Apesar da entrada em falso e de termos apresentado uma equipa com várias alterações, a vitória do Benfica nunca chegou a estar em causa. A superioridade perante a B SAD foi tão evidente que no final até ficámos a dever-nos uma goleada, mas bastou a inspiração do Darwin em frente à baliza para nos garantir um vitória inteiramente justa.
Foram meia dúzia de alterações em relação ao jogo contra o Liverpool, com as entradas no onze do André Almeida, Lázaro (para a lateral esquerda), Morato, João Mário, Diogo Gonçalves e Meïté. Em termos tácticos, a inovação de jogarmos num sistema de 4-2-3-1, com o João Mário a actuar mais próximo do avançado. Digo desde já que este seria o sistema que, na minha opinião, seria o mais favorável para jogar com um jogador como o Weigl, em vez de o obrigarmos a ser constantemente o único médio mais recuado, mas acabámos por o utilizar precisamente num jogo em que ele ficou de fora. O início de jogo não podia ser pior, com a repetição de um cenário frequente, no qual a equipa adversária marca na primeira vez que se aproxima da nossa baliza. Desta vez foi logo aos dois minutos, num lance em que o Morato sobre com a bola até ficar pressionado e ver-se livre dela de forma atabalhoada, o Taarabt ainda tenta tocar-lhe mas acaba por entregá-la directamente a um adversário. Depois foi apenas o Benfica a mostrar mais uma vez que é uma das equipas que pior defendem em Portugal. Apesar da transição ser feita com apenas dois jogadores da B SAD contra quatro defensores nossos, de alguma forma o jogador que não conduzia a bola conseguiu aparecer completamente solto de marcação à boca da baliza para empurrar a bola para o golo (de alguma forma quer dizer: o Meïté, que o estava a acompanhar, decidiu esquecer-se dele e deixá-lo à vontade para aparecer nas suas costas). Felizmente o golo não pareceu ter grande impacto, e a reacção da equipa foi lançar-se abertamente ao ataque sobre o adversário, começando a acumular ocasiões de perigo. Foi por isso com naturalidade que fiquei com a sensação de que seria apenas uma questão de tempo até o golo surgir, o que aconteceu aos vinte e dois minutos. O Taarabt começou a redimir-se da intervenção no golo adversário e recuperou a bola sobre a direita numa tentativa de sair a jogar por parte da B SAD. Depois assistiu o Darwin na área, que fugiu a um defesa e rematou para o poste mais distante. A pressão do Benfica continuou de forma constante, pese um ou outro descuido defensivo que ainda permitiu que a B SAD tivesse contra-ataques com perigo, mas a produção do Benfica justificava claramente termos ido em vantagem para o intervalo em vez do empate que ainda se verificava. O Everton ainda acertou no ferro da baliza, num remate rasteiro de fora da área, e o André Almeida foi derrubado na área num lance que obviamente teria dado penálti para qualquer um dos amigos do Altis, mas que no nosso caso foi obviamente culpa do André Almeida por se ter colocado debaixo do braço do adversário.
Na segunda parte a pressão continuou, mas desta vez com resultados mais imediatos, pois antes de completado o primeiro quarto de hora já o Benfica tinha dado a volta ao resultado e praticamente garantido a vitória. Já depois do Everton ter estado uma vez mais perto de marcar, no espaço de quatro minutos (aos cinquenta e quatro e cinquenta e oito) o Darwin fez mais dois golos e ficou tudo resolvido. No primeiro, uma excelente desmarcação sobre a direita foi correspondida com um excelente passe do Taarabt, à entrada da área por entre vários adversários, e depois o remate saiu mais uma vez cruzado para o fundo da baliza. No segundo, pelo outro lado, o Darwin foi solicitado por um bom passe do João Mário num lance em que, depois de recuperada a bola, de forma pouco usual conseguimos fazer a transição rápida para o ataque. Depois o remate saiu outra vez para o poste mais distante, desta vez desferido de pé esquerdo. Mais um hat trick e são agora vinte e quatro golos em vinte e quatro jogos no campeonato, e trinta e um golos em trinta e seis jogos no total. Com o jogo resolvido, o Benfica ainda assim continuou a carregar no ataque e a criar ocasiões para dilatar a vantagem, mas a definição das jogadas não foi a melhor - o Lázaro por exemplo rematou à figura do guarda-redes depois de isolado por um grande passe longo do Taarabt. Depois, com as saídas do Taarabt, do Everton e a seguir do Darwin, o jogo acalmou e a avalanche ofensiva do Benfica foi menos marcada. Apesar de não ser obviamente uma comparação muito justa, a diferença entre ter o Darwin ou o Yaremchuk no ataque é abissal, e o ucraniano cada vez mais me parece um enorme erro de casting, porque não parece de todo ser um bom encaixe para o tipo de futebol que queremos praticar. Depois de um susto causado por uma asneira do Meïté, que deixou um adversário isolado que poderia ter relançado a incerteza no resultado, já na fase final do jogo os miúdos Tomás Araújo e Paulo Bernardo tiveram a oportunidade de somar mais alguns minutos na equipa principal, e todos são poucos já que assumo que eles farão parte do plantel na próxima época.
O melhor (e isto começa a tornar-se repetitivo) foi obviamente o Darwin. É claramente um jogador bastante acima da média da equipa, e com uma equipa de recurso como a que jogou neste jogo a diferença foi ainda mais óbvia. Fisicamente é quase imparável, e quando cai sobre a esquerda e consegue acelerar e meter o corpo entre o adversário e a bola, é praticamente imparável e consegue quase sempre entrar na área, só que nem sempre é bem acompanhado - por mais de uma vez ele fez isto, e depois quando entrava na área não havia nenhum colega de equipa lá a quem passar a bola. Acho que nesta fase já começo a sentir saudades dele, porque me parece cada vez mais evidente que não contaremos com ele na próxima época. Haverá ainda quem critique o que pagámos por ele? O Taarabt começou mal o jogo mas redimiu-se rapidamente e foi também um dos melhores, com duas assistências e diversos passes de qualidade. Gostei também da exibição do Everton, que nos últimos jogos se tem mostrado bastante trabalhador.
Neste momento estamos praticamente a cumprir calendário, porque já é praticamente impossível sairmos do terceiro lugar. A aliança do Altis está confortavelmente instalada nos dois primeiros e vão competindo ferozmente para ver qual dos dois é mais ajudado, enquanto acusam o outro (e o Benfica, sempre) de o ser. Eu gostei do esquema táctico que apresentámos neste jogo, que pode ser uma solução válida para que nos falta jogar esta época, já que oferece mais alguma solidez ao meio campo ter dois médios mais recuados, com um deles a ter liberdade para subir. Para a semana temos a visita a casa da equipa que chumbou na matemática da instrução primária e que sobrevive graças à preciosa ajuda da junta de salvação bancária, e apesar de já nada termos a conquistar em termos de campeonato temos a obrigação de defender condignamente o nosso símbolo.
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