Uma vitória importantíssima, arrancada a ferros no último suspiro do jogo e que se deve quase exclusivamente ao crer dos nossos jogadores. Não realizámos uma grande exibição, o jogo foi repartido sobretudo até ao momento da expulsão de um jogador do Sporting, mas os jogadores acreditaram até ao fim e acabámos todos recompensados.

Assim que soube a constituição da nossa equipa fiquei com péssimas perspectivas. Ao que tudo indicava, iríamos persistir no malfadado esquema dos três centrais, com as alas entregues ao Aursnes e ao João Neves. Mas mal a equipa se posicionou para dar o pontapé inicial percebeu-se que afinal não seria assim. Tínhamos três centrais em campo, sim, mas um deles (Morato) estava a jogar adaptado a lateral esquerdo, significando por isso o regresso a uma linha de quatro defesas, com o João Neves na sua posição natural no meio ao lado do Florentino. Só isto já foi suficiente para me animar um pouco mais, porque já o escrevi: os três centrais não têm futuro nesta equipa. Não existem rotinas estabelecidas, nem jogadores para implementar este sistema. Não é que o esquema mais familiar esteja isento de problemas, que os há, e muitos. Mas até o pouco que produzíamos a jogar dessa forma se perdeu com a alteração para os três centrais. Julgo que a colocação do Morato como lateral foi para não assumir muitos riscos por aquele lado, com um defesa mais posicional que não apoiasse tanto o ataque e assim ficássemos resguardados para o perigo potencial que o Edwards poderia representar naquela zona - diga-se que isto foi conseguido. O problema é que naquele mesmo lado o João Mário foi, mesmo tentando ser simpático, uma nulidade. Por isso o lado esquerdo do Benfica quase não existiu em termos ofensivos. A verdade é que apesar disso, e mesmo sem grandes brilhos, as melhorias foram notórias em relação aos últimos jogos. Acho que posso mesmo qualificar a primeira parte do Benfica como bastante aceitável. Por exemplo, a pressão foi bastante mais eficaz - provocámos diversas perdas de bola ao Sporting ainda no seu meio campo, coisa que tem sido raro ver ultimamente. O jogo foi equilibrado entre as duas equipas, mas com o Benfica a conseguir até criar mais ocasiões de golo durante a primeira parte. Duas bolas que foram ao ferro, do Rafa e do Di María (a do Di María acabou posteriormente com um fora de jogo assinalado, mas acho que se fosse golo o VAR validaria a jogada), um remate do Rafa em posição muito favorável depois do Musa ter lutado dentro da área para ganhar a bola numa confusão, que passou muito perto do poste, e um chapéu do João Mário ao guarda-redes do Sporting ao qual o Florentino não conseguiu chegar para desviar quase em cima da linha. Do lado do Sporting, duas situações quase consecutivas à passagem da meia hora, altura em que pareceram conseguir contrariar melhor um ligeiro ascendente do Benfica na fase inicial: um cabeceamento do Diomande que o Trubin foi ao solo para defender, e uma grande ocasião num remate do Pote, isolado por um passe picado do Edwards sobre a nossa defesa, a que o Trubin fez uma grande defesa. Na resposta o Benfica teve uma óptima situação de contra-ataque que foi desperdiçada porque o João Mário, em vez de jogar simples e e colocar a bola imediatamente no outro lado (onde estávamos em igualdade numérica com os defesas) preferiu agarrar-se à bola e insistir numa jogada individual. Numa primeira parte equilibrada o golo do Sporting, na última jogada, acabou por ser um safanão inesperado. O lance nasce, sem surpresas, em mais uma perda de bola do João Mário, que se voltou a agarrar a ela e a embrulhar-se. Aproveitando o adiantamento momentâneo do Morato, a bola foi colocada pelo Edwards no espaço vazio onde surgiu o Gyokeres, que até então tinha sido relativamente bem controlado pelo António Silva mas nesta situação conseguiu arranjar espaço suficiente do lado esquerdo (o António Silva ainda se deslocou até à esquerda para tentar encurtar o espaço, mas não chegou a tempo). E não perdeu tempo nem esteve com meias medidas, aplicou um fortíssimo pontapé cruzado, de primeira, que fez a bola só parar no fundo da baliza. O remate é muito forte e inesperado, mas como sempre acontece quando a bola passa entre o guarda-redes e o poste, fica a sensação de que o guarda-redes poderia ter feito algo mais (pareceu-me que o Trubin ainda toca na bola, mas o remate levava mesmo muita força - foi um grande golo).

Foi um péssimo final de primeira parte para o Benfica, mas nada mudámos ao intervalo. Mas logo aos cinco minutos o Gonçalo Inácio acabou por dar-nos uma grande ajuda. Primeiro, fez um mau passe que foi interceptado pelo Aursnes e permitiu um contra-ataque nosso. Depois, no mesmo, derrubou o Rafa e viu o segundo amarelo (já o primeiro amarelo tinha ficado muito perto de um vermelho). Nesse momento adivinhei o que seria o resto do jogo: o Sporting trocaria o Edwards por um central, fecharia atrás deixando o Gyokeres sozinho na frente, e tentaria segurar a vantagem. O que parecia não ser uma tarefa muito complicada, porque o Benfica, ainda por cima contra um adversário mais fechado atrás, revelava muitas dificuldades para atacar com perigo. O que me custou mais a perceber foi a pouca vontade da nossa parte em arriscar mais. O Sporting praticamente abdicou de atacar (sinceramente não me recordo de um único remate ou jogada de maior perigo por parte do Sporting na segunda parte excepto uma que foi anulada por fora de jogo do Pedro Gonçalves, resumindo-se a retardar ao máximo cada reposição de bola e a tentar meter a bola no Gyokeres e deixar que ele investisse em iniciativas individuais), deixou de haver a ameaça do Edwards pela nossa esquerda, e no entanto mantivemos o Morato como lateral esquerdo o jogo todo. Eu até acho que ele cumpriu a função em termos defensivos, mas não podemos esperar que ele seja capaz de dar profundidade por aquele lado. Quando o Roger Schmidt resolveu finalmente mexer na equipa, aos sessenta e quatro minutos, trocou um avançado por outro (Musa por Cabral) e optou por tirar o Florentino (que estava a fazer um bom jogo) para colocar o Tengstedt, permanecendo o João Mário de forma inexplicável em campo - a forma como esta substituição foi assobiada faz-me crer que não fui o único a pensar assim. O Benfica passou a jogar com dois avançados, libertando mais o Rafa, mas continuámos coxos e a atacar quase exclusivamente pela direita. O golo do empate parecia cada vez mais distante - durante largos minutos o único safanão no jogo foi dado por um remate de muito longe do Di María, que o Adán desviou e fez a bola acertar no ferro da baliza pela terceira vez no jogo. O jogo acabou por se definir nos minutos finais. Para não ser apenas o Roger Schmidt a ser acusado de fazer asneiras, o génio táctico do Rúben Amorim também contribuiu para isso: a cinco minutos do final resolveu retirar o Morita e colocar o Paulinho em campo, basicamente passando a jogar sem meio campo (o Hjulmand era quase um defesa nesta altura). Isto deu-nos ainda mais espaço para jogar em frente à área do Sporting. Logo a seguir, o Roger Schmidt finalmente percebeu que estávamos a jogar com menos um desde o início, e para os quatro minutos finais fez entrar o Gonçalo Guedes para se ir encostar à esquerda. De imediato passámos a ser mais perigosos, com o Gonçalo Guedes a estar muito em jogo. Mas o tempo escasseava, e foi já em desespero e no quarto minuto dos seis de compensação que chegámos ao empate, numa altura em que até o Trubin já tinha subido à área adversária. De forma surpreendente fizemos algo de positivo num pontapé de canto: o Di María marcou na direita, o Morato ganhou a bola ao primeiro poste de cabeça e tocou-a para trás para a zona da marca de penálti, e ali o João Neves completamente à vontade controlou com um toque e depois rematou à meia volta para o golo. Grande golo, diga-se, porque a bola não era assim tão fácil e ele apanhou-a na perfeição para encher o pé. Euforia natural, mas quer a equipa quer os adeptos sentiram que era possível ainda mais (o Rafa mal festejou, foi imediatamente apanhar a bola para a levar logo para o meio campo). É que o golo não só motivou a nossa equipa, como o Sporting pareceu naturalmente acusar muito o golpe de morrer na praia. Aconteceu algo que ultimamente não temos visto muito: os nossos jogadores cheiraram sangue e foram atrás disso. Sem meio campo e incapaz de manter a posse de bola, o Benfica recuperava-a com facilidade e dispunha de muito espaço para jogar perto da área, onde se iam acantonando os jogadores adversários. E naquela que provavelmente seria mesmo a última jogada do encontro, já ao sétimo minuto de compensação, o Benfica chegou ao golo da vitória. O Di María conseguiu descobrir o Aursnes sobre a direita, que fez um cruzamento tenso 'à Bah' para a zona do primeiro poste (algo que fazíamos frequentemente a época passada e que o Gonçalo Ramos aproveitava bastante) e o Tengstedt, depois do Rafa não ter conseguido tocar na bola, desviou para o golo. Diga-se também, péssimo posicionamento defensivo do Sporting neste lance, com três jogadores do Benfica a surgirem completamente soltos na zona de finalização. Para aumentar a expectativa, o lance foi inicialmente invalidado pelo auxiliar, mas desta vez os santos das linhas tortas não apareceram para salvar o Sporting e o golo acabou mesmo validado.

Sobre o melhor em campo, acho que não há dúvidas nenhumas: João Neves, obviamente. Precisávamos de mais dois ou três com a entrega dele. Cansa só de ver aquilo que ele corre e a forma como disputa cada lance. Até de cabeça eu o vi ganhar lances ao Hjulmand (a quem ganhou claramente o duelo no meio campo) que tem mais onze centímetros que ele. Ninguém mais do que ele merecia o golo que deu início à reviravolta. O Morato fez um jogo muito bom defensivamente, e até arriscou tentar ajudar à frente quando claramente não é essa a sua vocação. E acabou mesmo por fazer a assistência para o golo do João Neves. Foi uma agradável surpresa para mim. Bom jogo dos dois centrais também, com o António Silva a lidar muito bem com o jogador mais perigoso do Sporting - ele acabou por marcar, mas num lance fora da sua zona de acção e no qual não se lhe podem apontar culpas. A entrada do Gonçalo Guedes, mesmo que apenas a quatro minutos do final, foi muito importante e só me pergunto porque é que demorou tanto tempo a entrar. Pela negativa, sobretudo o João Mário. E para mim também o Di María esteve demasiado tempo em campo, mas no final meteu duas bolas nos ferros e acabou por estar nas jogadas dos dois golos.

Mergulhado numa crise profunda, sem jogar nada, o Benfica arrastou-se até ao primeiro lugar da tabela ao conseguir no último suspiro arrancar a vitória frente ao dream team da liga, que joga um futebol avassalador e é superiormente orientado pelo génio da táctica que dá pelo nome de Rúben Amorim. E está em primeiro lugar precisamente porque apesar do futebol lamentável que pratica consegue ter melhor diferença de golos do que a equipa maravilha do futebol avassalador, que leva tudo à frente. Uma coisa que tem o condão de me irritar é o permanente empolamento de qualquer situação no Benfica de forma a fomentar a instabilidade, e que nós alegremente abraçamos. O Roger Schmidt anda com a imprensa à perna desde que perdemos com o Porto a época passada. Apesar de campeão, assim que perdemos dois jogos de preparação começaram logo a afiar as facas, que tiveram que ser embainhadas quando vencemos a Supertaça. Mas depois da derrota no Bessa, da forma quase absurda como aconteceu, que nunca mais o largaram. Apesar de vitórias consecutivas na liga e de estarmos a um ponto da liderança (e nunca esquecendo a forma como a equipa na liderança lá estava, graças a erros de arbitragem abjectos sempre a favorecerem-nos) o discurso foi constantemente como se estivéssemos em crise profunda, ganhando apenas jogos por sorte ou acaso. Uma vitória do Benfica por um golo de diferença é sempre 'tremida', uma vitória dos outros pela mesma diferença, mesmo que com um golo nos descontos, é sempre mais um festival. Esta semana até tivemos direito a uma inovação: depois de mais uma exibição cinzenta contra um adversário reduzido a dez e uma vitória graças a dois penáltis, a explicação foi que tinham aproveitado para 'treinar' para este jogo. A reacção do nosso treinador hoje na conferência de imprensa a uma pergunta é para mim sinal de que ele tem já alguma noção da forma como as coisas se processam por aqui, e começa a perder a paciência. O génio que esteve no banco da equipa adversária hoje acabou a época passada em quarto, por exemplo. Alguém viu alguma notícia a colocar o lugar dele em causa? Ou o do Conceição, ao longo de todos estes anos que leva no banco do Porto? O Schmidt é posto em causa nem é quando perde um jogo, é quando ganha dois por apenas um golo. Estaria sentado no banco se tivesse acabado a época anterior em quarto? Convençam-se disto: a dimensão do Benfica é tão grande que a única forma de evitar uma hegemonia nossa e de dar oportunidade aos rivais de disputarem regularmente títulos connosco é manter-nos sempre que possível em permanente convulsão. E nós, repito, ajudamos à festa. Uma coisa é criticar as opções dele, eu faço-o, não concordo com muita coisa que ele faz. A atitude natural do adepto é achar sempre que sabe melhor e discutir tudo o que puder sobre o seu clube. Nós queremos sempre mais e no imediato, temos muito pouca paciência. Mas outra coisa é colocar imediatamente em causa todo o trabalho de um treinador e começar a exigir a cabeça dele, partindo daí para ir depois atrás da direcção, criando um clima de instabilidade e nervos constantes em redor da equipa.
O importante foi a vitória e ainda mais nesta altura, antes de uma pausa na liga que pode permitir acalmar mais as coisas e restaurar alguma da necessária tranquilidade. Tenho poucas dúvidas que nos próximos tempos vamos assistir a uma tentativa de prolongar a actual situação, dourando a pílula para o lado do Sporting para tentar apresentar isto como uma derrota moralizadora ou injusta, ao mesmo tempo que se atribui a nossa vitória ao acaso ou sorte. Não sei bem a que é que se podem agarrar, a desculpa habitual da arbitragem desta vez nem pega: o Inácio é bem expulso e já teve sorte de não ter sido expulso logo no lance do primeiro amarelo, há uns três lances duvidosos de possível penálti que beneficiariam todos apenas o Benfica, e o Sporting esteve quase sempre tão longe da nossa área que nem sequer conseguem arranjar um daqueles penáltis imaginários que ficam sempre por marcar contra nós quando eles perdem. No final o Amorim ficou convencido que eles foram melhores, e eu fico contente que ele continue a pensar assim. Pode ser que da próxima vez ele volte a meter o Paulinho e o Trincão. Obviamente que esta vitória não faz com que de repente tudo fique bem, mas pode ser que sirva para ter um pouco de calma e perceber que também nem tudo está mal. E pode ser muito importante no aspecto mental e (espero eu) significar que os três centrais vão definitivamente para o caixote do lixo. Temos um modelo de jogo implementado, e é sobre ele que devemos trabalhar de forma a corrigir as suas imperfeições. E se pudermos fazê-lo na tranquilidade do primeiro lugar, melhor ainda.
De Pedro Qwara a 13 de Novembro de 2023
Tinha o feeling que o Benfica ia ganhar este jogo, ele há coisas que não se explicam, sentem-se.
Foi uma vitória tão espetacular quanto importante. Importante por ser perante o velho rival, por ser contra o manhoso do Soares Dias, por nos colocar no topo da classificação, mas essencialmente por ser um travão á descrença e ao descalabro que se apoderavam da equipa.
Desde o primeiro momento que vi o João Neves que percebi que tínhamos jogador, mas nunca me passou pela cabeça que num tão curto espaço de tempo o miúdo se transformasse numa lenda.
E Pluribus Unum!
De RedRyan a 13 de Novembro de 2023
Eu pensei que iamos mesmo perder devido ao nivel exibicional dos ultimos tempos. A verdade e que o jornalixo que temos por ca e mesmo iss0 - lixo. Todos sabem agora como o Schmidt joga entao sera normal que o sistema nao seja tao dificil de contrariar como no ano transacto.
Ok o Sporting pode ter tido a iniciatva do jogo e pode ter tentado mostrar servico. Por mim foram ao pote com demasiada vontade. O Benfica pode nao estar na melhor das fases mas tinha de mostrar maturidade. Nisso acho que foram muito bons. E foi dai o fator que mudou o resultado. Funcionou ontem e ate poderia nao ter funcionado.
Continuo a pensar que nos faltam avancados e se calhar alternativas no meio campo.
Vamos ter de continuar a lutar e sobretudo encarar cada jogo como se fosse o ultimo. A equipa precisa de encontrar forcas e os jogadores vao ter de melhorar o seu nivel exibicional. Nao para o espectaculo (a nota artistica nao e coisa que faca parte do futebol actual) mas aproveitar mais as oportunidades que se criam.
Vamos la Benfica...
De Pedro Qwara a 13 de Novembro de 2023
Esta pausa para as seleções chega no momento certo…É preciso serenar, pôr as ideias no lugar e recuperar os lesionados.
De
Ricardo a 14 de Novembro de 2023
Grande vitória! Mas sejamos realistas,até Janeiro não devemos ter grandes espectativas e depois depende do que acontecer no mercado de inverno.
De Nick Name a 13 de Novembro de 2023
Foi mesmo! Vitória da crença, da vontade de ganhar, da luta até ao último minuto! Finalmente os fantásticos adeptos depois do sofrimento tiveram a recompensa. E quanto ao João Neves, bom... já faltam as palavras para falar dele. Só tem 19 anos? Pois, numa idade em que a maioria ainda nem chegou aos seniores, já consegue levar a equipa às costas. Melhor do jogo, sem dúvida, e provávelmente melhor jogador da Liga!
De Luis Caseiro a 13 de Novembro de 2023
Excelente crónica. A parte final diz tudo. Sobre o futebol português, sobre a CS, sobre nós adeptos....... Brilhante.
Continuemos rumo ao tem de se nosso por direito: o 39!!!
De Henrique Teixeira a 13 de Novembro de 2023
Milagre: Roger Schmidt, incompetente treinador, venceu Rúben Amorim, o melhor treinador do mundo e arredores.
Milhares de anos depois um David voltou a vencer um Golias.
Os treinadores de grande sucesso que comentam nos mais variados canais de TV acompanhados de outros comentadores de excelência, bem como os inúmeros catedráticos de futebol que nas redes sociais pedem a imediata demissão do treinador do Benfica, obviamente todos percebem muito mais da arte desse desporto do que ele.
Passada a ironia devo dizer que fiquei um tanto desagradado com a entrada em jogo de Tengstedt e que estava à espera que Roger Schmidt substituísse o apagado Di Maria. Depois foi o que se viu:
Tengstedt marcou o golo da vitória e sem Di Maria possivelmente o Benfica nem sequer teria empatado. Aquela espécie de bailado dele na jogada do segundo golo só está ao alcance dos maiores.
Rafa ainda não está no seu melhor, João Mário ainda menos, Morato foi uma agradável surpresa a defesa esquerdo, Trubin fez grandes defesas, os centrais estiveram muito bem, Aursnes sempre bem, Florentino também, Gonçalo Gudes entrou tarde mas ainda a tempo de ajudar a empurrar a equipa para a vitória e João Neves foi o melhor em campo.
Com toda a imensa alegria que me vai na alma e com cordiais Saudações Benfiquistas termino com este enorme grito de vitória:
VIVA O BENFICA
De Anónimo a 13 de Novembro de 2023
Não vi o jogo... depois do descalabro na Liga dos Campeões não queria ter de assistir a outra desilusão. Mas primeiro, é preciso não misturar alhos com bogalhos: os jogos do campeonato não são os da LC.
Desde hoje de manhã que tenho tentado ver o que é que é transmitido na comunicação social acerca do jogo em si. Vi A Bola dizer que foi um jogo de loucos, vi o Rúben Amorin dizer que o Sporting foi a melhor equipa, vi o Gobern dizer que o Sporting não merecia ter perdido o jogo... Mas parece que os primeiros 20 min até foram do Benfica. Depois, houve uma clara falta do Gonçalo Inácio que me faz lembrar a do Musa na primeira jornada (vs Boavista) quando joga a bola e, com o pé a escorregar, entra com os pitons na zona do tornozelo do adversáro. Pondo-se em causa a integridade física do adversário, é vermelho. Pergunto-me por que razão o mesmo critério não foi aplicado aqui... Ou seja, estava o jogo em 0-0, o Sporting não tinha feito nada até aí e já o Sporting merecia estar com menos um em campo. A partir daqui, o Sporting lá conseguiu marcar um golo à última da hora da primeira parte, durante a qual o Trubin fez duas defesas em poucos minutos, imagine-se, pouco depois da situaçao com o Gonçalo Inácio.
Segunda parte e... Inacio para a rua (finalmente). A partir daqui, jogo de sentido único... Sporting a defender bem e Benfica a revelar as dificuldades do costume. Mais, para variar, láo houve mais um ou outro lance de penálti que não foram assinalados a favor do Benfica mas, como comprovado, o Benfica não só não precisa como tem de mostrar que não precisa dos penáltis, muito menos estar à espera de que sejam marcados em seu favor e sempre à espera que sejam marcados contra. Mas não posso concordar com "um jogo de loucos", não posso concordar com "o Sporting esteve melhor" quando, tirando o golo, só teve duas acções dignas de registo, não posso concordar com "o Sporting não merecia perder".
Como disse e bem o Schmidt na conferência de imprensa, a vitória foi mais do que merecida, não contando com o facto do Gobern ter critiado a postura do treinador perante a questão da exibição vs resultado (mas defendo que para perguntas parvas, respostas estúpidas são as melhores... exactamente como a do Schmidt).
Para terminar, perante o facto de todas as vitórias em clássicos/dérbis do Schmidt terem sido contra 10, só me resta dizer que foram todas expulsões bem assinaladas.
Para os que dizem que o Soares Dias roubou... os penaltis do costumo a favor do Benfica não são para assinalar a não ser contra.
De
D'Arcy a 13 de Novembro de 2023
A história do 'Sporting não merecia perder' e que 'esteve melhor', faz parte daquilo que referi como o dourar da pílula. Interessa manter a pressão sobre o Schmidt e o Benfica. A pergunta do 'resultado melhor do que a exibição' também faz parte disso. Todos os números e análises estatísticas mostram que o Benfica esteve melhor no jogo e justificam a vitória. Mas interessa passar a imagem que a vitória foi fortuita, para que se possa continuar a manter a pressão. Por isso mesmo disse que fiquei contente por o Amorim estar convencido que foram melhores, porque os números não mostram nada disso - o Benfica foi superior em todos os números do jogo, e esteve bastante melhor do que nos últimos jogos. Por exemplo, ao fim de 27 minutos o Sporting já tinha perdido a bola 14 vezes no último terço defensivo. Até este jogo, o pior registo deles era de 17 perdas de bola em 90 minutos - isto é prova de que a pressão alta do Benfica funcionou melhor. Mas é mais conveniente tentar manter o discurso que o Benfica continua muito mal.
De Luís Manuel a 13 de Novembro de 2023
Olá D'Arcy, e obrigado pelo post. Concordo com a tua análise ao jogo e também com as apreciações pós-jogo que fazes.
Estou imensamente feliz, e ontem fiquei mais ainda, porque tinha escrito aqui e dito aos meus amigos que estes jogadores precisavam de dar uma demonstração de brio, de carácter e de respeito pelo Benfica. E ontem, com muito coração mas também com muita qualidade técnica, deram-na. E não entendo, sinceramente não entendo por que razão entraram para jogos como aquele em que recebemos o Casa Pia temerosos e na expectativa. Poderíamos estar já com dois pontos de avanço - não contabilizo sequer pelo menos mais 6, resultantes do Bessagate, Campomaiorgate e Farogate.
Continuo com a minha opinião, mas exprimo-a aqui e entre amigos: Schmidt não me convence como treinador. Felizmente ontem colocou Morato a defesa esquerdo e passou-lhe a teimosia dos 3 centrais (e o Morato esteve muito bem, aquele nem sequer é o lugar natural dele). Mas continuo sem perceber as substituições aos 87 minutos e a insistência em jogadores que estão num momento de forma horrível, como o João Mário, que esteve directamente ligado ao golo do Sporting e esteve quase sempre desligado do jogo. Nada, absolutamente nada me move contra o João Mário enquanto pessoa - era o que faltava, aliás. É um atleta correctíssimo e sempre cordial e educado nas entrevistas. Mas não poderia ser dada uma boa oportunidade ao Tiago Gouveia? O Gonçalo não poderia ter entrado mais cedo, ou mesmo de início? O Cabral (novamente, nada me move contra ele), deu assim muito mais ao nosso ataque do que o Musa estava a dar?
Final absolutamente extraordinário da nossa equipa, que até ficou um bocado atarantada quando o Sporting ficou reduzido a 10. Não tivemos soluções, e do banco a ajuda que veio também não foi a melhor. Mas os jogadores acreditaram. Acreditaram muito, lutaram, tentaram tudo, deixaram a pele em campo. Esta vitória é justíssima, inteiramente merecida. É dos jogadores e do público. Um final magnífico, a Luz em ebulição, o golo do João Neves é um grande golo, como referes, porque é preciso muita técnica, cabeça fria e capacidade física para "segurar" e rematar aquela bola aos 90 e tal minutos, após um jogo de enorme desgaste. Repito: vitória justíssima, e é lamentável que haja gente como o João Gobern a dizer que o Sporting não merecia ter perdido o jogo. O Gobern também é daqueles que acha que o penálti sobre o João Neves em Chaves não é penálti? Quem é que lhe encomendou o sermão? Estou farto destes pseudo-comentadores afectos ao Benfica que mais não fazem do que alinhar no jogo dos nossos inimigos. Gajos porreirinhos que querem fazer figura de desportivistas e não perceberam ainda que nós não temos rivais nem adversários, mas sim inimigos, por triste que isto seja, mas é a realidade, e já fomos anjinhos durante muitos anos. Acho que o João Gobern e outros como ele, porque ficam assim tão incomodados com as nossas vitórias, se deveriam juntar aos amantes do Altis. É o que eu digo: com amigos destes venham todos os nossos inimigos: os rodolfos, os fernandos dopados, os macacos...
De Luís Manuel a 13 de Novembro de 2023
Também queria acrescentar isto:
A 'claque' lagarta 'legalizada' anda a ver muitos filmes de guerra, em que há operações-surpresa e 'ataques' insperados. Na véspera do jogo foi vandalizar o nosso centro de treinos e estágios no Seixal. Ontem, num subúrbio de Lisboa onde eu estava, e perto de uma paragem de uma linha de autocarro que é conhecida por transportar milhares de Benfiquistas em dia de jogo na Luz, passaram mini-caravanas de adeptos lagartos em carros a insultarem-nos com os cânticos do costume. Durante o jogo passaram o tempo a insultarem-nos em vez de apoiarem a agremiação deles. O jogador do Sporting que marcou o golo deles decidiu fazer caretas aos nossos adeptos quando marcou. Não sei onde é que aprendeu isso, na Suécia não deve ter sido de certeza porque a esta hora tinha sido castigado. Talvez seja uma das cláusulas do contrato dele. Mas a preocupação do CNID agora é o Roger Schmidt. E, novamente, o departamento de comunicação do Benfica não funciona. Não vamos lá com newsletters. Quero ver o nosso director de comunicação falar à Benfica TV sobre o comunicado do CNID, e a insurgir-se contra o mesmo. Mas não vejo. Admito que tenho saudades do Jorge Gabriel.
Para enorme desgosto meu, o Varandas estava no camarote do nosso estádio. Acho muito bem, que saibamos receber quem nos trata bem, mas não quem nos trata mal. o Varandas é um sonso (não me esqueço da frase dele 'O Benfica já fez muito mal ao futebol português'), e gentinha como ele tem andado a passar pelo Sporting aos pontapés nos últimos anos. O Varandas concorda, por exemplo, com o que se passou no nosso jogo em Alvalade, em Maio, quando o speaker deles nem sequer anunciou a constituição da nossa equipa? No tempo do psicopata do Carvalho nós éramos a 'equipa adversária'. No tempo do Varandas já nem isso. O Varandas, que passa por paladino da moralidade do desporto português, e que a imprensa bajula por ter tido a 'coragem' de enfrentar as claques, é um ex-claqueiro, e essa 'coragem' mais não foi do que uma manobra para enganar pategos. O Varandas logo se apressou a cozinhar um arranjinho com as 'claques legalizadas', assinando um 'protocolo' com as mesmas, em que, entre outras pérolas, consta o seguinte:
'“Os GOA (grupos de adeptos organizados) obrigam-se a desenvolver a sua atividade e a apoiar as equipas e os atletas do SCP e da SCP SAD em conformidade com os Estatutos e os Regulamentos do SCP, a Lei n.º 39/2009 e a demais legislação nacional e internacional sobre a violência associada ao desporto, bem como a regulamentação desportiva aplicável. Os GOA assumem ainda a obrigação de promover e incentivar o espírito ético e desportivo junto dos seus membros e dos demais associados do SCP, participando nos espectáculos desportivos sem recurso a práticas violentas, racistas, xenófobas, ofensivas ou que perturbem a ordem pública ou o curso normal, pacífico e seguro da competição e de toda a sua envolvência, nomeadamente, nas suas deslocações e nas manifestações que realizem dentro e fora de recintos”.
Ora vejamos apenas alguns exemplos: em TODOS os jogos respeitantes às finais de basquetebol e hóquei em patins disputados no pavilhão do Sporting contra nós na época passada (não sei se no futsal aconteceu o mesmo), sendo que em todos eles o Varandas estava presente, a 'claque' dos 'GOA' com a qual o Sporting assinou esse 'protocolo', passou 90% do tempo de jogo e também durante os intervalos a gritar alto e bom som: 'Benfica é merda, filhos da puta.' O Varandas está surdo? O Varandas saberá o que significa o 'recurso a práticas ofensivas'? Alguém viu o Varandas insurgir-se contra isto? Alguém viu o Varandas, o paladino da moralidade e do desportivismo em Portugal, a insurgir-se contra o que se passou ontem no centro de treinos do Benfica no Seixal, e que ficou devidamente assinado por um dos 'GOA' com o qual o Varandas assinou esse admirável protocolo? Alguém viu UM único jornalista a fazer perguntas destas ao Varandas? Porque estas são as perguntas que se impõem. Alguém viu o CNID a insurgir-se contra isto?
De Luís Manuel a 13 de Novembro de 2023
Nota: sou contra TODOS, mas todos os energúmenos que se dizem do Benfica e vão para os nossos jogos no estrangeiro e em Portugal atirar tochas nos estádios dos nossos adversários. Quero que sejam já, mas já, identificados, punidos e que nunca mais nas vidas deles entrem no Estádio da Luz. Mas nunca vi o Varandas, A Liga, a FPF e o CNID dizerem alguma coisa quando os 'GOA' lagartos lançaram very-lights na final da Taça da Liga da época passada e feriram espectadores.
Gente como o Varandas conheço eu bem. São uns sonsos e uns hipócritas, e estou a ser simpático. Gente como essa não deve ter lugar no camarote do nosso estádio. Que fiquem na garagem. Há pessoas que choraram muito porque, coitadinho, aqui há dois anos foi tão maltratado no Porto. Eu também chorei, mas de tanto rir. Então afinal não havia tanto amor no Altis?
P.S. : ainda em relação ao jogo, fiquei muito feliz por o Florentino ter jogado, e ter jogado bem. Não será um Fejsa ou um Matic, mas é extremamente útil no nosso meio-campo, dá maior liberdade ao João Neves e a outros, e recupera inúmeras bolas. Não temos ninguém no plantel como ele, infelizmente, por mau planeamento da época, porque deveria haver mais um jogador para essa posição. E acho que o Schmidt esteve mal na conferência de imprensa antes do jogo quando mencionou o passe errado do Florentino contra a Real Sociedad. Essas coisas dizem-se numa conversa pessoal entre jogador e treinador.
Agora é aproveitar esta pausa e esta dose de confiança que a vitória de ontem nos trouxe, esperar que os convocados para as selecções não sejam muito utilizados, e preparamo-nos para os jogos da Taça de Portugal e contra o Inter.
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