E acabamos a época como a começámos: mal, com uma derrota, e a perder um dos objectivos da mesma. Tendo em conta tudo o que esta época foi, também não sei porque motivo ainda poderia esperar algum tipo de desfecho positivo. No fundo, há que reconhecer a coerência da nossa época.
Sobre o jogo nem vou escrever grande coisa, porque ele ficou irremediavelmente marcado pela expulsão absurda do Helton quando tinham decorrido apenas dezasseis minutos. Até aí estava um jogo equilibrado, depois da expulsão nunca mais nos encontrámos, e quando já em período de descontos da primeira parte oferecemos um aberrante golo ao adversário ficou tudo decidido, porque esta nossa equipa não tem alma ou coração para conseguir qualquer tipo de reacção a uma adversidade. Quanto ao critério seguido pela equipa de arbitragem para expulsar o Helton, também nenhuma surpresa: é coerente. Coerente com tudo aquilo que foi seguido durante esta época, e que vai com toda a probabilidade continuar nos tempos próximos porque, conforme já o escrevi, está criado um clima em que errar contra o Benfica não tem consequências, e errar a favor do Benfica pode significar um linchamento público. Por isso não admira o pendor das decisões. O nosso guarda-redes toca de raspão num jogador do Braga, que mergulha ostensivamente, não tem controlo da bola e vai na direcção da bandeirola de canto. Uma clara simulação de um jogador do Braga resulta em vermelho evidente, sem que o VAR sequer faça alguma coisa. Dois minutos antes o Seferovic roda sobre o Raúl Silva e vai escapar-se à defesa do Braga, sendo deliberadamente placado pelo adversário. Nem amarelo é. É com estes critérios volúveis que temos que aprender a conviver. Depois da expulsão jogámos pouco, mas também não tivemos grandes problemas com o Braga. Enquanto o nulo se mantivesse a situação não seria problemática, mas tinha a profunda convicção que se o Braga marcasse primeiro, estava tudo acabado. À beira do intervalo, o Weigl teve uma óptima ocasião para marcar mas permitiu a defesa ao guarda-redes. Na resposta, o Vlachodimos teve uma saída desnecessária da baliza, o Vertonghen fez um péssimo alívio, e tudo o que o jogador do Braga teve que fazer foi atirar a bola para a baliza deserta. E a taça ficou perdida nesse preciso instante - sofrer um golo já nos descontos e ir para intervalo em desvantagem numérica e no marcador parece-me demasiado para que a nossa equipa saiba ou consiga reagir. Depois foi só ir assistindo ao tempo a correr, quase com a certeza que o mais provável seria um segundo golo do Braga mais cedo ou mais tarde - o Braga entrou forte na segunda parte, mas depois o jogo reequilibrou, e só perto do final esse golo surgiu mesmo depois de uma perda de bola do Rafa. A seguir a isso, cenas pouco edificantes e atitudes dos nossos jogadores a mostrarem o quão instável era o estado mental da nossa equipa - acho que somos mentalmente fracos e não parecemos ter capacidade para reagir a qualquer tipo de adversidade.
Esta é uma daquelas épocas que classificamos sempre como 'para esquecer'. Mas não é possível passar uma esponja por cima e partir para a próxima, porque se não nos lembrarmos de todos os erros que cometemos vamos repetir a história (e na minha modesta opinião, o maior deles todos foi promover o regresso deste treinador, que nunca poderia ter voltado a pôr os pés no Benfica). Não sei qual vai ser a reacção do Benfica ao que se passou hoje em campo e à forma deliberada como o campo foi logo numa fase inicial inclinado para o outro lado - a julgar pelo que tenho assistido, na melhor das hipóteses teremos umas linhas numa newsletter, e acaba mesmo por ser quase sempre o nosso treinador a ser o mais incisivo. E foi assim, com este tipo de inacção, que permitimos que se chegasse à situação presente, em que o respeito pelo Benfica por parte das instituições é nulo. Quando somos roubados, ignora-se o roubo e aproveita-se para desancar o Benfica por ter perdido. O que me parece evidente é que a próxima época tem fortes probabilidades de começar em tons bem sombrios e carregada de negatividade, que explodirá ao menor contratempo.
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