Foi uma exibição algo desleixada da nossa parte perante uma equipa suficientemente boa para saber tirar partido disso, e só não digo que fizemos os mínimos para sair em vantagem para a segunda mão das meias finais porque ainda foi preciso correr bastante nos minutos finais para inverter o marcador.
Bruno Lage promoveu quatro alterações em relação ao último onze, que tinha derrotado o Belenenses com alguma dificuldade: Jardel, Gabriel, Chiquinho e Seferovic entraram para os lugares de Ferro, Weigl, Rafa e Vinícius. Sobre a primeira parte do jogo, nem sequer vou falar grande coisa. Foi demasiado lenta e desinteressante, com poucas ocasiões de golo (ainda que as poucas que aconteceram, uma para cada equipa, tenham sido flagrantes). Na segunda parte o Benfica entrou um pouco mais decidido, com o Ferro no lugar do Jardel (imagino que a troca tenha sido por problemas físicos) e chegou ao golo cedo. Aos oito minutos, um penálti marcado pelo Pizzi a castigar um corte com a mão colocou-nos em vantagem no marcador. A nossa equipa pareceu ficar motivada com o golo e um segundo parecia ser o cenário mais provável. Mas foi precisamente durante aquele que estava a ser o melhor período da nossa equipa que sofremos o golo do empate, apenas sete minutos depois. Um lance em que ficou exposto de forma evidente o risco que é jogarmos com a dupla Gabriel/Taarabt no meio campo e consequentemente sem um médio defensivo como o Weigl ou o Florentino. A bola entrou no espaço entre a nossa defesa e o meio campo e deixou o Ferro exposto, tendo depois uma troca de bola rápida pela esquerda permitido uma finalização fácil ao jogador do Famalicão. A reacção do Benfica foi fazer entrar o Rafa e o Vinícius, por troca com o Chiquinho e o Cervi. Estas alterações fizeram-nos mais perigosos no ataque, mas também acabaram por ter uma consequência negativa. Sem o Cervi na esquerda para compensar as subidas do Grimaldo (ou um médio defensivo que o fizesse) um mau cruzamento do espanhol no ataque resultou numa bola perdida e um contra-ataque por esse lado, onde mais uma vez o Ferro se apanhou sozinho para dois adversários e inevitavelmente um deles ficou isolado para colocar o Famalicão em vantagem.
O Ferro tem sido frequentemente criticado, mas o que eu vejo é que ele é muitas vezes o jogador mais exposto da equipa quando as frequentes subidas do Grimaldo não são devidamente compensadas, e ele não faz milagres - pouco antes do primeiro golo do Famalicão houve uma jogada quase igual pela esquerda que só não terminou em golo porque o Ferro conseguiu interceptar o passe do Diogo Gonçalves. A dezassete minutos do final o Benfica via-se agora em desvantagem em casa. Felizmente demorámos apenas cinco minutos a restabelecer a igualdade, numa recarga do Rafa a um remate do Vinícius (um lance que mostrou de forma evidente porque motivo o Seferovic não tem a menor possibilidade de se assumir como alternativa válida ao brasileiro). O jogo nesta fase estava partido, com o Benfica a procurar o golo quase sem ter preocupações defensivas, e dava a sensação que podia acontecer mais um golo para qualquer uma das equipas - o Vlachodimos evitou o terceiro do Famalicão pouco depois de termos chegado ao empate. Mas para os minutos finais o Famalicão fez entrar mais um defesa central, tornou-se ainda mais defensivo e cedeu à tentação de recorrer ao antijogo, com os seus jogadores a tentar queimar tempo com simulações e demoras na reposição de bola. Isto resultou numa maior pressão ainda por parte do Benfica, que acabou por chegar ao golo no penúltimo minuto da compensação. Um cabeceamento do Gabriel na zona do primeiro poste, após pontapé de canto do Grimaldo.
O melhor jogador do Benfica em campo é capaz de ter sido o Diogo Gonçalves. Pena foi que na ocasião ele estivesse com a camisola do Famalicão vestida. Com a nossa camisola, o melhor foi novamente o Taarabt. E talvez o Rúben também tenha estado um pouco melhor do que a generalidade. O Pizzi está a atravessar um momento de menor fulgor, tal como o Grimaldo, que está a falhar quase todos os cruzamentos (felizmente acertou com o último que fez). O André Almeida faz o mesmo do outro lado, diga-se. O Seferovic está numa forma lamentável e deixa-se apanhar em posição irregular na maioria dos lances.
Não foi a exibição mais desejável para nos reforçar a confiança em vésperas de um jogo decisivo, mas pelo menos conseguimos partir para a segunda mão em vantagem. Agora é prepararmo-nos o melhor possível para o caldinho que nos espera no Porto.
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