se deduz pela peça que foi enviada), para todos os lances é, no mínimo, intrigante e merecedor de uma interrogação muito grande. E a senhora, que não se ofenda, mas que estes comentários têm muita importância, principalmente na acção dos comentadeiros de todos os outros programas televisivos e peças de jornal, lá isso têm..., porque se tornam, mesmo que involuntáriamente, numa forma de pressão antecipada sobre arbritagens dos futuros jogos.
Esse senhor, portanto, está a causar graves danos ao maior Clube do Mundo através da estação televisiva de todos nós.
Com as minhas saudações BENFIQUISTAS.
De Paulo Russo a 11 de Novembro de 2009
O Gabinete de prevedores precisa com urgencia de uma consulta geral na multiopticas... já agora e a dualidade de analises em relação ao lance do maxi na grande area, no jogo do FCP - Maritimo o Alvaro pereira abalroa por duas vezes os laterais do maritimo, se o nosso é duvidoso porque não ouve o mesmo critério na analise... eles que vão todos a bardam..da.
De Anónimo a 12 de Novembro de 2009
o jornal record diz que maxi pfez penalty e meteu o jogo na tabela da verdade como beneficios de 2 pontos ao benfica.
mas o david luiz aos 86 minutos para eles nao foi falta, nem o pe alto sobre o saviola na linha dep equena area...
incrivel.
E a falta sobre o Di María não existe (o miúdo, aos 89 minutos, tinha obrigação de aguentar as cargas todas e mais os agarrões) mas em Braga houve faltas nítidas do Cardozo e do Luisão... Esqueçam mas é a conversa desses Coroados todos. Vão à Luz e vejam jogar à bola.
De Abel Pontes a 12 de Novembro de 2009
O momento do golo do Javi Garcia é daqueles momentos especiais, que ficam para sempre gravados na nossa memória e que saltam nítidos quando pensamos em futebol e no Benfica. Foi uma vitória de campeão que valeu como se de uma goleada se tratasse. Não admira portanto que muitos de nós tenhamos feito figuras pouco consentâneas com a de pais (ou avôs no meu caso) de família respeitáveis (também é o meu caso).
Já vi que muitos de nós recebemos a resposta diplomática e inócua da Fernanda Mestrinho. Lá veio a ladainha da "(...) outra interpretação das faltas" que dá para tudo e o inevitável passar da mão pelo pêlo com um elogio ao futebol do Benfica. Para alguém que já foi presidente (ou qualquer coisa parecida) do sindicato dos jornalistas, só lhe fica mal defender os alexandres albuquerques deste país. Não ficou sem resposta, claro.
Saudações Benfiquistas
Cumpri o meu dever cívico/benfquista e enviei as minhas queixas (indignação e estupefacão na forma mais bem educada e formal que consigo neste momento) em relação aos comentários de Jorge Coroado (em "O Jogo") e de Alexandre Albuquerque (na RTP) sobre o Benfica-Naval. Acho incrível o facto de, durante anos, décadas, o Benfica - único clube do país a somar anti-adeptos - ser alvo de campanhas de intoxicação pública promovidas por estes comentadores/jornalistas, aproveitadas para ampliar os comentários depreciativos em relação ao nosso clube e, aquilo que me incomoda mais, retirar o inegável mérito desportivo (e não só) do SPORT LISBOA E BENFICA, no prsente e no passao (que nunca ouviu as teorias envolvendo Salazar que escorrem de lagartos ignorantes e de inteligência artificial, e que desconhecem o que foi o Benfica para o Estado Novo e, o que ainda é mais incrível, que os anos 50 já fizeram parte daquela ditadura).
Este é a resposta as alarvidades escritas (?) por Coroado, esse ex-árbitro incompetente e anti-benfiquista primário - que, como tantos outros, é incapaz de assumir o seu sportinguismo, escondendo-o (aí já o compreendo) num bolo com creme e canela.
"O JOGO":
"Caro leitor
Tem razão quanto às expressões desajustadas da objectiva análise dos lances. A Direcção editorial vai chamar à atenção do comentador em causa.
Cumprimentos"
Já a resposta dada por uma tal de Fernanda Mestrinho da RTP já aqui foi colocada. É chapa gasta. Mas infeliz. Continua a desvalorizar o facto e esse é o seguinte: Alexandre Albuquerque não diverge da nossa opinião. Ele propositadamente retira mérito ao Benfica, inventa factos, monta realidades. E, por isso, terei de voltar à carga. A RTP deve asumir as suas responsabiliades ou as daqueles que para si trabalham.
Não gostei disto: "E francamente não nos parece que alguns lances que deram origem às faltas assinaladas pelo árbitro não possam ter uma outra interpretação (...) Ao vivo, com certeza, a visão dos lances é outra e no corrido do jogo parecem, de facto, faltas indiscutíveis."
Nem disto: "O Benfica está com um futebol vistoso, acutilante e inebriante. Com resultados acima de qualquer suspeita. Nem será a opinião interpretativa de outros, ou de um relator, que ofusca o actual brilho das exibições do Benfica."
Parece-me pouco sério, e uma forma de querer tapar o Sol com a peneira. Enfim, mais uma comentadora de arbitragens que, pior, é tão capaz ou bem intencionada como o Coroado. Quanto à última frase, acho que o Alexandre Albuquerque não ofusca o SLB, ofusca a RTP. E cada um, deixa-se ofuscar quando e como quer.
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