Em mais um jogo em que resolvemos oferecer uma parte ao adversário, foi no banco que encontrámos as soluções para dar a volta a um resultado negativo e evitar perder novamente pontos contra a pior equipa do campeonato. Como bónus, praticamente selámos o regresso do Nacional à segunda liga, o que depois da vergonha de comportamento que tiveram quando fomos afectados pela vaga de COVID-19, passou a ser um dos meus maiores desejos para esta época.
A primeira parte do Benfica só se pode descrever como deplorável. As muitas alterações no onze não podem justificar tamanha pobreza exibicional. Num regresso ao 4-4-2, Gilberto, Nuno Tavares, Chiquinho, Pedrinho e Cervi foram titulares, e a primeira parte foi toda do Nacional. Sofremos um golo ainda cedo (oito minutos) na sequência de um pontapé de canto, depois de uma boa assistência de cabeça do Seferovic para que um adversário aparecesse completamente sozinho à frente da baliza a atirar ao ferro, e um segundo adversário estivesse depois também completamente sozinho para fazer a recarga. O Benfica foi simplesmente inexistente na primeira parte, e quem estivesse a ver o jogo sem saber quais eram as equipas provavelmente pensaria que era a equipa de vermelho quem ocupava o último lugar da tabela. A desvantagem de apenas um golo ao intervalo, aliás, era até algo lisonjeira para o Benfica, porque o Nacional poderia perfeitamente ter marcado mais golos. Perante tamanha vergonha exigia-se uma reacção forte, e foram logo três as alterações ao intervalo: entraram Grimaldo, Pizzi e Everton para os lugares do Cervi, Chiquinho e Pedrinho. Sem deslumbrar, o Benfica melhorou claramente e passou a controlar o jogo, criando ocasiões de golo que quase nem tinham existido na primeira parte. Chegámos ao golo logo aos cinco minutos, numa cavalgada individual do Nuno Tavares na qual flectiu para o meio e depois rematou ainda bem de longe para o golo, com a bola a sofrer ainda um desvio num adversário que impossibilitou a defesa ao guarda-redes. Mas o VAR puxou a jogada até ao seu início e invalidou o golo devido a uma falta (clara, diga-se) do Lucas Veríssimo logo no início da jogada. O mesmo rigor já não conseguiu ter quando aos sessenta e cinco minutos de jogo assistimos a mais um lance para juntar ao compêndio de arbitragem que têm sido esta época os jogos do Benfica. No seguimento de um pontapé de canto, um jogador do Nacional conseguiu jogar a bola não com um, mas com os dois braços, assim como se estivesse quase a jogar vólei. Presumo que tenha sido surpreendido pela curta distância a que a bola foi jogada - afinal de contas, da bandeirola de canto até ao primeiro poste são dois passinhos. Não sei o que foi mais patético: se o facto de quer o árbitro (por sinal, exactamente o mesmo que na primeira volta não assinalou um dos penáltis mais escandalosos desta época quando defrontámos este mesmo Nacional, e que por curiosidade é um dos árbitros que mais penáltis assinalou esta época) quer o VAR não terem assinalado o penálti, ou as tentativas absolutamente esfarrapadas da dupla da SportTV que passou o jogo todo a mostrar alegremente a sua parcialidade anti-Benfica para justificar a decisão. O que é certo é que o jogo não atava nem desatava, o tempo corria para o final e o Benfica arriscava-se a mais uma vergonha esta época. Foi então que do banco vieram as soluções para dar a volta ao texto. De lá vieram primeiro o Darwin e depois o Gonçalo Ramos, que foram os artífices da reviravolta. O empate chegou aos setenta e oito minutos, em mais um lance de 'inspiração' do matador Seferovic. O Everton fez tudo bem pela esquerda, entrou na área, tirou o defesa da jogada e ofereceu um golo feito ao Seferovic, que estava em frente à baliza na linha da pequena área. O Seferovic fez aquilo que se esperava: chutou ao lado da baliza. Mas felizmente um defesa do Nacional (o mesmo que tinha feito o golo deles) na ânsia de cortar o lance ainda tocou na bola e enviou-a para a baliza. Três minutos depois, consumou-se a reviravolta. O Seferovic lançou bem o Darwin pela esquerda, que foi imparável por ali fora e colocou a bola bem no meio da área para que o Gonçalo Ramos mostrasse ao Seferovic como se faz: deixou-se atrasar para fugir à marcação do defesa e de primeira colocou a bola fora do alcance do guarda-redes. Até parece simples. E a quatro minutos do fim, o ponto final no jogo, com os mesmos intervenientes. Primeiro a bola foi recuperada pelo Weigl e o Everton, e este voltou a lançar o Darwin pela esquerda. Mais uma vez uma cavalgada impressionante, sentou o defesa já dentro da área, e quando estava só com o guarda-redes pela frente preferiu fazer o passe atrasado para o meio, onde surgiu mais uma vez o Gonçalo Ramos a finalizar de primeira, com a bola ainda a bater num defesa e o guarda-redes quase a conseguir evitar o golo.
O homem do jogo é evidentemente o Gonçalo Ramos, que em 16 minutos em campo fez dois golos e mostrou a eficácia que tanto tem faltado aos nossos jogadores em tantos jogos. Foi muito bem acompanhado pelo Darwin, que fez duas assistências e que parece estar cada vez mais confiante, embora ainda não o suficiente para tentar finalizar lances quando se apanha na cara do guarda-redes - ao menos hoje quando o fez acabou em golo, provavelmente porque a bola não foi passada ao Seferovic. O Everton deu sequência ao bom final de época que está a fazer e a sua entrada ao intervalo foi também importante para ganharmos este jogo.
O que de positivo retiro deste jogo foi que achei que os jogadores do Benfica na segunda parte mostraram algum brio e vontade de mudar o rumo dos acontecimentos. De negativo, ainda e sempre a falta de qualidade do nosso jogo, com aquela primeira parte a ser uma autêntica vergonha. Negativo também que as segundas escolhas tenham mostrado tanta incapacidade - a equipa que entrou em campo tinha mais do que obrigação de vencer este Nacional sem grandes problemas. E para finalizar, apenas mais uma das muitas confirmações de que nos critérios de arbitragem desta época, em especial no que diz respeito aos penáltis, há um critério para o Benfica e outro para todos os outros. Conseguiu criar-se um clima em que qualquer árbitro se sente condicionado e com receio de tomar uma decisão que seja favorável ao Benfica. E não me parece que esta situação esteja para mudar em breve.
bola nossa
-----
-----
Diário de um adepto benfiquista
Escolas Futebol “Geração Benfica"
bola dividida
-----
para além da bola
Churrascos e comentários são aqui
bola nostálgica
comunicação social
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.